segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Os professores da infâmia

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CARTA A MUITOS AMIGOS
Fiquei magoado ao tomar nota pela comunicação social que um respeitado e valoroso comandante da guerrilha sandinista e libertadora, sob o pretexto que importava promover a mulher propôs que a sua esposa se tornasse a candidata a Vice-Presidente da República.
Entre as antigas combatentes, as gerações que se sucederam desde a libertação apenas só existe a sua esposa como mulher e símbolo da emancipação feminina?
Diz-se que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe totalmente, lá e em toda a parte do mundo, claro, na nossa terra que também existe neste planeta.
De onde aprendemos e quem nos ensina a infâmia?
Vejamos continente por continente e sobretudo os principais professores de democracia e direitos humanos.
Comecemos pelo continente americano.
1.   Péron, ditador da Argentina e bom amigo de Hitler, fez-se suceder na morte pela mulher. De memória creio tratar-se do primeiro caso, mas legou o exemplo que muitos se apressaram a seguir lá e noutros países.
2.   Desde então tornou-se costume na Argentina e Chile a sucessão entre cônjuges. Agora a Nicarágua?!
3.   No Brasil habitual que o deputado, senador, governador passe o testemunho ao filho, irmão, cônjuge, parente próximo e até parceiro de porcarias.
4.   Vejamos o número um do continente americano, observemos como lá funciona a dita democracia e os direitos humanos, deixemos de lado as guerras fomentadas em vários continentes e até no Norte de África:
a.   Quantos Bush se sucederam no poder? Até o filhote governador da Flórida quis correr para a Casa Branca!
b.   Uma antiga Primeira-Dama não vai para Presidente? Bem antes ela dizemos todos do que o republicano racista, belicista, atrasado mental.
c.   Na sucessão de senadores, deputados e governadores nos EUA quantos filhos, parentes, apaniguados surgem com pergaminhos reais outros do pertencerem ao clã da família sempre no poder?
5.   Vejamos a Europa deixando de parte as diversas monarquias, pois normal que o ceptro real se mantenha com os herdeiros:
a.   No Reino Unido, na França, na Espanha, na Itália, na Alemanha quais os laços de parentesco entre as gentes na direcção do Estado e no Parlamento?
b.   Não se assassinou Lumumba e companheiros para entregar as minas às transnacionais?
c.   O próprio Rei da Bélgica então não deu o seu beneplácito ao crime? Mobuto não se tornou um menino bonito durante décadas?
d.   Algo similar não ocorreu no Congo (B) quando se assassinou Marian Ngouabi?
e.   Banda caquéctico e aliado fiel dos sistemas racistas e colonialistas não se proclamou presidente por toda a vida? Derrubaram antes de morrer e não ficou por toda a vida!
f.    Não se incentivou a Somália a atacar a Etiópia porque amiga da URSS?
g.   A derrota somaliana não determinou o esfacelamento do país?
h.   Há uma Rua Siad Barre em Maputo, como Presidente da então OUA e representando por isso todo o continente, veio testemunhar a proclamação da nossa independência e a tomada de posse do Presidente Samora Machel. Isso aconteceu bem antes da guerra fatal com a Etiópia.
i.    O carrasco Idi Amin do Uganda não fazia parte dos protegidos do Ocidente, porque Obote se opunha a certos interesses?
j.    O que dizer do golpe que derrubou o grande Kwame Nkrumah no Gana?
k.   Quem protegeu o regime de Smith e o apartheid incluindo nas agressões contra Moçambique?
 Há que saber que na nossa terra sucederam-se duas tentativas de captura do poder que fracassaram diante da oposição cerrada dos órgãos do Partido.
Primeiro desejou-se uma alteração da Constituição no respeitante ao número de mandatos consecutivos do Chefe do Estado. Travou-se, o CC disse que nenhuma revisão podia tocar nesta questão.
Mais tarde buscou-se fazer da esposa a sucessora. Falhanço total. Não passou de uma sugestão que ninguém apoiou. Procurou-se um menino bonito e obediente para o cargo, o voto no CC descartou-o para um terceiro lugar se bem me lembro.
Um pseudo jornalista tentou afirmar que havia uma vala comum com 120 corpos. Nunca a viu. Jamais um parente das ditas vítimas afirmou que o seu pai, mãe, filho haviam desaparecido. Quem contou os tais 120 corpos?
Uma agência séria e de reputação mundial depois de publicar o que não passava de uma calúnia e mentira infames, veio a público pedir desculpas. Há que dizer que o tal jornalista e a sua agência nunca pediram desculpas.
Mais recentemente jornalistas da agência boateira acusaram as Forças Armadas de assassinarem a sangue frio dois cidadãos do Bangla Desh. Zero de provas de que os militares governamentais houvessem cometido tal barbaridade.
Há pasquins cá na terra, uns de duração bem curta, outros porque financiados por mandantes de crimes incluindo de um jornalista honrado e competente sobrevivem graças à publicação de artigos escritos ou não pelo criminoso.
Há falsos jornalistas e jornais em toda a parte do mundo. Devemos saber como separar o trigo do joio! 
Verdade temos por cá um tiranete sádico e com um ego maior que todos os oceanos juntos.
Pouca comunicação social o denuncia como terrorista e preferem a expressão mais que duvidosa de tensão político-militar.
Cobardia? Tentativa de agradar a gregos e troianos? Fuga à verdade e à honestidade?
O pobre diabo até se sente orgulhoso em mandar passear os próprios mediadores que ele mesmo solicitou.
Um militar da RENAMO, entre outros, acaba de ser nomeado Chefe-Adjunto do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Moçambique. Espero que como os seus antecessores saiba que deve obedecer ao Estado, ao Comandante em Chefe, respeitar a Constituição e a Lei. Esse é o seu dever.
  O meu abraço para a seriedade.
SV

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