segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Savana 29-09-2017

  TEMA DA SEMANA 2 Savana 29-09-2017 Acontundente interven- ção de Graça Machel, quinta-feira, no terceiro dia do Congresso, representando a ala histórica da Frelimo, é para já um claro sinal de que a luta pelo controlo da máquina no partido governamental será dura numa formação política ultimamente marcada por grandes disputas de influências e/ou competição. Graça Machel atacou a ascensão meteórica de algumas figuras nos órgãos do partido sem percurso partidário e com recurso à compra de votos, uma intervenção, aparentemente, na mesma lógica à proferida por Fernando Faustino, Secretário Geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), na última sessão Extraordinária do Comité Central da Frelimo, no Centro de Conferências Joaquim Chissano. “Estamos a quebrar a nossa tradi- ção. Na Frelimo soube-se através das escadas e não de elevador”, disse Graça Machel, fortemente aplaudida numa sala composta por 2.249 delegados e 1.226 convidados nacionais e estrangeiros. Já à saída para o intervalo, numa conversa com Verónica Macamo, da Comissão Política (CP), Gra- ça Machel voltou à carga: “Vocês que estão na Comissão Política não podem ficar calados e assistir coisas a acontecerem no partido”, disse Machel com o dedo indiO assalto à máquina do partido Nyusi próximo do dia mais longo do Congresso cador apontado a Macamo. José Pacheco, secretário do Comité de Verificação, órgão de disciplina do partido, reagiu à intervenção de Graça Machel e disse que as acusações de compra de votos eram puro boato. “Eu Graça Machel não sou boateira”, contra-atacou com veemência a viúva de Samora Machel, o primeiro presidente de Moçambique. A intervenção de Graça Machel era indicativa da forte luta por um lugar nos órgãos do partidos, nomeadamente no Comité Central e Comissão Política, programada para este sábado. O nervosismo é dominante, sobretudo, entre os jovens que ambicionam altos vôos. Eles argumentam pelos corredores, para os que querem ouvir, que é chegada a hora dos veteranos passarem o testemunho para as novas gerações. Um dos “jovens” que anda altamente activo nos corredores do congresso é Edson Macuácua, um antigo fiel colaborador de Armando Guebuza e pai ideológico do grupo de propaganda G-40, que ambiciona chegar ao cargo de Secretário-Geral da Frelimo. Macu- ácua obteve uma votação notável no X Congresso em Muxara para o Comité Central, mas falhou a ascensão à Comissão Política. A “era Nyusi” na liderança do partido fê-lo desaparecer dos holofotes, embora retendo as rédeas da importante Primeira Comissão da Assembleia da República. Nos corredores do XI Congresso circula um CV de 11 páginas elaborado por Macuácua que também ficou conhecido por ter liderado, em 2016, uma descreditada comissão de inquérito parlamentar sobre a existência de valas comuns no centro de Moçambique por execuções praticadas por “esquadrões da morte”. Apesar de terem sido vistos mais de duas dezenas de corpos, a comissão dominada pela Frelimo concluiu que não havia valas comuns. A eleição de Macu- ácua, representando politicamente a fase mais aguda do lambebotismo e da idolatria ao presidente Guebuza, é um teste à popularidade destes sectores, também representados neste Congresso. Nos corredores, tem havido sugestões para que Macuácua desista da candidatura para a entrada nas listas à Comissão Política (CP) Até ao fecho da presente edi- ção ainda não estava muito claro quem de facto será o próximo SG da Frelimo e nem se conhecia o candidato do Presidente. Contudo, está também a ser cogitado o actual governador de Inhambane, Daniel Tchapo, o secretário da Frelimo em Maputo, Francisco Mabjaia, o antigo ministro da Energia, Castigo Langa, e Ana Rita Sithole, deputada e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República. Sithole está também activa no Congresso. Segundo as conjecturas entre delegados ao Congresso no fim do dia desta quinta-feira, caso falhe “a opção de eleger um SG a sul”, alguns sectores avançavam com o nome do actual vice-ministro das Mar, Águas Interiores e Pescas, Henriques Bongece, um antigo primeiro secretário da Frelimo em Sofala, um quadro cinzento e medíocre, muito calejado na repressão à oposição e habituado a burocracias partidárias. Teve até direito a um grau “honoris causa” oferecido por uma obscura universidade da cidade Beira. Francisco Mabjaia, que nos últimos tempos tem estado a liderar várias campanhas de apoio e lobby, com ofertas embaraçosas à mistura, terá ficado mal na fotografia ao ver recusada a oferta de um tractor ao Presidente Nyusi. “Ofereçam aos camponeses nas zonas verdes que tanto precisam”, recomendou Nyusi, gelando a sala e deixando embaraçado Mabjaia e os “camaradas” do comité da cidade da Maputo. Roque Samuel Silva, um antigo primeiro secretário d e Gaza e agente repressivo contra a oposição, actualmente - Porta-voz do guebusismo, Edson Macuácua, luta para chegar a Secretário Geral &HOVR&RUUHLDH&DOLVWR&RVVDÀJXUDVFRPSRWHQFLDODVFHQVmRj&RPLVVmR3ROtWLFD 6HFWRUHVLQÁXHQWHVTXHUHPDGLDUDSURFODPDomRGH$UPDQGR*XHEX]DFRPRSUHVLGHQWHKRQRUiULR SRU´QmRVHUEHPYLVWRSHORSRYRµ Um dos pontos da agenda que está a ser altamente equacionada por ter um potencial de provocar danos ao partido é a proclama- ção de Armando Guebuza como Presidente honorário da Frelimo, prevista para as 16 horas de sábado. Sectores próximos do Presidente Filipe Nyusi defendem que se devia adiar a proclamação de Guebuza como presidente honorário dada a baixa popularidade do anterior timoneiro, provocada pela controversa questão das dí- vidas ocultas. Argumentam que a proclamação seria vista como “um acto de arrogância” da Frelimo e seria penalizador, com o potencial de corroer o partido nos próximos pleitos eleitorais. Nos bastidores está a movimentar-se Alberto Chipande com a missão de convencer Margarida Talapa, Verónica Macamo e Filipe Paunde, figuras próximas de Guebuza, a retirarem a proposta. As dívidas ocultas são até agora um tema tabu no Congresso, embora se fale dele “à boca cheia” no recinto Proclamação do Presidente honorário exterior à sala do Congresso. Os “jovens da renovação” sugerem que há brigadas de choque ligadas ao anterior timoneiro para arrasarem quem ousar levantar o tema. Membros proeminentes do grupo G-40 estão sentados na bancada dos convidados e os advogados de Guebuza, à boca do Congresso, fizeram chegar à PGR (Procuradoria-Geral da República), uma exposição em que culpam o governo de Nyusi por falta de apoio ao desenvolvimento das empresas Ematum, Proíndicus e MAM. Um dos ganhos de Nyusi, e que ele próprio omitiu no seu discurso de abertura, e que está a ser amplamente exaltado no congresso, foi o diálogo directo com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, nas montanhas da Gorongosa, visto como um símbolo de tolerância e “espírito de abertura”. É preciso lembrar que ao ir à Gorongosa, Nyusi expos- -se a pressões e ataques internos, largamente influenciadas por sentimentos de reprovação em relação ao diálogo com a Renamo, cujos principais agentes da pressão foram elementos ligados ao G-40, grupo de choque criado na era Guebuza, cuja paternidade é atribuída a Edson Macuácua e Gabriel Muthisse. Embora haja uma grande envolvente emocional de apoio a Nyusi desde a primeira hora do início do Congresso, sábado, o dia das eleições será de facto o “Dia D” para se saber se Filipe Jacinto Nyusi sai da Matola como um verdadeiro vencedor, finalmente com as rédeas do partido nas mãos. Naíta Ussene Graça Machel fez uma forte intervenção no Congresso Celso Correia tenta reeleição no Comité Central e é um dos nomes cogitados para a Comissão Política Calisto Cossa, edil da Matola, um nos nomes que pode entrar na CP na quota dos jovens TEMA DA SEMANA Savana 29-09-2017 3 TEMA DA SEMANA no posto obscuro de vice-ministro da Administração Estatal e Fun- ção Pública e Tomaz Salomão, um figura de topo no partido e nas televisões, são outras das figuras que viram os seus nomes associados ao cargo de SG. Tchapo, um jovem quadro, natural de Inhaminga (Sofala), que pôs termo ao ciclo de governadores medíocres na província de Inhambane, é elogiado pela sua competência, mas os seus detractores enfatizam que não tem experiência na máquina do partido. Porém, o que está mesmo claro é que o Presidente Nyusi será eleito por uma esmagadora maioria de votos. Depois da ACLLIN ter dito que Nyusi é o “candidato natural”, nesta quinta-feira foi a vez dos seguidistas da OJM (Organização da Juventude Moçambicana) e da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), o braço feminino do partido Frelimo endossarem o seu total apoio a Nyusi. Está completamente afastada a ideia de se avançar com um segundo candidato, muito defendida nas vésperas do Congresso em sectores próximos a Guebuza. &RPLVVmR3ROtWLFD Onde também a luta será renhida é na eleição dos membros da poderosa CP, o órgão que decide a vida do partido nos intervalos das sessões do Comité Central. Neste Congresso, Filipe Nyusi tem revelado alguma capacidade para impor “os seus” e remover os que têm que sair independentemente da sua história no partido. É nesta linha que o jovem ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia e o também jovem edil da Matola, Calisto Cossa, se têm destacado como figuras com potencial para ocupar lugares nas novas entradas na CP que, por força dos seus estatutos verá 40% dos seus membros a deixarem o órgão. Segundo o artigo 63 dos actuais estatutos da Frelimo, a CP é composta por um número ímpar, entre 15 e 21 membros eleitos pelo Comité Central. Em Muxara, Celso Correia foi eleito para o CC com 1100 votos. Na Matola deverá primeiro ser reeleito para o CC para depois “atacar” a CP, uma luta que se afigura difícil, dado os lobbies agressivos que há meses fazem campanha aberta e hostil contra um dos mais competentes colaboradores de Nyusi. Calisto Cossa chega ao congresso com lugar garantido no CC. Foi eleito na conferência provincial de Maputo. Na Matola deverão ser eleitos 50 membros do CC. As Conferências Provinciais já tinham eleito 130 candidatos. Na Matola serão igualmente eleitos 18 suplentes. Outra figura muito badalada é Catarina Dimande, a nora de Alberto Chipande e conselheira do Presidente Filipe Nyusi para assuntos institucionais. Como as listas da renovação ainda não estão prontas, não se sabe se Celso Correia terá de disputar a eleição contra Calisto Cossa. Para já há lugar para seis novos membros, mas está a circular uma proposta para que a renovação tenha 60% de lugares e a continuidade, 40%. Na lista da “continuidade”, está claramente assegurada a transição para o novo CP de Alberto Chipande, que esteve sempre ao lado de Filipe Nyusi desde o início do Congresso. Verónica Macamo deverá assegurar a sua manutenção. É praticamente carta fora de baralho Lucília Hama, que deve a sua eleição para a CP em Muxara a Armando Guebuza. Filipe Paúnde, que obteve uma votação notável no congresso de Muxara e Alberto Vaquina, ambos têm vaticínios de cartão de saída antes mesmo das votações, que deverão acontecer este sábado. Paunde obteve formalmente uma vitória convincente nas eleições para o Comité Central em Muxara, posicionando-se em primeiro lugar com 1.438 votos, o que representava 77,4%, o que lhe abriu caminho para ser eleito SG. José Pacheco chegou directamente à CP em Muxara, como candidato único a secretário do Comité de Verificação, o órgão de disciplina do partido. Também está tremida a sua continuidade. O jovem Sérgio Pantie, eleito para órgão no congresso de Muxara, através da quota da juventude, joga também a sua reeleição. Margarida Talapa, Esperança Bias, Eneias Comiche, Raimundo Pachinuapa, Conceita Sortane, Eduardo Mulembwé e Alcinda Abreu, foram reeleitos para a CP no congresso de Muxara, Todos haviam sido eleitos no IX congresso na cidade de Quelimane. Agora jogam a sua continuidade na Matola. Todavia, esperam-se também desistências de alguns membros, numa clara corrida para frente, evitando uma eventual humilhação. Manuel Tomé fez isso em Muxara e Luísa Diogo foi até ao fim, sucumbindo nas urnas. Apesar de polémico, o general Atanásio Mtumuke, o actual ministro da Defesa, poderá ser proposto para a CP, dado o seu envolvimento na conjuntura do processo de paz. Na CP, mais uma vez, são aventados os nomes de Castigo Langa e Ana Rita Sithole. Dado que não está claro se Nyusi consegue colocar “as suas pedras” na CP, circulou quinta-feira uma proposta alternativa para se “alargar” a CP. Agrupando várias tendências. A CP é conhecida como a mais notória força de bloqueio à governação Nyusi, uma vez que, estatutariamente, ela coordena e orienta a acção do executivo. TEMA DA SEMANA 4 Savana 29-09-2017 Manhã de 26 de Setembro de 2017. Trânsito intenso na ligação entre Maputo e Matola. É a agitação total pelo arranque do XI Congresso de um partido que continua a se confundir com o Estado. É terça-feira e a temperatura está amena, com os termómetros do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) a apontarem para 28 graus centígrados em Maputo. Todos os caminhos dão ao bairro de Hanhane, na Matola, província de Maputo, onde se cruzam perto de três mil congressistas, na renovada Escola Central da Frelimo. Na Estrada Nacional Número 4 (EN4), em obras de reabilitação, várias escoltas vão disputar, entre si, prioridade de passagem, com as barulhentas sirenes de motorizadas e viaturas da Polícia de Trânsito a caminho da “catedral dos camaradas”. Aqui, os “chefes de segunda” vão ter de ceder, mesmo com as suas escoltas, prioridade aos “chefes de primeira”. É a corrida ao Congresso que deixou as viaturas de transporte de passageiros e de singulares em longas filas de espera. A intensidade do tráfego não evitou a ocorrência de alguns choques entre viaturas. Por exemplo, pouco antes das 8.00horas, já nas redondezas da Escola Central da Frelimo, o “consultor internacional”, também antigo ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, estava às golas pelas mãos de um jovem condutor com quem discutia por causa de um embate entre as suas viaturas. Enquanto isso, no recinto da Escola, os delegados e convidados eram confrontados com fortes medidas de Os bastidores do Congresso Por Armando Nhantumbo segurança, nomeadamente, a proibi- ção de entrada com telemóveis dentro da sala da Conferência. O SISE deve ter despachado quase todos os espiões para o local. Muitos, incluindo antigos altos dirigentes do Estado, foram apanhados de surpresa e tiveram de recuar para as suas viaturas, algumas estacionadas a boa distância do local, para lá deixarem os telemóveis. “Epá, é complicado isto”, comenta um antigo ministro, enquanto vai à procura do seu condutor para deixar-lhe com o seu android. Estranhamente, computadores de nova geração, com funcionalidades de comunicação, não foram barrados. Embora o discurso da Frelimo procure dar a entender a existência de uma separação nítida entre o Partido e o Estado, a prática continua a sugerir que o partido no poder controla tudo e todos. Para além dos recursos do Estado, humano e materiais, que são habitualmente mobilizados para os eventos do partido, servidores públicos, empresários, dirigentes desportivos, religiosos, académicos, comentaristas, entre outros, estão no Congresso da Frelimo, vestindo a capa de “convidados”. Governadores provinciais, edis, presidentes das Assembleias Provinciais e Municipais, titulares estatais de todas as províncias do país largaram os seus postos e estão todos no conclave dos camaradas. Alguns, porque não tinham a camisete vermelha do “primeiro dia”, foram mandados regressar. Os mais embaraçados, meteram casacos por cima das camisetes. “A Nação toda está aqui”, comenta o jornalista empolgado de uma estacão televisiva próxima do regime. Nem as crianças escapam à instrumentalização política. Em pleno dia de aulas, dezenas delas foram mobilizadas para, em nome da Organização de Continuadores de Mo- çambique (COM), cantarem vivas à Frelimo e a sua liderança. Em nome da “oposição moçambicana” estão os presidentes dos extraparlamentares Partido Independente de Moçambique (PIMO) e Trabalhista, respectivamente, Yacub Eliseu Machava (à esquerda) e com o poderoso histórico da Frelimo, Alberto Chipande (à direita), tido como o seu homem forte na lideran- ça do partido e do país, em parceria com Lagos Lidimo, o temível chefe da Segurança de Estado. Às vezes impulsivo, Nyusi interrompeu, pelo menos no primeiro dia, a apresentação do longo programa de actividades, ordenando o começo das actividades; quebrou a tradição das longas saudações das organizações sociais, dando lugar apenas à OCM (os moribundos jovens da OJM, os influentes combatentes da ACLLN e as passivas mamanas da OMM ficaram de fora no dia de abertura); apesar de ser bom de canta e dança, sempre se mostrou irrequieto e algo enfadado com os habituais cânticos entoados minuto a minuto pelos congressistas. Em busca da sua própria marca, Filipe Nyusi intercalou o seu longo discurso de abertura com breves cantares como forma de ganhar a audiência. O novo trovador do regime, Egídio Vaz, disse que foi uma fórmula estudada. Como é de praxe nas suas aparições públicas, Filipe Nyusi foi demolidor na abertura do XI Congresso da Frelimo. E tal como na sua tomada de posse, a 15 de Janeiro de 2015, quando transmitiu aos mo- çambicanos uma nova esperança, que mais tarde se viria a esfumar, esta terça-feira, o presidente da Frelimo e da República voltou com um discurso ambicioso, para tentar reanimar a esperança. Destacou o combate, sem tréguas, à corrupção como o mais urgente e vital de todos os desafios porquanto o fenómeno corrói as instituições e mina os esforços do desenvolvimento. “Não pode, caros camaradas, existir qualquer dúvida: o combate à corrupção é o mais urgente e vital de todos os desafios. Neste domínio, não podemos adiar, não podemos tolerar. Esse grau zero de tolerância deve começar no nosso próprio seio, os nossos militantes devem ser um exemplo”, disse Filipe Nyusi. Disse que em qualquer posição e circunstância, os quadros da Frelimo devem assumir a tradição histórica do partido, de dedicação, compromisso e entrega ao país e ao povo. “Esse compromisso de pureza e abnegação deve ser uma norma entre os funcionários do Estado, do topo até à base. Os nossos quadros da educação, da saúde, da polícia, os agentes aduaneiros e de migração, de todos os sectores da função pú- blica não podem abusar das suas funções”, precisou Nyusi, para quem o Congresso da Matola tem de rea- firmar que esses abusos não podem ficar impunes. “Não pode haver tolerância com a ilegalidade, o suborno, a extorsão e todos os outros desmandos. A Frelimo não poderá permitir que se fechem os olhos a estes abusos, para que o nosso próprio prestígio não seja posto em causa”, acrescentou. Esclareceu que na Frelimo se deve falar na mudança sabendo-se que há princípios sagrados que não podem ser sujeitos à mudança e um deles é a defesa dos interesses nacionais acima