quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Mamã Graça, tu condenas as «dívidas ocultas»,

Um apelo

A. Prelúdio

Mamã Graça, tu condenas as «dívidas ocultas», que até já não são mais ocultas. Também dizes que nem tu nem nenhum dos teus filhos ião pagar nem um tostão dessas dívidas. Até aqui tudo bem.
Papá Chissano, tu dizes estares contente por finalmente ter sido possível desenhar e implementar um bom projecto para assegurar a protecção da Zona Económica Exclusiva da República de Moçambique no Oceano Índico (ZEERMOI). Como tu próprio disseste, a protecção da ZEERMOI é um assunto que te deu muita dor te cabeça, a pensares como poderia ser melhor assegurada. Não te vieram ideias, no teu tempo como Chefe do Estado e do Governo de Moçambique. O teu sucessor, Armando Guebuza, apareceu com uma ideal genial: criar um consórcio de empresas públicas para assegurar a protecção sustentável da ZEERMOI. Assim nasceram a EMATUM (para patrulhar a ZEEROI enquanto pesca atum), a Proindicus (para vilância e reacção armada) e MAM (para assegurar prestação de assistência à EMATUM e Proindicus). Plano genial! Aliás, é que assim que outros também fazem. Este consórcio de empresas assegura uma exploração racional e segura dos recursos naturais disponíveis na ZEERMOI em benefício dos moçambicanos. Até aqui também está tudo bem.
O que não está bem é vós, Mamã Graça e Papá Chissano, e vossos parceiros de negócios, quererdes ter direitos especiais ou exclusivos na exploração dos negócios da EMATUM, Proindicus, MAM e outros negócios. Isso já configura corrupção! Não fica bem que sejais vós a fazer isso. Vós sóis considerados uma reserva moral na sociedade moçambicana e não só. Fazei jus a esse estatuto social! Se sóis pela transparência por que todo o povo moçambicano clama, então não fazeis pedidos especiais ao Governo de Moçambique em relação aos negócios da EMATUM, Proindicus e MAM!

B. Epílego
Vamos TODOS exigir que os negócios do consórcio EMATUM-Proindicus-MAM prosperem e beneficiem todos os moçambicanos! Que não haja uma elite que queira ganhar sozinha com os negócios deste consórcio. Que o consórcio assegure a protecção da ZEERMOI ao mesmo tempo que faz negócios que produzam renda significativa para o Tesouro Nacional. É isto que nós TODOS devemos exigir que o Governo de Moçambique, agora liderado pelo Presidente Filipe Nyusi, viabilize a breve trecho.
Enfim, faço um apelo para que NÃO HAJA NINGUÉM A ATRAPALHAR e para que SEJAMOS TODOS VIGILANTES de modo a assegurar o sucesso dos negócios do consórcio em benefício de todos.

