Líderes dos EUA e da Rússia conversaram durante 50 minutos ao telefone este sábado. Casa Branca e Kremlin classificaram contacto como "muito positivo"
O primeiro contacto entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, revelou um perfeito entendimento entre os dois líderes e augura um excelente relacionamento futuro entre os dois países que estavam de costas voltadas. "Foi muito positivo", disseram este sábado tanto o Kremlin como a Casa Branca.
"Foi uma chamada significativa e muito positiva, que marca o momento em que os dois países começaram a melhorar o seu relacionamento", segundo a Administração norte-americana.
O Presidente norte-americano encerrou a sua primeira semana na Casa Branca com uma série de contactos internacionais: Trump falou ao telefone com os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe, e da Austrália, Malcolm Turnbull; com a chanceler alemã, Angela Merkel; o Presidente da França, François Hollande e o líder russo Vladimir Putin – um nome omnipresente durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos.
Era o telefonema que suscitava maior expectativa, tendo em conta as alegações de interferência russa no processo eleitoral norte-americano e os elogios de Donald Trump à liderança de Vladimir Putin. Antes de a Casa Branca apresentar o seu relato da chamada, que durou 50 minutos, o Kremlin fez saber como foi calorosa a conversa entre os dois líderes, ambos dispostos a virar a página do passado e “restaurar e melhorar a cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos”. De tal maneira que se comprometeram a manter “contacto regular” e a encontrar, rapidamente, uma data e um local para o seu primeiro encontro.
Segundo a Casa Branca, os Presidentes dos Estados Unidos e a Rússia mostraram um entendimento que lhes permitirá trabalhar em conjunto para resolver problemas que constituem preocupações comuns, como por exemplo a crise na Síria ou a ameaça jihadista.
A estação televisiva Russia Today (RT), financiada pelo Kremlin, disse que Trump e Putin falaram sobre o Médio Oriente, discutindo matérias como o processo de paz israelo-palestiniano, o combate ao terrorismo do Daesh, ou o acordo nuclear do Irão, e abordaram também outras “crises”, nomeadamente na Ucrânia. Porém, a RT não esclareceu se os dois discutiram as sanções internacionais impostas a Moscovo por causa da sua anexação da Crimeia e o apoio aos rebeldes separatistas no Leste da Ucrânia.
Na sexta-feira, a conselheira da Casa Branca Kellyanne Conway disse que a questão seria abordada durante o telefonema. Mas em resposta aos jornalistas no mesmo dia, Donald Trump não deu certezas disso, ou da sua posição sobre a manutenção das sanções para punir a Rússia: “Logo veremos”, disse.
As fontes do Kremlin não se referiram à questão das sanções, mas salientaram o compromisso de Trump e Putin em “aprofundar os laços comerciais e económicos entre os dois países”.
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