dos interesses de grupos. “É preciso que cada um dos nossos dirigentes escolha primeiro servir o povo e a sua pátria. Essa foi sempre a doutrina que norteou a actividade de quadros da nossa Frelimo”, afirmou. Para o presidente da Frelimo e da República, “se fomos capazes de vencer a dominação colonial, teremos de ser capazes de vencer a batalha contra a corrupção. Se fomos capazes de fazer calar as armas, teremos de saber combater o crime organizado e construir um país feito por todos os moçambicanos e para todos os moçambicanos”. Independência económica Na visão de Nyusi, a batalha pela independência económica está posta à prova por uma conjuntura internacional difícil que, mais do que fazer mais, requer fazer de outra maneira. “Precisamos de encontrar modelos inovadores que rompam com os ciclos de dependência. E é também neste domínio que o nosso partido deve manter a liderança. Não queremos continuar a ser meros fornecedores de matérias-primas” disse. Para o presidente, é preciso construir uma economia, estruturalmente, diferente, uma economia diversa e diversificada, fundada na transformação interna de produtos e na criação de uma riqueza duradoura. Defende um País com menos pobreza, mais auto-suficiente, com segurança alimentar e nutricional garantidas. Com muitas palmas disse: “não queremos ser parte de uma sociedade onde os mais ricos sufoquem os mais pobres. Batalharemos por uma sociedade de bem-estar, onde cada um de nós, moçambicanos, fruto do seu trabalho e empenho, beneficie das riquezas de que o País dispõe”, afirmou. Defendeu ainda uma visão de longo prazo para garantir que as riquezas no solo e no subsolo sejam uma bênção e não uma maldição. “Não pretendemos, em nenhum momento, comandar a nossa economia só com soluções pontuais e conjunturais. Não pretendemos governar apenas por via de campanhas e de projectos”, assegurou. Destacou a necessidade de se estimular o sector privado nacional, promover o acesso ao financiamento e reduzir os entraves burocráticos. “Temos de reduzir os tempos de espera na tomada de decisões. As instituições do Estado não podem ser vistas como um travão. Deve ser o oposto. Essas instituições devem ser facilitadoras do crescimento, devem dar o exemplo de uma governação eficaz e inclusiva”, disparou. Para Nyusi, “não podemos ter serviços públicos que, em vez de serem parte da solução, encorajam a burocracia, os jogos de influência e a troca de favores”. Nyusi na abertura do XI Congresso Mais um discurso rico de boas intenções Sibindy e Miguel Mabote, que nunca esconderam a sua simpatia pelo partido no poder. Em nenhum lado se viu a presença da Renamo e do MDM, os partidos que com a Frelimo fazem a mancha parlamentar. Mas o Congresso da Frelimo serve de oportunidade para negócios na Matola. Por exemplo, dentro e nas redondezas da Escola Central, foram improvisadas bancas para a venda de vários produtos, alimentares e não alimentares. Algumas das barracas têm vendedoras com crachat livre trânsito de “delegado” e “convidado”. Foi assim que, perto das 10h de terça-feira, o presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, entrava na sala da Conferência para a cerimónia de abertura do evento que se prolonga até ao próximo domingo. Dizem- -nos que há esforços para terminar sábado para dar espaço a um comício popular no domingo. Entrou directo à mesa dos antigos chefes de Estado para saudar Joaquim Chissano e Armando Guebuza e só depois se dirigiu à mesa de honra, onde se senta lado a lado com o actual secretário-geral do partido, Armando Inroga, quando discutia com um jovem condutor com que se embateu, por viatura, a caminho do XI Congresso da Frelimo Movimento desusado marca o encontro da família Frelimo na Matola Naíta Ussene Naíta Ussene TEMA DA SEMANA Savana 29-09-2017 5 Numa altura de dança de cadeiras para a ocupação de lugares estratégicos nos órgãos da Frelimo e para as eleições autárquicas e gerais que se avizinham, o Comité Central (CC), o órgão mais importante do partido no intervalo entre os Congressos, decidiu quebrar o silêncio e condenar, com veemência, a existência de camaradas ou grupos que recorrem à difamação para combater potenciais adversários ou então recorrendo à compra de consciências para atingir posições. O posicionamento do CC está contido no seu Relatório ao 11º Congresso, a que o SAVANA teve acesso. Composto por 197 membros efectivos e 22 suplentes, o actual CC que, em meio à renovação e con- (OHLo}HVLQWHUQDVQD)UHOLPR CC repudia estratégias de difamação e compra de consciências Por Armando Nhantumbo tinuidade, cessa funções no Congresso desta semana, cinco anos depois da sua composição no 10º Congresso, em Muxara, arredores da cidade de Pemba, em Cabo Delgado, em 2012, integra influentes membros da Frelimo, como o antigo combatente Alberto Chipande, os deputados Eduardo Mulémbwe, Eneias Comiche, Alcinda de Abreu, Raimundo Pachinuapa, a economista e antiga primeira- -ministra, Luísa Diogo, a activista antiga ministra da Educação, Gra- ça Machel, o economista e antigo ministro das Finanças, Tomaz Salomão, o antigo secretário-geral da Frelimo, Manuel Tomé, e o jurista e antigo deputado, Teodoro Waty e o histórico Sérgio Vieira, estes dois últimos na lista de suplentes. Na hora de render a guarda, os membros do CC denunciam existências de sinais, na Frelimo, de camaradas ou grupos que estão a introduzir o princípio de excluir possíveis candidatos, utilizando a difamação ou produção de informações não abonatórias em relação a outros camaradas, quando consideram que esses não são parte dos seus objectivos ou que não lhes vão obedecer, ou ainda por receio da competição. “Esta preocupação é acrescida quando, por vezes, são afectados por esta difamação quadros com capacidade, experiência e maturidade política e profissional para o exercício de funções e cumprimento das tarefas, caso fossem eleitos ou designados”, sublinham os membros do CC. Por isso, orientam a uma atenção redobrada nos períodos eleitorais e nos processos de identificação de quadros para candidatos ou para nomeação. Como que a sustentar a sua tese, citam as IV eleições autárquicas, de 2013, e as V eleições gerais (presidenciais e legislativas) e III para as Assembleias provinciais, de 2014, como aquelas que, ao nível da Frelimo, foram marcadas pela ocorrência de manifestações de intriga, tribalismo e compra de consciências. “Estas manifestações constituem uma flagrante violação dos Estatutos e não dignificam a imagem e a grandeza da nossa Frelimo” referem os membros do CC no seu relató- rio. Para aquele órgão importante no intervalo entre os Congressos da Frelimo, que acontecem de cinco em cinco anos, há ainda a necessidade de tomada de medidas disciplinares aos membros que violem os Estatutos do partido, o Código de Conduta e outras Directivas, aos que pratiquem nepotismo ou usem a sua posição para obter vantagens de outros camaradas ou que comprem consciências, sobretudo no processo das eleições internas. Esta não é a primeira vez que a compra de consciência vem à tona a partir de dentro da própria Frelimo. Foi ainda este ano que o secretário- -geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino, deixou o país atónito quando, em sede da IV Sessão Extraordinária da Frelimo, denunciou o que designou de fragilidades no sistema de eleições internas da Frelimo, que permitiram que os mais espertos assaltassem as fileiras do partido, liderando e ocupando posições de destaque em detrimento de muitos quadros que hoje se encontram distantes do campo das estratégias de batalha política. Na ocasião, Faustino defendeu purificação de fileiras sem contempla- ções de modo a devolver-se a dignidade ao partido. Na sua visão, apontou para a construção de um país forte, unido e próspero, onde a equidade, a justiça social e a protecção do ambiente sejam a bandeira e prometeu colocar a agricultura no topo das prioridades e encorajar os que produzem emprego. “Em meados do século XXI, queremos um país industrializado, com plena utilização das tecnologias de informação e comunicação e acesso à energia facilitada. Visualizamos uma sociedade moderna e informada, com infra-estruturas que facilitem a circulação de pessoas e de bens, incluindo a circulação de ideias. Uma sociedade em que o acesso à água e à habitação digna seja não apenas um direito, mas uma realidade”, disse. 'HVFHQWUDOL]DomR No capítulo da descentralização, que disse ser um dos mecanismos indispensáveis para a consolidação do Estado de Direito Democrático e de Justiça Social, Filipe Nyusi fez recados para dentro do partido, ao desmontar a tese dos sectores mais fundamentalistas do partido que defendem que a descentralização exigida pelo maior partido da oposição, a Renamo é um atentado à unidade nacional porque lutaram. “Não deve existir conflito entre descentralização e preservação da nossa maior conquista que é a unidade nacional. Uma governação mais eficiente e participada do nosso país necessita do suporte de uma descentralização ponderada e responsável”, vincou Nyusi, para quem, tal como os combatentes fizeram no passado, devemos nós também estar preparados para operar mudanças e continuar a assumir a liderança das transformações que se impõem no século XXI. Nyusi disse que é preciso dotar os jovens, que são a maioria da população moçambicana, de ferramentas necessárias para que possam ser, ao mesmo tempo, patriotas e cidadãos do seu mundo e do seu tempo. Nyusi entende que, para se estar à frente do tempo, é preciso dotar a juventude de conhecimentos técnicos e científicos para que ela seja o verdadeiro agente de mudança. “E aqui não podemos ser complacentes. É preciso melhorar, radicalmente, a qualidade do ensino desde o nível primário passando pelo médio até ao superior” sublinhou o presidente, acrescentando que, não “seremos donos do nosso tempo, se não criarmos capacidade de pesquisa com prioridades bem claras”. De fora do discurso ficaram duas questões incontornáveis; as dívidas ocultas e a sua resolução e o processo de paz com a Renamo. 6 Savana 29-09-2017 SOCIEDADE Na tentativa de busca de protagonismo recorrendo à estratégia de exaltação do chefe através de lambebotismo, uma prática muito recorrente na administração Guebuza, a delegação da Frelimo ao nível da cidade de Maputo embaraçou o presidente do partido, Filipe Nyusi, ao tentar arrastá-lo à violação da Lei número 16/2012, de 14 de Agosto, Lei de Probidade Pública. O incidente verificou-se nesta quinta-feira, 28, terceiro dia do XI Congresso, quando a delega- ção da cidade de Maputo foi chamada para as habituais saudações. É que, depois de ver os bens dos colegas de Niassa, Tete e Nampula, a cidade de Maputo não quis ficar atrás e na voz do seu primeiro-secretário, Francisco Mabjaia, que por sinal é um dos possíveis candidatos à presidência do município de Maputo, nas eleições Nyusi recusa tractor e embaraça delegação da cidade de Maputo Mabjaia paga caro por lambebotismo Por Raul Senda autárquicas de 2018, anunciou dentre vários presentes a oferta de um tractor a Filipe Nyusi. Na sua argumentação, Mabjaia entendia que aquele era o melhor gesto, encontrado pela cidade de Maputo, para agradecer Filipe Nyusi pelo seu comprometimento na promoção e modernização do sector agrário. Mabjaia, que chefiava uma delegação de mais de 50 membros em que se destacavam figuras como António Hama Thay, deputado da Assembleia da República pela bancada da Frelimo e antigo combatente, David Simango, presidente do Conselho Municipal da cidade de Maputo, Yolanda Cintura, governadora da cidade OS e c r e t á r i o - g e r a l da Associação dos Combatentes da Luta Armada de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino, mandou recados aos congressistas que questionam a escolha de Filipe Nyusi para o cargo do Secretá- rio-geral (SG) do partido, a ser eleito neste sábado, e referiu que a sua organização vai dar o total apoio à figura escolhida pelo chefe. Falando ao SAVANA, à margem da magna reunião, nesta quinta-feira, Faustino referiu que a aposta de ACLLN na direcção do partido, bem como na candidatura presidencial de 2019 foi sempre em Filipe Nyusi, logo a ACLLN tem também a responsabilidade de apoiá-lo na constituição da equipa que irá dirigir o partido nos próximos cinco anos. A uma pergunta se estaria interessado a concorrer ao cargo de SG, Faustino afastou essa possibilidade, fazendo notar que “há muitos camaradas com competências e energias” para dirigir o partido, mas enfatizou que o candidato da ACLLN será o mesmo com o de Filipe Nyusi. Faustino recordou que a ACLLN foi a organização que desde o primeiro momento exteriorizou a sua aposta, na pessoa de Nyusi, para a presidência do partido bem como para corrida eleitoral de 2019 e as restantes organizações vieram endossar a decisão. Em jeito de recado aos opositores às apostas de Filipe Nyusi, Francisco Faustino disse que a Frelimo foi criada pelos combatentes de libertação nacional. “São os combatentes que conhecem a génese da Frelimo e sempre apostaram naquilo que é disciplina interna”. Por seu turno, o membro da Comissão Política e antigo presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwè, entende que o presente Congresso vai marcar uma etapa no que concerne à busca do progresso e da melhoria das condições de vida do povo moçambicano. Sublinhou que será um congresso de viragem na busca da paz definitiva para o país, de modo a elevar Mo- çambique para outros níveis e Filipe Nyusi é a pessoa certa para conduzir o país rumo a esse bem-estar. Quem também não tem dúvidas sobre a liderança de Filipe Nyusi é a antiga primeira-ministra, Luísa Diogo. Diogo, que concorreu com Filipe Nyusi à candidatura partidária à presidência da República, em Março de 2014, acrescentou que a sua confian- ça resulta do trabalho que o PR está a fazer rumo à recuperação da economia nacional. ACCLIN sentencia: - e avisa outras forças do partido que a ACCLIN é que criou a Frelimo O candidato de Nyusi a SG da Frelimo terá endosso dos combatentes de Maputo, Teodoro Waty entre outras, referiu no acto da oferta, perante a ovação e cânticos dos restantes membros do grupo, que o tractor serviria para o presidente do partido aumentar a produtividade na sua machamba. Contudo, para o espanto de todos, Nyusi aceitou receber o resto dos presentes e quando chegou a vez da entrega das chaves da má- quina, o também chefe de Estado disse que mais do que ele, quem mais precisava daquele tractor eram as associações dos camponeses que tanto abundam nas zonas verdes da cidade de Maputo. Nyusi aconselhou o primeiro secretário do seu partido ao nível da cidade de Maputo a levar a oferta para os agricultores. Ao recusar receber o tractor, o estadista moçambicano evitou cair no erro e na humilhação sofrida por Armado Guebuza, que ainda no exercício das funções de Presidente da República aceitou receber uma viatura de marca Mercedes Benz oferecida pela Confederação das Associações Económicas (CTA), na altura liderada por Rogério Manuel. A Lei de Probidade Pública diz no seu artigo 41, alínea 1: “o servidor público não deve, pelo exercício das suas funções, exigir ou receber ofertas, exigir ou receber benefícios e ofertas, directamente ou por interposta pessoa, de entidades singulares ou colectivas de direito moçambicano ou estrangeiro”. Isto é, esta lei limita a quantidade de bens a oferecer a figuras que ocupam cargos de chefia ou de direcção ao mais alto nível. No entanto, Mabjaia recusou comentar o assunto optando pelo silêncio. A recusa de Filipe Nyusi em receber o tractor verificou-se numa altura em que o antigo reitor da Universidade Politécnica, o académico Lourenço do Rosário, disse que tinha chegado o momento de se abandonar a cultura de lambebotismo e de exaltação da figura do presidente. No entender do académico, que falava à margem do Congresso, durante muito anos, criou-se uma cultura de exaltação do chefe, mas que há tendências disso desaparecer. O Conselho de Administração da mediacoop SA, as direcções editoriais, os jornalistas e colaboradores da empresa comunicam, com pesar, a partida, esta quarta-feira, do nosso amigo e colega LUIS SÁ, depois de uma longa e corajosa batalha contra o câncer que o atacou. Em nós retemos as memórias de companheirismo, cumplicidade e camaradagem durante os largos períodos que desempenhou as funções de correspondente internacional em Maputo. Ao Daniel, à nossa grande amiga e colaboradora Isadora Ata- íde, apresentamos as nossas sentidas condolências. A cerimónia de despedida acontece hoje, sexta-feira, no crematório dos Olivais, em Lisboa. Luis Sá Francisco Faustino diz que a palavra dos combatentes é a voz do comando na Frelimo Desta vez, Francisco Mabjaia pagou caro a factura de lambebotismo Delegação da Frelimo à entrada na sala de Congresso antes do histórico vexame SOCIEDADE Savana 29-09-2017 7 PUBLICIDADE 8 Savana 29-09-2017 SOCIEDADE SOCIEDADE DIVULGAÇÃO Savana 29-09-2017 9 O Governo da República de Moçambique, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), expressa o seu profundo agradecimento a todos que disponibilizaram o seu apoio de solidariedade as populações afectadas pelos eventos extremos que assolaram o País no período 2016 e 2017. 3HODDGYHUVLGDGHGRSHUtRGRHPDSUHoR IRLGHFUHWDGRSDUDDV]RQDVVXOHFHQWURGR3DtVRDOHUWDYHUPHOKRLQVWLWXFLRQDOSDUDDLQWHQVLÀFDomRGDVDFo}HVGH UHVSRVWDDRVHIHLWRVGDVHFDTXHGHVGH DIHFWDUDP SHVVRDV HLJXDOPHQWH GHFUHWDGRRDOHUWDODUDQMDSDUDWRGRR3DtV FRPYLVWD DLQWHQVLÀFDUDV acções de monitoria e prontidão face a previsão de ocorrência de cheias, inundações, vendavais e ciclones. Muitas famílias moçambicanas perderam os seus entes queridos, as suas casas, os seus bens e seus meios de subsistência, por causa, da ocorrência destes fenómenos. Em resposta a campanha de solidariedade levada a cabo pelo Governo de Moçambique, foram angariados apoios multiformes de todos os quadrantes da sociedade bem como da comunidade internacional. $EDL[RVHJXHDOLVWDQRPLQDOGHHQWLGDGHVS~EOLFDV SULYDGDV SDUFHLURVGHFRRSHUDomRLQWHUQDFLRQDO FRQÀVV}HVUHOLJLRVDV RUJDQL]Do}HVGDVRFLHGDGHFLYLOH singulares que, aderindo ao movimento de solidariedade, contribuíram para minimizar o sofrimento das pessoas. O gesto de agradecimento é extensivo aos que directa ou indirectamente contribuíram para o apoio as pessoas afectadas. Setembro de 2017 LISTA NOMINAL DO MOVIMENTO DE SOLIDARIEDADE ÀS VITIMAS DE DESASTRES EM MOÇAMBIQUE (EMERGÊNCIA 2016/17) REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL E FUNÇÃO PÚBLICA INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO DE CALAMIDADES AGRADECIMENTO AO MOVIMENTO DE SOLIDARIEDADE AS VITIMAS DE DESATRES EM MOCAMBIQUE &*+#+,#13 * ' *+ ' T 22$,!+$( 1.5(-"( + #$ !. $+& #. U 22$,!+$( 1.5(-"( + #$ 9 V 22$,!+$( 1.5(-"( + #$ /43. W $-31. #$ 1.,.=<. #$ -5$23(,$-3. P Q X $-31. 1.5(-"( + $"143 ,$-3. $ .!(+(9 =<. #$ /43. Z $+.41. #$ D#$ $ "=<. ."( + [ .-2$+'. $&4+ #.1 #$ &4 P Q \ $+$& =<. #. # 1.5@-"( #$ /43. TS $+$& =<. #. -23(343. "(.- + #$ -5$23(& =<. $204$(1 # 1.5@-"( #$ /43. TT $+$& =<. #. -23(343. "(.