O porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) não assumiu categoricamente que houve falhas de segurança no transporte dos dois reclusos que viriam a ser resgatados pelos comparsas em plena via pública, esta segunda-feira, limitando-se a dizer que todos os elementos estão a ser tomados em consideração. “A reflexão a que fizemos referência visa apurar o circunstancialismo, desde o momento da saída desses dois indivíduos até ao local onde ocorreu o sucedido”, respondeu Inácio Dina, ao mesmo tempo que actualizou que, até às primeiras 24 horas depois de se dar o caso, não havia pistas dos quatro homens que abordaram o carro policial, muito menos dos dois reclusos resgatados.
A corporação confirma que os dois reclusos saíram dos calabouços do Comando da PRM em direcção à 1.a Esquadra, para serem ouvidos num outro processo relacionado com ofensas corporais, tentativa de evasão, entre outros.
Entretanto, o criminalista e antigo director da Polícia de Investigação Criminal na Cidade de Maputo, António Frangoulis, levanta a hipótese de conivência de alguns agentes da Polícia, o que facilitou a operação de libertação de José Ali Coutinho e Alfredo Muchanga, tidos como perigosos cadastrados: “Isto não foi por acaso. Estes que fizeram isto tinham informação… ou da Polícia ou (alguém) que tenha acesso às informações para poder dar-lhes o relato do que estava a acontecer”.
Por seu turno, o bastonário da Ordem dos Advogados, Flávio Menete, diz que é a primeira vez que ouve que um carro da escolta ficou preso no semáforo, tal como avançou, no dia da ocorrência, o porta-voz da PRM na Cidade de Maputo. “Essa desculpa não convence”, sentenciou Menete, que também foi director nacional da PIC.
Refira-se que, em finais do ano passado, um outro indivíduo implicado na morte do procurador Marcelino Vilanculo evadiu-se da penitenciária de máxima segurança, na província de Maputo, e a Procuradoria mandou deter preventivamente a direcção daquele estabelecimento penitenciário até hoje.
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