Prémio Leaders & Achievers-Flecha Diamante 2016 PMR Africa
Fusão TDM-mCel
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Mesquita descarta auditoria forense
TEMA DA SEMANA 2 Savana 09-09-2016
Depois do Presidente
da República, Filipe
Nyusi, ter apresentado,
há duas semanas em
Nairobi, o segundo relatório de
progresso de Moçambique no
âmbito do Mecanismo Africano
de Revisão de Pares (MARP),
que reporta as boas práticas
governativas no período entre
2012-2014, o reitor da Universidade
Politécnica e presidente
deste fórum a nível nacional,
Lourenço do Rosário, abriu as
portas ao SAVANA para fazer
uma análise ao relatório, projectar
novos desafios sem deixar
de lado os assuntos candentes
da política nacional.
Do Rosário, que já chefiou a
equipa dos mediadores nacionais
nas negociações entre o governo
e a Renamo, declinou comentar
o actual curso das negociações,
mas elogiou a postura
de Nyusi como dirigente, e disse
que o mesmo teve o azar de ter
iniciado o seu ciclo governativo
em simultâneo com o arranque
da nova onda de violência e crise
financeira no país.
Considerou estes dois aspectos
como os principais obstáculos
para implementação do seu programa
governativo, isto porque,
aquando da tomada de posse,
não se vislumbrava nenhum sinal
nesse sentido. Condenou de
seguida a postura militar da Renamo
e diz que, no jogo político,
o adversário deve usar a retórica
e o trabalho para convencer o
seu eleitorado e não a via armada.
Para Lourenço do Rosário,
as armas da Renamo constituem
um meio de chantagem e
não se sabe até quando isso vai
durar, pois depois do Executivo
ter cedido na revisão do pacote
eleitoral montado em respeito à
lógica da “perdiz”, pouco tempo
depois veio apresentar novas
exigências.
O chefe de Estado apresentou,
há duas semanas, o segundo
relatório progresso de Moçambique
no MARP, qual é o seu
sentimento?
Antes de mais, preciso esclarecer
em primeiro lugar que este relatório
teria sido apresentado em
2014 ou 2015, mas foi adiado
por motivos de agenda. Uma vez
que já passa muito tempo concluímos
que o presidente Nyusi
tinha de apresentá-lo e depois a
presidência iria se encarregar de
produzir uma adenda sobre o
novo ciclo de governação.
Quanto à questão que me coloca,
devo dizer que o segundo relatório
mostrava que, em 2014, o
país tinha trilhado um percurso
satisfatório em função daquilo
Lourenço do Rosário ao SAVANA:
que eram as sugestões do painel
de personalidades eminentes dos
grandes desafios.
Quer sob ponto de vista da consolidação
do pacote legislativo,
que era o grande problema, tí-
nhamos alcançado grandes conquistas,
bem como nos restantes
pontos, tais como a democracia e
governação política; governação
e gestão económica; governação
corporativa e desenvolvimento
sócio-económico. Não havia até
2014 qualquer problema com o
país.
A instabilidade estava instalada
em 2014 e as delegações do governo
e da Renamo estavam em
negociações, como é que não tí-
nhamos problemas?
Esse era um dos desafios que
tinha sido posto ao país para
resolver. Não se esqueça que as
eleições se realizaram em Outubro
de 2014. Antes delas, houve
revisão do pacote eleitoral, o presidente
da Renamo já se havia
recenseado e a 5 de Setembro assinou
com o presidente Armando
Guebuza o acordo de Cessação
das Hostilidades tendo depois
participado do pleito eleitoral.
Tudo estava bem até esse período.
Não vamos dizer tudo, porque
nesse período de avaliação o Inquérito
de Orçamento Familiar
(IOF) mostrava que a pobreza
havia aumentado...
O país estava a registar um crescimento
de 7 % e não havia problemas,
todos achávamos que
tudo estava bem. Esta contradi-
ção entre o IOF e o crescimento
económico tem a ver com as diferenças
entre a macroeconomia
e a microeconomia. Do ponto
de vista macroeconómico, o país
cresceu, houve estradas, pontes
entre outros grandes investimentos,
mas tínhamos o desfio da
distribuição da riqueza e as assimetrias
regionais eram maiores.
Este foi um problema constatado
entre o que é crescimento e o que
é desenvolvimento.
Quais as opções de saída que
apresentaram?
Os partidos políticos é que devem
dar respostas quando elaboram
os seus manifestos e não o
MARP. O MARP avalia e não
executa. Com base no relatório
progresso, os partidos políticos
devem ler esses instrumentos e
elaborar o seu manifesto político.
O relatório e a revisão do meio
termo da agenda 20/25 são a base
fundamental para cada partido
político traçar o seu roteiro.
Os partidos políticos fazem o
devido uso desses instrumentos?
Não. Regra geral limitam-se a
citar os documentos e se calhar
não os conhecem. O grande problema
é que os manifestos dos
nossos partidos são muito parecidos.
Em princípio se copiam
uns aos outros e quando chegam
às campanhas deixam de lado os
manifestos e partem para ataques
mútuos. A Frelimo, que tem uma
organização diferente dos restantes,
consegue elaborar manifestos
bem estruturados e os outros vão
copiar. Sinto que ainda nos falta
a cultura de ver os instrumentos
orientadores que existem no país
para traçar um bom roteiro de
boa governação. Nos nossos relatórios
apontamos as lacunas governamentais,
as sugestões para
se ultrapassarem e como o governo
respondeu às inquietações,
mas a nossa oposição nunca tira
proveito disso.
Dívidas ocultas
O relatório do MARP diz que
houve melhoria no combate à
corrupção e destaca a aprovação
de leis que compõe o pacote de
anticorrupção. Mas, olhando
para a realidade do país hoje,
constatamos que os grandes
escândalos de corrupção e falta
de transparência datam desse
período com destaque para a
descoberta das dívidas ocultas.
Continua com a mesma visão?
Não sei se devo incluir as dívidas
ocultas no âmbito da corrupção,
porque ainda não tenho mecanismos
para avaliar. Daquilo que eu
sei, as dívidas ocultas, eventualmente,
foram feitas em nome de
uma determinada agenda sobre a
segurança nacional, que do ponto
de vista estratégico não convinha
que fossem feitas de uma maneira
aberta e utilizar canais das instituições.
A nível mundial, o processo
de compra de armas nunca
é discutido no parlamento.
Até agora esse processo ainda
não está claro, porque os barcos
da EMATUM estão a enferrujar
no porto e nada se sabe dos
ditos estaleiros e embarcações
compradas. Mas qual é o seu
entendimento quando se fala
das dívidas ocultas?
Eu estou na expectativa de obter
esclarecimentos dos que estão a
investigar. A questão da transparência
depende do fim para o
qual esse dinheiro era destinado e
como foi conduzido. Eu acredito
que era para questões de segurança
de Estado. É preciso saber
se teria sido feito doutra maneira.
Veja que hoje toda a gente acha
que as dificuldades que o país
enfrenta derivam desta questão e
isso não é verdade. A questão é
mais volumosa porque este crescimento
levou o país a endividar-
-se muito. A componente mais
evidente é que há empresas que
se beneficiaram dos avales do Estado.
Da forma como foram violados
alguns dispositivos legais
na contracção das dívidas, não
acha que há algo escondido?
Aguardo as conclusões da PGR
para poder ter um juízo final, não
me posso apressar. É preciso presumir
que quando as pessoas vão
governar um país não se constituem
em gangs, porque estaríamos
a trilhar caminhos perigosos
ao sermos governados por gangs.
Espero pelas conclusões. O que
tenho ouvido é que os empréstimos
foram feitos para segurança.
Frelimo não gosta de mão
externa
É ou não favorável a uma auditoria
forense internacional?
O presidente Nyusi disse que o
FMI somente faria a auditoria
em caso de falha das institui-
ções nacionais.
O governo ainda não negou,
ainda não ouvi nenhuma recusa.
Acredito que se está a trabalhar
para o restabelecimento da con-
fiança não só com os parceiros
externos, mas também internamente.
Não se pode fazer como
os outros querem, o país tem de
se organizar. É preciso trabalhar
para obter essa confiança para
que o país não fique isolado, pois
faz parte do concerto das nações.
Temos o exemplo de Zimbabwe
que forçou a questão da dívida
e acabou caindo no isolamento,
agora está a tentar acertar o passo.
Não é possível um país viver
isolado.
Em entrevista ao SAVANA,
Jorge Rebelo dizia que uma auditoria
forense e internacional
poderia criar fissuras no seio
partidário. Comunga da mesma
opinião?
A génese da Frelimo é nacionalista
com sentido de soberania muito
forte e há naturalmente uma
certa reserva face à entrada da
mão externa. Isso é natural e está
no DNA da Frelimo que entende
que a entrada de estrangeiros
para inspeccionar algumas coisas
mexe alguma coisa. Eu entendo
que a Frelimo tenha alguma reserva
que isso aconteça e só pode
aceitar em última análise, caso
não tenha mais nada a fazer
tal como aconteceu quando
o presidente Chissano aceitou
negociar em Roma, mas
“Arranque da governação Nyusi foi
marcada por azares”
Por Argunaldo Nhampossa
A oposição não consegue tirar proveito dos erros do governo da Frelimo
TEMA DA SEMANA Savana 09-09-2016 3
sempre há uma reserva, devido à
soberania e orgulho nacional que
estão enraizados.
Disse que não havia nenhuma
relação entre o alto custo de
vida e a descoberta das dívidas
ocultas?
Disse que não é único factor; há
vários, como o enfraquecimento
da nossa moeda, a desaceleração
da economia, situações climatéricas
e essa falta de confiança dos
parceiros.
Gostaria de repisar que não é
correcto pensar que o país está
a passar por dificuldades econó-
micas e financeiras devido a 1.4
mil milhões de USD de dívidas
escondidas. Temos de analisar
toda a conjuntura dos últimos 10
anos de governação de Armando
Guebuza e vamos constatar que
houve grandes investimentos que
levaram a altos níveis de endividamento
que não se resumem às
dívidas ocultas.
Podemos considerá-las a ponta
do iceberg?
Quando o copo está cheio de
água, uma gotinha é suficiente
para transbordar. Somos muito
apressados e acho que não se deve
de forma nenhuma construir-se o
país sobre percepções. Temos de
analisar os assuntos sob pena de
todos estarmos a fazer política.
É papel dos políticos dizer tudo
o que lhes vai favorecer, mas os
académicos devem usar métodos
de análise.
Na adenda produzida
para o MARP, o presidente
Nyusi diz que
iniciou um novo ciclo
de governação que assenta na
promoção de um crescimento
económico inclusivo e sustentável,
aumento de emprego, da
produtividade e competitividade
da economia e manutenção da
paz e estabilidade nacional por
forma a assegurar o bem-estar do
povo. Consegue ver estas acções?
O presidente da República está a
enfrentar obstáculos concretos para
a não masterização do seu plano
governativo. Refiro-me à guerra
e ao alto nível endividamento do
país. Quando para ultrapassar o
conflito, o governo diz que a Renamo
tem de se desarmar e ela diz que
para que se desarme precisa que se
resolva isto ou aquilo, não está a
criar obstáculos?
Não existe nenhum moçambicano
que se mostra favorável a um partido
político armado. O governo tem
problemas de resolver todas essas
questões apresentadas pela Renamo
que, inclusivamente, algumas
delas são de chantagem.
A Renamo criou instabilidade e
disse que só ia às eleições de 2014
depois da revisão do pacote legislativo
eleitoral. O governo cedeu e
foi feita a revisão, mas de imediato
surgiram novas exigências como
paridade nas FDS, integração dos
seus oficiais e este ano tem outras
exigências (nr: a governação das
seis províncias). Então, ficamos sem
saber o que a Renamo pretende de
facto, se é isto mesmo ou trata-se de
um jogo para não se desarmar.