- + #$ 23 3@23(" #$ 9 TU $+$& =<. #. -23(343. "(.- + #$ 23 3@23(" #$ -' ,! -$ TV $+$& =<. #. -23(343. "(.- + #$ 23 3@23(" #$+$& =<. #$ /43. TW $/43 #.2 # 22$,!+$( # $/D!+(" # -" # # 1$+(,. TX (1$"=<. 1.5(-"( + 4+341 $ 41(2,. # 1.5@-"( #$ /43. 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(22$ Savana 29-09-2017 13 DIVULGAÇÃO PUBLICIDADE SOCIEDADE 14 Savana 29-09-2017 Savana 29-09-2017 15 NO CENTRO DO FURACÃO Odia 13 de Dezembro de 2015 será sempre recordado com lágrimas nos olhos dos que, na manhã daquele fatídico domingo, perderam parentes ou então escaparam à morte no incêndio de grandes proporções que, para além de devorar vidas humanas, deixou um enorme rasto de destruições. As marcas, 21 meses depois, ainda são visí- veis na plataforma da STEMA (Silos e Terminal Graneleiro da Matola). O que, na altura, foi apresentado como um negócio de gente desempregada que, com recurso a pequenas embarcações, arriscava vida no roubo de combustível, afinal só foi possível gra- ças a uma sofisticada rede que incluía aqueles que tinham por missão gerir e guarnecer aquelas instalações. Depois de palmilhar os meandros do negócio, o SAVANA tenta explicar como foi possível o roubo desenfreado e à luz do dia, sem que quem de direito pusesse ordem, até que a tragédia se abateu, deixando marcas indeléveis, da Matola à Costa do Sol, passando pela Catembe, onde apesar de se tentarem negar as evidências, residem “queimados” e crianças se tornaram órfãs e mulheres enviuvaram. Eram 04h e 51 minutos da manhã quando deflagrou, no Terminal da Matola, o violento incêndio que teve a particularidade de denunciar um sofisticado esquema de roubo de combustível, que só era possível com o envolvimento de vários intervenientes, desde gente desempregada, sobretudo jovens provenientes da Catembe, Matola e Costa do Sol, e diversos funcionários ali afectos. Para além do pessoal dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), a empresa pública responsável pela gestão do centro distribuidor (uma tradução aproximada de manifold, em inglês, termo usado para se referir o complexo de condutas que se ramifica em várias aberturas] de combustível, a segurança do local, também virou actora no esquema, uma espécie de quadrilha de “Ali Babá e os 40 ladrões”, como nos livros de estórias. É o caso de três agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e um outro agente armado, mas à paisana que, ao que a nossa investigação apurou, foram capturados e desarmados por uma equipa técnica enviada ao local dos factos para as primeiras investiga- ções, momentos após o incêndio. Trata-se de agentes que foram encontrados “no terreno do inimigo”, ou seja, numa das pequenas embarcações que eram usadas no roubo dos combustíveis no Porto da Matola. De acordo com o que nos foi reportado, os agentes das empresas privadas ali afectas, esses não tinham palavra porque eram, simplesmente, manietados pelos “grandes chefes” envolvidos nas operações, os “Ali Babás” da trágica estória moçambicana de miséria, ignorância e a desmesurada ambição por parte de quem deveria assegurar uma operação sem problemas. “Era normal chegar um chefe, dar 5 mil meticais e dizer que não viste nada ou vais te embora daqui [ameaça de despedimento]” contou ao SAVANA um agente de segurança privada que assistiu ao vivo ao incêndio de 13 de Dezembro de 2015. E não é para menos: imagens exclusivas a que o SAVANA teve acesso, captadas um minuto antes da explosão, mostram, para além de gente de calções e balalaicas, agentes da PRM e vários funcionários das empresas que ali operam, alguns equipados com coletes re- flectores e capacetes, como impõem as medidas de segurança no local. Saiba como tudo começou e aconteceu Para perceber as raízes daquelas violentas chamas e as imagens chocantes de corpos carbonizados que circularam por todo o mundo a partir de 13 de Dezembro de 2015, é preciso recuar para circulação das pequenas embarcações que descarregavam os bidões em pleno bairro de Incassane, na zona oeste da Catembe Enquanto as embarcações deixavam para trás o Porto da Matola, do outro lado da baía, na Catembe, aquelas eram aguardadas por mais uma equipa integrante da rede: os (des)carregadores, aqueles que transportavam os bidões, nos ombros e na cabeça, até aos locais de armazenamento para depois serem vendidos a preços muito mais baixos dos praticados oficialmente. Este combustível alimentava depois o circuito informal na província de Maputo, incluindo a Estrada Nacional Nú- mero Um (EN1), que liga o país do Sul ao Norte, e a Estrada Nacional Número Quatro (EN4), que liga Maputo e a vizinha África do Sul. Era também o combustível que abastecia parte significativa do também ma- fioso sindicato de “chapa cem”, como são, vulgarmente, conhecidos os operadores privados de transporte de passageiros. Basta lembrar que, mesmo com as tarifas a não compensarem a actividade, os “chapeiros” não faziam tanto “barulho” para o aumento das tarifas, como o fazem agora, justamente porque, em parte, adquiriam o combustível, que é um dos seus custos principais, a preço de candonga no mercado paralelo. Tractoristas, pescadores com embarca- ções de motor fora de bordo e transportadores de encomendas (vulgo delivers), que operam entre Moçambique e África do Sul, eram também dos principais clientes do rentável negócio obscuro. Dos jovens de calções e balalaicas aos grandes chefes Para além de desempregados, envergando calções e balalaicas, sobretudo jovens, o esquema envolvia gente bem posicionada nas várias empresas e instituições ali afectas e que era suposto velarem pelo manuseamento em segurança do combustível em causa. Um especialista sénior na matéria, e que vem acompanhando de perto o assunto, explicou ao SAVANA que, tecnicamente, é impossível que o roubo do combustível tivesse ocorrido sem o conhecimento do pessoal das várias empresas que ali operam e dos agentes de segurança, pública e privada. Mas depois de, no âmbito desta investigação, visitarmos o Porto da Matola e perceber como funciona o processo de descarregamento de combustível, dos navios até aos reservatórios das empresas de venda do produto, ficou claro que nem era preciso entendidos na matéria para se depreender que, sem conivências e cumplicidades dos “de dentro”, era uma missão impossível que “ladrões de fora”, sozinhos invadissem o Porto e roubassem elevadíssimas quantidades de combustível, sem serem descobertos. Ao que constatamos no terreno, para além de funcionários das diversas empresas ali afectas, o Porto da Matola tem um forte cordão de segurança, envolvendo, para além da PRM, empresas do ramo privado. Aliás, ali há pelo menos uma esquadra da PRM e uma unidade do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC). Momentos depois do deflagrar do incêndio, a equipa técnica enviada ao local para as primeiras investigações, foi a tempo de desarmar três agentes da PRM e um outro agente armado, mas à paisana, que se encontravam numa das embarcações que era usada no saque de combustível. Trata-se, por sinal, da única das embarcações do roubo que escapou do incêndio, tendo sido capturada pela referida brigada. Nem mesmo o navio que descarregava cereais no Terminal da STEMA escapou ao furor das chamas. Devido ao negócio que enriquecia as pessoas ali afectas, o Terminal da Matola tinha-se transformado num posto preferencial de trabalho que atraía agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS). “Um dos fuzileiros que morreu no incêndio, estava lá de forma ilegal. Fugiu de onde estava para estar no Terminal, e por isso nem foi indemnizado”, revelou-nos um dos sobreviventes do incêndio. Mas o negócio envolvia também as autoridades comunitárias, pelo menos, da Catembe. O envolvimento de “grandes chefes” na operação pode justificar as intimida- ções, incluindo ameaças de morte, sofridas pelos membros da Comissão de Inquérito criada para investigar o caso, logo depois do incêndio. Investigação sobre a tragédia dos combustíveis no terminal da Matola Uma versão local de Ali Babá e a conduta dos CFM que alimentava muito mais de 40 ladrões Por Armando Nhantumbo e Argunaldo Nhampossa Janeiro de 2010, quando se iniciaram as obras de reabilitação do Terminal de Petróleos, o local por excelência destinado ao descarregamento de combustí- veis no Porto da Matola. É que, para dar lugar às obras de reabilitação daquele Terminal, era preciso recorrer a uma plataforma alternativa para o descarregamento de combustí- vel. Essa alternativa consistiu num pipeline até ao Terminal de Cereais. Sucede que, depois das obras, que terão durado dois anos, a plataforma alternativa não foi desactivada. No dia incêndio, o combustível que estava a ser descarregado destinava-se à Petróleos de Moçambique (PETROMOC). Assim, em condições normais, do Terminal de Petróleos, as substâncias deviam seguir a tubagem até à conduta (manifold) principal e daí abrir-se-ia apenas a válvula que ligava aos reservatórios da PETROMOC, o destinatário dos combustíveis naquele dia. Mas não foi o que aconteceu, tal como não acontecia em ocasiões anteriores. Pelo contrário, na conduta principal estava aberta, pela poderosa rede envolvida no roubo dos combustíveis, uma válvula a mais, que ligava a uma derivação alternativa, que, com o fim da reabilitação do Terminal de Petróleos, deveria ter sido desactivada. Era desta conduta alternativa que o combustível seguia até ao local onde se deu o incêndio, de onde se fazia a drenagem para as dezenas de embarcações que atracavam ao longo do Cais de Cereais. Os dois Terminais são geridos pelos CFM e não pelo Porto de Maputo (MPDC), como geralmente, se confunde. E a conduta principal (manifold), onde foi aberta uma válvula para a derivação, também é gerido pelos CFM. Mas vamos à sucessão dos factos. Festa na aldeia Ao que a nossa investigação apurou, bastava um navio transportando combustível atracar no Terminal da Matola, era uma autêntica “festa na aldeia”. Graças à viciação das condutas, a rede envolvida na operação desviava combustível, drenando-o em bidões de 20 a 30 litros (jerrycans), transportados em dezenas de embarcações que se perfilavam nas águas do mar, em locais bem visíveis e que afastam qualquer teoria de que o roubo tenha ocorrido de forma despercebida. Com as embarcações, completamente, lotadas, havia bidões que, inclusivamente, eram arrastados pelos pequenos barcos debaixo de água até aos pequenos canais que dão acesso às margens, do outro lado da baía, do lado da Catembe, que era a porta de entrada e de saída das embarcações e seus tripulantes. De facto, o circuito era Catembe-Matola-Costa do Sol, este último bairro da cidade Maputo é de onde vinha originariamente a maioria das embarcações, pertencentes sobretudo aos pescadores locais, que tinham no negócio de combustíveis a sua segunda fonte de sobrevivência. É na Costa do Sol, sobretudo, no “bairro dos pescadores”, onde vivem os que se dedicam à pesca na baía de Maputo. Seguimos os rastos do negócio e, do lado da Catembe, por exemplo, deparamo-nos com os estreitos canais envoltos no mangal, cuja dragagem foi obra da acção humana, tudo para permitir a As obras no Terminal de Petróleo terão decorrido de Janeiro de 2010 a Novembro de 2012, mas o que é certo é que, concluída a reabilitação, o pipeline que era usado, alternativamente, para o descarregamento de combustível, não foi desactivado até que se deu a tragédia de Dezembro de 2015. Foi assim que se conseguiu abrir a válvula para mais uma conduta no manifold principal gerido pelos CFM, e daí alimentar os roubos. A questão que aqui se coloca é porquê a plataforma não foi desactivada logo que terminaram as reparações e, em adição, montar-se uma “válvula de abastecimento” para a ladroagem organizada. Para as respostas, contactamos os CFM que, através do director do Terminal da Matola, admitiram ter havido conivência das pessoas que operavam o sistema, com o agravante de serem áreas restritas. “Houve conivência dos trabalhadores dos CFM, de empresas como a STEMA, que viram e não disseram nada. Funcionam duas empresas de segurança que não disseram nada. Houve conivência de alguns membros da polícia e alguém viu aquilo e não denunciou, mesmo havendo esquadra nas imediações. As câmaras mostram uma intrusão fora do normal porque existiam viaturas dentro do cais que acabaram sendo vítimas do incêndio que já era normal”, reagiu Arlindo Domingos Fondo, um quadro sénior dos CFM. Para aquele engenheiro mecânico, “sem violação nada poderia acontecer, por isso, volto a frisar que houve conivência de operadores do sistema que partiram os cadeados”. Por outro lado, “tudo indica que aquele não foi o primeiro dia de roubo, mas não sei dizer quando começaram ou quantas vezes se realizaram” admitiu. Arlindo Fondo explicou que, embora os pontos de derivação, estejam à responsabilidade dos CFM, que fazem a transferência do comAs válvulas dos CFM bustível dos navios para os manifolds, e daí para os reservatórios das empresas, o processo envolve todas as partes interessadas. “São geridos pelos CFM mas operados por todos. No dia da descarga deve estar lá um técnico dos CFM e um representante da empresa [Petromoc]” explicou, sugerindo mais implicados. Entretanto, o director do Porto da Matola nega o envolvimento dos dirigentes das empresas que ali operam, incluindo a sua (CFM). O que admite é apenas o envolvimento do que chamou de “trabalhadores desonestos”. “Trata-se de um e outro trabalhador que se envolve em actividades ilícitas e nós expulsamos. Temos muitos casos e se houvesse conivência da direcção não teria como expulsar”, precisou. Posto isto, perguntamos ao dirigente os porquês, por parte dos responsáveis, da não desactivação da plataforma alternativa logo que terminou a reabilitação do Terminal de Petróleos. Fondo respondeu que não tinha passado pela cabeça que a plataforma seria usada de forma ilícita. “Podemos dizer que as medidas não foram eficazes e por isso houve roubo” reconheceu, acrescentando que, o mais importante é que o sistema foi fisicamente descontinuado. O SAVANA escalou, recentemente, o Terminal da Matola e testemunhou que os três tubos do manifold dois foram selados, tal como o P1 (um dos pontos de ligação dos tubos) que também funcionava, alternativamente. E a saga continua Porém, no Terminal da Matola, onde o SAVANA esteve recentemente, ainda há registo de roubo de combustíveis, mas não nos moldes anteriores, o que sugere que o sindicato encontrou novas formas de sobreviver. “Existem focos e vamos tendo evidências, os vigilantes vão descobrindo bidões escondidos e nós levamos e entregamos à esquadra. Mas ainda não apanhamos alguém a roubar e nas nossas instalações não há roubo”, admitiu Arlindo Fondo, para quem o roubo de combustível é uma actividade criminosa muito organizada. “Mas posso de garantir que naquele local onde houve incêndio já não há roubo de combustíveis porque desconectámos a tubagem e lavámos com água para não ter os vapores que pudessem causar acidentes”, reiterou a fonte. As marcas do incêndio, 21 meses depois, continuam presentes na plataforma da STEMA, onde decorrem obras de reposição do que o fogo devorou. Em Dezembro de 2016 foi realizada uma missa colectiva na Catembe, em memória às vítimas, por ocasião da passagem de um ano após o seu desaparecimento físico, numa cerimónia dirigida pelo régulo de Incassane, Inácio Tembe, o indiciado que nega envolvimento. A imagem captada via satélite (Google Earth) mostra o circuito do roubo, da Matola, Catembe, à Costa do Sol. Contactado pelo nosso jornal, um dos elementos da referida Comissão, manifestamente intimidado, escusou-se, redondamente, a prestar qualquer pronunciamento sobre o caso, mesmo sob a condição de anonimato. “Estejam preparados para receber alguns telefonemas (…)”, alerta-nos outra fonte conhecedora do dossier. O SAVANA sabe que o relatório produzido pela Comissão de Inquérito já foi concluído, mas, estranhamente, ainda não foi tornado público e, pelo menos até Maio último, quando as nossas investigações prosseguiam, não tinha sido entregue à autoridade portu- ária. É através deste canal que as embarcações entravam e saíam do Porto da Matola. Esta é uma das conexões da plataforma alternativa de descarga de combustível que havia sido viciada para permitir o saque. Houve vários conivêntes - Arlindo Fondo, director do Porto da Matola 16 Savana 29-09-2017 NO CENTRO DO FURACÃO SOCIEDADE A solução ideal que seja para férias ou para uma viagem de negócio. O ambiente é extremamente confortável e cuidados ate nos mínimos pormenores. Com uma localização privilegiada, é um excelente ponto de partida. 