Depois da decisão do Banco de Moçambique de apertar as regras do sistema monetário do país como forma de assegurar o mercado, o professor de Economia, Constantino Marrengula alerta para o crescimento de endividamento.
Segundo o académico, o país regista um aperto monetário à mesma medida que cresce o endividamento. “Há movimentos em dois sinais contrários que podem não dar os resultados desejados. Se o objectivo é controlar a inflação, o ajustamento também deve ser da política fiscal e o cenário mostra que ainda continua a apetência do endividamento fiscal”, considerou.
Olhando para a decisão da redução permanente de cedência, assegura que constitui um alívio no sistema financeiro, pois a sua redução torna, de alguma maneira, o crédito relativamente mais barato. E para aqueles que vão aceder ao crédito, depois da decisão, poderão ter algum conforto.
O aumento do limite do capital mínimo social vem responder a derrapagem do metical. “É uma forma de garantir suporte na nova economia. Era preciso ajustar as taxas para que a banca consiga adaptar-se à nova conjuntura”, disse Marrengula.
Uma outra decisão tomada pelo Banco de Moçambique é o aumento das taxas de solvabilidade, para o economista, “isso implica que os bancos estão a ser pressionados a tornarem-se mais pujantes, em consequência haverá algum aperto monetário do ponto de vista de disponibilização de crédito na economia. Naturalmente que as taxas de crédito podem sofrer algum ajustamento. O que pode significar o anulamento da mudança na facilidade de cedência, porque estamos a mudar as condições em que a banca deve fornecer o crédito à economia”, adverte Marrengula.
Enquanto os dados indicam para a evolução do endividamento público, o PIB e a inflação são olhados pela positiva. O crescimento económico projectado para 2017 é de 5.5% e a taxa de inflação para 12.2%.
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