Quando diz que a Renamo faz outras
coisas para chantagear está a
comungar do posicionamento do
general Hama Thai que dizia que
a Renamo surgiu para inviabilizar
a governação da Frelimo?
Na prática o que se passa é que a
governação da Frelimo tem erros
como qualquer partido que está no
poder. Esses erros podem ser combatidos
por outras maneiras e não
por via armada. A questão fundamental
é que deve haver um combate
aberto e político no qual cada
parte está livre de proferir os seus
discursos, quer apelidando o outro
de corrupto ou mentiroso e isso
não seria problema, mas quando
entram as armas a situação muda
completamente.
A Renamo só se impõe por via das
armas e não de projectos políticos
ambiciosos, hoje ninguém aceita
que um partido político esteja armado.
Acredita que a descentralização
pode resolver todo este imbróglio?
A descentralização ajuda no desenvolvimento
do país, para uma
melhor redistribuição da renda,
mas deve-se legislar para a frente.
Todos nós aguardamos pela descentralização,
só que tenho algumas
reservas que a revisão do pacote legislativo
nesse sentido esteja pronto
até Novembro para ser debatido no
parlamento.
Retomando a questão do novo
ciclo governamental, muitos mo-
çambicanos dizem que o PR não
sai da teoria à prática. Quais seriam
as saídas para os obstáculos
que se refere?
Os políticos é que devem trazer as
soluções e eu sou académico. Na
sua investidura, o PR fez um discurso
que vai de encontro com as
aspirações do povo e disso ninguém
duvida.
Mas como todas as coisas, entre
aquilo que é intencional e o que
achamos que podemos fazer, vamos
encontrar obstáculos relativamente
ao seu discurso programático.
Algumas coisas que pensávamos
que já foram ultrapassadas, como
a questão de tensão pós-eleitoral,
retomaram. A Renamo continua
a não aceitar os resultadas das elei-
ções e isso é obstáculo.
E o lado financeiro, a culpa é também
da Renamo?
Quando assumiu o poder, os relatórios
internacionais diziam que
Moçambique estava a crescer num
bom ritmo. Mas houve surpresas
de repente, numa situação em que
podemos dizer que uma carta tem
um efeito dominó. Objectivamente,
há coisas que aconteceram e não
estavam previstas antes da sua investidura
que de seguida mudaram.
Quando o povo elege um PR
espera que o mesmo traga resultados
e, neste momento, não são
visíveis…
Ele não tem bola de cristal para
mudar tudo isto. As regras de boa
governação dizem que as condições
devem estar criadas para o desenvolvimento
e neste momento o
presidente não provocou a guerra.
Não há uma posição frontal dele
conhecida que diz que não quero
resolver isto por isso vamos à guerra,
ela resulta da não aceitação dos
resultados pela Renamo.
Nestas condições não é possível haver
uma boa governação, o conflito
está a trazer coisas que não estavam
na agenda e certamente isso traz
novos desafios para a avaliação que
vamos fazer como MARP.
Com esses obstáculos que elenca,
como analisa o primeiro ano de
mandato da governação Nyusi?
O presidente teve azar ao iniciar o
seu ciclo governativo em simultâ-
neo com o início de um novo ciclo
de violência no país. Teve azar de
iniciar o seu ciclo com o início do
colapso económico no país.
Acha que se consegue impor sua
marca governativa?
O grande problema que ele tem é
a conjuntura que não o favorece.
Como pode resolver o problema de
um país endividado (retirando as
dívidas escondidas), calamidades e
guerra de imediato, ele está a fazer
um esforço para mudar a situação.
Obstáculos da governação Nyusi
TEMA DA SEMANA 4 Savana 09-09-2016
Os relatos, de mútuas imputações
falsas, entre o
Governo e a Renamo,
principal partido da oposição,
de incêndios de casas e destruição
de barracas, saque de gado
e ataques nas estradas e aldeias, estão
a ter um preço elevado na vida
da população das zonas afectadas,
que perde a cada dia o sossego,
pelos “horrores” militares dos beligerantes,
muitas vezes justificadas
como retaliações de uma acção desagradável
de uma das partes.
Nhampoca
Esta semana, a população de Nhampoca,
posto administrativo de Tica,
distrito de Nhamatanda, em Sofala,
continuava a deixar deserta a zona
com a fuga massiva dos moradores,
dias depois da execução de dois lí-
deres num comício popular por
homens armados da Renamo, após
mútuas imputações de agitação da
zona.
Até quarta-feira, 07, a população
continuava a carregar trouxas, incluindo
chapas de zincos desmontadas
das suas casas, abandonando
a zona de Nhampoca por receio de
confrontos entre o braço armado
da Renamo e as Forças de Defesa e
Segurança, em retaliação à execução,
pelo movimento, de dois líderes governamentais
locais.
“A zona está a ficar pesada para alguém
continuar a viver sozinho. As
pessoas estão a abandonar, por isso
eu também estou a sair. Estamos
com medo talvez a Frelimo entre
de novo para ir se confrontar com a
Renamo, porque os homens armados
estão lá (em Nhampoca)”, disse
Mónica Mauese, carregando trouxas
na cabeça e deixando o local a pé.
Um outro morador, Jota Estevão,
disse que há um medo generalizado
na população daquela zona, o que
força o abandono massivo da população,
que teme por retaliações que
podem atingir pessoas inocentes.
“Eu estava de viagem, quando voltei
ouvi essa situação, que esses nossos
(forças governamentais) entraram
lá em Nhampoca, vieram cheios de
manobras, e depois saíram, e estavam
a imputar a destruição (de casas
e barracas) a Renamo, por isso eles
mataram aqueles líderes”, contou o
jovem, que com a sua bicicleta faz
serviços de táxi para carregar numerosas
trouxas da população que deixa
a zona.
Na sexta-feira 02, o régulo Nhampoca
e o chefe do posto administrativo
de Tica (Nhamatanda, Sofala),
Abílio Jorge, foram executados por
homens armados da Renamo, depois
de serem retirados de um comício
que orientavam naquela zona, num
gesto de retaliação das acusações de
destruição de casas.
Dias antes, segundo contaram populares
ao SAVANA, as forças governamentais
teriam destruído casas
e mercados na zona de Nhampoca,
tendo a acção sido depois imputada
à Renamo, depois de relatos da
movimentação de homens do braço
armado da oposição.
Os dois líderes executados foram
enviados pelo administrador do
distrito de Nhamatanda, para irem
“apelar calma” a população que já
abandonava a zona, numa espécie
de praticar acção para acusar outro, a
razão de terem reunido em comício
popular, quando foram raptados na
reunião e mais tarde mortos.
Um dos homens armados, que executou
os dois líderes locais, estava
no meio dos populares no comício, e
trazia consigo uma arma de fogo do
tipo AKM escondida num saco de
ráfia, camuflado de camponês.
Quase no fim do encontro popular,
outros quatro homens armados a
civil invadiram o local do comício
vindos duma mata próxima, quando
o quinto surgiu do meio da multidão
e ordenou a paralisação da reunião.
Tomou o pódio e perguntou a população,
quem tinha realmente queimado
as casas da população, e entre
a espada e a parede, como geralmente
se tem visto a população nos últimos
tempos, respondeu que foram
as Forças de Defesa e Segurança.
Após a resposta, os cinco homens
armados pediram que os dois líderes
terminassem a reunião, que não
conseguiram encerrar por medo, e
ordenaram que fossem amarrados
e depois levados para a execução,
agudizando a vaga de abandono da
zona.
Após o rapto, os homens armados
ainda entregaram o seu número a
um mensageiro, que devia avisar o
administrador, para os telefonar em
curto espaço de tempo. Quando o
mensageiro, que tinha sido entregue
também as bandeiras da sede da localidade
e da casa do líder Nhampoca,
chegou até o administrador e
tentaram ligar para o número, este já
estava desligado.
Os dois levaram balas na cabeça, mas
foram também encontrados com as
cabeças rachadas, suspeitando-se
que tenha sido usado uma arma e catana.
A informação da execução foi
transmitida a um popular, que cruzou
com o grupo, quando o mesmo
retirava-se da zona. Os corpos foram
depois transportados no centro de
saúde de bicicleta.
Mangomonhe
Na terça-feira, a zona de Mangomonhe,
no interior de Muxúnguè, viveu
um dos piores alvoroços quando as
Forças de Defesa e Segurança, com
dois blindados – um anfíbio e outro
todo terreno – procuravam desactivar
mais uma vez um aquartelamento
do braço armado da Renamo.
O SAVANA soube que houve sete
baixas por parte das FDS, além de
populares sacrificados no conflito.
Duas pessoas foram presas, indiciadas
de serem espiões da Renamo
naquela zona, alegadamente porque
davam informações concretas, que
facilitavam ataques aos alvos certos
no troço Save-Muxúnguè.
Mossurize
No distrito de Mossurize, as assacadilhas
militares também estão a
provocar terror no seio da popula-
ção, que já não sabe a quem procurar
socorro, pois tem sofrido dos dois
lados dos beligerantes, forçando a
criação de um centro de abrigo dos
deslocados com mais de 1.600 pessoas.
“Fugimos de uma luta da qual não
fazemos parte, mas somos as maiores
vítimas”, disse Augusto Zambo,
que se incomoda com o “fanatismo
e ódio político” que levou algumas
pessoas a ordenarem sequestros e
raptos de populares da sua zona, não
raras vezes as vítimas não tinham
nenhuma ligação política.
“Uma pequena rivalidade ou se a
pessoa não for com a sua cara pode
ser motivo de ser ordenado seu rapto.
Basta a pessoa dizer que fulano
é inimigo ou não é nosso, já se foi
uma vida”, revelou Augusto Zambo,
num casaco de linho encardido com
o vermelho do pó do campo de deslocados
em Espungabera (Mossurize),
enquanto aquece um sol matinal
para escapar de um frio picante de
uma zona acidentada.
Em Manica existem três centros de
acomodação das vítimas da tensão
político-militar e da seca, activados
há mais de dois meses, sendo o de
Mossurize que alberga o maior nú-
mero de vítimas, com cerca de 1.600
pessoas, seguido de Báruè, com pouco
mais de 640, e Gondola, com perto
de 120.
Outros deslocados fugiram para o
Zimbabwe, estando 2.600 pessoas
num acampamento provisório na
vizinha região de Chipingue (Zimbabwe),
segundo noticiou esta terça-
-feira a imprensa Zimbabueana.
Troca de acusações
Na quinta-feira, 01, a Polícia de
Manica anunciou a descoberta de
11 munições de morteiro 82 milí-
metros e uma arma de tipo mauser
com cinco munições em bom estado
de uso numa antiga base da Renamo
– usada durante a guerra dos 16
anos terminada em 1992 - na zona
de Mucuti Um, Moha, distrito de
Sussundenga, lançando suspeitas do
material pertencer ao partido.
Na terça-feira, 29, a porta-voz da
Polícia, Elsídia Filipe, acusou o bra-
ço armado da Renamo de roubo de
25 cabeças de gado bovino e 30 de
caprinos em Mossurize, sul de Manica.
Por sua vez, a Renamo considerou
“irresponsáveis e falsas” acusações da
Polícia de Manica, que atribuem ao
movimento a “artilharia pesada” descoberta
numa antiga base do movimento
e roubo 55 cabeças de gado.
“Há uma irresponsabilidade generalizada
nos porta-vozes da Polícia
moçambicana, com papel de desinformar
para manchar a imagem do
partido Renamo”, disse António
Muchanga, porta-voz da Renamo.
O responsável desqualificou as acusações,
adiantando que Moçambique
não “é construído por manchar a
Renamo”, adiantando que as “desinformações
da Polícia” apenas servem
para desviar atenção dos moçambicanos.