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O incêndio estava prestes a deflagrar e só escapou graças a uma escada alternativa porque a saída principal, que coincide com a plataforma do STEMA, já estava em chamas. Causas do incêndio Uma das causas apontadas para o incêndio da Matola tem que ver com uma eventual ligação de um motor fora de bordo. A teoria diz que a vela foi acesa para se tentar reparar a avaria do motor fora de bordo. “Tecnicamente, [o incêndio] resultou de uma faísca que aconteceu, acidentalmente, num dos motores dos barcos envolvidos no roubo. Como aquilo estava num ambiente designado de atmosfera explosiva, porque gasolina liberta gás ou vapores que são comburentes, para existir uma combustão, naquele ambiente, só faltava uma fonte de ignição que foi uma faísca”, explicou, ao nosso Jornal, o director do Porto da Matola, Arlindo Fondo. Mas na versão da equipa de bordo do navio que transportava combustíveis no dia da tragédia, não houve qualquer ligação de motor, mas sim, uma explosão de vapor, visto que, na corrida para o descarregamento para os bidões, não restava tempo para os cuidados que se impõem no manuseamento de tão perigosas substâncias. Como tal, havia quantidades signi- ficativas de vapores libertados pelos combustíveis que, para a equipa de bordo, foram a causa do incêndio, na hipótese de alguém, por exemplo, ter acendido um cigarro ou isqueiro. Para a equipa de bordo, não restam dúvidas de que “foi uma explosão tí- pica de vapores”. Por detrás dos números RÀFLDLV Os dados oficiais tornados públicos depois do incêndio davam conta de 7 vítimas mortais, mas a calcular por imagens confidenciais a que tivemos acessos e relatos de sobrevivente e outras fontes de dentro do Terminal da Matola, o número de vítimas estão acima dos dados revelados oficialmente e enquadrados no “politicamente correcto”. Só no dia do incêndio, terão sido encontrados a flutuarem nas águas do Oceano Indico, junto ao Porto, 18 corpos carbonizados. Mas estima-se em mais de 50 pessoas, maioritariamente, jovens, que estavam na opera- ção naquele dia. “Há pessoas que morreram naquele acidente, que nunca foram e nunca serão encontradas”, assegurou uma fonte que impôs anonimato. Há os que se conseguiram abrigar debaixo da plataforma de descarregamento. São sobreviventes que, entretanto, contraíram queimaduras e que, hoje, se transformaram em marcas indeléveis do desastre. Da Catembe à Costa do Sol, há gente com manchas esbranquiçadas a denunciarem a violência de um incêndio que nunca sairá de suas memórias. Mas há também os que escaparam, pois, apercebendo-se do perigo iminente, preferiram abandonar o local com os bidões que já tinham conseguido encher. Instantes após o incêndio deflagrar, rebocadores e pilotos foram despachados para apoiar a debelar as chamas pelo mar, retirar os navios, bem como recuperar o combustível que havia sido drenado para os bidões. Recuperaram, na hora, três corpos e 100 bidões, mas passados dois dias, outros corpos e bidões continuavam dispersos na água ao redor do terminal. $LQGDUHLQDGHVFRQÀDQoD Durante a pesquisa de campo, escalámos as zonas circunvizinhas do local dos factos, mas ninguém aceitou falar. Quase dois anos depois, ainda reina uma total desconfiança no seio daqueles que um dia tiveram naquele negócio uma das suas fontes de sobrevivência. O medo de serem denunciados, num negócio em que a responsabilidade recai sobre os mais fracos, parece justificar a animosidade perante os jornalistas. E não é para menos. Alguns dos sobreviventes do incêndio até hoje continuam a ver o sol aos quadradinhos, segundo juras repetidas dadas ao nosso jornal. À nossa chegada à Catembe, chama- -nos à atenção a desconfiança entre os residentes locais. Um grupo de jovens seguiu-nos durante dois quilómetros para alertar o régulo Inácio Tembe, sobre a chegada de “intrusos” à zona. Tomámos nota e, tempos depois, também estávamos em casa de Inácio Tembe que, ao que nos foi garantido, estava envolvido no negócio. Pouco receptivo, respondeu-nos de forma lacónica, quando o abordámos sobre o caso: “não tenho informações sobre isso”. Com a zona em alerta, o “não tenho informações” era o denominador comum entre todos os residentes por nós interpelados. Um camponês chegou a nos responder que era novo na zona, embora a machamba onde se encontrava possuísse produtos já em fase de colheita. Na verdade, uma colheita falhada. Perante nossas insistências, remeteu- -se ao silêncio. Apenas dois caçadores, com quem nos cruzamos nas matas da Catembe, mostraram abertura para nos explicar de onde eram transportados os bidões de combustíveis. “É como ladrões de gado (bovino) que saem de longe para roubar num outro local, não o fazem sem a colaboração dos locais”, filosofa um deles, por sinal o mais velho. De repente vai irromper o mais novo caçador: “em casa do chefe (régulo) é aí onde se ouve esse som [mal se ouvia uma música]. Se o chefe não vos disser nada, é por má fé”, diz, enquanto um dos cinco cães que lhes faziam companhia na jornada nos cheiravam intensamente. Participou, por isso, testemunha Foram necessárias várias diligências e viagens para a Catembe de modo a encontrarmos alguém que estava metido no negócio. Vamos tratá-lo pelo nome fictício de Mateus. Faz parte de uma família que, ela própria, estava envolvida no negócio. No dia em que o incêndio deflagrou, Mateus estava numa festa, por isso, não participou do roubo. Mas perdeu um total de oito familiares, dos quais seis primos e dois cunhados. Quando chamado a passar o seu testemunho, quase que deita lágrimas. “Falar de combustível (…) a família só chora pelo que aconteceu”, relata. São memórias trágicas que nem o tempo irá apagar, à semelhança daqueles que ficaram órfãos ou viúvas porque os pais e maridos saíram para uma jornada sem regresso no dia 13 de Dezembro de 2015. Para além de parentes, Mateus perdeu a pequena embarcação que era o seu ganha-pão. Foi devorada pela fú- ria das chamas que ele mesmo ajudou a causar. Segundo a fonte, cada embarcação atracava com cerca de 50 a 70 bidões, numa média semanal de duas a três vezes. Conta que, por cada 30 litros de combustível, se pagavam 500 meticais para os funcionários ali afectos, que faziam as ligações clandestinas de tubos, numa média de 16, que drenavam combustível para as embarcações. Significa que por cada 50 ou 70 bidões, o equivalente a uma embarcação, 25 mil e 35 mil meticais, respectivamente, ficavam nos bolsos dos funcionários ali afectos. Mas esse valor sobe se lembrarmos que eram dezenas de embarcações envolvidas no negócio. Só por 10 embarcações, por exemplo, os agentes encaixavam 250 e 350 mil meticais, respectivamente. Se multiplicado por três vezes/semana eram 750 mil a um milhão de meticais. A amostra pode ajudar a perceber porquê o negócio “não era descoberto” antes do incêndio: riqueza fácil. Mateus é peremptório em afirmar que, por outro lado, havia agentes dos vários ramos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) envolvidos e que, em média, recolhiam, por operação, dois mil meticais para os seus bolsos. O resto é uma questão aritmética. Savana 29-09-2017 17 PUBLICIDADE SOCIEDADE No intuito de desenvolver o gosto pela literatura e pela escrita, o Conselho Municipal de Maputo (CMM) e a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) instituem o “Prémio Literário 10 de Novembro” homenageando deste modo o Dia da Cidade de Maputo. O Prémio tem periodicidade anual, tendo a sua primeira edição sido realizada em 2005, de acordo com o Memorando de Entendimento celebrado entre o Conselho Municipal de Maputo e a Associação dos Escritores Moçambicanos, que faz parte integrante do presente Regulamento e que estabelece as normas reguladoras do Prémio Literário 10 de Novembro, conforme o articulado seguinte. Artº1 'HÀQLomR O Prémio Literário 10 de Novembro foi instituído em valor PRQHWiULR DWULEXtGRDXPHVFULWRU D YHQFHGRU D FRPRÀWR de incentivar e consolidar os hábitos de leitura e de escrita e de promover e valorizar a literatura moçambicana. Artº2 &RQGLo}HVGH$GPLVVmR Podem concorrer ao prémio, escritores nacionais com ou sem livro (s) publicado (s), residentes na Cidade de Maputo Artº3 3XEOLFLGDGHGR&RQFXUVR O anúncio do concurso de cada edição será feito através dos órgãos de comunicação social. Artº4 1DWXUH]DGRVWUDEDOKRV Os géneros literários elegíveis para efeitos do concurso são: a poesia e a prosa, em regime alternado anual. Artº5 4XDOLGDGH 1. São admitidos ao concurso, trabalhos inéditos e não publicados, escritos em português e submetidos aos critérios técnico-literários de cada uma das edições. 2. Serão liminarmente excluídos os que violarem no todo ou em parte as normas do presente Regulamento. Artº6 9DORU3HFXQLiULR O Prémio Literário 10 de Novembro tem o valor monetário de 100.000.00 MT (Cem mil meticais) e será entregue ao vencedor em cerimónia pública, no âmbito das festividades do dia 10 de Novembro de cada ano. $UWž &ULWpULRVGDHGLomR 1. Os trabalhos concorrentes deverão ser entregues na sede da AEMO, em quatro exemplares, com tratamento do texto em tamanho A4, a espaço simples e fonte 12, com um mínimo de 30 páginas e um máximo de 50, até ao dia 20 de Outubro do ano em curso. 2. No acto da entrega dos trabalhos, os autores receberão um comprovativo do depósito da obra. Artº8 &RQÀGHQFLDOLGDGHGRV&RQFRUUHQWHV Os concorrentes devem apresentar-se ao concurso sob pseudónimo, devendo juntar ao processo a sua identidade civil e morada, dentro de um envelope fechado e devidamente assinalado no exterior com a inscrição “Prémio Literário 10 de Novembro”, seguida do pseudónimo pessoal. Artº9 3UD]R O resultado do concurso será divulgado publicamente no dia 10 de Novembro, dia da Cidade de Maputo. Artº10 (GLomRGRWtWXORYHQFHGRU O CMM e a AEMO poderão editar a obra vencedora, por sua própria iniciativa, ou cedendo-a a alguma instituição interessada, mediante acordo; ou ao próprio autor, desde que salvaguardado o prestígio do prémio. Artº11 (Lançamento da Obra) A obra a publicar, no âmbito deste prémio literário, será lan- çada no ano imediatamente posterior ao ano do concurso, em data coincidente com a celebração do Dia Mundial do Livro. Artº12 &RQVWLWXLomRGR-~UL 1.O Júri do “Prémio Literário 10 de Novembro” é composto por três personalidades de reconhecido mérito, das quais duas indicadas pela AEMO e uma indicada pelo CMM. 2. O presidente do júri é, democraticamente, escolhido de entre eles. 3. O valor monetário total a pagar ao júri é de 24.000.00Mt (Vinte e quatro mil meticais), cabendo a cada elemento do júri, 8.000.00Mt (Oito mil meticais) Artºt13 )RUPDGH'HOLEHUDomR O Júri delibera por maioria simples e do resultado do concurso será lavrada uma acta, mesmo que não seja apurado o vencedor, por manifesta falta de qualidade literária dos trabalhos apreciados. Artº14 5HFXUVR Da decisão do júri não cabe recurso Artº15 (QWUDGDHP9LJRU O presente Regulamento entra imediatamente em vigor. 081,&Ì3,2'(0$3872 BBBBBBBBBBB &216(/+2081,&,3$/ 5(*8/$0(172'235e0,2/,7(5É5,2 '(129(0%52 18 Savana 29-09-2017 OPINIÃO Registado sob número 007/RRA/DNI/93 NUIT: 400109001 Propriedade da Maputo-República de Moçambique KOk NAM Director Emérito Conselho de Administração: Fernando B. de Lima (presidente) e Naita Ussene Direcção, Redacção e Administração: AV. Amílcar Cabral nr.1049 cp 73 Telefones: (+258)21301737,823171100, 843171100 Editor: Fernando Gonçalves editorsav@mediacoop.co.mz Editor Executivo: Francisco Carmona (franciscocarmona@mediacoop.co.mz) Redacção: Raúl Senda, Abdul Sulemane, Argunaldo Nhampossa, Armando Nhantumbo e Abílio Maolela )RWRJUDÀD Naita Ussene (editor) e Ilec Vilanculos Colaboradores Permanentes: Fernando Manuel, Fernando Lima, António Cabrita, Carlos Serra, Ivone Soares, Luis Guevane, João Mosca, Paulo Mubalo (Desporto). Colaboradores: André Catueira (Manica) Aunício Silva (Nampula) Eugénio Arão (Inhambane) António Munaíta (Zambézia) Maquetização: Auscêncio Machavane e Hermenegildo Timana. Revisão Gervásio Nhalicale Publicidade Benvinda Tamele (82 3171100) (benvinda.tamele@mediacoop.co.mz) Distribuição: Miguel Bila (824576190 / 840135281) (miguel.bila@mediacoop.co.mz) (incluindo via e-mail e PDF) Fax: +258 21302402 (Redacção) 82 3051790 (Publicidade/Directo) Delegação da Beira Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A Telefone: (+258) 825 847050821 savana@mediacoop.co.mz Redacção admc@mediacoop.co.mz Administração www.savana.co.mz Cartoon EDITORIAL C om alguma justificação, reina na sociedade moçambicana uma grande expectativa sobre os resultados a serem anunciados este fim de semana, com a conclusão dos trabalhos do décimo primeiro congresso do partido Frelimo, que decorre desde a última Terça Feira na cidade da Matola. Essa expectativa torna-se redobrada depois do discurso animado e promissor apresentado pelo Presidente Filipe Nyusi, durante a cerimónia inaugural do evento, traçando um conjunto de iniciativas políticas que ao se concretizarem poderão, de forma radical, transformar positivamente o panorama político, económico e social de Moçambique nos próximos anos. À semelhança do que aconteceu no dia 15 de Fevereiro de 2015, quando assumiu as funções de Chefe de Estado, o discurso de Nyusi na abertura do congresso marca uma rotura radical com o passado, indiciando o surgimento de uma nova era, e de uma nova cultura de estar e de fazer as coisas no sistema político dentro da Frelimo em particular, mas também uma abordagem inovadora na administração do Estado. “Não pode, caros camaradas, existir qualquer dúvida: O combate à corrupção é o mais urgente e vital de todos os desafios. Neste domínio não podemos adiar. Não podemos tolerar (…)”, disse Nyusi. E no capítulo da descentralização, um assunto ainda sensível para certos sectores conservadores dentro da Frelimo, advertiu para a necessidade dos membros desta organização estarem “preparados para operar mudanças (...) e continuar a assumir a liderança das transformações que se impõem no Século Vinte e Um”. A descentralização, disse Nyusi, nunca deve ser confundida como representando um conflito com a “preservação da nossa maior conquista que é a unidade nacional”. Na sua visão, “uma governação mais eficiente e participada (...) necessita do suporte de uma descentralização ponderada e responsável”. Acontece, porém, que muitas vezes na vida, o desejo triunfa sobre a realidade. Como diz um velho ditado popular, de boas intenções o inferno está cheio. Ou seja, não basta ter boas intenções se não houver uma vontade colectiva para as concretizar. A questão da corrupção torna-se muito complexa porque ela envolve um longo e tortuoso circuito que muitas vezes torna difícil de entre vários membros de uma organização identificar os corruptos e os não corruptos. A corrupção começa com pequenos actos de desvio comportamental, mas que perante a complacência colectiva, em nome do imperativo de uma suposta coesão de grupo, se vai alastrando até atingir enormes proporções. Depois, todos os membros do grupo ficam contaminados, e nessa altura ninguém de entre eles tem o poder moral para apontar o dedo aos outros. Quando Nyusi diz que não se pode tolerar ou adiar o combate contra a corrupção, deve haver o pressuposto de estar preparado e disposto a ter que romper com esta relação mutuamente parasítica que tem caracterizado a vida dentro da Frelimo. Ele precisa de ter a consciência de que possivelmente essa luta o fará perder camaradas que ele tanto admira e respeita. Mas esse será o preço a pagar para ter o povo em seu redor, galvanizando-o para que tenha mais coragem e determinação para atingir o sucesso. O ponto de partida é muito simples. É preciso olhar para o nível de produção económica de Moçambique e procurar saber se a riqueza individual que alguns ostentam é uma fracção dessa produção. Se não for, não significa necessariamente que essa riqueza seja produto de actos ilícitos, mas pode ser um forte indício de que ela não provenha de uma actividade económica convencional. Esta deve ser a postura a ser adoptada pelo Estado, não só pela Frelimo em relação aos seus membros. O combate contra a corrupção deve ter uma componente muito forte de um Estado que questiona os seus servidores públicos sobre como conseguem viver para além daquilo que os seus rendimentos lhes devem permitir. Esta vigilância não pode ser confundida com uma intromissão excessiva na vida das pessoas. É uma forma que o Estado deve encontrar para se proteger da vulnerabilidade de estar contaminado de um flagelo que pode minar a credibilidade e a eficácia das suas próprias instituições. Ela própria, a Frelimo, não se deve simplesmente contentar-se em receber donativos ou apoios, e não procurar saber como é que esses apoios foram obtidos pelos seus doadores, como parece estar a acontecer. É em algumas destas doações onde a armadilha é feita, onde o partido se torna comprometido, com as mãos atadas e incapaz de agir contra más práticas. Tomar este tipo de acções não estaria, de resto, tão distante do que Nyusi disse no seu próprio discurso: “Esse grau de zero tolerância (sic) deve começar no nosso próprio seio, os nossos militantes devem ser um exemplo”. Esperamos pois, que tenham ouvido o grito do seu próprio presidente. Se Nyusi não conseguir implementar as promessas discursivas da última Terça Feira, ele colocará em causa a sua própria credibilidade. Mas mais do que isso, ninguém mais acreditará na Frelimo. Em momento de congresso, Nyusi aponta caminho da rotura “ Dar caça à senhora Merkel”, eis uma promessa do líder da extrema-direita, Alexander Gauland, para levar muito a sério porque vai condicionar a política alemã e condenar ao fracasso as ambi- ções de reformas da União Europeia. O asco à chanceler, acusada de fazer perigar a identidade nacional ao escancarar as portas a migrantes e refugiados muçulmanos, concentrou na Alternativa para a Alemanha (AfD) o voto de protesto, atraindo 1,2 milhões de novos eleitores, desviando cerca de um milhão de anteriores votantes conservadores e meio milhão de sociais-democratas. Presente em 13 dos 16 parlamentos estaduais, a AfD ao conseguir 13% de votação nacional (com uma média de 21% nos cinco estados do Leste que integraram a RDA até 1990) conteve, ainda, nos 9% o eleitorado de esquerda e extrema-esquerda que desde 2007 se congrega em Die Linke, parceiro de governo nos Länder de Berlim, Brandemburgo e Turíngia. A radicalização metamorfoseou o movimento surgido em 2013 nos meios intelectuais contestando a razoabilidade do euro, moeda tida como responsável por disfunções estruturais, numa frente populista em que predominam fúrias xenófobas e racistas. Acentuar uma oposição nacionalista, reivindicando a pureza de valores alemães, é, de resto, a linha a seguir à custa de cisões de alas menos radicais, a exemplo do que aconteceu com os Verdadeiros Finlandeses ou o Partido da Liberdade austríaco. Para ganhar coesão, a AfD repudiará qualquer compromisso na UE que possa ser visto como diluição de poderes soberanos ou concessão de transferências financeiras à custa do A caça a Merkel e a arrogância de Macron Por João Carlos Barradas contribuinte teutónico. Nem sequer Os Verdes que seguraram o seu eleitorado (8%) podem ignorar tal retórica a que conservadores e liberais (em alta para os 11%) recorrem com frequência, com a anuência de sociais-democratas. Um eleitorado volátil contribuiu para a pulverização do sistema partidário, confirmando o peso importante de sectores de extrema-direita (à semelhança de França, Holanda e Áustria) o que na Alemanha obrigará a negociar uma coligação inédita a nível nacional entre conservadores, liberais e verdes. Os cristãos-sociais sofreram uma sangria de 11% a favor da AfD, quedando-se pelos 39% (o pior resultado desde 1949), levando o líder conservador em Munique, Horst Seehofer, a declarar prioritária a contenção da extrema-direita nas eleições do pró- ximo Outono na Baviera. Martin Schulz, responsável pelo pior resultado dos sociais-democratas desde o pós-guerra (21%), esgotados por quatro anos de coligação com os conservadores - que do salário mínimo ao casamento para homossexuais adoptaram causas à esquerda -, aventou que a oposição não pode tornar- -se exclusiva da extrema-direita. Merkel sofreu uma quebra eleitoral de 9%, quedando-se os conservadores pelos 33%, fracassando no intento de ignorar o desafio da AfD de centrar a discussão política na ressaca da abertura irrestrita de fronteiras no Verão de 2015. Sustentando um imperativo ético de ajuda a refugiados no argumento economicista de que migrantes jovens dinamizariam a prazo uma Alemanha carente de mão-de-obra, Merkel cedo foi confrontada com inépcias administrativas e resistências a quotas de acolhimento. O acto unilateral que Merkel tentou em vão impor a parceiros europeus a braços com potenciais tensões étnicas e reais constrangimentos económicos acabou, por sinal, por dar lugar, em 2016, a um iníquo e periclitante acordo com a Turquia para repatriamento de migrantes, ignorando direitos de refugiados. A extrema-direita ganhou asas e envenenou a negociação entre conservadores, liberais e verdes sobre quotas e qualificações de candidatos a residência e trabalho na Alemanha ou criação e gestão política de um orçamento comum na Zona Euro. Emmanuel Macron nas eleições parciais para o Senado de domingo viu a oposição republicana e centrista confirmar a maioria