---

PS1: O esquema de negócios desonestos com o Estado moçambicano envolvendo figuras históricas que ainda merecem o respeito do povo moçambicano já está a descoberto. Já não vale mais a pena planear assassinatos cirúrgicos de pessoas inocentes, entre professores, jornalistas e juízes. Que se aprenda com os assassinatos de José Cardoso e Siba-siba Macuácua, entre outros, que só tiraram sono aos autores morais destes crimes, e fizeram mulheres viúvas e crianças órfãs. Não creio que as conquistas materiais decorrentes desses crimes para os seus autores morais e materiais tenham compensado tanto. A longo termo, o crime—incluindo a corrupção—NUNCA compensa. O melhor é a elite política e empresarial que está envolvida em negócios desonestos com o Estado moçambicano, em detrimento do povo moçambicano, parar de corromper ou de deixar-se corromper, e viver honestamente, fazendo jus ao discurso de repúdio ao crime e à desonestidade. Sejamos patriotas de gema e paremos de tentar corromper o Presidente Filipe Nyusi, e deixemos que ele (Filiep Nyusi) inicie com sucesso o processo de endireitar o que anda torto na nossa sociedade, sem consequências ou com consequências mínimas!
PS2: Eu não sou a favor de nenhuma auditoria forense internacional às dívidas contraídas para a criação das empresas EMATUM, Proindicus e MAM, porque creio nas boas intenções do Governo que avalizou essas dívidas. Mas exijo que o actual Governo de Moçambique faça de tudo o que é possível, legítimo e legal para pôr estas empresas (EMATUM, Proindicus e MAM) a produzir de forma sustentável para que possam assumir cabalmente as suas obrigações com os credores e com o Estado moçambicano.
PS3: Não concordo com a perseguição que faz particularmente ao Armando Guebuza, porque ela (essa perseguição) ameaça dividir e enfraquecer a Frelimo. Se a Frelimo perder o controlo do poder político nesta fase, Moçambique vai entrar em estado de caos absoluto e em muito pouco tempo. Ninguém pode corrigir melhor os erros cometidos na governação de Moçambique pela Frelimo, excepto a própria Frelimo! Logo, para a consolidação do Estado de Direito Democrática é essencial que a Frelimo continue no poder. Mas para que isto aconteça doravante é imprescindível que se deixe o Filipe Nyusi trabalhar e começar a endireitar o que está torto, de modo futuramente seja difícil que outro alguém volte a deixar que fique novamente torto. Ele (Filipe Nyusi) é capaz, mas precisa do apoio de TODOS nós, e especialmente da moralização dos nossos históricos, quais mamã Graça, mana Luísa e papás Chissano, Guebuza e Chipande!
GostoMostrar mais reações
8 comentários
Comentários
Mindo D Villa eu acho que a reacao das figuras ai em destaque representa aquilo que eh realmente a indignaacao da maioria dos mocambicanos, o que esta em causa aqui me parece ser a forma como as mesmas dividas foram contraidas "ocultas a legalidade" e nao o objectivo pelo qual estavam destinados. Tudo o que se faz as nossas costas traz indignacao e pra esse caso a duvida tambem por isso que exige a auditoria. POR ACASO PORQUE SERA FOI FEITO TUDO AS ESCONDIDAS MESMO?
Gosto25 hEditado
Brazao Catopola O que está em jogo aqui? 1) ocultas, não se refere exclusivamente a pessoas saberem ou nao existência da dívida, mas as formas pelas quais se soube delas, formas de concessão, titãs dos valores etc. 2. o que as pessoas discutem ou está em causa não são os propósitos justos e necessários (a meu ver) e aliás, bem explicados e de forma transparente não necessitaria dessa todo paleio. o que está em causa são as condições do seu nascimento que não foram normais. 3. estas a acusar pessoas. No mínimo deverias pôr o que elas fizeram para sustentar a tua acusação. 4. a primeira exigência não é que as empresas prosperem. isso é atacar o problema pelo resultado e não pela origem. a primeira existência é a transparência e por via disso a auditoria forense. senão entramos na lógica de tudo Vale pelo resultado. Não que as nossas instituições não seja úteis nem tecnicamente capazes, mas o profissionalismo delas (capazes de agir sem influência politica) é que dita o amor de muitos pela AF. 5. O grande problema até hoje e que a FRELIMO não consegue sair dele, não é a perseguição a pessoa do Presidente Guebuza (que ate teve trabalho notável ) é sim, a representação de Guebuza como uma instituição política, governativa ou seja, não é Guebuza, mas o desgaste que as pessoas têm em face a vários assuntos de natureza obscura. AEG foi ponto de saturação não sobre as sua pessoa mas sobre comportamentos. note que dívidas, corrupção, sempre existiram e claro daí... o princípio fundamental na política não há acidentes, quando existem passam a ser oportunidades
Gosto75 hEditado
Mindo D Villa obrigado!
Gosto5 hEditado
André Mahanzule Está difícil isto compatriotas, resta-nos o consolo de que já esteve pior é que oxalá dias melhores cheguem logo. Jesus.
Gosto5 h
Julião João Cumbane Mindo D Villa e Brazao Catopola O que MUITA gente não percebe—ou recusa perceber, porque bloqueada pelas suas crenças, mormente a crença de que "alguém queria enganar ou roubar em nome do povo"—sobre as «dívidas ocultas» é que a sua ocultação é que tornou viável a implementação do projecto de protecção da ZEERMOI. Se a implementação deste projecto não tivesse sido no sigilo (em oposição "no segredo"), o mesmo (projecto) teria sido potencialmente inviabilizado por concorrentes com interesses na ZEERMOI. Era preciso eliminar esse potencial. Ou seja, o projecto não foi sigiloso porque houvesse plano de roubar em nome do povo, mas sim porque era preciso evitar que o projecto fosse inviabilizado por organizações com interesses na exploração de negócios na ZEERMOI, onde Moçambique tem direitos especiais. 