A região centro de Moçambique tem
sido a mais atingida por episódios de
confrontos entre o braço armado da
Renamo e as Forças de Defesa e Segurança,
existindo denúncias mútuas
de raptos e assassínios de dirigentes
políticos das duas partes.
As autoridades acusam a Renamo de
uma série de emboscadas nas estradas
e ataques nas últimas semanas,
em localidades do centro e norte de
Moçambique, atingindo postos policiais
e também assaltos a instalações
civis, como centros de saúde ou alvos
económicos, como comboios da mineira
brasileira Vale.
O líder da Renamo já reconheceu
a autoria de vários ataques, justifi-
cando com a estratégia de dispersar
as Forças de Defesa e Segurança da
serra da Gorongosa, onde supostamente
permanece refugiado.
Apesar da frequência de casos de
violência política, as duas partes voltaram
ao diálogo em Maputo, com a
presença de mediadores internacionais,
mas ainda não são conhecidos
avanços significativos.
O diálogo retoma próxima segunda-
-feira, depois dos mandatários de
Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama
terem inviabilizado esforços dos mediadores
internacionais com vista a
criar um corredor desmilitarizado
que permitisse a sua entrada na serra
da Gorongosa para um contacto directo
com o líder da Renamo.
Neste momento, há uma sub-comissão
que já está a trabalhar na legislação
a ser alterada, decorrente do
processo de descentralização acordado
entre as partes e que encerrou o
debate do ponto 1, que versava sobre
a exigência da Renamo em governar
as seis províncias onde reclama vitó-
ria nas eleições gerais de Outubro de
2014.
O maior partido de oposição não
aceita os resultados das últimas elei-
ções e exige governar as seis províncias
onde reivindica vitória no
escrutínio.
Guerra no centro do país
O preço das assacadilhas militares
Por André Catueira, em Chimoio
População de Nhampoca, posto administrativo de Tica, distrito de Nhamatanda, em Sofala, continua a deixar a zona com
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TEMA DA SEMANA Savana 09-09-2016 5
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6 Savana 09-09-2016 SOCIEDADE
Oprocesso de importação
de combustíveis em Mo-
çambique é vulnerável à
corrupção e ineficiente,
considera um estudo do Centro de
Integridade Pública (CIP), divulgado
esta semana.
No documento, intitulado “Importação
de combustíveis líquidos:
processos, riscos e perspectivas”,
o CIP defende que a Petromoc,
principal empresa de distribuição
de combustíveis em Moçambique e
accionista maioritário da IMOPETRO,
única entidade que importa
combustíveis no país, representa
um elemento institucionalmente
fraco no ciclo das importações, devido
à sua debilidade institucional
e financeira.
“Devido à corrupção, a estrutura
dos custos associados às importa-
ções, incluindo os custos das garantias
bancárias, despesas portuárias
e custos de oportunidade, é factor
determinante da ineficiência do
sistema das importações, parcialmente
suportado pelos subsídios
de combustível”, lê-se no texto.
Influências políticas
Há evidências, prossegue o estudo,
de que, no passado, influências políticas
e manipulação do sistema na
fase pós-concurso determinaram a
escolha de um fornecedor já eliminado,
com o contrato ilicitamente
prorrogado.
“Isso criou, por um lado, prejuízos
económicos no custo do preço para
o consumidor e no fisco e, por outro
lado, afectou a credibilidade das
instituições envolvidas, particularmente,
do executivo e do partido
que o forma (a Frelimo)”, refere a
análise.
O CIP lembra que um estudo seu
divulgado recentemente concluiu
que a corrupção na importação dos
petróleos está em terceiro lugar dos
casos mais graves de corrupção,
numa amostra de 36 situações estudadas,
no período 2003-2015.
Nessa avaliação, as alfândegas surgiram
em primeiro lugar e o “caso
da EMATUM” em segundo.
O estudo avança números sobre
a importação de combustíveis em
Moçambique, assinalando que as
gasolineiras licenciadas no país
compram no estrangeiro, através
da empresa IMOPETRO, à volta
de 1.3 milhões de Toneladas Mé-
tricas (TM) de produtos petrolíferos,
basicamente gasóleo, gasolina e
A1 Jet fuel.
O Banco de Moçambique despende
parte significativa das Reservas
Internacionais Líquidas (RIL) no
financiamento das importações, o
equivalente a uma média de um
terço dos seus recursos, com variações
dependentes da conjuntura
económica.
“De acordo com dados publicados
pelo BdM, em 2014, o país gastou
1,176 milhões de dólares para a
importação de combustíveis líquidos,
valor que baixou para 608 milhões
de dólares em 2015”, lê-se no
documento.
Importação de combustíveis está minada
pela corrupção - CIP
Os produtos são comprados principalmente
nos mercados do Golfo
Arábico (gasóleo) e do Mediterrâ-
neo (gasolina) e fornecidos mensalmente
aos portos de Maputo,
Matola, Beira, Nacala e Pemba
em quantidades que variam entre
250.000 e 320.000 TM.
O estudo cita um relatório encomendado
pelo Governo moçambicano
ao Fundo Monetário Internacional
(FMI), que refere que o
sistema actual das importações de
combustíveis é ineficiente e pouco
transparente, além de pressionar
a balança de pagamentos do país
com o financiamento das imporpor
várias razões, incluindo técnicas”,
realça o CIP.
O estudo salienta também que o
governo se viu forçado a titularizar
aproximadamente 100 milhões de
dólares do Produto Interno Bruto
(PIB), para saldar as dívidas devidas
aos distribuidores dos combustíveis
líquidos.
Esse encargo, continua a análise do
CIP, resultou dos subsídios acumulados
por razões de ineficiências do
sistema de importação e não por
causa dos altos preços no mercado
internacional.
O documento considera que a arquitectura
institucional do sistema
de importação de combustíveis
carece de pesos e contrapesos e de
mais independência das institui-
ções como a IMOPETRO e a Comissão
de Aquisição de Combustí-
veis Líquidos (CACL) em relação
ao executivo, nomeadamente, o
Ministério dos Recursos Minerais
e Energia.
Por outro lado, seria necessário
estabelecer uma entidade independente
de supervisão e auditoria do
processo das importações de combustíveis
líquidos e também deve
ser considerada a aplicação da Lei
do Direito à Informação.
Nessa perspectiva, defende o CIP,
tações em moeda
estrangeira.
O mais caro da
África Austral
“Quanto à questão
da transparência,
os autores
do estudo alertam
sobre a preocupação
com a
fixação de preços
nos anos 2013 e
2014. Os preços
CIF de importa-
ção são considerados
muito altos
numa situação
em que os preços
internacionais de
petróleo caíram,
no caso do crude,
de 108 dólares,
em Junho de
2014, até à volta
de 50 dólares, actualmente”,
diz o
estudo.
O princípio do
preço mais baixo,
em especial, não
foi seguido nas
prorrogações dos
contratos adjudicados
em 2013 e
2014 e não houve
uma explicação
clara das razões,
acrescenta o CIP,
citando o FMI.
O relatório daquela
organiza-
ção financeira
i n t e r n a c i o n a l
considera que
as ineficiências
do sistema de
importação provavelmente
resultaram
num
custo mais alto
das importações
e, portanto, da
necessidade de
um subsídio mais
alto aos combustíveis.
“Para já, os custos
de importação
em Moçambique
são os mais altos
na região da
África Austral
impõe-se a revisão do quadro institucional
do sistema das importações
no sentido de aumentar a
sua governação, transparência e
independência do executivo, melhoramento
do sistema de fixação
de preços na base da fórmula plasmada
na lei, bem como a reforma
institucional, financeira e empresarial
da Petromoc.
Um maior esforço de combate à
corrupção em instituições-chave
na cadeia das importações, incluindo
CACL, ATM e Portos,
bem como a reforma do sistema
dos subsídios de combustível, são
igualmente necessários. (Redacção)
Savana 09-09-2016
7
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8 Savana 09-09-2016 SOCIEDADE
Ogoverno anunciou, recentemente,
a decisão
de fundir a Moçambique
Celular (mCel) e a Telecomunicações
de Moçambique
(TDM), como forma de revitalizar
e rentabilizar as duas empresas.
São duas empresas a necessitar
de grandes injeccões financeiras,
o que deverá passar pela entrada
de um “parceiro estratégico” com
músculo financeiro para injectar
capital na nova empresa.
A mCel, a primeira operadora de
telefonia móvel em Moçambique, e
as TDM têm as suas contas no vermelho.
Os números não são conhecidos,
mas é público que as TDM
têm um buraco financeiro que ronda
os USD500 milhões. A operação de
fusão, tal como noticiámos há semanas,
deverá igualmente passar pelo
despedimento de cerca de 850 trabalhadores
nas duas empresas.
Publicamente tem estado a ser associada
a queda das duas empresas a
vários factores, que vão desde a saga
da elite predadora do partido governamental
que nos últimos anos se
instalou nas duas empresas para alimentar
a sua infindável teia de negócios,
por detrás de uma promíscua
relação partido-Estado, e financiar
campanhas eleitorais.
Aliás, situação similar está a ser vivida
na Petromoc e nas Linhas Áreas
de Moçambique (LAM), cujo PCA,
António Pinto de Abreu, veio reconhecer
esta semana que a companhia
de bandeira tem uma dívida de
USD140 milhões.
É particularmente por este entendimento
que se defende a necessidade
de se avançar, antes de se consumar
a fusão das TDM e mCel, para uma
auditoria forense que vai apontar, de
forma objectiva, as razões por detrás
do actual estado moribundo no qual
as duas empresas estão mergulhadas.
Questionado em relação a isso, o
ministro dos Transportes e Comunicações,
Carlos Mesquita, descartou
completamente essa possibilidade.
Ou seja, para ele, não existe
necessidade de se avançar com uma
auditoria forense às contas da TDM
e da Moçambique Celular.
O governante disse que o importante
não é fazer auditorias, mas
sim avançar-se para uma fusão nos
Pág. 2 e
moldes em que for proposto pela
comissão criada para a implementação
do processo que vai culminar
com a criação de uma única empresa
no sector de telecomunicações, operando
para a telefonia fixa e móvel
e outros serviços específicos na área.
“Como sabe, andava-se a falar antes
em convergência. Mas achamos que
não é por aí... Convergência é um
dos processos da fusão. Pode haver
convergência tecnológica, institucional,
administrativa, financeira,
mas a fusão é que é o grande bolo.
E é isto que o governo deu luz verde
para criarem uma comissão de trabalho
que é para desenharem o processo
da fusão. É isso que brevemente
vai iniciar, porque concluímos ainda
esta semana a indicação dos nomes
das pessoas e quadros que vão trabalhar
nesta fusão”, anotou Mesquita,
falando sábado, na Feira Internacional
de Maputo (FACIM).
Questionado em relação à indicação
de que cerca de 850 trabalhadores,
nas TDM e mCel, vai ao desemprego,
Mesquita reagiu anotando que
não se pode falar de despedimento
numa altura em que ainda não existem
detalhes de como a fusão será
feita.
Quebras de receitas na
mCel
Enquanto se discute os moldes da
fusão, detalhes sobre os números da
mCel, operadora que perdeu a liderança
do mercado para a Vodacom e
Movitel, não param de sair.
Detida em 74% pelas TDM e 26%
Instituto de Gestão das Participa-
ções do Estado (26%), a mCel está
a registar quebras nas vendas, uma
situação que é atribuída à redução
dos dealers (revendedores) entregue
a apenas duas empresas, numa operação
pouco clara. Os actuais dealers
da mCel são Kambleny Lda. e
Uwaiss Internacional Lda.
Resultado, segundo os trabalhadores
ligados às operações vendas, a
mCel que vendia 600 milhões de
meticais/mês, viu o número baixar
vertiginosamente para os actuais
200 milhões.
