A
Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación (LaMia), companhia aérea
do avião que despenhou, transportando a equipa do Chapecoense, na
passada terça-feira, tinha apenas 15 funcionários (familiares e amigos) e
um avião em actividade, sendo que depois do ocorrido, a empresa ficou
com apenas 9 funcionários.
Com
o acidente do avião que tirou a vida a 71 pessoas, a actividade da
companhia foi suspensa pelo regulador do sector de aviação na Bolívia, a
Direção Geral de Aeronáutica Civil, de acordo com o Notícias ao Minuto.
Miguel
Quiroga, de 36 anos, piloto do avião, era também um dos donos da
empresa. Durante anos, tentou entrar no circuito de voos comerciais para
África e Europa, sem sucesso. A LaMia dedicava-se, por isso, ao
transporte de equipas de futebol, tendo, inclusive, como clientes as
selecções da Bolívia, Argentina e Colômbia.
O
avião Avro RJ85 que caiu perto de Medellin era o único em
funcionamento, a empresa adquiriu outros dois mas estavam a ser alvo de
reparações e nunca foram usados. O Avro RJ85 era personalizado conforme a
equipa que fosse transportar, com alteração de cores e logos tanto no
interior como no exterior.
Antes
de se tornar sócio da LaMia, Miguel foi instrutor de uma escola de
aviação. "Foi a paixão dele a vida inteira. Quando surgiu a oportunidade
de comprar uma companhia aérea, ele aproveitou", contou à BBC Osvaldo
Quiroga, primo do piloto.
Há
quem acuse Miguel Quiroga de abastecer o seu avião apenas com o
estritamente necessário, para poupar dinheiro, e de não ter comunicado a
falta de combustível como uma emergência para evitar multas, porém, o
primo sai em sua defesa.
“Nenhum
piloto vai arriscar a própria vida, nem a das pessoas que está a
transportar. Não faria sentido colocar a própria vida em risco, ele
tinha acabado de ser pai", disse Osvaldo Quiroga.
Miguel vivia com a mulher e os filhos: a bebé recém-nascida, de três meses, um menino de 13 anos e uma menina de nove.
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