Decorre na manhã de hoje, segunda-feira, no Tribunal Judicial do distrito municipal de KaMpfumo, na cidade de Maputo, a sessão das alegações finais do chamado “Caso Meca”, em que é réu Abdurremane Lino de Almeida, ex-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, acusado de uso indevido de fundos do Estado para financiar uma viagem espiritual à Meca.
No domingo, Abdurremane Lino de Almeida disse ao “Canalmoz” que estará diante do tribunal para ouvir as últimas alegações e que vai reafirmar tudo quanto já disse antes.
Abdurremane Lino de Almeida reafirmou que a sua ida à Meca foi por orientação do Presidente da República e com o conhecimento do Ministério do Plano e Finanças.
Segundo Abdurremane Lino de Almeida, mesmo na fase de produção produção de provas neste caso, a ministra da Presidência para os Assuntos da Casa Civil, Adelaide Amurane, nunca afirmou no tribunal que não tinha conhecimento da viagem à Meca.
Abdurremane de Almeida explicou que a ministra disse apenas que não estava, quando o Presidente da República comunicou com ele, e “na verdade, ela não estava”.
Abdurremane Lino de Almeida afirmou que quando a Inspecção-Geral do Ministério das Finanças produziu o seu relatório sobre a auditoria no Ministério da Justiça, recomendou no, ponto 22, que ele devolvesse o dinheiro.
“Mas, quando eu fui notificado para devolver o dinheiro, eu disse que não devolvia nada e, se quisessem, poderiam contactar o Presidente da República, entidade que me enviou à viagem”, disse Abdurremane de Almeida. Disse também que, na ocasião, a Inspectora-Geral das Finanças teve um encontro com a ministra Adelaide Amurane para lhe colocar a questão, tendo esta dito que não sabia, mas que iria consultar o Presidente da República sobre se, sendo ele que mandou, deveria devolver pessoalmente ou por via da Presidência da República.
“Depois de a ministra ter abordado o chefe do Estado, regressou à sala para falar com a Inspectora-Geral do Ministério das Finanças, informando-a de que o presidente tinha confirmado que foi ele que autorizou a viagem. Foi daí que o Ministério das Finanças disse que não era preciso devolver o dinheiro”, explicou o ex-ministro Abdurremane Lino de Almeida. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 03.07.2017
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