“Em 2015, a mCel não atingiu as
metas de vendas, mas pagou bónus
de 200 milhões de meticais a dois
dealers. Há claramente relações promíscuas
entre a administração comercial,
que entregou o monopólio
de vendas a apenas duas empresas”,
relatam.
A mCel passou de líder de mercado
para a última posição. “Deixamos
de fazer investimentos na rede. Reduzimos
campanhas de marketing.
Estamos a trabalhar com dois dealers
(reduziu os dealers) e as vendas
caíram”.
A retirada de bónus na recarga de
600 meticais (que incluía os 10
amigos que falam de borla entre si),
umas das recargas mais compradas
da operadora, terá igualmente concorrido
para a quebras das receitas,
segundo relatam.
Mas, ao que apurámos, a retirada e/
ou redução de bónus nas recargas é
uma imposição do Instituto Nacional
de Telecomunicações de Mo-
çambique (INCM), num esforço
para promover um clima favorável à
concorrência leal e permitir que os
“players” joguem num campo nivelado.
Na altura, o regulador afirmou que
realizou um estudo sobre tarifas a
retalho, que envolveu operadores de
telecomunicações, nomeadamente,
TDM, mCel, Vodacom e Movitel.
A pesquisa, segundo o regulador,
demonstrou que as tarifas a retalho
publicadas não eram predatórias,
mas “devido ao bónus praticado
pelos referidos operadores de telecomunicações,
os preços tornam-se
predatórios”.
Basicamente, preços predatórios é
quando uma firma reduz o preço de
venda de seu produto abaixo do seu
custo, incorrendo em perdas no curto
prazo, com objectivo de eliminar
rivais do mercado ou criar barreiras
à entrada de possíveis concorrentes
para, posteriormente, quando os
rivais saírem do mercado, elevar os
preços novamente, obtendo, assim,
ganhos no longo prazo.
Assim, o INCM determinou que os
operadores (TDM, mCel, Vodacom
e Movitel) não devem aplicar bónus
nas recargas superiores a 25%, uma
decisão que entrou em vigor a partir
de 29 de Agosto de 2015.
Aliás, em alguns círculos do sector
argumentou-se que a entrada da
terceira operadora de telefonia mó-
vel no país (ligada ao partido governamental)
abalou as estruturas do
mercado das telecomunicações.
Na altura, o Presidente do Conselho
de Administração da mCel, Teodato
Hunguana, numa das suas interven-
ções, disse que a guerra tarifária que
se instalou no mercado precipitou
a queda das receitas da operadora
amarela.
O PCA do IGEPE, entidade que
cuida das acções do Estado no sector
empresarial público, Apolinário
Panguene, também afirmou, em
Agosto de 2015, que a entrada de
dois novos operadores no ramo da
telefonia móvel asfixiou a mCel,
pois não estava preparada para operar
num mercado competitivo.
Mas alguns técnicos seniores da
mCel abordados pelo jornal não
concordam com os argumentos de
Panguene.
“Este mercado tem espaço para
mais operadoras. O problema de
fundo da mCel é má-gestão. O que
é que os outros fazem que nós não
podemos fazer? Antes de capitalizar
a empresa é importante uma auditoria
forense para se apurar o que
aconteceu com o dinheiro que estava
lá”, recomendam.
Fusão entre TDM e mCel
Mesquita descarta auditoria forense
Por Rafael Ricardo
O Conselho de Administração da mediacoop SA comunica, com
pesar, o falecimento do seu grande amigo JERRY MICHAEL TURNER,
ocorrido em Nova Iorque a 24 de Agosto corrente, depois de
luta prolongada contra a doença de que padecia.
Michael Turner, reputado académico especializado em estudos
africanos, esteve entre nós logo a seguir ao Acordo de Paz de
Roma, tendo ajudado a criar, entre outras iniciativas, o sector foWRJUiÀFRGDPHGLDFRRS6$
Os seus inúmeros amigos em Maputo homenagearam-no quinta-
-feira (01 de Setembro), pelas 17.30h, na Sinagoga de Maputo, sita
na Av. Tomás Nduda, 203.
À família enlutada apresentamos as nossas sentidas condolências.
JERRY MICHAEL TURNER
Necrologia t Necrologia t Necrologia t Necrologia t Necrologia
Savana 09-09-2016 9
PUBLICIDADE SOCIEDADE
OC EA N O Í N D I C O
Celebrando
o Dia da Vitória
LEGENDA
Delegações Regionais
Financiamento e Capacitação a MPME’s
Rede de Banca Rural
Finanças Comunitárias (GPEs/ASCAs)
Empresas Participadas e/ou Parceiras
Avenida Samora Machel
nr 323, 4º Andar
Código Postal 2909
Tel: +258 21 316 505
Fax: +258 21 316 827
Maputo
gapi@gapi.co.mz
www.gapi.co.mz
Guro
Manica
Cabo
Delgado
Sofala
Zambézia
Tete
Nampula
Manica
Gondola
Sussundenga
Bárué
Macossa
Tambara
Manhiça
Magude
Namaacha
Boane
Marracuene
Moamba
Matutuine
Matola
Maputo
Maputo
Gaza
Limpopo
Chicualacuala
Massangena
Bilene
Chókwè
Chigubo
Funhalouro Massinga
Morrumbene Mabalane
Massingir
Vilankulo
Inhassoro
Mabote
Inharrime
Panda
Jangano
Inhambane
Homoíne
Zavala
Gorongosa
Dondo
Buzi Beira
Maringué
Chemba
Caia
Marromeu
Muanza Cheringoma
Chibabava
Machaze
Govuro
Macate
Mossurize
Machanga
Changara
Tete
Mutarara
Moatize
Songo
Cahora
Bassa
Nicoadala
Inhassunge
Mopeia
Chinde
Namacurra
Maganja da
Morrumbala Costa
Mocuba
Mocubela
Lugela
Namarrói
Guruè
Alto
Molocuè
Gilé
Pebane
Milange Ile
Quelimane
Malema
Ribauè
Mogovolas
Moma
Angoche
Murrupula
Lalaua
Mecuburi
Nampula
Meconta
Muecate
Erati
Nacarôa
Mongicual
Ilha de
Moçambique
Mossuril
Monapo
Nacala-
à-Velha
Memba
Lago
N’gauma
Lichinga
Mandimba
Mecanhelas
Cuamba
Chimbonila
Maúa
Metarica
Nipepe
Marrupa
Muembe
Sanga
Mavago
Mecula
Majune Balama
Namuno
Montepuez
Chiúre
Ancuabe
Mueda
Meluco
Nangade
Mocimboa
da Praia
Palma
Muidumbe
Macomia
Ibo
Quissanga
Pemba
Mecufi
Xai-Xai
Xai-Xai Cidade
Chonguene
Manjacaze
Guijá
Chibuto
Zumbo
Marara
Chifunde
Macanga
Angónia
Tsangano
Chiúta
Magoé
Chimoio
Nhamatanda
Inhambane
Chilembene
Maxixe
Mulevala
Doa
Rapale
Liúpe
Niassa
Luabo
Nesta data em que o País está em festa pela celebração do Dia da Vitória,
a Gapi também festeja por ter feito chegar os seus serviços ao 100º distrito.
Saudamos todos os que connosco caminham há 26 anos,
rumo ao desenvolvimento sustentável e inclusivo de Moçambique.
10 Savana 09-09-2016 INTERNACIONAL SOCIEDADE SOCIEDADE
Os últimos desenvolvimentos
na cena política sul-africana
patenteiam as enormes dificuldades
que o chefe de
Estado sul-africano, Jacob Zuma, irá
enfrentar para terminar o seu mandato
em 2019.
Zuma até pode completar o seu segundo
termo, mas a associação dos
escândalos em que se tem envolvido
aos maus resultados que o Congresso
Nacional Africano (ANC) averbou nas
eleições municipais de 03 de Agosto
poderá torpedear severamente a sua
vontade de ter na presidência do partido
e na chefia do Estado uma figura
que lhe seja próxima.
Na sequência do desaire eleitoral, cresce
a contestação interna ao actual líder
do partido no poder na África do Sul
e fermenta a aversão à possibilidade de
Jacob Zuma ter um papel preponderante
no processo da sua própria sucessão.
A imputação do descalabro nas elei-
ções e da situação económica a Zuma
poderá penalizar a putativa candidata
às presidenciais de 2019 Nkosazana
Dhlamini-Zuma, ex-mulher do presidente
e actual presidente da Comissão
da União Africana, vista como uma
aposta pessoal do ex-marido.
Na segunda-feira, centenas de militantes
do ANC desapontados com o líder
do partido, agrupados no movimento
“OccupyLuthuliHouse”, tentaram ocupar
a sede da organização, mas encontraram
uma ameaçadora resistência da
Associação dos Veteranos Militares do
Umkhonto weSizwe (MKMVA), o ex-
-braço armado do ANC na luta contra
o antigo regime do “apartheid”.
Com os manifestantes anti-Zuma,
maioritariamente jovens, barricados
numa das margens da avenida que vai
dar ao Luthuli House, a sede do ANC,
e os veteranos da organização entrincheirados
à entrada do edifício do partido,
os ingredientes estavam reunidos
para a violência que normalmente marca
protestos de rua na África do Sul.
Nem o secretário-geral do ANC, Gwede
Mantashe, teve vida fácil na sua tentativa
de ouvir os anti-Zuma exporem
as suas ideias. Várias vezes foi barrado
pelos pró-Zuma de encetar qualquer
tentativa de comunicação com o campo
rival.
“Secretário-Geral, não vai a lado nenhum”,
disse um membro do MKMVA,
citado pelo diário sul-africano Mail &
Guardian. “Não se vai envolver em algo
que vai prejudicar o nosso país”, afirmou.
Um outro veterano foi mais incisivo
ainda, ao declarar “Não vai usar a nossa
camuflagem desta forma”.
Apesar de garantias do presidente da
Liga da Juventude do ANC, Collen
Maine, de que o campo pró-Zuma iria
evitar a violência, pairou no ar a ideia de
que a situação na Luthuli House podia
descambar.
Não só a ocupação pelos anti-Zuma
não aconteceu, como não foi possível
evitar a violência, apesar de as escaramuças
terem sido de menor escala, ficando
muito aquém dos receios iniciais
de confrontações mais graves.
“Se o ANC quiser uma única voz para
caminhar numa única direcção, irá perder
o que historicamente foi. Quero
que os camaradas sejam tolerantes,”
disse Gwede Mantashe aos membros
do ANC pró-Zuma.
Ao negar contactos com o campo
anti-Zuma, prosseguiu Mantashe, os
apoiantes do chefe de Estado, estariam
a dar publicidade à contestação ao chefe
de Estado.
Apesar de o secretário-geral ter sido
mais tarde aplaudido pelos veteranos ao
conseguir conversar com os “contras”,
não foi possível disfarçar a agudização
da hostilidade ao chefe de Estado, sentido
por muitos membros do próprio
ANC.
Hermane Mashaba em apuros
Como previsto, as nuvens de dificuldaContestação
interna a Zuma aumenta
des para o novo presidente do municí-
pio de Joanesburgo Herman Mashaba,
da Aliança Democrática (DA), já pairam.
O principal sindicato sul-africano, Cosatu,
aliado do ANC, que perdeu o controlo
da capital económica, já fez saber
que vai desafiar com greves qualquer
tentativa de privatizar a empresa de recolha
de lixo no município, a Pikitup.
“Estamos prontos e com vontade para
fazer colapsar e encerrar a cidade de Joanesburgo,
se Mashaba pensar que vai
concessionar a Pikitup aos seus amigos
da Free Market Foundation e introduzir
as suas políticas anti-trabalhistas e
anti-sindicatos”, referiu num comunicado
a Cosatu.
