Nós somos malta Matilde
Fui "desafiado" pela minha amiga Lorena Massarongo a escrever uma crônica sobre o carnaval despropositado de malta Matilde. E eu respondi que já não havia mais nada para escrever acerca dessas "seres vivas".
Mas posso repetir o que disse no ano passado: Matilde Conjo e sua turma não existem e nunca existiram. Nós é que existimos. E, por existirmos, criamos aquelas figuras, assim como Deus criou o Homem à sua imagem.
...
Explico: Se nós não fossemos gente medíocre, aquela malta não existiria. Se a nossa existência não fosse tão banal, aquelas não existiriam.
Quer dizer: Se a nossa existência tivesse algum sentido, aquelas figuras não existiriam. Se nós tivéssemos algum valor, teríamos criado coisas também com valor.
Ou seja: Matilde, Zodwa, Genilma, Bernice, Melancia, só para citar algumas, são nossas legítimas criações. Elas foram por nós criadas e só existem porque assim queremos.
Isto é: Somos nós que fazemos de tudo para elas pensarem que são artistas. Somos nós que fazemos com que elas acreditem que são figuras públicas. Somos nós que as tornamos famosas. Somos nós que fazemos com que elas se sintam no direito de nos mostrarem o cú. Somos nós que fazemos com que elas ousem nos vilipendiar.
Significa que: Se aquelas figuras são uma m*rda, nós somos a pior m*rda. Se atentam à moral, nós somos a imoralidade em pessoa. Se vão para o inferno, nós somos o próprio inferno. Se nada valem, nós somos a milésima molécula do próprio nada.
Assim sendo: Não vale fazer piada. Não vale rir. Não vale insultar. Antes devíamos fazer piada de nós próprios, rirmo-nos de nós próprios, insultarmo-nos a nós próprios.
Aquelas são a impressão digital do nosso nível de mediocridade. Nós somos malta Matilde.
- Co'licença!™
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