que detém no Palácio do Luxemburgo desde 2014 e pena para fazer avançar reformas laborais e económicas. Ainda assim, o Presidente francês foi à Sorbonne insistir em planos para uma UE a duas velocidades, com convergência fiscal e social numa Zona Euro de orçamento comum tutelada por um ministro das Finanças, parcerias de defesa, listas transnacionais para deputados ao Parlamento Europeu. As propostas de Macron visando integração política, independentemente do seu eventual mérito, plausibilidade e eficácia, estão condenadas ao fracasso e representam um acto de voluntarismo arrogante. O Júpiter do Eliseu em má hora surgiu a inquinar ainda mais as negocia- ções para uma coligação instável em Berlim quando na CDU os candidatos e candidatas marcam posição para a disputa pela sucessão da chanceler. Jornalista. Jornaldenegocios.pt Savana 29-09-2017 19 OPINIÃO 547 Email: carlosserra_maputo@yahoo.com Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com Uma modalidade de omissão de alternativas - frequente a vários níveis da nossa vida, aí compreendido o nível jornalístico - acontece quando a emoção substitui a razão e o individual cede lugar ao colectivo causal. Assim, por exemplo, suponhamos que após um jogo entre duas equipas de futebol, a Equipa A e a Equipa B, terminado empatado, e depois que os jogadores se preparam para regressar a casa, o jogador X da Equipa A Colectivação da agressão é agredido pelo jogador Y da Equipa B, sendo necessário receber cuidados médicos. De imediato, furiosos, jogadores e adeptos da Equipa A multiplicam pela rádio rua e pelos jornais a tese de que a agressão foi efectuada pela Equipa B contra a Equipa A. A natureza meramente individual do acto é substituída pela colectivização causal, a generalização abusiva expulsa o individual do fenómeno. E m princípios deste Setembro, a minha vida entrou num ciclo regido pelo signo do improvável. O primeiro sinal aconteceu-me às primeiras horas daquela sexta-feira, dia 1, quando a minha “assistente social” me veio anunciar uma visita. Foi estranho, porque todos os meus amigos e pessoas que se relacionam comigo sabem que não acolho chamadas telefónicas nem visitas antes das 11 da manhã. Não é que eu acorde tarde: o que acontece é que, há já vários anos, cultivo a rotina de, entre as 7 e as 10, fi- Silêncio polar car a sorver lentamente uma chávena de chá com limão ou café, mergulhado num intenso exercício de masturbação mental, cujo resultado, quando o transporto mais tarde para o papel ou para a tela, me garante o sustento e dá sentido à minha vida. Perguntei-lhe quem era, e ela respondeu-me: – “O avô já me disse várias vezes que não estou autorizada a perguntar a identidade das pessoas que o vêm visitar.” – “Tens razão. Diga-lhe para se sentar e vai-lhe servindo alguma coisa, enquanto dou um jeito no meu visual.” Entre contrariado e acicatado pela curiosidade, dei um jeito na minha aparência, passei rapidamente pelos lavabos e, quando entrei para a sala, a minha assistente acabava de colocar perante aquela minha misteriosa visita uma bandeja com duas rodelas de ananás fresco, uma manga e uma jarra com sumo de melancia fresco e gelado. Olhei para ele espantadíssimo e disse, sem entusiasmo – “Emiliano!” Ele levantou-se e pude rapidamente chegar à conclusão de que se mantinha o mesmo Emiliano Paulo Zapata que eu tinha conhecido nos verdes anos da minha infância: alto, seco de carnes, de braços e pernas longos, fei- ções muito acentuadas e lábios a puxar para o grosso. Mas descobri nele uma certa debilidade física, que talvez fosse reflexo de uma debilidade mais profunda ainda, de foro mental. Um sexto sentido colocou-me uma lâmina de gelo a percorrer-me a espinha, provocado talvez pelo prenúncio de más notícias. Abraçámo-nos e eu disse-lhe que se sentasse e se servisse. Enquanto se atirava avidamente para o conteúdo da bandeja, recuei para a última vez que nos tínhamos visto e abraçado. Fora em vésperas do início do ano lectivo de 1965, quando, depois de concluirmos a 4.ª classe do ensino primário, e sendo filhos de famílias remediadas, fôramos encaminhados para o ensino técnico-profissional: eu para a Escola General Joaquim de Araújo e ele mais longe ainda, para a Escola de Artes e Ofícios de Moamba. Perguntei-lhe, meio estupidamente – “O que te deu para me procurares passados estes cinquenta e tal anos, e como me localizaste?” Ele passou por cima da minha insinuação de descon- fiança e respondeu-me: – “A necessidade aguça o engenho. Terei tempo de explicar o que se passou na minha vida durante este mais de meio século de separação. Posso dizer-te, por agora, que durante este tempo cirandei por tudo o que é país nesta zona, desde a Suazilândia à África do Sul, ao Botsuana, ao Lesotho, ao Malawi e até mesmo ao sul da Tanzânia. Tive anos muito prósperos no início, mas depois o céu caiu-me em cima e agora volto mais ou menos com uma mão à frente e outra atrás, como se diz. Procurei-te porque me lembrei de que, em nome da nossa antiga amizade, talvez me pudesses ser útil. E comecei a seguir a tua pista desde a tua casa paterna, no Chamanculo. Levei quase duas semanas para te localizar, mas quem procura encontra.” Olhei para ele e não disse nada. Entre uma garfada e outra na fruta e um gole prolongado no sumo, ele continuou: – “Venho pedir-te um favor: estou de regresso à minha terra natal em Funhalouro, mas sem um tusto no bolso. Não quero que me dês dinheiro, porque estou à espera duma compensação do último local onde trabalhei na África do Sul. Mas não sei exactamente quando poderá chegar, talvez daqui a duas ou três semanas. Quero que, durante esse período, me dês tecto e mesa, em nome da nossa amizade de infância.” Olhei para ele e achei a sua atitude um pouco desavergonhada e despropositada. Então, em nome de uma amizade que se tinha dissipado havia 52 anos, vinha pedir tecto e mesa? Abri a boca para lhe dizer que nos últimos 32 anos eu levava uma vida de eremita, desde que me tinha acontecido o acidente de viação em que a minha mulher e o nosso único filho tinham morrido carbonizados a caminho da Beira, e que, desde aquela altura, nunca mais me vira em condi- ções de viver com alguém. Mas não consegui dizer. Olhei para a voracidade com que ele atacava a bandeja, fechei a boca e mantive-me num silêncio que, bem o via, seria a marca da minha vida dali em diante. O mutismo a que me tinha votado até ali tinha sido voluntário. Agora era diferente, pois via-me obrigado a calar-me para disfarçar a sensação de imenso desconforto em que me encontrava. Engoli, portanto, aquele silêncio com a lâmina de gelo, que deslizou pelo tubo digestivo abaixo até ancorar no fundo do estômago, transformado numa pequena lagoa de água gelada. Há dias ouvi o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a justificar a sua ida a Angola para a tomada de posse de João Lourenço. “Há um presidente eleito, e o presidente da República de Portugal, uma vez convidado, vai à posse do novo presidente da República de Angola, pensando nas relações fundamentais que existem entre milhares e milhares de portugueses que estão em Angola e também alguns milhares de angolanos que estão em Portugal.” Marcelo, o “homem dos afectos”, mostrou como as relações entre Angola e Portugal são traiçoeiras, mesmo para um homem com o seu gabarito verbal. É ponto assente que o presidente de Portugal representa os portugueses. Por isso, teria bastado dizer que vai representá-los no seu todo. Quanto aos “angolanos que estão em Portugal”, certamente não é o presidente português quem os representa. Além disso, o MPLA não permite que os angolanos na diáspora, incluindo em Portugal, votem. Não é a representação de Marcelo que vai suprir esse direito constitucional negado aos angolanos em Portugal. Sobre os “portugueses em Angola”, temos aqui uma tese ofensiva amplamente difundida pelas classes política e empresarial, segundo a qual Portugal deve estar à disposição do MPLA para salvaguardar os interesses económicos e de segurança dos portugueses em Angola. Essa tese suscita duas leituras. Primeiro, o MPLA – agora com a presidência bicéfala de José Eduardo dos Santos e João Lourenço – está colado ao poder e, por isso, é o único elemento que pode conceder oportunidades de negócios e proteger os portugueses. Esta é, mais ou menos, a leitura portuguesa. A segunda leitura, mais de feição angolana, é crua. Se só o MPLA pode garantir negócios a Portugal e defender os portugueses em Angola, então é porque todos os outros angolanos que não são do MPLA e não estão no poder são – aos olhos dos poderes portugueses – uma ameaça aos inteMarcelo e os portugueses em Angola Por Rafael Marques de Morais* resses comerciais e à segurança dos portugueses em Angola. Assim, Portugal pode desculpar qualquer acção que o MPLA empreenda contra o seu próprio povo, porque isso serve os interesses dos portugueses. Há dias, falei com uma amiga portuguesa que esteve pela primeira vez em Angola durante as eleições. Circulou de táxi de um lado para o outro e regressou ao seu país encantada com os angolanos, o povo em geral, descrevendo algumas pessoas como “personagens fantásticos, dignos da melhor literatura”. Sentiu-se apenas intimidada e desconfortável com a arrogância e o exibicionismo da nomenclatura do MPLA, no meio de tanta miséria. De um modo geral, este tipo de opiniões, vindas de simples cidadãos, não interessa a Marcelo, nem aos políticos, empresários e comentaristas portugueses que fazem consultorias para o regime angolano. Marcelo também mencionou os outros países que reconheceram os resultados de umas eleições sem apuramento de votos em 15 das 18 províncias. Portanto, Portugal não está sozinho. Marcelo foi apenas o primeiro e o único estadista a felicitar o regime, mesmo antes de o próprio órgão eleitoral do regime, a CNE, ter declarado a vitória do MPLA. Democracia é isso mesmo. Não é? Neste cenário, os angolanos que não são do MPLA e que criticam a postura de Portugal são simplesmente classificados como tolos. Há uma história comum de 500 anos, em que Portugal escravizou e colonizou os angolanos. Portanto, a relação entre os dois povos nunca foi de amizade nem de interesses comuns. Sempre foi como Portugal bem entendeu. Todavia, em 1975, não foi o povo angolano quem pôs os portugueses em fuga atabalhoada, com uma mão à frente e outra atrás. Foi o MPLA. Não foi o povo angolano, essa ameaça aos interesses económicos e à segurança dos portugueses, quem entregou o poder ao MPLA em 1975. Foi a própria liderança política portuguesa. Na altura, quem o fez achava – como me confidenciou um antigo diplomata português – que os do MPLA “eram os que mais se pareciam connosco” (a tese do lusotropicalismo). De igual modo, foram o Partido Comunista Português (PCP), que estava a dar cartas em Portugal, e o Movimento das For- ças Armadas (MFA) quem primeiro convenceu os cubanos e os soviéticos a entrarem em Angola, dando cobertura ao MPLA, que se instalou no poder. Isto mesmo reiterou Otelo Saraiva de Carvalho em diversas ocasiões. Nem adianta falar dos anos de Cavaco Silva e de Durão Barroso, e da implementação dos infames Acordos de Bicesse, assinados em 1990. Também eles usaram do mesmo preconceito e da mesma parcialidade dos comunistas. Nem sequer adianta mencionar o envolvimento de uma empresa portuguesa, a SINFIC, que foi instrumental para a manipulação das eleições de 2012 e de 2017. O cerne da desgraça e da tragédia dos angolanos parte sempre de Portugal. O presidente português bem poderia ter dito que vai a Angola porque é uma oportunidade para transmitir o “afecto”, mesmo que cínico, do povo português para com o povo angolano. Poderia também ter dito que vai transmitir o apoio e o encorajamento de Portugal ao novo presidente para enfrentar os desafios do desenvolvimento humano em Angola. E ficaríamos todos contentes, incluindo o próprio presidente eleito e o MPLA, porque o cinismo é uma característica que nos une. Pensei que o presidente dos “afectos” tivesse tacto diplomático para lidar com Angola. Enganei-me. Mas não me engano quanto à hospitalidade, ao sentimento de amizade, à capacidade de perdoar e à tolerância do povo angolano. Bem-vindo a Angola, camarada Marcelo. *makaangola.org 20 Savana 29-09-2017 OPINIÃO SACO AZUL Por Luís Guevane O lha-se com alguma atenção para a relação que, provavelmente, poderá vir a existir, entre as boas intenções discursivas e suas reais materializações. Este olhar cauteloso fundamenta-se na experiência adquirida da práxis política não só em Moçambique como um pouco por toda a África e, particularmente, na região subsaariana. É um procedimento estrategicamente válido e digno de avaliação positiva a apresentação de discursos que vão ao encontro daquilo que se pensa que a plateia deseja ouvir. Entretanto, passado algum tempo, acomodado na crença da existência de uma curta memória colectiva, o político “esquece-se” do seu próprio discurso. Nesse lapso de tempo, em que o discurso tende a ser letra morta, a imagem do político cai, paulatinamente, no ridículo diante de sucessivas portas de incoerência que lhe Vendedor de promessas batem à cara. Mas, a forte crença em dias melhores nunca se esgota. Este processo resiste até ao discurso seguinte, musculado pela assumpção de que governar é manobrar. Estas ideias valem como resultado da prática histórica recente; sugerem e desafiam a um assumir da desejada mudança. É importante, então, que o discurso seja mantido como “letra viva”, seja materializado sem preconceitos, sem medo de rupturas, sem receios de abraçar os fundamentos do processo de paz e do desenvolvimento nacional. Nesse movimento, a unidade nacional não deve continuar no seu formato assumidamente abstracto caracterizado por um traço polí- tico contundentemente anémico. Deve deixar de ser uma espécie de tribalismo numa versão confusa de poder de aldeia em escala nacional. A causa fundamental que imprime a unidade nacional é o desenvolvimento do país. Não há unidade nacional quando o país vive uma paz incerta, quando os níveis de pobreza são elevados ou quando ainda não se percebe, ou se finge não perceber, que há vantagens na separação de poderes, que é urgente a libertação do Estado, que é preciso traduzir a inclusão em prática comum. É urgente assumir a mudança, vivendo-a, praticando-a, acarinhando-a. A estagna- ção, num mundo em constantes mudanças, tem pesados custos políticos, económicos e sociais. Tinha razão quem defendia que é preciso correr. Foi mal compreendido: os seus colaboradores, de facto, corriam, num lambebotismo frenético, secundarizando a materialização das promessas políticas. Os umbigos exigiam cifrões! As mudanças que se esperam nos próximos tempos em decorrência do Congresso do partido no poder, dos entendimentos entre Nyusi e Dhlakama, da esperada “responsabilização” dos autores das dívidas ocultas e dos que a tornaram públicas, do desacorrentamento do Estado, da “reformatação” do STAE e CNE, entre outros aspectos, poderão, a breve trecho, devolver a dignidade aos moçambicanos. São pontos sensíveis na medida em que dói eliminar todos esses furúnculos identificados e profundamente conhecidos que não deixam o país nos devidos carris; autênticas pedras na governação! Cá entre nós: o discurso, em si, não vai mudar o país. Entretanto, já é a necessária luz que faz o caminho, desenha o percurso de materialização da mudan- ça. É assim que quem com a lanterna acesa nos mostra o caminho deve escolher entre seguir em frente ou espalhar a luz estando na retaguarda. Mais seguro é assumir a liderança, em frente, e percorrer o caminho como exemplo a seguir; as promessas assim ganham maior credibilidade. S e os responsáveis pela definição das políticas estão incorrectos em assumirem que os choques que mantêm a inflação pressionada são temporários, a normalização das políticas pode ser a abordagem errada e as políticas não convencionais deviam ser mantidas por mais tempo. Desde o verão de 2016, a economia global tem estado num período de expansão moderada, com a taxa de crescimento a acelerar gradualmente. O que não acelerou, pelo menos nas economias avançadas, foi a inflação. A questão é porquê. Nos Estados Unidos, Europa, Japão e noutras economias desenvolvidas, a recente aceleração do crescimento tem sido conduzida pelo aumento da procura agregada, resultado das políticas monetárias e orçamentais expansionistas e da subida da confiança de empresários e consumidores. Essa confiança tem sido impulsionada por uma queda do risco financeiro e económico, juntamente com a contenção dos riscos geopolíticos, que, até agora, tiveram pouco impacto nas economias e nos mercados. Uma vez que uma procura mais forte significa menos folga nos mercados de produtos e de trabalho, a recente aceleração do crescimento nas economias avançadas deveria ser acompanhada por uma recuperação da inflação. No entanto, a inflação subjacente caiu nos EUA este ano e continua teimosamente baixa na Europa e no Japão. Isso cria um dilema para os principais bancos centrais – a começar pela Reserva Federal dos EUA e o Banco Central Europeu – que estão a tentar eliminar as políticas monetárias não convencionais: eles garantiram um crescimento maior, O mistério da baixa inflação Por Nouriel Roubini* mas ainda não estão a alcançar a sua meta de uma inflação de 2%. Uma explicação possível para a misteriosa combinação de crescimento mais forte e inflação baixa é que, além de uma subida da procura agregada, as economias desenvolvidas têm experienciado choques positivos do lado da procura. Esses choques podem vir de muitas formas. A globalização faz com que bens e serviços baratos continuem a vir da China e de outros mercados emergentes. Sindicatos mais fracos e um fraco poder de negociação dos trabalhadores reduziram a curva de Phillips, com o baixo desemprego estrutural a gerar pouca inflação salarial. Os preços do petróleo e das ‘commodities’ são baixos ou estão em queda. E as inovações tecnológicas, a começar pela nova revolução da Internet, estão a reduzir os custos de bens e serviços. A teoria económica padrão sugere que a resposta correcta da política monetária a esses choques depende da sua persistência. Se um choque é temporário, os bancos centrais não devem reagir a isso; devem normalizar a política monetária, porque eventualmente o choque desaparecerá de forma natural e, com os mercados de produtos e mão-de-obra mais apertados, a inflação aumentará. Se, por outro lado, o choque for permanente, os bancos centrais devem aliviar as condições monetá- rias; caso contrário, nunca poderão atingir a sua meta de inflação. Isso não é novidade para os bancos centrais. A Fed justificou sua decisão de começar a normalizar os juros, apesar da in- flação abaixo da meta, argumentando que os choques do lado da oferta que estão a pressionar a inflação são temporários. Da mesma forma, o BCE prepara-se para diminuir as suas compras de títulos em 2018, sob o pressuposto de que a inflação aumentará a seu tempo. Se os responsáveis pela