O sindicato não está convencido das
garantias do novo “mayor” de Joanesburgo
de que não haverá perdas de emprego
na empresa municipal de recolha
de resíduos.
“O plano de Herman Mashaba levará
a perdas significativas de emprego
e agravará a precarização do emprego,
com mais e mais trabalhadores a serem
contratados a prazo, diminuição da capacidade
negocial dos trabalhadores e
redução dos seus rendimentos”, considera
a Cosatu.
Por outro lado, o EFF, de Julius Malema,
tem ameaçado apresentar uma
monção de censura contra Mashaba,
uma iniciativa que seria um golpe fatal
para o novo presidente de Joanesburgo,
dado que a AD não dispõe de uma
maioria confortável que lhe permita
governar sem o apoio de outro partido.
A indicação de nomes com uma agenda
descolada de políticas de esquerda, a
linha seguida por Malema, é uma das
causas de eventuais fracturas na aliança
pós-eleitoral EFF-AD.
Uma das figuras de maior controvérsia
que Herman Mashaba convidou para o
executivo municipal é o académico Rabelani
Dagada.
Em entrevistas a vários órgãos de comunicação
social, Dagada terá acusado
o ANC de recuperar as práticas do
“apartheid” ao supostamente agir com
indiferença em relação à pobreza na
comunidade branca da África do Sul.
Também já considerou racista o Economic
Black Empowerment, a política
aprovada pelo ANC para dar poder
económico aos negros.
Igualmente, foi mal recebida a afirma-
ção do académico de que Israel tinha
uma postura mais amistosa com os
árabes, afastando comparações entre a
política israelita e os o “apartheid”.
Savana 09-09-2016 11 PUBLICIDADE SOCIEDADE
UNFPA, Fundo das Nações Unidas para População, é uma agência internacional
de desenvolvimento que trabalha em prol de um mundo
onde cada gravidez é desejada, cada parto é seguro e o potencial de
cada jovem é realizado. O UNFPA solicita candidaturas de cidadãos
PRoDPELFDQRVTXDOLÀFDGRVHH[SHULHQWHVSDUDDVHJXLQWHYDJD
3RVWRHWtWXOR SC/UNFPA/2016/001 – Título: Analista de
Monitoria e Avaliação
7LSRGHFRQWUDWR QtYHO Service Contract, nível SB-4
/RFDOGH7UDEDOKR Nampula, Mozambique
'XUDomR Doze meses e possibilidade de renovação
dependendo do desempenho satisfactório
e disponibilidade de fundos
3UD]RGDFDQGLGDWXUD 9 de Setembro de 2016
Principais e tarefas e responsabilidades: Em coordenação com o pesVRDOFKDYHGR81)3$HGRSURMHFWR HOH HODLUi GHVHQKDUHLPSOHPHQWDU
o quadro lógico e o plano do projecto, e rever os resultados do quadro
lógico do projecto Acção para Raparigas (APR); analisar e usar a base
de dados para a gestão do programa, considerando o conhecimento,
escolhas e comportamentos entre adolescentes e jovens nas áreas do
programa de intervenção; assegurar que o sistema Real Time Monitoring
570GRSURMHWR$35JLUDGDGRVFRQÀiYHLVHFRPSOHWRV HIHFWXDUYLVLtas
de campo para monitorar o desempenho de educadores de pares
HVXSHUYLVRUHV IRUQHFHU UHODWyULRVLQWHUQRVHH[WHUQRVHP WHPSR~WLO
garantindo que os constrangimentos e oportunidades sobre a colheita
HXVRGHGDGRVVmRLGHQWLÀFDGRVHPHGLGDVFRUUHWLYDVVmRWRPDGDVHP
WHPSR~WLO SDUWLFLSDUHPUHXQL}HVGDHTXLSDGHJHVWmRGRSURMHWRSDUD
reportar sobre o resultado da monitoria; desempenhar qualquer outra
actividade solicitada pelos gestores do programa.
Anúncio de Vaga
Posto # SC/UNFPA/2016/001 – 2ª via - Analista
de Monitoria e Avaliação
Requisitos gerais:3RV JUDGXDomRHP VD~GHS~EOLFD FLrQFLDV VRFLDLV
DGPLQLVWUDomRRXiUHDV DÀQVFRPRPtQLPRGH DQRVGHH[SHULrQFLD
em avaliação de monitoria e/ ou licenciado em ciências sociais, admiQLVWUDomRRXiUHDVDÀQVFRPRPtQLPRGH DQRVGHH[SHULrQFLDFRPSURYDGD
HPPRQLWRULD H DYDOLDomR GH SURMHFWRV H[FHOHQWH FDSDFLGDGH
GHSODQHDPHQWR DQiOLVH DYDOLDomRHJHVWmR H[FHOHQWHVKDELOLGDGHVQD
HVFULWD FRPXQLFDomR PHGLDomR H IDFLOLWDomR OLWHUDFLD HP LQIRUPiWLFD
HH[FHOHQWHÁXrQFLDHP3RUWXJXrVH ,QJOrV SURÀFLrQFLDHPJHVWmRGH
EDVHVGHGDGRVHSDFRWHVHVWDWtVWLFRV H[SHULrQFLDFRPSURYDGDHPSHVTXLVDRSHUDFLRQDO H[SHULrQFLDHPJHVWmRGHSURMHWRVPXOWLVVHFWRULDLVRX
SURJUDPDVQDiUHDGDVD~GHVH[XDOUHSURGXWLYDpXPDYDQWDJHP
Como se candidatar: A Descrição do Trabalho detalhado para a vaga estão
disponíveis na recepção do escritório do UNFPA em Maputo no endeUHoRHVSHFLÀFDGRDEDL[R GDV DWp KRUDV GHVHJXQGDDTXLQWD-
IHLUD WDPEpPSRGH VHHQFRQWUDU QRZHEVLWHmozambique.unfpa.org
RXVROLFLWDGRDWUDYpVGRFRUUHLRHOHFWUyQLFR UHFUXLWPHQW#XQISD RUJ P]
Os interessados devem submeter as suas candidaturas acompanhados
pela carta de motivação indicando a referência e o nome do posto,
CV actualizado, formulário P11 (disponível no website acima mencionado),
endereço completo, detalhes de contacto e, pelo menos, três
referências.1mRKiQHQKXPDFREUDQoDGHWD[DGHFDQGLGDWXUD SURFHVsamento
ou de outra natureza. O UNFPA não solicita ou procura obter
LQIRUPDo}HVGRVFDQGLGDWRVTXDQWRDRVHXHVWDGRGH+,9RX6,'$HQmR
GLVFULPLQDFRPEDVHQDVLWXDomRGH+,9H6,'$ $VFDQGLGDWXUDVGHYHPVHUVXEPHWLGDVQRHQGHUHoRDEDL[RDWpRGLD GH6HWHPEURGH
UNFPA, Fundo das Nações Unidas para População
Av. Julius Nyerere , 1419, PO Box 4595,
Maputo, Mozambique
12 Savana 09-09-2016 INTERNACIONAL PUBLICIDADE
No intuito de desenvolver o gosto pela literatura e
pela escrita, o Conselho Municipal de Maputo (CMM)
e a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO)
instituem o “Prémio Literário 10 de Novembro” homenageando
deste modo o dia da Cidade de Maputo.
O Prémio tem periodicidade anual, tendo sido a primeira
edição em 2005, de acordo com o memorando
de entendimento celebrado entre o Conselho Municipal
de Maputo e a Associação dos Escritores Mo-
çambicanos, que faz parte integrante do presente Regulamento,
que estabelece as normas reguladoras do
Prémio Literário 10 de Novembro, conforme o articulado
seguinte.
Artº1
'HÀQLomR
O Prémio Literário 10 de Novembro foi instituído em
valor monetário, atribuído a um escritor (a) vencedor
D FRP RÀWRGHLQFHQWLYDUHFRQVROLGDUKiELWRVGH
leitura e de escrita, promover e valorizar a literatura
moçambicana.
Artº2
&RQGLo}HVGH$GPLVVmR
Podem concorrer ao prémio, escritores nacionais com
ou sem livro(s) publicado(s), residentes na Cidade de
Maputo.
Artº3
3XEOLFLGDGHGR&RQFXUVR
O anúncio do concurso de cada edição será feito através
dos órgãos de comunicação social.
Artº4
1DWXUH]DGRVWUDEDOKRV
1. Os géneros literários elegíveis para efeitos do concurso
são: a poesia e a prosa, em regime alternado
anual.
2. A edição de 2016 é consagrada à poesia.
Artº5
4XDOLGDGH
1. São admitidos ao concurso, trabalhos inéditos e não
publicados, escritos em português e submetidos aos
critérios técnico-literários de cada uma das edições.
2. Serão liminarmente excluídos os que violarem no
todo ou em parte as normas do presente Regulamento.
Artº6
(Valor Pecuniário)
O Prémio Literário 10 de Novembro tem o valor monetário
de 100.000.00 MT (Cem mil meticais) e será
entregue ao vencedor em cerimónia pública, no dia 10
de Novembro de cada ano.
MUNICÍPIO DE MAPUTO
___________
CONSELHO MUNICIPAL
PELOURO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
DIRECÇÃO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
5(*8/$0(172'235e0,2/,7(5É5,2 '(129(0%52
$UW
&ULWpULRVGDHGLomR
1. Para a edição de 2016, os trabalhos concorrentes deverão ser
entregues na sede da AEMO, em quatro exemplares, com tratamento
do texto em tamanho A4, a espaço simples e fonte 12, com
um mínimo de 30 páginas e um máximo de 50, até ao dia 20 de
Outubro do ano em curso.
2. No acto da entrega dos trabalhos, os autores receberão um
comprovativo do depósito da obra.
Artº8
&RQÀGHQFLDOLGDGHGRV&RQFRUUHQWHV
Os concorrentes devem apresentarem-se ao concurso sob pseudónimo,
devendo juntar ao processo a sua identidade civil e morada,
dentro de um envelope fechado e devidamente assinalado
no exterior com a inscrição de “Prémio Literário 10 de Novembro”,
seguida do pseudónimo pessoal.
Artº9
3UD]R
O resultado do concurso será divulgado publicamente no dia 10
de Novembro, dia da Cidade de Maputo.
$UW
(GLomRGRWtWXORYHQFHGRU
O CMM e a AEMO poderão editar a obra vencedora, por sua pró-
pria iniciativa, ou cedendo-a á alguma instituição interessada,
mediante acordo, ou ao próprio autor, desde que salvaguardado
o prestígio do prémio, pelo que não haverá lugar a vencedores
ex-aequo.
Artº11
/DQoDPHQWRGD2EUD
A obra a publicar, no âmbito deste prémio literário, será lançada
no ano imediatamente posterior ao ano de concurso, em data
coincidente com a celebração do Dia Mundial do Livro.
Artº12
&RQVWLWXLomRGR-~UL
O Júri do “Prémio Literário 10 de Novembro” é composto por
três personalidades de reconhecido mérito, dos quais dois indicados
pela AEMO e um indicado pelo CMM.
Art13
)RUPDGH'HOLEHUDomR
O Júri delibera por maioria simples, e do resultado do concurso
será lavrada uma acta, mesmo que não seja apurado o vencedor
por manifesta falta de qualidade literária dos trabalhos apreciados.
Artº14
5HFXUVR
Da decisão do júri não cabe recurso
Artº15
(QWUDGDHP9LJRU
O presente Regulamento entra imediatamente em vigor.
Savana 09-09-2016 13 PUBLICIDADE SOCIEDADE
Na Colômbia, só o perdão pode acabar com a guerra
14 Savana 09-09-2016 Savana 09 -09-2016 15
NO CENTRO DO FURACÃO
Aguerra civil colombiana fez
oito milhões de vítimas, entre
mortos, desaparecidos,
órfãos, violados e estropiados.
