sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Réus admitem submissão de projectos para financiamento mas negam que eram falsos

   Três réus do caso FDA negam participação intencional nos desvios

Réus admitem submissão de projectos para financiamento mas negam que eram falsos
Mais três acusados de desviar 170 milhões do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) foram ouvidos hoje e negam ter participado de forma intencional no esquema. Alguns admitem que submeteram projectos para ter financiamento, mas negam que eram projectos falsos, tal como avança a acusação.
Milda Cossa, a mesma que foi apontada como gestora dos negócios de Setina Titosse, ex-PCA do Fundo de Desenvolvimento Agrário, foi a primeira a explicar o seu envolvimento no esquema de desvio de cerca de 170 milhões de meticais.
Diz que nunca submeteu projecto ao FDA, mas admite que trabalhava para Titosse. Avança, porém, que apenas recebia ordens para fazer transferências. Nisso, chegou a abrir uma conta bancária a mando de Titosse, onde eram canalizados vários fundos.
E na vez de Neide Xerinda, então directora do FDA, esta diz ter submetido sim um projecto para ganhar financiamento da instituição na qual era funcionária. Entretanto, veio a trocar do projecto de criação de gado para um de criação de frangos. Argumenta que está ainda dentro do tempo acordado para começar a desembolsar os valores, devendo fazê-lo a partir de Janeiro de 2018.
O último a se defender no banco dos réus chama-se Humberto Cossa, primo de Setina Titosse e marido de Milda Cossa. Era beneficiário do financiamento do FDA, no valor de 12 milhões de meticais, solicitado para a criação de gado. Diz ter comprado terreno, que nunca chegou a ficar em seu nome, e gado, mas que foi perdendo durante o tempo.
Pela frente estão ainda 20 arguidos por serem ouvidos neste julgamento do esquema que aconteceu entre 2012 e 2015, envolvendo familiares, conhecidos e ex-colegas de serviço de Titosse. Pesam sobre os acusados crimes de corrupção, burla por defraudação, abuso de cargo, pagamento de remunerações indevidas, branqueamento de capitais, associação para delinquir e crime de peculato.


 

"Moçambique tem tudo para ser uma potência de África e do mundo.
Tem riqueza que chega para todos. Falta é de inteligências."

Adelino Timóteo



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