Um exemplo: Quando alguém planeia colocar câmaras de vigilância na sua propriedade não começa por avisar os vizinhos sobre esse seu plano. Este exemplo aplica-se para entender o caso das dívidas ocultas. Quem quiser entender bem os contornos das «dívidas ocultas», primeiro precisa de livrar-se de preconceitos ou das suas crenças para poder usar a razão. Doutro modo, não vale a pena entrar em qualquer discussão sobre este assunto.

Brazao Catopola, confundes apelos com acusações. O meu apelo decorre de alguma evidencia disponível e que atesta a necessidade deste apelo. Não venha aqui com a mania de «provas». Este texto não é um artigo científico. É uma reflexão sobre eventos ocorridos e de tive conhecimento. Não obrigado e partilhar detalhes, mas posso partilhar, querendo, o meu pensamento e apreciação sobre esses eventos. Quites?
Gosto25 h
Brazao Catopola "o que não está bem é vós, mamã Graça e Papá Chissano, e vossos parceiros de negócio, quererdes ter direitos especiais ou exclusivos na exploração dos negócios da EMATUM, Proindicis, MAM e outros negócios. Isso já configura corrupção!" Isto é uma frase afirmativa ou apelativa? O pronome demonstrativo isso, faz o que linguisticamente - macro linguística se designa ligação mediata. ao pores o ponto de exclamação reiteras um posicionamento face ao que a ligação mediata (querer ter direitos exclusivos) ou sejas rephdias uma posição firme. onde está o apelo aqui. 2. eu quero entender vomo tu que se isso fosse dito aos 4 ventos seria inviabilizado. as perguntas que não calam sao: porquê não se disse tempo depois que houve essa acção? porque se negou quando apareceu pela primeira vez? seria esta a primeira ve que no orçamento do estado se compra armamento etc?
Gosto54 h
Mindo D Villa obrigado.
Gosto14 h
Julião João Cumbane «Isso já configura corrupção!» é uma frase exclamativa, Brazao Catopola. Ela expressa o meu sentimento de repulsa; não é configura qualquer acusação. Nela, o pronome demonstrativo "isso" refere-se à atitude/vontade/interesse/pretensão/desejo/gula de querer ter direitos especiais ou exclusivos nas exploração dos negócios do Estado. Estás contra o quê aqui?! É que não estou a ver acusação nenhuma aqui, nem intenção de acusar ninguém tenho eu. E atenção: a frase indica que eu tenho conhecimento de um evento que deliberadamente não quero especificar, envolvendo as duas figuras...!
Gosto3 hEditado
Brazao Catopola Hummm... vamos la desfazer mais a frase... tiramos tudo entre as vírgulas e fica "o que não está bem é vós é vossos parceiros querer dez ter direitos especiais... " esta clara a frase como afirmativa. segunda frase "isso já configura corrupção! " está frase é exclamativa ou seja admiração. a admiração devido é sobre a atitude (isso). isso, essa vontade, desejo é corrupção. você admira a atitude. no entanto essa frase faz parte de um parágrafo com um sentido. não tem como isolar os sentidos. como deveis saber um parágrafo expressa um pensamento
Gosto23 h
Julião João Cumbane Oh, meu Deus! Brazao Catopola, o ponto de exclamação não se somente para expressar admiração, Brazão. Pode também ser usado no fima de uma frase que expresso alegria, tristeza, negação, repulsa, chamada de atenção, ... No sentido é que usado na frase em questão, e no parágrafo em que está inserida, ela expressão (i) chamada de atenção e (ii) repulsa. Agora vais dizer mais o quê, meu caro amigo?
Gosto12 h
Alfas Faquir Alfas Uma coisa que é facto e parece que o governo do dia nao esta a entender, assim como os seus simpatizantes incondicionais, é o facto de o Moçambique dos anos 90 nao ser o mesmo de 2016. Hoje a critica em todoa sentidos é grande por isso, nao é possivel que hoje queiramos que praticas visivelmente anti democraticas passem impunes. Hoje os governantes que durante seus mandatos cometerem erros devem ser responsabilizados, mesmo que tenham sacrificado suas vidas, juventude, etc para libertar este pais. Os outros mais desenvolvidos tem esquemas mais evoluidos para ocultar segredoa do estados, mas eles também sabem que se forem descobertos serao responsabilizados. Agora uma pergunta que nao consigo ter resposta é porque essa crença de que uma mudança de governo ou de partido no governo poderia ser um desastre para o Pais? Imagino que provas nao existam, pelo menos indique evidencias que me ajudem a concordar com tal ideia
Gosto14 h
Julião João Cumbane Alfas Faquir Alfas, essa paranóia dos «tempos que mudaram» é mesmo só isso: paranóia. Quem achas tu que não sabe que «os tempos mudam»? Burrice é exactamente pensar e acreditar que só tu entendes que os «tempos mudaram»! Se tu não vivestes os «outros tempos», como podes ter autoridade de falar desses tempos melhor que os vivem contigo nos «tempos de hoje»? Tsc.