Com o acordo de paz, a maioria
mostra-se aberta à reconciliação mas
há também quem olhe para o pacto
com muita desconfiança. Viagem ao
país que se esqueceu de como viver
com paz.
Martha Amorocho estranhou que o seu
filho Alejandro, sempre activo e bem-
-disposto, passasse a tarde a tocar can-
ções tristes na guitarra. “Está mal de
amores”, pensou. Lá fora, o tempo não
ajudava, com a brisa do planalto a esfriar
Bogotá ao anoitecer, levando a família
a aconchegar-se no quarto para ver um
filme. Até que o telemóvel de Alejandro
tocou: o seu irmão Juan Carlos tinha levado
a namorada a comer um hambúrguer
no clube de empresários El Nogal,
ali perto, no mesmo bairro do Norte da
capital, e pedia-lhe agora companhia
para a ir deixar a casa. O rapaz vestiu-se
e ainda desafiou o pai, que preferiu ficar.
“Que pai desnaturado este, que deixa o
filho ir sozinho para a rua à noite”, brincou,
antes de sair porta fora. Martha e o
marido sorriram.
O carro de Alejandro acabava de entrar
na garagem do clube quando 200 quilos
de dinamite explodiram à sua frente. O
rebentamento fez com que os andares
superiores desabassem e Juan Carlos,
que estava na cafetaria, desabou com
eles. As janelas do apartamento dos
Amorocho estremeceram, contendo
o estrondo abafado da desgraça. “Não
liguei ao barulho e continuei no quarto
até ver fumo na zona do El Nogal”,
lembra Martha. “Quando liguei a TV,
estavam a anunciar um atentado e tive
logo um mau pressentimento. Tentámos
telefonar, mas os dois telemóveis estavam
desligados”.
Naquela noite de 7 de Fevereiro de
2003, Martha e o marido correram todos
os hospitais e clínicas da cidade à
procura dos filhos. Em vão. Quando regressaram,
no meio da madrugada, o pai,
desesperado, partiu um quadro de Jesus
Cristo. Às 8h, receberam uma chamada
do Hospital Militar: Juan Carlos, de 22
anos, vivia. “Estava irreconhecível, ao
ponto de acharem que era um homem
de 40 anos. Tinha o corpo todo ligado,
estava entubado, não falava e nem lhe
podia tocar, com medo de desligar algum
fio. Pensei que ia morrer”, recorda
Martha, hoje com 61 anos. Assim que
saíram, ainda com o choque de verem
o filho entre a vida e a morte, a polícia
confirmou-lhes que Alejandro, de 20
anos, estava na lista de óbitos. “Não há
nada menos natural do que uma mãe enterrar
um filho”, afirma Martha, olhando
para os quadros pintados pelo filho mais
novo, pendurados nas paredes da sala.
“O Alejandro pintava, cantava, tocava
guitarra, era um miúdo solar e impulsivo,
ao contrário do irmão, mais racional.
Desde que ele morreu que luto para reivindicar
a sua memória”.
O atentado ao El Nogal nunca foi reivindicado.
Foi atribuído às FARC (For-
ças Armadas Revolucionárias da Colômbia),
a guerrilha marxista que trava
uma guerra com o Estado colombiano
há 52 anos, mas os seus líderes nunca
deram uma versão clara dos acontecimentos.
A bomba colocada no clube
exclusivo de Bogotá ficou para a história
como uma das acções urbanas mais violentas
dos rebeldes, provocando a morte
a 36 pessoas e ferimentos a mais de 100.
“Morreram 12 sócios, 12 convidados e
12 empregados, que representam todas
as classes sociais do país. É de um simbolismo
arrepiante porque mostra que
mesmo que as causas das FARC na sua
luta contra as elites possam ser legítimas,
os seus métodos são inadequados, pois
geram um sofrimento transversal a toda
a sociedade”, diz Martha, designer de interiores
já aposentada.
A mãe de Juan Carlos e Alejandro é
uma entre oito milhões de vítimas do
conflito armado na Colômbia, que dura
desde 1964. Por causa dele, um milhão
e 600 mil pessoas foram assassinadas,
faleceram por causas naturais ou desapareceram.
Os outros 6,3 milhões são
colombianos que precisam de assistência.
A Lei de Vítimas define como ví-
tima a compensar “quem, a partir de 1
de Janeiro de 1985, tenha sofrido danos
causados pelo conflito armado, incluindo
membros da força pública e estrangeiros”.
Os que sofreram flagelos anteriores
a 1985 não recebem compensação
económica, mas têm direito à verdade, a
medidas de reparação simbólica e a garantias
de não-repetição.
Uma contagem geral, publicada recentemente
pelo jornal El País — que não
contabiliza como vítimas os familiares
das baixas de guerra —, tenta uma visão
mais precisa do conflito: mais de 300 mil
mortos e 6,8 milhões de deslocados internos,
o que coloca o país entre a Síria e
o Iraque no topo da lista de nações com
maior número de refugiados dentro das
próprias fronteiras.
Se é certo que as FARC e o Exército
são apenas dois dos muitos actores deste
enredo de meio século — há ainda o
ELN (Exército de Libertação Nacional,
outra guerrilha de extrema-esquerda), as
autodefesas paramilitares de extrema-
-direita (oficialmente desmobilizadas),
as “bacrim” (bandos criminosos compostos
por paramilitares dissidentes) e um
punhado de outras facções à margem da
lei —, também o é que desempenharam
os papéis principais e mais duradouros.
Em 2012, o Governo chefiado pelo Presidente
Juan Manuel Santos encetou
conversações de paz com a guerrilha,
liderada por Rodrigo Londoño, conhecido
por “Timochenko”, que culminaram
com a assinatura de um acordo de
cessar-fogo bilateral em Havana, Cuba,
a 23 de Junho deste ano.
O pacto firmado este mês de Agosto,
com ratificação através de um referendo
de voto obrigatório, a realizar nos quatro
meses seguintes, assume um carácter
histórico por prever a desmobilização da
última grande guerrilha da América Latina
e perspectivar a paz num país que
já se esqueceu de como viver com ela. O
perdão colectivo é a condição primordial
para a sua obtenção.
“As vítimas querem que os agressores
confessem e se arrependam, que lhes
digam que não deviam ter assassinado,
sequestrado ou despejado à força”,
declara Paula Gavíria, de 43 anos, directora
da Unidade de Vítimas, a entidade
estatal encarregada da sinalização
e compensação das vítimas do conflito.
“Mas não exigem que os seus carrascos
apodreçam na prisão”. A moldura penal
prevista nos acordos prevê amnistias
para os guerrilheiros que confessem os
seus crimes: restrições de liberdade de
movimento e residência de dois a cinco
anos para quem admita delitos mas não
tenha tido participação determinante
na sua execução e de cinco a oito anos
para quem tenha cometido crimes mas
colabore prontamente com a verdade e
compensação das vítimas.
A atitude de Martha Amorocho corrobora
o argumento de Paula. Um mês
após o atentado, foi desafiada por um
telefonema de uma rádio nacional a deixar
uma mensagem às mães colombianas
no Dia da Mulher. “Podia proferir um
discurso de destruição ou de construção.
Preferi construir. Porque ninguém me
pode devolver o Alejandro, mas a sua
memória pode contribuir para um bem
maior, que é a reconciliação nacional”,
diz. “Aderi à associação Vítimas Visíveis,
despersonalizei o meu caso e transcendi-
-me, pondo à frente a questão do meu
país”.
Ao mesmo tempo, acompanhava a lenta
evolução clínica de Juan Carlos, que regressou
do hospital com fraldas, sem andar
nem falar. “Tinha comportamentos
muito agressivos como ferrar as unhas
no forro do elevador e atirar-se da cadeira.
Tivemos de esconder os cortinados
para que não se enforcasse”, conta a mãe.
Ainda assim, finalizou a licenciatura e,
ano após ano, foi recuperando as faculdades.
Em 2015, o milagre consumou-
-se: foi pai de uma menina, que nasceu
prematura, com sete meses. “A mulher
estava à beira da morte. Podem imaginar
a angústia dele? Já estava a pensar
como ia educar a bebé sozinho. E onde
estava o seu irmão para acompanhá-lo?
Estava morto. Somos vítimas? Sim, claro.
E vamos sê-lo independentemente
do resultado do acordo de paz”, esclarece
Martha.
Em 2014, o El Nogal promoveu uma
palestra sobre o conflito e convidou
Martha, que se sentou ao lado de Regis
Ortiz, um ex-guerrilheiro recrutado
em criança pelas FARC, recentemente
reintegrado na sociedade. Findo o depoimento
da vítima, Ortiz pediu-lhe
espontaneamente desculpa. Martha
abraçou-o e a imagem atravessou rios e
montanhas para chegar a todos os lares
da Colômbia.
A mãe-coragem acabou por integrar o
comité de vítimas que viajou até Cuba
para participar nos debates pela paz:
comeu à mesa com os líderes rebeldes,
discursou à sua frente e deles exigiu, sem
receber em troca qualquer informação
sobre a fatídica noite, apenas uma coisa:
“A verdade”, sublinha. “A reparação é
simbólica, as penas são simbólicas, mas
a verdade é imprescindível como condi-
ção de não-repetição. E os senhores de
Genebra [onde funciona o Conselho de
Direitos Humanos da ONU, que monitoriza
o processo de paz] não podem
estar apenas a observar a assinatura dos
papéis, têm de garantir que a verdade
Por Tiago Carrasco em Bogotá*
Referendo – O povo colombiano
terá a última
palavra na decisão dos
acordos de paz através de
um plebiscito de voto obrigatório.
Prevê-se que a consulta popular
contemple apenas uma questão
- “Está ou não de acordo com o
acordo de paz?” - e que esta ocorra
num prazo de quatro meses após a
celebração do acordo final entre o
Governo e as FARC.
Justiça Transitória – Amnistia
para os guerrilheiros e soldados
que confessem os crimes cometidos.
Penas de dois a cinco anos
na liberdade de movimento e resise
conheça. Prefiro que o processo seja
mais longo e que cumpra todos os pressupostos,
a uma paz rápida que ignore os
pontos estabelecidos. Isso ia gerar mais
estragos e uma quebra total de confian-
ça”.
“O maior inimigo é a desconfiança das
vítimas sobre o Estado. Muitas delas
encaram a sua aposta recente na paz
como um pai que regressa a casa depois
de 50 anos de ausência, em que deixou
que todos os horrores acontecessem”,
comenta Paula Gavíria, também gestora
de um fundo público de 55 mil milhões
de pesos (27 milhões de euros)
para compensar vítimas até 2021. “Às
vezes, vamos a lugares em que o Estado
jamais tinha ido. São pessoas que nunca
viram um representante do Estado, só
homens armados. Somos os primeiros
a dar a cara. Temos de lhes conquistar
a confiança, sem promessas, para não
defraudar expectativas. E só quando
começam a assimilar que o Estado se
preocupa com elas é que desistem de ser
uma barreira para a paz, colocando como
prioridade que a dor que vivem não seja
vivida por mais ninguém”. As FARC
também partilham alguma dessa desconfiança:
em 1984, quando o Governo
de Belisario Betancur lhes abriu a porta
da cena política através da criação da UP
(União Patriótica), na primeira tentativa
de cessar-fogo entre as partes, sentiram-
-se traídos devido ao genocídio político
que se seguiu, resultando na morte e no
exílio de 3000 partidários da UP.
Casa é um lugar distante
Servelinito Piraza não conhecia o Estado.