definição das políticas estão incorrectos em assumirem que os choques que mantêm a inflação pressionada são temporários, a normalização das políticas pode ser a abordagem errada e as políticas não convencionais deviam ser mantidas por mais tempo. Mas também pode significar o contrário: se os choques são permanentes ou mais persistentes do que o esperado, a normalização deve ser prosseguida ainda mais rapidamente, porque já atingimos um “novo normal” para a inflação. Esta é a visão assumida pelo Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla inglesa), que argumenta que é hora de reduzir a meta de inflação de 2% para 0% - a taxa que pode ser esperada agora, dados os choques permanentes do lado da oferta. Tentar alcançar uma inflação de 2% num contexto de choques deste tipo, adverte o BIS, levaria a políticas monetárias excessivamente relaxadas, o que aumentaria a pressão ascendente sobre os preços dos activos de risco e, em última análise, inflaria perigosas bolhas. De acordo com esta lógica, os bancos centrais devem normalizar a política mais cedo, e a um ritmo mais rápido, para evitar outra crise financeira. A maioria dos bancos centrais dos paí- ses avançados não concorda com o BIS. Acreditam que, se a inflação do valor dos activos emergir, pode ser contida com políticas de crédito macroprudenciais, em vez de com a política monetária. Naturalmente, os bancos centrais dos países avançados esperam que a inflação dos activos não apareça de todo, porque a inflação está a ser suprimida por choques temporários da oferta e, portanto, aumentará assim que os mercados de produtos e de trabalho se apertarem. Mas, diante da possibilidade de a baixa inflação de hoje estar a ser provocada por choques permanentes da oferta, eles também não estão dispostos a aliviar mais agora. Assim, mesmo que os bancos centrais não estejam dispostos a desistir da sua meta formal de inflação de 2%, estão dispostos a prolongar o ‘timing’ para a alcançar, como já fizeram uma e outra vez, admitindo que a inflação pode ficar baixa por mais tempo. Caso contrário, precisariam de manter por muito tempo as suas políticas monetárias não convencionais, incluindo a flexibiliza- ção quantitativa e juros negativos - uma abordagem com a qual a maioria dos bancos centrais (com a possível excepção do Banco do Japão) não estão confortáveis. Esta paciência dos bancos centrais corre o risco de reduzir as expectativas de infla- ção. Mas continuar por muito mais tempo com políticas monetárias não convencionais também traz o risco de uma indesejável inflação dos preços dos activos, crescimento excessivo do crédito e bolhas. Enquanto a incerteza sobre as causas da baixa inflação continua, os bancos centrais terão de equilibrar esses riscos concorrentes. *Nouriel Roubini é CEO da Roubini Macro Associates e professor de Economia na Stern School of Business, NYU. Savana 29-09-2017 21 DESPORTO É quase oficial que os campeões da segunda divisão são encontrados na Secretaria. Depois dos vencedores da zona norte, em 2015 e 2016, terem sido decididos em deliberações do Conselho de Disciplina da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), a moda tornou-se hábito e este ano a mesma não só regressou à zona norte, mas também escalou a zona sul, onde o Incomáti de Xinanave espera pelo Acórdão que pode decidir o seu futuro. Tudo deve-se a falta de comparência averbada, semana finda, pela Associação Desportiva de Chókwè no jogo referente à 21ª e penúltima jornada do torneio, que baralhou as contas e deixou pendente o regresso do representante da província de Maputo ao Moçambola. O facto é que à entrada da penúltima jornada, os “açucareiros” precisavam de três pontos para assegurar a presença na fina flor do nosso futebol, porém, mesmo com a missão Associação Desportiva de Chókwè averba terceira falta de comparência e deixa decisão do título suspenso e dependente da secretaria A moda que se tornou hábito Por Abílio Maolela cumprida, viram sua festa adiada, devido a desistência do representante de Gaza. É que com esta situação, a AD de Chókwè está desqualificada, à luz do regulamento da prova, fazendo com que os seus adversários percam os pontos somados nos jogos realizados contra si. Neste sentido, o Incomáti de Xinavane, que lidera a prova com 48 pontos, irá perder seis pontos, enquanto o seu perseguidor directo, Matchedje, perderá quatro pontos, passando dos actuais 45 para 41 pontos, relan- çando, automaticamente, a esperan- ça desta equipa para a conquista do título. Recorde-se que com a vitória sobre o Vulcano, o Incomáti festejaria o título, devido a vantagem que tem sobre os “militares” no confronto directo. Assim, o regresso do Incomáti ao Moçambola foi adiado para este fim-de-semana, quando a equipa deslocar à capital do país para defrontar as Águias Especiais, numa partida em que a equipa está obrigada a vencer para não depender das deliberações da FMF. Por sua vez, o Matchedje desloca-se à Moamba para jogar com o Ntumbuluko. FMF no silêncio Para melhor perceber a situação, o SAVANA contactou Eugénio Dálvio, da Comissão de Gestão do clube, tendo afirmado que a sua equipa não se deslocou à Vilanculo porque estava desfalcada. O facto, segundo Dálvio, é que dos 12 jogadores que constituem a equipa, depois da saída dos outros oito atletas, sete abandonaram o lar, facto que impossibilitou a equipa de ir competir. Dálvio, mais conhecido por Genito, revela que comunicou à FMF a sua intenção de terminar o campeonato, assim como realizar a partida diante do SHM de Vilanculo para não ser considerada culpada pelo clima de incerteza instalado. A fonte acrescenta que a sua direc- ção ficou desconfortável com as informações que dão conta da compra dos seus atletas para favorecer o Matchedje nesta luta com o Incomáti. Por sua vez, a FMF pautou pelo silêncio, tanto o seu Presidente, Alberto Simango Júnior, assim como o seu Secretário-geral, Filipe Johane. A Administradora da Manhiça, Cristina Mafumo, em entrevista à Rádio Moçambique, mostrou-se agastada com a situação, porém, deixou bem claro que a equipa do seu distrito estará presente na próxima edição do campeonato nacional de futebol. O caso, que já alimenta debates, não é o único a chegar às mãos da FMF, esta época. Na zona norte, o Desportivo de Mueda também sofreu três faltas de comparência, uma delas na derradeira jornada da prova, fazendo com que o campeão desta região do país também seja decido na Secretaria. A direcção do clube que, por questões políticas, recebeu a cerimónia de abertura da prova, apontou também dificuldades financeiras para suportar a época. Devido a esse aspecto, o Sporting de Nampula, com 38 pontos, na primeira posição, ainda aguarda o Acórdão que lhe homologa a sua ascensão ao Moçambola de 2018. Aliás, as questões financeiras são apontadas como sendo o principal factor dos desmandos que se veri- ficam na prova que, para além das faltas de comparência, regista atrasos no início de alguns jogos. Entretanto, os problemas da competição não terminam aqui. Em Julho último, cinco indivíduos, entre árbitros e Delegado da Liga Desportiva de Monapo foram detidos acusados de corrupção. O caso foi denunciado pelos adeptos, quando, faltando cerca de 10 minutos para o término da partida, exigiram a devolução de cerca de 50 mil meticais, pois, apesar do combinado, a sua equipa perdia diante do Sporting de Nampula por uma bola sem a resposta. O campeonato da discórdia O Campeonato Nacional da Divisão de Honra foi reintroduzido, no ano passado, pela direcção de Alberto Simango Júnior em cumprimento da promessa eleitoral. Segundo o presidente da FMF, a prova tem o objectivo de aumentar a competitividade nas equipas candidatas ao Moçambola, entretanto, a mesma tem se revelado insustentável. Aliás, na altura, a decisão foi bastante contestada pela Associação de Futebol da Cidade de Maputo, alegando que a mesma era insustentável. Devido a este aspecto vários clubes desistiram da prova, destacando-se a Académica de Maputo, que retirou- -se da prova nas vésperas e o Benfica de Nampula, que saiu duas jornadas. O s provedores dos serviços de internet e operadores de redes do mundo inteiro são chamados a actualizar as suas chaves de dominio como forma de aumentar os níveis de segurança, de modo a fazer face a cada vez mais crescente nú- meros de intrusão de sites. Caso não actrualizem as chavez até 11 de Outubro do presente ano, não será possivel aceder aos serviços de internet. Esta informação foi revelada por Pierre Dandjinou vice-presidente da Corporação da Internet para Atribui- ção de Nomes e Números (ICANN), para África que falava semana finda à margem do Fórum das Tecnologias de Informação e Comunicação da Organização das Telecomunicações da Commonwealth (CTO), que decorreu em Maputo. Segundo Dandjinou esta é a primeira vez que a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN) vai alterar as chaves criptografadas que mantêm seguro o Sistema de Nomes de Domínio da Internet (DNS), como forma de aumentar os nives de segurança, desde a sua criação em 2010. “É essencial que os provedores de serviços de Internet (os ISPs) e os operadores de redes do mundo inteiro se certifiquem de estarem preparados para esta mudança pois, do contrário, seus usuários não poderão buscar e encontrar nomes de domínio e, consequentemente, estarão impedidos de consultar qualquer site na Internet”, disse Dandjinou. Os operadores de redes, prossegue, devem certificar-se de terem o sofActualizar sistemas de internet para não ficar de fora tware atualizado, de terem o DNS habilitado e, também, de ter verificado se seus sistemas podem atualizar suas chaves automaticamente ou se eles têm instalados processos para atualizar manualmente a nova chave antes das 16:00 UTC do dia 11 de outubro de 2017. Explicou que esta iniciativa nao é extensiva aos cidadaos que são os usu- ários finais dos serviços de internet, porque nada podem fazer, mas sim as corporações provedoras dos serviços, operadores de rede e reguladores de internet que tem missão de actualizar os seus sistemas. De acordo com Dandjinou, o processo não tem custos financeiros, senão a paciência de fazer as actualizações na plataforma que a ICANN já configuroui, bastando para tal aceder o https://go.icann.org/ KSKtest. Aponta que de momento a ICANN está trabalhando com seus parceiros técnicos, como os registros de Internet regionais (RIRs), grupos de operações de redes e registros e registradores de nomes de domínio, bem como com outros players do ecossistema da Internet, como a Internet Society e associa- ções comerciais da Internet, para garantir que todos aqueles que no mundo possam estar sujeitos ao impacto da revisão da chave estejam cientes da mudança pendente. Acrescentou, Conrad que a primeira avaliação será feita no final de Fevereiro de 2018, de modo a incluir aqueles que ficaram de fora, sendo que em Maio do mesmo ano, com o novo sistema já a funcionar plenamente o antigo será apagado. MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE A GIZ - Cooperação Alemã para o Desenvolvimento procura um Provedor de Assistência Técnica em IT A GIZ – Cooperação Alemã para o Desenvolvimento é uma empresa Alemã que oferece serviços, a nível mundial, na área da cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável. A GIZ pretende contratar serviços de uma empresa experiente na área de informática para as suas operações em Moçambique. Requisitos e competências A empresa de IT contratada será responsável pelo apoio diário e manutenção da infra-estrutura da IT, que inclui a rede de dados, servidores, computadores de mesa e laptops, bem como outro equipamento digital. Um dos principais objectivos da assistência é de manter todos os produtos de software e hardware em boa manutenção e actualização. A empresa de IT contratada também prestará assistência técnica pontual ao pessoal da GIZ em assuntos relacionados com o equipamento e programas (software), em observância das orientações da GIZ e os regulamentos legais em vigor em Moçambique. Para o efeito convida-se as empresas elegíveis e com sede em Maputo, a solicitar até 10.10.2017 a documentação de manifestação de interesse (indicando a referência EoI - IT Services) através do seguinte endereço electrónico: ema.parker@giz.de 22 Savana 29-09-2017 DIVULGAÇÃO DESPORTO Contextualização A integração das preocupações das mulheres nos planos e orçamentos nos distritos da Namaacha e Marracuene, constitui uma das actividades que a Sociedade Aberta tem estado a desenvolver. Esta actividade tem como base legal a Constituição da República, a Lei nº 8/2003 de 19 de Maio e Decreto 11/2005, que criam mecanismos que visam reforçar a particiSDomR &RPXQLWiULD QD SODQLÀFDomR GLVWULWDO SURPRYHQGR D democracia e o desenvolvimento local. O artigo 122, nos 1 e 2 da Constituição da República dispõe que o Estado Promove - apoia e valoriza o desenvolvimento da mulher e incentiva o seu papel crescente na sociedade, em todas as esferas da actividade política, económica, social e cultural do país. Também reconhece e valoriza a participação da mulher na luta de libertação nacional, pela defesa da soberania e democracia. Por sua vez, o no3 do artigo 3 da Lei 08/2003, advoga que no quadro do funcionamento dos Órgãos Locais do Estado para além de outras questões, observam os princípios do respeito pelos direitos subjectivos e pelos interesses legítimos dos administrados, garantem a participação activa dos cidadãos, e incentivam a iniciativa local na solução dos problemas das comunidades. Adicionalmente, o no 1 do artigo 100 do Decreto 11/2005, diz que em relação à participação, os Órgãos Locais do Estado devem assegurar a participação dos cidadãos, das comunidades locais, das associações e de outras formas de organização, que tenham por objectivo a defesa dos seus interesses, na formação das decisões que lhes disserem respeito. Todavia, apesar do exposto acima o cidadão depara-se com os seguintes problemas: i) fraca participação dos cidadãos nos processos de governação local devido ao fraco conhecimento dos seus direitos e deveres cívicos e políticos concedidos pelo quadro de governação no país; ii) fraca prestação de contas por parte dos Governos Locais; iii) não disseminação de informação sobre a prestação de contas; iv) fraca participação GHPXOKHUHVHMRYHQVQDSODQLÀFDomRGLVWULWDO (VWDVLWXDomR SRGHHVWDUDOLDGDDREDL[RQtYHOGHHVFRODULGDGHRTXHGLÀFXOta o acompanhamento da realização das políticas públicas; v) elaboração de políticas públicas sem a observância das necesVLGDGHVEiVLFDVGDVFRPXQLGDGHVGHYLGRDIUDFDLQÁXrQFLDGD Sociedade Civil e cidadãos nas políticas públicas e nas acções dos Governos Locais. Para a resolução destes problemas, a Sociedade Aberta em coordenação com as Plataformas Distritais promovem o acesso à informação, sobretudo sobre os direitos e deveres - chave para assegurar uma maior participação das comunidades em particular das mulheres e jovens nos processos de governaomRORFDO LQFOXLQGRQDSODQLÀFDomRHRUoDPHQWDomRS~EOLFD desenvolvem instrumentos de engajamento do cidadão na governação local e a integração das suas preocupações nos planos e orçamentos locais. O engajamento do cidadão e das comunidades é feito por meio da Agenda Comunitária, Caixas Paralelas de Reclama- ções e Sugestões e Cartão de Pontuação Comunitária, através de consultas comunitárias no Distrito, Postos Administrativos e Localidades. O principal objectivo deste processo é captar as necessidades prioritárias para a sua integração nos planos e orçamentos locais, bem como a percepção das comunidades Qual é o grau de integração das preocupações das mulheres nos planos e orçamentos nos distritos de Namaacha e Marracuene? Síntese do debate entre os Governos Distritais e as Plataformas da Sociedade Civil em relação aos serviços providos pela Administração Pública. &RQWXGR DSHVDU GDV DFo}HV UHDOL]DGDV DLQGD YHULÀFD VH D fraca integração das demandas das mulheres nos planos e orçamentos locais e a fraca participação nos processos de SODQLÀFDomRQRVGLVWULWRVGH1DPDDFKDH0DUUDFXHQH RTXH SURYDYHOPHQWHSRGHHVWDUDOLDGRDREDL[RQtYHOGHFRQVFLrQcia sobre os ganhos a obter do processo, e o facto de as mulheres se dedicarem mais aos trabalhos domésticos. Neste contexto, com vista a apoiar a participação activa das mulheres nos processos de tomada de decisão e garantir a integração das suas preocupações prioritárias nos planos e orçamentos locais, a Sociedade Aberta e as Plataformas de Namaacha e Marracuene realizaram um debate com os Governos dos dois distritos, com o propósito de analisar as causas da fraca inclusão das demandas das mulheres nos planos locais. Principais preocupações apresentadas pelas mulheres nas auscultações comunitárias Durante as auscultações comunitárias de 2016 e 2017 as mulheres levantaram as seguintes preocupações: i) construção GHIXURVGHiJXDSUy[LPRDVFRPXQLGDGHV LL LQH[LVWrQFLDGH casa de mulher grávida em alguns Centros de Saúde; iii) fraca participação de mulheres e jovens nos espaços públicos; iv) FDVDPHQWRVSUHPDWXURV Y YLROrQFLDGRPpVWLFD YL QHFHVVLdade de atribuir DUAT aos camponeses, principalmente as PXOKHUHV YLL LQVXÀFLrQFLDGHSDUWHLUDVQRV&HQWURVGH6D~GH e construção de Unidades Sanitárias com maternidades; viii) cobranças ilícitas nas Unidades Sanitárias por alguns técnicos de saúde; ix) construção de salas anexas nas escolas primárias para reduzir a distância percorrida pelos alunos; e x) expansão da rede eléctrica. Da análise feita aos balanços do Plano Económico Social e Or- çamento do Distrito de Namaacha e Marracuene de 2016 e YHULÀFRX VHDLQWHJUDomRGHDOJXPDVSUHRFXSDo}HVDSUHsentadas pelas mulheres, nomeadamente: i) abertura e reabilitação de furos de água; ii) promoção dos direitos da mulher, FULDQoD SHVVRDLGRVDHSHVVRDFRPGHÀFLrQFLD LLL H[SDQVmR da cobertura dos serviços de saúde materna para aumentar os partos institucionais; iv) construção e reabilitação de CenWURVGHVD~GHHKRVSLWDLV Y JDUDQWLUDDVVLVWrQFLDGHFULDQoDV YtWLPDVGHWUiÀFRHYLROrQFLD YL GLVWULEXLomRGHUHGHVPRVquiteiras para mulheres grávidas nas consultas pré-natal; e vii) realização de brigadas móveis de promoção de cuidados de saúde primária. Contudo, fazendo uma análise comparativa entre as preocupações levantadas pelas mulheres e as integradas nos planos ORFDLV YHULÀFD VH D IUDFD FDSDFLGDGH GH UHVSRVWD jV GHPDQdas das mulheres e das comunidades nos planos e orçamento anuais, uma situação que põe em causa o processo de consultas feito pela Sociedade Aberta e Plataformas de Namaacha e Marracuene, na medida em que há um exercício rotineiro de levantamento dos problemas nas comunidades, mas os mesmos continuam sem solução por parte do Governo. Em relação as causas da fraca integração das necessidades das mulheres nos planos colocou-se o seguinte: ‡2VWpFQLFRVGHSODQLÀFDomRGLVWULWDOQmRWrPSRGHUGHGHcisão sobre as acções a integrar nos planos e orçamento do distrito, estas são indicadas pelos seus superiores. ‡2QtYHOGHSDUWLFLSDomRGHPXOKHUHVHMRYHQVQRSURFHVVR de tomada de decisão e nos Conselhos Consultivos é