Presidente russo considera que o ataque informático aos servidores do Partido Democrata, durante a campanha presidencial norte-americana em 2016, pode, afinal, ter partido da Rússia. Mas reafirma que o Kremlin não teve nada a ver.
O Presidente russo Vladimir Putin reafirmou nesta quinta-feira que o Kremlin não está envolvido no ataque aos servidores do Partido Democrata, de Hillary Clinton, mas já admite que por detrás desses ataques informáticos possam estar "mentes patriotas" russas. O intuito desses hackers, segundo crêem os serviços de informação dos EUA, seria o de influenciar a campanha presidencial e ajudar a garantir a vitória do candidato Donald Trump (Partido Republicano, conservador), que acabou mesmo por ganhar.
Putin abordou o caso – e as muitas suspeitas que recaem sobre o Kremlin, pelo menos na praça pública – numa conferência por si convocada, com jornalistas internacionais, em São Petersburgo, na Rússia. Até agora, Putin negou sempre qualquer ligação da Rússia ao ciberataque que afectou os servidores do Partido Democrata. Ainda que reafirme a inocência do Kremlin, já admite agora que tudo tenha partido da Rússia.
Para Putin, piratas informáticos são como “artistas” que actuam segundo os sentimentos com que acordam. “Se tiverem uma mente patriota começam a contribuir – de forma correcta, segundo o ponto de vista deles – na luta contra aqueles que falam mal da Rússia”, acrescentou.
Em Outubro, o Governo russo tinha sido acusado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos de ter entrado nos servidores do partido de Hillary Clinton, expondo centenas de emails que indicavam um favorecimento a Hillary Clinton em relação ao seu opositor nas eleições primárias, Bernie Sanders.
Mas só em Janeiro surgiu uma posição oficial: os serviços secretos dos EUA, através de um relatório da CIA, FBI e NSA, concluíam que Vladimir Putin tinha ordenado uma “campanha de influência” com o objectivo de prejudicar e descredibilizar a candidata democrata Hillary Clinton. No relatório, consideraram tratar-se de uma “escalada significativa” nos esforços russos para prejudicar a “ordem liberal e democrática dos EUA”.
Posteriormente, o chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, anunciava que Trump não deixaria de retaliar contra a Rússia por causa desses ataques informáticos.
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