Nem a guerrilha. E no paraíso onde
vivia não precisava deles: “Plantava arroz,
milho, cana-de-açúcar e banana, tinha
coqueiros e centenas de outras árvores
e ia à pesca de noite. Gostava muito
do contacto com a Natureza”, recorda o
líder da comunidade indígena wounaan,
de 66 anos, que em 2000 foi obrigado
a partir da terra dos seus antepassados,
na província de Choco, para Ciudad
Bolívar, nos subúrbios de Bogotá. “Os
problemas começaram assim que os
paramilitares chegaram à nossa região.
Eles queriam que destruíssemos os nossos
cultivos para plantarmos coca, e eu
recusei. Ameaçaram-me de morte”.
“O paramilitarismo surge quase ao mesmo
tempo que as guerrilhas quando o
Presidente Guillermo León Valencia
autorizou por decreto os proprietários
rurais a armarem-se contra as FARC”,
conta Jorge Restrepo, presidente do
Centro de Análise de Conflitos, da Universidade
Javeriana. “Essas unidades de
autodefesa de direita perderam o seu envolvimento
político inscrito na lógica da
Guerra Fria, degenerando em práticas
de violência, de extorsão e de tráfico de
drogas”.
O mesmo sucedera às FARC: nasceram
como uma guerrilha marxista inspirada
pela revolução cubana, mas acabaram
designadas, pelos EUA e pela União
Europeia, como um grupo terrorista.
Foram acusadas de crimes de extorsão,
sequestro e envolvimento no tráfico de
cannabis e cocaína. “Ainda que o seu
objectivo não fosse a acumulação de
riqueza, mas sim o financiamento das
actividades guerrilheiras, é hoje inegável
que as FARC tiveram em várias zonas
do país actividades ilícitas nas fases iniciais
do narcotráfico, como o cultivo e a
transformação de coca”, conta Restrepo.
A sua luta política caiu em descrédito
total na opinião pública colombiana
dência para quem não tenha tido participação
activa nos delitos e de cinco
a oito anos para os que tiveram participação
activa. As penas serão agravadas
consoante a demora na confissão
e enquadradas na moldura penal comum,
caso não haja confissão. Os crimes
contra a Humanidade não estão
contemplados pelos acordos e serão
julgados à luz do direito internacional.
As vítimas serão compensadas financeiramente
pelo Estado.
Desarmamento – Os oito mil guerrilheiros
das FARC têm 180 dias após a
oficialização do acordo para entregar
as armas, que serão recolhidas e usadas
para fazer três monumentos. O acordo
estabeleceu a criação de 23 zonas
e oito acampamentos circunscritos
e monitorizados pela ONU para os
guerrilheiros entregarem as armas em
segurança.
Desenvolvimento agrícola – Criação
de um fundo de terras de distribuição
gratuita, para além da formalização da
propriedade rural, da entrega de subsídios
e da formação de uma jurisdição
agrária. A disputa pelas terras foi uma
das maiores causas do conflito.
Participação política – As FARC
poderão formar um novo partido e
entrar na vida política. As zonas mais
afectadas pelo conflito poderão eleger
mais deputados, num programa que
ambas as partes denominaram de
“nova abertura democrática”. Fim
do vínculo da organização entre a
política e as armas.
Drogas ilícitas – O governo e as
FARC concordaram na erradicação
e substituição dos cultivos
ilícitos de cocaína e de canábis.
A Colômbia é o maior produtor
de coca do mundo e as FARC geriam
parte dos processos iniciais
de produção.
Minas – O governo e os rebeldes
anuíram trabalhar em conjunto
na desminagem dos solos. A Colômbia
é um dos países do mundo
com mais minas.
Sete pontos-chave do acordo de paz
e levou à machadada final durante o
Governo conservador de Álvaro Uribe
(2002-2010), que demonizou e perseguiu
os rebeldes como nenhum outro
Governo tinha feito. A impopularidade
das FARC chegou a níveis tão elevados
que, no fim de 2015, as sondagens indicavam
que mais de 50% dos colombianos
rejeitavam os acordos de paz devido
à impunidade prevista para a guerrilha.
Essa tendência inverteu-se nos últimos
meses.
A selva, que até então não tivera segredos
para Piraza, passou a ser um lugar
perigoso. Homens armados patrulhavam
a zona e fuzilavam quem lhes fizesse
frente. “Um dia, quando tinha vindo a
Bogotá vender artesanato, capturaram
um indígena de outra comunidade para
o obrigar a dizer onde é que eu estava.
Ele não me denunciou, mas, ao tentar
escapar, bateu com as costas no barco e
até hoje tem dificuldades em caminhar.
Quando me encontrou, disse-me que eu
tinha de fugir porque eles estavam decididos
a matar-me”.
No dia 15 de Abril, o chefe Wounaan e
o seu filho mais velho deixaram a aldeia
de barco, rumo a Buenaventura. Assim
que chegaram, foram abordados por
um homem no porto: “Queria saber se
eu conhecia um índio que tinha vindo
naquele dia de Choco e que vendia artesanato.
Só podia ser eu. Disse-lhe que
não, peguei no meu filho e refugiei-me
na igreja evangélica”, conta Piraza. “Na
manhã seguinte, fomos para o terminal
rodoviário e, em vez de Bogotá, apanhámos
um autocarro para Cali. Já estávamos
sentados quando várias motos
rodearam o autocarro e um dos homens
perguntou ao condutor se havia algum
wounaan dentro do veículo. Estávamos
a morrer de medo. Ele negou e arrancou.
As motos ainda nos seguiram até à saída
da cidade”.
Esperaram oito dias em Cali antes de
rumarem à capital. No dia 24 de Abril,
os indígenas chegaram à selva de betão.
Estiveram três meses escondidos em
casa de uma familiar. “Até que a minha
mulher me ligou a dizer que os paramilitares
andavam a recrutar meninas e meninos
para as suas milícias. Ordenei que
toda a comunidade se juntasse a nós”.
Eram 42 pessoas.
Com 500 mil pesos emprestados por um
amigo, Servelinito arrendou uma casa de
16 metros por 12 metros para acomodar
a sua tribo. “Estava tão sobrelotada que
para irmos à casa de banho tínhamos de
passar por cima de quem estava a dormir
no chão. Chorei muito. Tínhamos deixado
tudo o que tínhamos na aldeia, só
trouxemos as roupas”, recorda. “Habitu-
ámo-nos a ir buscar água ao rio quando
tínhamos sede, a colher frutos para
matar a fome e a queimar lenha para
combater o frio. Aqui chegavam-me as
facturas de água e de gás e eu não sabia
como pagá-las. Estávamos pela primeira
vez dependentes do dinheiro, não apenas
de semear e de pescar”. Muitos dos
homens da comunidade caíram no alcoolismo.
Outros tornaram-se presas fáceis
das várias células criminosas instaladas
em Ciudad Bolívar.
“Os indígenas e as comunidades rurais
têm muitas dificuldades de adaptação à
cidade”, segundo Rosalba Diaz, do Centro
Salesiano Juan Bosco Obrero, que há
dez anos presta assistência a refugiados
do conflito. “As primeiras necessidades
são assistência médica, comida, roupa e
alojamento. Muitas vezes chegam aqui
sem sapatos. Só depois vêm as questões
de integração e emprego, que são mais
difíceis de resolver”. Ciudad Bolívar é
um imenso bairro de lata que se alastrou
pelas encostas das montanhas para
dar refúgio a quase um milhão de deslocados.
Aqui encontram-se todos os
povos colombianos, bem como grupos
das FARC, das “bacrim” e de todos os
gangues que fazem parte do conflito. As
casas de madeira e ladrilho despontam
como plantas sem raízes nesta terra, ligadas
sim a solos distantes.
É à sombra da nova moradia da família
que Servelinito conta aos mais pequenos,
já nascidos na cidade, os mitos do
seu povo. Fala em maach meu, a sua língua
materna, que os indígenas estavam
proibidos de usar no bairro para evitar a
opressão. “Mesmo que a paz regresse às
nossas terras, nós não voltaremos. Estamos
aqui há 16 anos, os rapazes habituaram-se
aos telemóveis, ao dinheiro e à
vida da cidade. Nunca se iriam adaptar a
viver do que a terra dá”, sustenta o chefe
da comunidade. “Mas gostávamos de
poder levá-los a visitar a selva, as suas
origens, as velhas cabanas e o nosso rio,
para que não esqueçam a nossa cultura.
É por isso que rezo pela paz”.
A Unidade de Vítimas não perspectiva
um regresso maciço dos deslocados às
suas aldeias de origem, mesmo com a
paz. “A maioria dos refugiados não regressa
às aldeias porque a vida no campo
é muito mais dura, constituíram família
na cidade e estão traumatizados com o
conflito. Estamos a focar o nosso trabalho
na consolidação da qualidade de
vida nos lugares de destino, através de
uma integração plena e incentivo ao
empreendorismo”, diz Paula Gavíria.
“Mas também ajudamos os que pretendem
regressar e reconstruir as suas antigas
casas e quintas”.
A ocidente de Ciudad Bolívar, fica outro
grande bairro de deslocados: Soacha.
São dois bastiões de uma violência
que nos planaltos de Bogotá chegou a
ser ritualística. Quando Alexander von
Humboldt investigou os costumes dos
indígenas desta região, descobriu que os
índios chamavam quihica às vítimas das
cerimónias rituais. “Quihica significava
porta. A morte de cada um dos eleitos
abria um novo ciclo de 185 luas”, escreve
Eduardo Galeano em As Veias Abertas da
América Latina.
Do centro de Bogotá, contem-se duas
horas, um autocarro urbano e dois suburbanos
para chegar a Soacha. Depois,
é um emaranhado de ruas poeirentas,
caóticas, com a densidade humana dos
mercados indianos ou chineses. Junto
a uma vedação que proíbe a pasPara
muitos colombianos, o processo de paz não pode avançar se os responsáveis pela guerra e pelos milhões de vítimas se mantiverem
impunes John Vizcaino/Reuters
Em 23 de Junho de 2016 o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o líder das FARC, Rodrigo Londono, assinaram, em
Havana, o acordo de cessar-fogo bilateral, sob o olhar do presidente cubano, Raul Castro. Alexandre Meneghini/Reuters
16 Savana 09-09-2016 NO CENTRO DO FURACAO
sagem de transeuntes para um bairro
controlado pelas “bacrim”, passa um
velho Cadillac com duas caveiras sobre
os faróis dianteiros. É uma mistura
de filme de “narcos” com uma saga de
Tarantino. Até que surge uma heroína
invulgar, baixa, gordinha e com uma
voz suave a calar um bairro inteiro de
durões: Baldomera Castilblanco, de
34 anos, foragida de guerra e com uma
fábrica têxtil em Soacha que emprega
30 vítimas do conflito. “O meu sonho
é montar as minhas próprias lojas e
exportar a minha marca”, revela. Sonhos,
ali, no reino das atrocidades.
Com 13 anos, Baldomera foi obrigada
a fugir pela primeira vez de casa, San
Juan de Rio Seco, cinco horas a sul
da capital, “zona caliente”, como denominam
os colombianos as regiões
de maior conflito. “A guerrilha da
ELN começou por invadir as casas
e as quintas, extorquir a população e
servir-se dos porcos e das galinhas dos
camponeses”, segundo a empresária,
que à época vivia com os pais e oito
irmãos numa pequena fazenda. “Depois,
bombardearam os carros da
polícia e ocuparam a esquadra. Já não
havia lei. O meu pai mandou-me para
Bogotá estudar”.
Quatro anos depois, Baldomera
voltou para ajudar os pais, já impotentes
para conter a desordem. “Os
rapazes que trabalhavam nos campos
andavam agora montados em motos,
armados até aos dentes”, lembra. “Em
2001, apareceram os paramilitares e as
coisas foram de mal a pior. Todos os
dias aparecia alguém morto, acusado
de pertencer ou de colaborar com a
guerrilha. Muitos eram inocentes.