fraco. Savana 29-09-2017 23 DIVULGAÇÃO DESPORTO Igualmente, são poucas as mulheres e os jovens que participam nas actividades desenvolvidas pelos membros dos Conselhos Consultivos, havendo mais idosos a cooperar com os referidos Conselhos Locais. ‡$SHVDUGHH[LVWLUHPPXOKHUHVQRVHFWRUGHSODQLÀFDomR DLQGD YHULÀFD VHDIUDFDLQWHJUDomRGDVVXDVGHPDQGDVQRVSODQRV HRUoDPHQWRVORFDLV 6HUiTXHDVWpFQLFDVGHSODQLÀFDomRGLVtrital não são sensíveis às questões colocadas por outras muOKHUHVRXQmRWrPSRGHUGHGHFLVmR" ‡$V DFo}HVGDV3ODWDIRUPDVGH1DPDDFKDH0DUUDFXHQH VmR UHDOL]DGDVHPFRRUGHQDomRFRPRV WpFQLFRVGHSODQLÀFDomR GLVWULWDO PDV DLQGDYHULÀFD VH IUDFRJUDXGHLQÁXrQFLDSRU parte destes actores. Qual é o seguimento dado pelos técniFRVGHSODQLÀFDomR DSyV DLPSOHPHQWDomRGDV DFWLYLGDGHV uma vez que as demandas apresentadas pelas mulheres são as mesmas em todos os anos. Sensibilidade dos Governos em relação aos assuntos das mulheres Perante as preocupações dos participantes, o Governo de Marracuene teceu os seguintes comentários: ‡$LQWHJUDomRGDVGHPDQGDVGDVPXOKHUHVHMRYHQVQRVSODQRV e orçamentos do distrito, como a abertura de furos de água sensíveis ao género, construção de Unidades Sanitárias com PDWHUQLGDGHV GHYH VHU LQÁXHQFLDGD DR QtYHO GD 3URYtQFLD A Sociedade Civil deve realizar acções de advocacia com o Governo provincial e quando o distrito tiver a orientação integrará as preocupações no PESOD. ‡$VWpFQLFDVGHSODQLÀFDomRVmRVHQVtYHLVDVSUHRFXSDo}HVGDV PXOKHUHV PDVQmRFDEHDHODVDGHFLVmRÀQDOQHPDRUoDPHQtação das actividades. Aliado a isto, os planos elaborados são sectoriais. ‡$6RFLHGDGH&LYLOGHYHVROLFLWDUHVSDoRQDV6HVV}HVDODUJDGDV do Governo para apresentar as preocupações levantadas pelas mulheres. Nestas sessões participam membros do Governo do distrito, o que ajudará a solucionar os problemas das mulheres. ‡$LQWHJUDomRGDVQHFHVVLGDGHVGDVFRPXQLGDGHVQRVSODQRV locais é feita tendo em conta a prioridade dos assuntos locais, como a manutenção das vias de acesso, abertura de furos de água e olhando para os recursos disponíveis. ‡2*RYHUQRGRGLVWULWRHVWiDGHVHQYROYHUDFo}HVTXHJDUDQtem a integração e promoção do bem-estar da mulher. O Governo está ciente dos problemas que afectam as mulheres FRPRpRFDVRGRVFDVDPHQWRVSUHPDWXURV YLROrQFLDGRPpVWLFD LQVXÀFLrQFLDGRVXEVtGLRSDUDDDJULFXOWXUD FRQÁLWRVGH terra, longas distâncias percorridas para aceder alguns serviços básicos. Para minimizar estes problemas, o Governo está a aumentar a construção de furos de água, construção de Unidades Sanitárias, expansão da rede escolar e adopção de medidas que visam a retenção da mulher no processo de ensino e aprendizagem. ‡'HYLGRDFULVHHFRQyPLFD DVFRQVWUXo}HVGHLQIUD HVWUXWXUDVSODQLÀFDGDVSHOR*RYHUQRGH0DUUDFXHQHSDUDRDQRGH 2017 não foram realizadas por exiguidade de orçamento, e para realizar outras acções o Governo deve buscar parcerias. ‡(P R*RYHUQRUHYLWDOL]RXRV&RQVHOKRV&RQVXOWLYRVHDV mulheres candidataram-se, mas não na percentagem estabelecida pela lei. Por sua vez, o Governo de Namaacha expos o seguinte: ‡'XUDQWHDSODQLÀFDomRGRVSODQRVHRUoDPHQWRVRV7pFQLFRV GD(TXLSD7pFQLFD'LVWULWDO WrPREVHUYDGRDVQHFHVVLGDGHV de homens e mulheres. A título de exemplo, quando se constrói uma casa de banho para mulheres é fundamental que se observe que as necessidades das mulheres são diferentes das dos homens. ‡1RVHFWRUGHVD~GHH[LVWHXPDUHSDUWLomRGHPXOKHUHDFomR social que trata dos assuntos da mulher e, nos últimos anos o Governo está envolvido em acções que elevam o estatuto das mulheres, como é o caso da realização de palestras sobre a mulher, encontros com o gabinete parlamentar para os assuntos da mulher e criação do Conselho Distrital para o avanço da mulher. ‡4XDQWRjGLVWkQFLDSHUFRUULGDSHORVXWHQWHVSDUDFKHJDUD XPD8QLGDGH6DQLWiULDRXHVFRODYHULÀFD VHTXHDFRPXQLdade é que vive distante destas instituições. Um Centro de Saúde tem capacidade para acolher no mínimo 7500 cidadãos e uma Localidade que não tem este número de habitantes não se pode colocar uma Unidade Sanitária, mas em Namaacha existem Centros de Saúde em locais com 1200 a FLGDGmRVGLVSHUVRV RTXHVLJQLÀFDTXHDFRPXQLGDGH não está a aproveitar os recursos disponíveis. ‡$IDOWDGHLOXPLQDomRS~EOLFDFRQWULEXLSDUDTXHDVPXOKHres sejam assaltadas e violadas sexualmente. ‡2*RYHUQRHVWiFRPGLÀFXOGDGHVGHUHDOL]DUDOJXPDVDF- ções relacionadas com as necessidades das mulheres que foram integradas no PESOD, por causa da exiguidade do orçamento. Recomendações As recomendações produzidas entre os Governos Distritais e as Plataformas da Sociedade Civil foram direccionadas para o Governo, Sociedade Civil e o Cidadão, conforme abaixo exposto. Governo ‡'LVVHPLQDUDVUD]}HVGDLQWHJUDomRGHFHUWRVDVVXQWRVQRV planos e orçamentos locais, bem como a apresentação de uma perspectiva futura para as necessidades prioritárias. ‡ &HOHULGDGH QD UHVSRVWD GDV GHPDQGDV GDV FRPXQLGDGHV para que não comprometa a credibilidade e sustentabilidade das ferramentas implementadas pela Sociedade Civil. ‡(VWDEHOHFHUPHFDQLVPRVSDUDFRPSOHPHQWDURVH[LVWHQWHV para a participação da juventude e das mulheres nos órgãos de tomada de decisão. ‡ 0HOKRUDU D FRPXQLFDomR FRP DV 3ODWDIRUPDV 'LVWULWDLV como canais de auscultação e recolha de propostas de soluções das mulheres e jovens. Sociedade Civil ‡0RQLWRUDUDLPSOHPHQWDomRGDVTXHVW}HVGHMRYHQVHPXOKHUHVQDVSROtWLFDVS~EOLFDV DÀPGHDFRPSDQKDUDVDFWLvidades e orçamento alocados para o alcance dos objectivos estabelecidos nos referidos programas. ‡(QYROYHURVWpFQLFRVGHSODQLÀFDomRQDVDFo}HVGD6RFLHGDde Civil com vista a torna-los mais sensíveis as questões de género. Cidadão Envolvimento no processo de governação, através da participação nas auscultações das necessidades prioritárias, o que contribuirá para a integração destas preocupações nos planos locais. Parceiros 24 Savana 29-09-2017 CULTURA Para maiores informações sobre o processo de inscrição, visite o site yali.state.gov/apply ELEGIBILIDADE A inscrição coletará informações básicas e incluirá perguntas sobre a experiência profissional e acadêmica do candidato, incluindo os antecedentes profissionais; experiência educacional; honras e prêmios recebidos; atividades extracurriculares e voluntárias; e proficiência na língua inglesa. Como parte da candidatura, o requerente também deverá fornecer respostas escritas a uma série de perguntas (questões dissertativas). Elementos adicionais, como cartas de recomendação ou transcrições universitárias, são OPCIONAIS e podem complementar sua candidatura. CRONOGRAMA DE INSCRIÇÃO: A INSCRIÇÃO: 13 de setembro de 2017 abertura das inscrições 11 de outubro de 2017 encerramento das inscrições Janeiro-fevereiro de 2018 semifinalistas são entrevistados por Embaixadas e Consulados dos EUA locais Final de março de 2018 os requerentes são informados sobre seu status Abril-maio de 2018 fase de orientação para os finalistas sobre o processamento de vistos e o que fazer antes da partida Junho de 2018 início do programa nos Estados Unidos A Bolsa de Estudos Mandela Washington está aberta para jovens líderes africanos que preencherem todos os critérios exigidos abaixo. O requerente: QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO? Histórico comprovado de liderança e realizações em serviço público, administração de empresas e empreendedorismo, ou engajamento civil; Compromisso demonstrado ao público ou ao serviço comunitário, voluntariado ou mentoria; Habilidade de trabalhar cooperativamente em diversos grupos e respeitar a opinião de outras pessoas; Fortes habilidades sociais e de comunicação; Conhecimento, interesse e experiência profissional demonstrados no setor/curso selecionado; Atitude enérgica e positiva; Compromisso de retornar à África e aplicar habilidades de liderança e capacitação visando beneficiar o país, a comunidade ou a escola do requerente após seu retorno para casa. Bolsa de Estudos Mandela Washington para Jovens Líderes Africanos 2018 Processo de inscrição para a bolsa de estudos MANDELA WASHINGTON FELLOWSHIP FOR YOUNG AFRICAN LEADERS deve ser cidadão e residente de um país da África Subsaariana; deve ter entre 25 e 35 anos de idade à época do envio da inscrição, embora candidatos extraordinários com menos de 25 anos serão considerados; não poderá se inscrever se for cidadão americano ou residente permanente dos Estados Unidos; deve ser elegível para receber um visto J-1 dos Estados Unidos; não poderá se inscrever se for funcionário e ou tiver parentesco com funcionários do governo americano; deve ser proficiente nestas três habilidades de inglês: leitura, redação e conversação; não poderá se inscrever se for ex-aluno da Bolsa de Estudos Mandela Washington. 700 2018 YALI.STATE.GOV/APPLY EM BUSCA DE ATÉ LIDERES BOLSA DE ESTUDOS MANDELA WASHINGTON PARA JOVENS LÍDERES AFRICANOS INSCREVA-SE JÁ NO SITE INSCREVA-SE! A pianista Melita Matsinhe apresenta-se nesta sexta- -feira, 29 de Setembro, às 19:30 horas, em concerto no Teatro Avenida. Com novas composições musicais das quais a Menina do Meu país e Gwinya moya wangu, na sua caixinha de surpresas, a pianista junta no elenco Anselmo na viola baixo, percussionista Simão Nhacule e Amade Cossa na bateria. O evento subordinado ao conceito “Flores que nos regam o peito...” ocorre depois de a intérprete ter publicado recentemente sua primeira obra poética denominada Ignição dos Sonhos. Fiel à sua essência artística, explorando sua capacidade de espalhar a partir do palco o incenso da pureza da alma, em cada espaço onde diaPiano soa no Avenida loga com o público, em flores que nos regam o peito, Melita Matsinhe faz uma viagem estética em que irá encenar e coreografar expressões da cultura moçambicana através da música. A escolha deste conceito deve-se ao facto de Melita Matsinhe considerar as manifestações de artes como sendo flores, essências, cores que nos regam o peito e nos alegram a alma. Melita Matsinhe é uma vida dedicada às artes, daí que nos últimos anos tem ampliado sua esfera de actuação para o ensino da música, orientando aulas de piano para crianças através do Centro de Artes Xiluva. Os festivais de música Infantil Njingiritana e de literatura Flores que nunca murcham, realizados este ano, são, considera a artista, a extensão material dessa dedicação. A.S Melita Matsinhe tocando piano O jovem fotógrafo Má- rio Macilau participou recentemente da Conferência Internacional Sobre Culturas Africanas (ICAC), que decorreu no Zimbabwe. O evento juntou diversos intelectuais internacionais e locais para mapear o futuro da arte, da cultura e do patrimó- nio de África, com o objectivo de proporcionar vários artistas emergentes e a sociedade em geral a oportunidade de questionar o amanhã do futuro das instituições de arte diante dos actuais desafios socio-econó- micos. O ICAC chega no momento em que as instituições de arte de todo o mundo precisam de atenção urgente tanto das autoridades locais quanto das corporações e seus governos. Falando num painel que contou com a participação de curadores, arquitectos, políticos, estudantes e empreendedores, Mário Macilau disse: “é interessante falar sobre a arte no continente, sobretudo quando se trata da prática da fotografia e da ausência de conhecimento para compreendê-la no seio dos grupos socialmente isolados. Por outro lado, enquanto o sistema do capitalismo está constante- “Fotografia e desconhecimento” mente lutando para cada vez mais crescer numa altura em que mais de 90% das imagens feitas pelos locais durante a opressão, colonização e guerra civil ou apartheid foram ignoradas, escondidas e queimadas”. Para Macilau, o continente africano vive uma época repleta de desafios. “Hoje estamos obviamente a viver numa era perigosa em que os novos artistas são educados a produzir obras que serão imediatamente um produto do mercado comercial e não mais como para uma audiência, seja ela local ou de outros lugares. Entendo que todos nós devemos pensar na sustentabilidade, mas como então combinar os dois lados de auto sustentar-se e de educar? É interessante ver artistas que estão fugindo das cidades criando seus pró- prios estúdios nos bairros, na aldeia ou em qualquer lugar que é de origem”, finaliza. A.S Estamos a viver uma era perigosa para os novos artistas Dobra por aqui SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1238 ‡ DE SETEMBRO DE 2017 2 Savana 29-09-2017 SUPLEMENTO Savana 29-09-2017 3 Savana 29-09-2017 27 OPINIÃO Abdul Sulemane (Texto) Naita Ussene (Fotos) E m tudo o que é noticiário nos canais de comunicação social nacionais a maior parte do tempo é preenchida com acontecimentos do grande encontro da Frelimo. O XI Congresso. A cor vermelha marca o momento. É verdade. Digo isso por causa dos últimos acidentes de viação que ceifaram a vida de muitos compatriotas nas estradas do país. Contudo, o evento dos camaradas marcou o topo dos blocos noticiosos. Os discursos ouvidos tocam várias situações que vivemos em termos políticos, económicos e sociais. Para o senso comum, os aspectos referidos no discurso criam uma esperança de que as coisas vão melhorar. Sempre esperamos isso dos políticos mesmo sabendo que muitas vezes nos desiludem. Para se superar o momento difícil que vivemos actualmente no país vai ser preciso muita coragem. Os que se sentiram em algum momento excluídos desta vez vislumbram a sua oportunidade. Foi o que nos pareceu nos vários discursos que ecoaram por lá. Vejam como a antiga Primeira-ministra Luísa Diogo troca afinidade com a primeira dama do Moçambique independente, Graça Machel. Esse é o momento de unir forças para enfrentar os desafios no seio do partido e do país. Para isso é preciso dobrar as mangas e ir ao trabalho. Mas não é só ir ao trabalho. É preciso ir com o objectivo de superar os desafios e vencer as melhores posições. Quem não perdeu a oportunidade de frisar isso é o antigo chefe de estado moçambicano, Joaquim Chissano, para a sua esposa, Marcelina Chissano, também antiga Primeira-dama. Os cargos ocupados no passado devem ser esquecidos neste momento e arregaçar as mangas. Nada de ficar na sombra da bananeira. Quem deve estar a dizer isso é o porta-voz da Frelimo, António Niquice, para o vice- -Ministro do Trabalho e Segurança Social, Oswaldo Peterburgo. Isso criou momentos de risada. Vejam como Noor Mahomed, da COTUR, ri-se passando a mão para António Grispos, PCA da Bolsa de Mercadoria. Este não se conteve e acompanha a risada. Mesmo em conversas sérias é preciso um pouco de gargalhadas, para desanuviar o ambiente. Foi o que fez o filho mais velho do primeiro presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane Júnior (Edy), no centro da última imagem, ao ouvir os comentários do PCA da Mediacoop, Fernando Lima. Enquanto isso, o Jornalista da AIM, Paul Fauvet, de óculos, preferiu sorrir e desviar o olhar para ver quem acompanhava a risada ao redor. É preciso estar atento para não ser conotado. Nossa hora chegou À HORA DO FECHO www.savana.co.mz EF 4FUFNCSP EF t "/0 99*7 t /o 1238 Diz-se... Diz-se IMAGEM DA SEMANA A Economist Intelligence Unit (EIU) parece não ter dúvidas na leitura sobre a posição do Fundo Monetário Internacional (FMI) face à questão das dívidas ocultas. /B BOÈMJTF RVF GB[ FN SFMBÎÍP BP QPTJDJPOBNFOUP EP '.* TPCSF P SFMBUØSJP EF BVEJUPSJB EB ,SPMM ËT EÓWJEBT PDVMUBT B &*6 EJ[ RVF BRVFMB PSHBOJ[BÎÍP EF #SFUUPO 8PPET FTUÈ JSSFEVUÓWFM OBT TVBT FYJHÐODJBT i" OPWB QPTUVSB EP '.* QBSFDF JOBCBMÈWFM FYJHJOEP RVF P SFMBUØSJP <ËT EÓWJEBT PDVMUBT> TFKB DPNQMFUP FTQFDJmDBNFOUF JEFOUJmDBOEP QBSB POEF GPSBN PT FNQSÏTUJNPTw EJ[ P UFYUP EBRVFMB FOUJEBEF MJHBEB Ë SFWJTUB CSJUÉOJDB ɩF &DPOPNJTU " EJWVMHBÎÍP DPNQMFUB EP EPDVNFOUP JSÈ SFTVMUBS OB FYQPTJÎÍP EF QFTTPBT TVQPTUBNFOUF FOWPMWJEBT OBT JSSFHVMBSJEBEFT RVF NBSDBSBN P QSPDFTTP EF DPOUSBDÎÍP EBT EÓWJEBT FTDPOEJEBT TVQFSJPSFT B EPJT NJM NJMIÜFT EF EØMBSFT 0 (PWFSOP EF .PÎBNCJRVF Relatório sobre dívidas ocultas FMI está irredutível - EIU DPODPSEPV DPN BT FYJHÐODJBT EPT DSFEPSFT TPCSF B SFBMJ[BÎÍP EF VNB BVEJUPSJB 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O concerto, que teve lugar no campus universitário, na noite da sexta-feira passada, contou com a presença de um dos maiores ícones da música RnB, Billy Ocean, que fez recordar com vivacidade momentos e emoções únicas dos anos 70 e 80. Durante a sua actuação, o público presente respondeu positivamente, cantando e dançando as músicas mais conhecidas do seu repertó- rio. Foram aproximadamente duas horas de actuação onde foi possível ouvir os hits “Love zone”, “lover boy” “Get into my car” e o sucesso dos sucessos “Caribbean queen”. Os amantes da música de Billy Ocean não esconderam a sua satisfação, pois apesar de vários anos de sucesso e algumas paragens na sua carreira, o músico mostrou que o seu talento se mantém juvenil a nível de qualquer outro músico actual. No palco, fez-se também presente, para actuar e alegrar o público com as suas músicas, o moçambicano Fernando Luís a quem coube a missão de abrir o concerto. Como havia prometido na conferência de imprensa, o artista representou muito bem a família moçambicana. Miguel Xabindza, outro músico moçambicano presente no concerto, entrou a seguir e, diferentemente de Fernando Luís, fez uma viagem a outras latitudes, trazendo sonoridades do mundo. A actuação de Xabindza tinha como objectivo introduzir Billy Ocean e fê-lo com a mestria já conhecida. Refira-se que a BDQ concertos, marca organizadora, promete trazer Ernie Smith e Richard Bona nos próximos eventos. Este concerto enquadra-se nas sessões do “Moments of jazz”, uma linha de eventos que muda radicalmente a composição dos espectáculos na cidade de Maputo por trazer ícones mundiais que se celebrizaram em décadas passadas e que foram inspiradores da nova vaga de mú- sicos pelo mundo. Conhecidos os vencedores da campanha do Standard Bank Os três novos clientes vencedores da campanha conta corrente Joy of Jazz, promovida pelo Standard Bank, no período entre o dia 1 de Agosto e 10 de Setembro, foram “Moments of jazz” Billy Ocean cumpre com a promessa anunciados na última segunda-feira, 25 de Setembro, em Maputo. Trata-se de Elto Mavie, Fátima Fargelgamali e Tomás Jasse, que vão beneficiar, como prémio, de uma viagem à África do Sul, para assistir ao festival Joy of Jazz, a ter lugar em Sandton, entre os dias 29 e 30 de Setembro, com todas as despesas pagas pelo banco e direito a um acompanhante. Os três clientes foram apurados, por sorteio, de um universo de cerca de cinco mil pessoas que abriram novas contas, no âmbito da campanha Conta Corrente. Intervindo no acto de entrega dos prémios, o chefe do Departamento de Marketing e Comunicação do Standard Bank, Alfredo Mucavela, referiu que os vencedores tomaram a decisão acertada ao se tornarem clientes do Standard Bank, o banco mais antigo, sólido e digital de Moçambique. “Para o banco, vocês são mais do que clientes, que estão aqui para guardar dinheiro. Estamos prontos para vos ajudar a alcançar os vossos sonhos e seguir em frente, dia após dia”, sublinhou, acrescentando que prova disso é a viagem que o Standard Bank vai oferecer para assistirem ao maior festival de jazz de África, com