terça-feira, 11 de abril de 2017

Zuma denuncia carácter racista das manifestações que exigem sua saída


Presidente sul-africano diz que manifestações em prol da sua demissão são racistas  

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, denunciou ontem o carácter “racista” das manifestações que exigem a sua demissão, que ocorreram na semana passada, nas principais cidades do país.
Jacob Zuma falou sobre o tema durante uma homenagem a Chris Hani, ex-secretário-geral do Partido Comunista sul-africano (SACP), quando passam 24 anos do assassínio, que ocorreu em Abril de 1993 por um activista branco da extrema-direita.
“As manifestações que foram realizadas na semana passada mostram que o racismo é real e existe no nosso país”, disse o chefe de Estado sul-africano.
“Vários cartazes apresentavam opiniões que pensávamos estarem extintas desde 1994 (fim do apartheid), alguns retratavam mesmo os negros como babuínos”, acusou.
Na sexta-feira, dezenas de milhares de sul-africanos, de todas as confissões e culturas, foram às ruas das principais cidades do país para exigir a demissão de Jacob Zuma.
Outras manifestações estão previstas para quarta-feira pelos principais partidos da oposição.
O chefe de Estado, cada vez mais impopular por causa dos escândalos de corrupção em que está envolvido, irritou parte da população ao realizar uma controversa remodelação ministerial no final de Março.
O ministro das Finanças, Pravin Gordhan, que é conhecido por lutar contra a corrupção e “inimigo número um” de Zuma, foi afastado nesta remodelação.
A remodelação abrangeu um total de dez ministros e também alguns vice-ministros, maioritariamente considerados “fiéis” ao presidente.
Estas mudanças repercutiram-se de imediato na economia sul-africana. A moeda nacional, o rand, perdeu 8% face ao dólar depois da saída de Gordhan.
Jacob Zuma deverá enfrentar um voto de confiança a 18 de Abril, mas deverá beneficiar da larga maioria que o seu partido, o Congresso Nacional Africano, tem no Parlamento.

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