Outra coisa: dizer que se a Frelimo perder o controlo do poder política nesta fase Moçambique entrará num estado de caos não crença; é um prognóstico do futuro, fundado na análise dos eventos do presente e do passado. Entendes, ó Alfas Faquir Alfas?...
Gosto13 h
Alfas Faquir Alfas Prontos estou claro em relaçao a militancia de pensamento condicionado do JJC. Prognostico.... Entao também acredita que essa mudança tem chances de ser uma grande soluçao para este pais, a ser um prognostico claramente abre espaço para tal. Olhe para a cidade da Beira, Quelimane, Nampula sera que estao piores do que estavam?
Ja agora o meu prognostico é d que nao se consegue muito apelando ao apoio a nao auditoria forense, o povo esta a precisar de acções de resultados e um bom resultados que se pede é o fim dos confrontos militares, com isso o presidente reconquista o seu povo e ai pode pedir o apoio q quiser que tera os ouvidos do povo. A ser verdade a sua teoria de conspiraçao para tirar o presidente antea do fim do mandato.
Gosto23 h
Raúl Salomão Jamisse Maquiavel ficaria muito grato ao ver o que Moçambique se tornou depois da "dívida oculta" pois ele era a favor de grandes vôos para resultados grandes...
Gosto23 h
Julião João Cumbane Raúl Salomão Jamisse, não sei o que pretendes dizer com o teu comentário aqui. Mas quero te dizer que Nicolau MAQUIAVEL (1469 – 1527) leu bem a realidade para concluir que «era a favor de grandes voos para resultados grandes». Auxiliado pelos meus parcos conhecimentos de Física, posso dizer-te que o Maquiavel disse é confirmado pela experiência, mesmo usando a metáfora do voo. Sabes que, dependendo da construção, a atitude de cruzeiro de uma aeronave comercial é fixada entre 33 mil e 37 mil pés (o mesmo que entre 10,06 km e 11,28 km). As altitudes, a atmosfera é calma e o ar é menos denso. Estes factores combinados tornam o voo mais fácil e económico (poupa-se combustível), porque a aeronave enfrenta menos solavancos e menor resistência (atrito) do ar. Embora Maquiavel tenha vivido numa altura em que não havia aviação, leu bem os eventos políticos do seu tempo e compreendeu que não se pode lograr sucesso na organização da sociedade sem coragem de ousar mudar paradigmas. A economista zambiana Dambisa Moyo (1969 – presente) já demonstrou que as economias africanas dificilmente crescerão de forma sustentável se os paradigmas de relacionamento entre as instituições de assistência financeira internacional, nomeadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Grupo Banco Mundial (GBM) não mudarem, e os países assistidos por estas instituições não encontrarem mecanismos domésticos apropriados para sair da dependência económica que torna necessário o apoio do FMI e do GBM. As nossas «dívidas ocultas» foram criadas num ensaio de uma grande voo que só pode dar certo, finalmente. Elas (as dívidas ocultas) fazem parte de uma estratégia para tirar Moçambique da dependência extrema. Vá ler livros (e não jornais) sobre o que estou a dizer aqui e depois podes voltar aqui, querendo, para disputar o que te estou a dizer, com melhor conhecimento da realidade! Tsc.
Gosto159 min
Raúl Salomão Jamisse Explanou bem e agradeço, o debate se degrada quando termina com o "tsc"...mas okay, quanto às leituras de Maquiavel e vendo o cenário actual do País não acho que tenhamos acertado porque primeiro, qual independência queremos para com o FMI e BM se volta e meia nesse ensaio nos "ajoelhamos" pedindo socorro e tendo o povo a se debater com problemas que "ao contrário " do vôo estariam minimizado? Nos meu parcos conhecimentos da vida sou daqueles que preferem um pássaro na mão que dois a voarem.
Gosto39 minEditado

Sem comentários:

Enviar um comentário

MTQ