todas as despesas pagas pelo banco. Mas para além disso, conforme destacou Alfredo Mucavela, são os benefícios que os novos clientes passam a usufruir, como o acesso à conta bancária através de canais digitais e gestores prontos para orientarem nos melhores produtos e serviços. “Para além do QuiQ, que permite efectuar transferências por telefone, mesmo sem ter crédito ou acesso à internet, temos também o NetPlus (Internet Banking) que permite igualmente aceder à conta pelo computador para efectuar pagamentos diversos como água, luz, propinas, televisão e, ainda, transferir dinheiro para outros bancos”, referiu Alfredo Mucavela. Num outro desenvolvimento, destacou o facto de o Standard Bank disponibilizar ATM’s Depósitos, que possibilitam depositar dinheiro em qualquer lugar e hora sem ter de entrar no banco. Visivelmente emocionado, Elto Mavie contou que, quando recebeu a ligação a informarem-no que tinha sido contemplado com uma viagem à África do Sul, para assistir ao festival de jazz, inicialmente, não acreditou. “Agora estou a confirmar que na verdade ganhei e que fiz uma boa opção ao abrir uma conta no Standard Bank, pois passo a beneficiar de uma gama diversificada de produtos e serviços que, para além de me serem bastante úteis, garantem muita segurança”, frisou Elto Mavie. Por sua vez, Fátima Fargelgamali, explicou que optou por abrir uma conta no Standard Bank porque sempre acreditou que este é um dos melhores bancos no País. “Fui muito bem recebida e o processo de abertura de conta foi bastante célere. Um dos aspectos que mais me impressionou é o facto de alguns balcões fecharem muito além do horário normal de expediente”, concluiu. O Instituto de Directores de Moçambique (IODmz), em parceria com a Corpora- ção Financeira Internacional (IFC), realiza no dia 18 de Outubro próximo, em Maputo, um seminário sobre a governação corporativa, no País. O evento, cujo tema é “Onde Estamos com a Governação Corporativa em Moçambique?” tem como o objectivo identificar soluções sobre esta questão, explorando oportunidades de colaboração ao nível do continente africano e Governação corporativa em debate em Maputo acordar uma acção estratégica para uma governação corporativa efectiva em Moçambique. Ansie Ramalho, advogada, consultora sénior e directora não-executiva da Corporação Financeira Internacional (IFC) – uma subsidiária do Banco Mundial, será a oradora principal do seminário. A palestrante liderou o desenvolvimento e finalização do projecto “King IV Report” sobre governação corporativa para a África de Sul e a região austral do continente africano. Importa realçar que a governação corporativa é o processo pelo qual as organizações são dirigidas e controladas. Trata-se de lideran- ça orientada para resultados e assenta em quatro pilares essenciais, nomeadamente a transparência, prestação de contas, igualdade entre os accionistas e a responsabilidade. Portanto, a governação corporativa é a força para a transformação de economias e de sociedades, uma alavancagem para assegurar uma maior taxa de retorno ao investimento social e empresarial. É um pré-requisito para o sucesso e sustentabilidade de qualquer organização. Savana 29-09-2017 EVENTOS 2 A WaterAid, organização internacional que trabalha exclusivamente para preservação da água, saneamento e higiene, e o Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) promoveram, na semana passada, o lançamento do Fórum Nacional da Juventude para Água e Saneamento, que visa contribuir com acções concretas para ampliar as vozes da juventude na defesa do acesso à água, saneamento e higiene como direito humano em Moçambique. O Fórum é resultado da união de organizações como Associação Mo- çambicana para cidadania Activa (AMOCA), Brotar Moçambique, Culturate, Ukula, entre outros. De acordo com a presidente executiva da organização Brotar Moçambique, Carmen Phumo, o fórum já começou a actuar em algumas províncias do país cujo foco tem sido a consciencialização das populações para usarem a água de forma racional. Carmen Phumo diz que se pretende WaterAid e MASC promovem Fórum Nacional da Juventude com a iniciativa actuar ao nível nacional, na concertação de ideias e de actuação da juventude nas iniciativas e medidas de gestão e preservação da água, saneamento e higiene, tornar a juventude activa no estabelecimento de meios sustentáveis para gestão e preservação da água, bem como garantir a monitoria e sustentabilidade dos serviços através de envolvimento e participação activa dos jovens a todos os níveis. Por sua vez, a chefe de Abastecimento de Água, na Direcção Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento, Julieta Paulo, diz que é importante que os jovens estejam interessados em abraçar a questão da água e saneamento, pois só assim será possível dar continuidade às acções para o alcance de um dos objectivos do desenvolvimento sustentável (ODS) que visa garantir a disponibilidade da água potável e saneamento para todos. Sobre as actuais restrições que se tem verificado nos municípios de Maputo, Matola e Boane, Felicidade Paulo O Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), instituição vocacionada ao desenvolvimento curricular, promoveu semana finda um workshop sobre a reforma do Plano Curricular do Ensino Secundário Geral que tinha como objectivo rever o curriculum do ensino secundário à luz das alterações da Lei do Sistema Nacional de Educação. A Revisão da Lei 6/92 de 06 de Maio, sobre o Sistema Nacional de Educação, preconiza uma Educação Básica de nove classes e um Ensino Primário e Secundário de seis classes, em cada nível, em alinhamento com o protocolo da SADC sobre Educação e Formação. O Protocolo estabelece igualmente um Ensino Básico com um mínimo de 9/10classes, em conformidade com a Carta Africana Sobre os Direitos da Criança, que insta os países membros a garantir o acesso à Educação Básica Gratuita e compulsiva e encorajar o desenvolvimento da Educação Secundária nas suas mais diferentes formas e, progressivamente, torna gratuita e acessível a todos. Tendo em conta essas perspectivas, durante o workshop o INDE procurou reunir contribuições sobre o perfil do aluno e competências que o mesmo deve desenvolver até 12a classe. De acordo com o Director Geral do INDE e especialista da Educação, Ismael Cassamo Nhêze, o pressuposto da reforma é o actual estágio do Ensino Secundário que ainda não é satisfatório. Nhêze defende que a reforma deve ser baseada no perfil que se espera de um aluno graduado do ensino geral. Uma das propostas apresentadas para que até ao fim da 12a classe se tenha um aluno com competências desejáveis e pronto para ingressar no INDE discute reforma do plano curricular do ensino secundário ensino superior foi colocar ao longo das classes um conjunto de disciplinas que possam despertar a capacidade de análise de diferentes assuntos, assim como ter domínio tecnológico. Outra proposta é trabalhar com diferentes instituições de pesquisas como a Universidade Pedagógica (UP), pois elas podem dar os principais pontos a serem estudados para as alterações que se pretendem fazer no Plano Curricular do Ensino Secundário. De acordo com o defensor da ideia, nas pesquisas que tem feito, a UP procura trabalhar directamente com os alunos para estudar os comportamentos de acordo com a realidade da educação em que eles estão inseridos ou submetidos. É nesse contexto que considera fundamental ter esta universidade como parceira das reformas pretendidas. Por sua vez, Isac Mangue, Presidente do Conselho da Escola Secundária Francisco Manyanga, disse que para que haja mudanças no perfil do aluno do ensino secundário deve-se trabalhar na formação de professores. Mangue defende o que chama de rejuvenescimento do corpo docente, ou seja, o Ministério da Educação deve procurar meios de voltar a formar os professores para dotá-los de mais conhecimento sobre o processo de ensino e aprendizagem e sobre a melhor forma de lidar com os seus alunos. O evento, que teve duração de um dia, contou com a presença de directores nacionais da educação, directores das escolas secundárias e representantes de algumas universidades e instituições de pesquisas. Ao fim do Workshop, os presentes foram unânimes em afirmar que não alcançaram todos os objectivos traçados, pois não conseguiram reunir contribuições suficientes para a reforma do plano curricular que se pretende, devido à complexidade do assunto. diz que é um problema causado pelas mudanças climáticas que se mostram cada vez mais severas, daí a necessidade da criação de infra-estruturas como furos, para mitigar a escassez da água. Contudo, mesmo com a previsão da continuidade das restrições por mais tempo, e numa altura em que apenas metade da população tem acesso à água potável, a nossa interlocutora garante que até 2030 a água estará à disponibilidade de todos, no entanto, diz que isso não significa necessariamente que cada habitante terá água canalizada em sua casa, mas já não será preciso percorrer longas distâncias para ter o líquido precioso. Savana 29-09-2016 EVENTOS 3 Um Workshop Sobre Empreendedorismo juntou 40 alunos provenientes de 10 escolas secundárias da cidade e província de Maputo, na quinta-feira passada, no âmbito das sétimas Olimpíadas Bancárias 2017. Organizado pelo Millennium bim em parceria com a Seguradora Ímpar, o workshop precede um exame realizado no dia 16 de SetemAlunos de Escolas Secundárias debatem Empreendedorismo assimilação destes temas, onde estão arrolados os conceitos relacionados com o Seguro, tais como tomador de Seguro, Risco, Prémio e Indeminização. A acção enquadra-se na política de Responsabilidade Social da Ímpar, que assinala este ano o 25º. Aniversário da sua fundação. A Seguradora tem feito relevantes intervenções nas áreas da Educação, Saúde, Cultura e Desporto. O escritor moçambicano Aldino Muianga lança, no próximo dia 03 de Outubro, o seu mais recente romance intitulado Asas Quebradas. A obra do escritor faz a articulação que se pretende harmoniosa entre a ficção e o mundo real. Ela institui-se como a grande vocação dos escritores e dos artistas africanos em geral e que, no âmago do seu processo criativo, não se conseguem alhear da realidade donde provêm e que os envolve, os questiona, os fascina ou simplesmente os indigna...”, defende Francisco Noa. O livro será apresentado pelo académico Aurélio Cuna, numa sessão que contará ainda com uma leitura encenada de Rogério Manjate. Este evento servirá para celebrar os 30 anos de produção literária do autor, que este ano é o escritor homenaAldino Muianga lança Asas Quebradas geado na Feira do Livro de Maputo. Esta é a segunda obra publicada pela Cavalo do Mar, na colecção pelagem negra e é a décima quinta obra do autor. Refira-se que o lan- çamento terá lugar no auditório do BCI em Maputo. bro, no qual participaram 400 alunos pertencentes às escolas, que culminou com o apuramento dos 40 alunos, que continuarão até ao final da prova, que está agendada para o dia 25 de Outubro de 2017. Para este workshop foram apresentados e discutidos temas como Empreendedorismo, Poupança, Seguros, Banca e, pela primeira vez, Voluntariado Social. Os alunos receberam material didáctico para uma melhor O s três novos clientes vencedores da campanha conta corrente Joy of Jazz, promovida pelo Standard Bank, no período entre o dia 1 de Agosto e 10 de Setembro, foram anunciados na última segunda- -feira, 25 de Setembro, em Maputo. Trata-se de Elto Mavie, Fátima Fargelgamali e Tomás Jasse, que vão beneficiar, como prémio, de uma viagem à África do Sul, para assistir ao festival Joy of Jazz, a ter lugar em Sandton, entre os dias 29 e 30 de Setembro, com todas as despesas pagas pelo banco e direito a um acompanhante. Os três clientes foram apurados, por sorteio, de um universo de cerca de cinco mil pessoas que abriram novas contas, no âmbito da campanha Conta Corrente. Intervindo no acto de entrega dos prémios, o chefe do Departamento de Marketing e Comunicação do Standard Bank, Alfredo Mucavela, referiu que os vencedores tomaram a decisão acertada ao se tornarem clientes do Standard Bank, o banco mais antigo, sólido e digital de Moçambique. “Para o banco, vocês são mais do que clientes, que estão aqui para guardar dinheiro. Estamos prontos para vos ajudar a alcançar os vossos sonhos e seguir em frente, dia após dia”, sublinhou, acrescentando que prova disso é a viagem que o Standard Bank vai oferecer para assistirem ao maior festival de jazz de África, com todas as despesas pagas pelo banco. Mas para além disso, conforme destacou Alfredo Mucavela, são os benefícios que os novos clientes passam a usufruir, como o acesso à conta bancária através de canais Conhecidos os vencedores da campanha do Standard Bank digitais e gestores prontos para orientarem nos melhores produtos e serviços. “Para além do QuiQ, que permite efectuar transferências por telefone, mesmo sem ter crédito ou acesso à internet, temos também o NetPlus (Internet Banking) que permite igualmente aceder à conta pelo computador para efectuar pagamentos diversos como água, luz, propinas, televisão e, ainda, transferir dinheiro para outros bancos”, referiu Alfredo Mucavela. Num outro desenvolvimento, destacou o facto de o Standard Bank disponibilizar ATM’s Depósitos, que possibilitam depositar dinheiro em qualquer lugar e hora sem ter de entrar no banco. Visivelmente emocionado, Elto Mavie contou que, quando recebeu a ligação a informarem-no que tinha sido contemplado com uma viagem à África do Sul, para assistir ao festival de jazz, inicialmente, não acreditou. “Agora estou a confirmar que na verdade ganhei e que fiz uma boa opção ao abrir uma conta no Standard Bank, pois passo a beneficiar de uma gama diversificada de produtos e serviços que, para além de me serem bastante úteis, garantem muita segurança”, frisou Elto Mavie. Por sua vez, Fátima Fargelgamali, explicou que optou por abrir uma conta no Standard Bank porque sempre acreditou que este é um dos melhores bancos no País. “Fui muito bem recebida e o processo de abertura de conta foi bastante célere. Um dos aspectos que mais me impressionou é o facto de alguns balcões fecharem muito além do horário normal de expediente”, concluiu. Savana 29-09-2017 EVENTOS 4 PUBLICIDADE Anúncio Exames de Admissão 2018 A Universidade Eduardo Mondlane comunica que já estão abertas as inscrições para os Exames de Admissão para o ano 2018, que se realizarão de 08 à 12 de Janeiro. Para mais informações, consulte a website da UEM: www.uem.mz. LISTA DE CURSOS DE GRADUAÇÃO A SEREM LECCIONADOS PELA UEM NO ANO LECTIVO DE 2018 PERÍODO LABORAL I. FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL (Maputo) Engenharia Agronómica Engenharia Florestal Agroeconomia e Extensão Agrária II. FACULDADE DE ARQUITECTURA (Maputo) Arquitectura e Planeamento Físico III. FACULDADE DE CIÊNCIAS (Maputo) Biologia Aplicada Biologia e Saúde Biologia Marinha, Aquática e Costeira Ecologia e Conservação da Biodiversidade Terrestre Cartografia e Pesquisa Geológica Geologia Aplicada Física Meteorologia Química Ambiental Química Industrial Informática Matemática Estatística Ciências de Informação Geográfica IV. FACULDADE DE DIREITO (Maputo) Direito V. FACULDADE DE ECONOMIA (Maputo) Economia Gestão Contabilidade e Finanças VI. FACULDADE DE EDUCAÇÃO (Maputo) Psicologia das Organizações Psicologia Social e Comunitária Psicologia Escolar e de Necessidades Educativas Especiais Desenvolvimento e Educação de Infância Organização e Gestão da Educação (também ministrado à Distância) Língua de Sinais de Moçambique Educação Ambiental VII. FACULDADE DE ENGENHARIA (Maputo) Engenharia Química Engenharia Electrónica Engenharia Eléctrica Engenharia Mecânica Engenharia Civil Engenharia Informática Engenharia do Ambiente VIII. FACULDADE DE FILOSOFIA (Maputo) Filosofia IX. FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS (Maputo) Ensino de Português Ensino de Inglês Ensino de Francês Ensino de Línguas Bantu Tradução Português/ Inglês Tradução Português/ Francês Linguística Literatura Moçambicana História Geografia Sociologia Serviço Social Antropologia Arqueologia e Gestão do Património Cultural Administração Pública Ciências Políticas Ensino de Língua, Cultura e Literatura Chinesa X. FACULDADE DE MEDICINA (Maputo) Medicina XI. FACULDADE DE VETERINÁRIA (Maputo) Medicina Veterinária Ciência e Tecnologia de Alimentos Ciência e Tecnologia Animal XII. ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES (Maputo) Arquivística Biblioteconomia Marketing e Relações Públicas Jornalismo Música Teatro XIII. ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO DESPORTO (Maputo) Ciências do Desporto XIV. ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS MARINHAS E COSTEIRAS (Quelimane) Oceanografia Biologia Marinha Química Marinha Geologia Marinha XV. ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL (Vilankulo) Comunicação e Extensão Rural Economia Agrária Engenharia Rural Agroprocessamento Produção Pesqueira Produção Agrícola Produção Animal XVI. ESCOLA SUPERIOR DE HOTELARIA E TURISMO DE INHAMBANE Gestão de Mercados Turísticos Informação Turística Animação Turística Gestão Hoteleira XVII. ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO Finanças Gestão de Empresas Gestão Comercial Agro-Negócios Agricultura Comercial ENSINO À DISTÂNCIA I. FACULDADE DE EDUCAÇÃO Organização e Gestão da Educação II. FACULDADE DE ECONOMIA Gestão de Negócios III. FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS Administração Pública Administração Pública -Maputo Administração Pública - Sabié Administração Pública - Chibuto Administração Pública - Inhambane Administração Pública - Vilankulo Administração Pública – Beira Administração Pública - Quelimane Administração Pública - Lichinga PERÍODO PÓS-LABORAL I. FACULDADE DE CIÊNCIAS (Maputo) Ciência de Informação Geográfica Estatística Informática II. FACULDADE DE DIREITO Direito III. FACULDADE DE ECONOMIA (Maputo) Economia Gestão Contabilidade e Finanças IV. FACULDADE DE EDUCAÇÃO (Maputo) Psicologia das Organizações Psicologia Social e Comunitária Desenvolvimento e Educação de Infância Organização e Gestão da Educação Educação Ambiental V. FACULDADE DE ENGENHARIA (Maputo) Engenharia Electrónica Engenharia Eléctrica Engenharia Civil Engenharia Informática Engenharia do Ambiente Engenharia e Gestão Industrial VI. FACULDADE DE FILOSOFIA (MAPUTO) Filosofia VII. FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS (Maputo) Ensino de Português Ensino de Inglês Tradução Português/ Inglês Linguística Literatura Moçambicana História Geografia Sociologia Administração Pública Ciências Políticas XIII. ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES (Maputo) Arquivística Biblioteconomia Marketing e Relações Públicas Jornalismo IX. ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO DE INHAMBANE Gestão X. ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO Finanças Gestão de Empresas

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