Acidente
Um aluno de 13 anos atirou-se de uma janela do primeiro andar da Escola Básica de Milheirós de Poiares, na Feira, na sequência de uma aposta com colegas. O caso aconteceu esta quinta-feira.
O estudante ficou ferido e teve de ser hospitalizado.
A
mãe acusa a escola de falta de vigilância. Os responsáveis do
estabelecimento de ensino não prestaram esclarecimentos, mas fonte da
Direção sublinhou que os funcionários não têm responsabilidade no caso.
O
incidente aconteceu anteontem à tarde e terá começado numa brincadeira
entre os alunos no intervalo de quinze minutos. Segundo colegas, a turma
do 5.º C estaria a saltar escadas no recreio, quando surgiu a "aposta".
Os amigos terão desafiado Américo Pinho, aluno repetente do 5.º ano, a
saltar da janela do primeiro andar.
Segundo
Fátima Pinho, mãe do aluno, "os miúdos começaram a chamar-lhe nomes, a
dizer-lhe que ele era um 'maricas' se não saltasse". O jovem terá
apanhado as funcionárias da escola desprevenidas e conseguiu subir até
aos corredores da zona das salas de aula. Foi aí que Américo se sentou
no beiral da janela que fica sobre a portaria mesmo de frente para a
estrada e, sob os gritos de incentivo dos colegas, acabou por saltar
daqueles quatro metros de altura. Caiu de pé, mas a queda valeu-lhe dois
calcanhares partidos.
Recuperação demorada
Foi
já entre as lágrimas da mãe - que trabalha perto e, entretanto, foi
alertada - que o jovem foi transportado para o Hospital S. Sebastião, na
Feira, onde ainda está internado depois de ontem ter sido submetido a
uma cirurgia de várias horas. A recuperação vai ser demorada: pelo menos
meio ano de cadeira de rodas.
Fátima
Pinho, que acusa a escola de falta de segurança, desconfia que o filho
poderia sofrer de bullying, uma vez que sentia o miúdo desanimado há
algum tempo. Após um primeiro período com bons resultados, estava a
baixar o rendimento escolar. "Foi uma mudança radical de comportamento",
refere Fátima Pinho.
O aluno estaria
já sinalizado com necessidades educativas especiais, informação que não
foi confirmada pela escola. De acordo com um elemento da direção do
Agrupamento de Escolas de Arrifana, que salvaguardou que os funcionários
não têm qualquer responsabilidade no caso, não serão prestados
esclarecimentos. A situação foi reportada à Direção Regional de Educação
do Norte.
A escola ainda não sabe se o seguro cobre as despesas hospitalares, por ter sido intencional.
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