Matavam em qualquer lado, com tiros,
facas e motosserras. O meu pai adoeceu
e morreu. Foi então que fugimos
com a minha mãe para a capital”.
Em Bogotá, Baldomera estava proibida
de dizer que era vítima de guerra,
sob pena de retaliações. Passou fome
e as maiores privações até perder a
paciência: declarou-se à Unidade e
recebeu 1,5 milhões de pesos (451
euros), colchões e dez quilos de arroz
embalados pelas Nações Unidas. Isso
permitiu-lhe alugar um apartamento
mínimo e lançar negócio: “Com o arroz,
comecei a fazer tamales [prato
típico colombiano] e a vender na rua.
Com o dinheiro que poupei, comprei
uma botija de gás. A nossa vida
melhorou. Já pude começar a procurar
trabalho na costura, que era o que
mais gostava”, conta.
Passou por várias empresas onde aprendeu
a trabalhar com a maquinaria e
a confeccionar trajes de todos os tipos,
dos militares aos desportivos, passando
pelos de gala. Em 2012, ganhou
um concurso para fabricar 400 coletes
para a Juan Valdés, a maior marca colombiana
de café, com um contrato
de quatro milhões de pesos (1200
euros). “Mas não tinha máquinas para
os fazer. Então, convidei dez vizinhas,
que tinham máquinas, para trabalharem
comigo no meu apartamento Em
20 dias, despachámos a encomenda”,
conta a empreendedora. “Algumas delas
abriram negócio e eu apercebi-me
de que podia ajudar as vítimas aqui
em Soacha”.
Assim, com a ajuda da Unidade, Baldomera
fundou a sua própria marca —
a Moda BC — e empregou refugiadas
e mães solteiras do seu bairro. Apesar
de terem sofrido às mãos de diferentes
agressores — as FARC, a ELN,
os paramilitares ou o próprio Estado
— a convivência é harmoniosa. Muitas
aprendem a costurar e saem, mais
tarde, para iniciarem uma actividade
por conta própria. A pequena fábrica,
instalada numa garagem, está agora a
preparar 7500 calças para serem distribuídas
em 70 hipermercados.
Baldomera não esconde o orgulho:
“Nós, as vítimas, somos gente habituada
a trabalhar. Só precisamos que nos
ensinem e que nos dêem uma oportunidade.
Para mim, a reconciliação
não pode ser obtida distribuindo dinheiro.
É preciso educação, emprego e
igualdade nas oportunidades, para que
os jovens não cedam à tentação de enveredar
pelo crime. Só assim teremos
um futuro pacífico”, afirma. E, nessa
altura, para além de exportar a Moda
BC, Baldomera pretende reconstruir a
quinta que a família deixou para trás:
“Os meus pais casaram com 13 anos,
viveram naquela casa 57 anos e ali
tiveram nove filhos. Vê-la em ruínas
dá-me um aperto no coração”.
Soacha é a capital das mães enlutadas.
Em 2008, descobriu-se que o Exército
levara a cabo uma matança de jovens
oriundos de bairros pobres, incriminando-os
falsamente de pertencerem
às FARC, de forma a atingir as quotas
de eliminação da guerrilha a que o
Governo liderado por Álvaro Uribe se
tinha proposto. Foram mais de 4000
execuções extrajudiciais perpetradas
pelo Estado (o actual Presidente,
Juan Manuel Santos, estava então
na pasta da Defesa), que ficaram cé-
lebres como “falsos positivos”. Dezanove
deles eram de Soacha. As mães
destes rapazes uniram-se e formaram
as Mães de Soacha, um colectivo que
emocionou a Colômbia pela luta pela
justiça e responsabilização dos crimes.
Até hoje, mais de 800 militares foram
presos, sem que nenhuma personalidade
política fosse implicada.
“Num dos casos, a mãe já tinha um
filho no Exército quando o outro foi
recrutado, por 450 euros, para supostamente
integrar as forças em Norte
de Santander. Quando lá chegou, taparam-lhe
a cabeça e entregaram-no a
dois soldados, que o levaram para um
cerro para o fuzilarem”, conta Daniel
Cadena, um voluntário da Unidade
de Vítimas em Soacha. “Quando lhe
destaparam a face, o soldado viu que
era o irmão. Recusou-se a matá-lo.
Pediu ao colega para dizer que tinha
desertado e fugiu com o familiar.
Contaram à mãe e voltaram a desaparecer
porque sabem que se forem
apanhados vão ser eliminados”.
Feridas de guerra
Não só os jovens foram alvo dos “falsos
positivos”. O pai de Martha Giraldo,
José Orlando Giraldo, foi morto
em 2006 por nove soldados do Exército
e acusado de pertencer às FARC.
A filha, de 37 anos, disputa há dez
anos uma dura batalha judicial para
conduzir todos os envolvidos à prisão:
“Como é que eu posso ter esperança
na paz se os maiores criminosos de
guerra, como o ex-presidente e actual
senador Álvaro Uribe, continuam a
exercer política?”, pergunta a activista
do Movice, Movimento de Vítimas de
Crimes de Estado. “Honestamente, as
FARC são apenas uma parte ínfima
do problema. Os crimes mais atrozes
foram cometidos pelo próprio Estado
e pelas unidades paramilitares que
lhes prestavam vassalagem”, defende.
A família de Martha é de uma zona
rural nas cercanias de Cali, no Valle
del Cauca. Lidou desde os anos 80
com a presença de várias guerrilhas,
que se dedicavam à extorsão e a atormentar
o seu quotidiano. Martha passava
muito tempo fechada em casa:
“Havia muitos relatos de violações de
meninas por parte das guerrilhas e do
Exército”, explica. Já adultos, ela e os
irmãos migraram para Cali, deixando
o pai sozinho nos afazeres agrícolas.
“Ele era um homem serviçal, que fazia
tudo para agradar aos vizinhos. Distribuía
ovos e leite e eu ralhava por ele
andar a dar coisas quando nós vivíamos
com tão pouco. Ele tinha outra
visão e hoje percebo porquê”, lembra
Martha. Sempre que podiam, os familiares
iam visitar o patriarca. Mas
não naquele sábado. O tio tinha a
mala feita, mas perdeu o autocarro por
segundos.
Na madrugada de 11 de Março 2006,
o Batalhão de Alta Montanha de Cali,
chefiado pelo sargento Luís Eduardo
Mahecha e formado por oito homens,
entrou em casa e levou José Orlando.
Fora sinalizado por um informador
do Exército, que umas semanas antes
lhe tinha pedido, com sucesso, um
pedaço de terra para plantar abóboras.
As investigações posteriores concluíram
que o agrediram a pontapé,
o executaram com um tiro na cabeça,
lhe vestiram umas calças do uniforme
das FARC e esconderam o corpo: “Os
cães comeram-lhe bocados da face”,
lamenta a filha. No dia seguinte, o
Exército congratulava-se por ter capturado
um guerrilheiro que preparava
um ataque à central eléctrica de Cali
no dia das eleições municipais. A
morte do camponês José Orlando foi
aplaudida como um êxito militar.
Martha não se conformou e tem movido
mundos para limpar a imagem do
pai. Os seus advogados descobriram
a prova determinante: a certidão de
óbito da vítima fora registada a 10 de
Março, um dia antes do homicídio.
“Os agressores fizeram de tudo para
parar-me: ofereceram-me 800 milhões
de pesos, ameaçaram-me quando
estava grávida e dispararam contra o
meu irmão. Mas nós seguimos em frente
porque não há nada mais valioso
que a nossa dignidade”, conta Martha.
Em 2011, o juiz concluiu que José
Orlando não tinha qualquer ligação
aos rebeldes e sentenciou o sargento
Mahecha a 37 anos de prisão. O julgamento
contra os seus sete subordinados
continua em curso. “Gostava de
poder dizer que vai haver uma reconciliação,
mas não acredito. Porque a
reconciliação não é o que se exterioriza,
é o que cada um sente no seu
interior para poder exteriorizar. Se
eu me reconcilio através de um processo
reivindicativo de paz e justiça,
de uma verdadeira transformação de
quem cometeu crimes horrorosos, essa
reconciliação vai dar frutos. Mas se é
uma coisa que vem de fora, que está
lá longe, que ninguém me consultou,
que não se importa com o que eu
penso, como vou interiorizá-la? Não
vai transmitir misericórdia a ninguém
e só vai causar mais ressentimentos”,
afirma Martha.
Para Jorge Restrepo, as dificuldades
existem, mas há também especificidades
favoráveis no cessar-fogo
colombiano. “Em oposição a outros
conflitos, como o da Síria, o dos
Balcãs ou mesmo o da África do Sul,
na Colômbia somos todos da mesma
etnia, da mesma religião, e falamos a
mesma língua. Tanto um guerrilheiro
como um cidadão comum anda com a
bandeira nacional às costas”.
É complicado nacionalizar um sentimento
tão privado como o perdão.
Monica Rodriguez sente que já perdoou.
Levou-lhe mais de dez anos.
“Eu nem conheço, em rigor, quais são
as condições para a paz, mas sinto que,
se não dermos este passo, a Colômbia
vai viver mais 50 anos de guerra”, antevê
a empresária, que nasceu há 31.
Em 2002, as FARC destruíram-lhe a
vida. Primeiro, mataram-lhe o irmão,
de 15 anos, por este se recusar a incorporar-se
nas fileiras da guerrilha em
Policarpo, Nariño, curiosamente uma
das 23 zonas previstas pelo tratado de
paz para o desarmamento das brigadas
revolucionárias. Dias mais tarde,
bloquearam o carro em que Mónica
regressava da escola e sequestraramna.
“Mandaram-me sair, vendaramme
e disseram-me que me iam fazer
o que tinham feito ao meu irmão”,
relembra. “A última coisa que vi foi
uma mancha de sangue na berma da
ponte que havia naquela aldeia, de
onde os guerrilheiros costumavam
atirar os corpos para o rio”.
Chegados ao acampamento na montanha,
os sequestradores enfiaram-na
numa jaula. “Havia dezenas de pessoas
enjauladas, mas estavam dispersas,
não conseguíamos comunicar.
Passei ali a noite mais longa da
minha vida porque pensei que me iam
matar a qualquer instante, ainda que
eu preferisse a morte a entrar para a
guerrilha”. Pela manhã, dois comandantes
– “El Japonés” e “El Parchado”
– libertaram-na para ultimar a sua
adesão às FARC. Mónica rejeitou.
Como retaliação, os dois homens
violaram-na. “Até que se começou a
ouvir um helicóptero do Exército que
estava a fumigar plantações de coca
e começou um combate. Aproveitei
a distracção para me atirar por uma
ravina. Rebolei vários metros até
chegar à base, ensanguentada, e comecei
a fugir. Andei várias horas escondida
até chegar a Pasto, a casa de uma
amiga, porque se fosse para casa eles
iam encontrar-me”.
Nos anos seguintes, Mónica não denunciou
os seus violadores. Sentia-se
suja e culpada. Nem às amigas contou
o sucedido. A pressão era tanta que,
anos volvidos, já mãe, chegou a receber
uma carta a prometer a morte à
filha, caso abrisse a boca. “Só encontrei
paz quando, há uns meses, contei
ao meu marido. Vivia apavorada de
que ele me deixasse quando soubesse
da violação. Mas ele reagiu bem.
Desapareceu-me um grande peso”,
revela.
Hoje, gere uma pequena empresa de
gelo e presta assistência de saúde a
pessoas que, como ela, escaparam à
guerra nas suas aldeias para se radicarem
em Cali. “El Japonés” e “El
Parchado” desapareceram do mapa,
impunes ao terror que disseminaram
pela região. “Claro que gostava que
fossem capturados, mas essa já não
é a minha principal preocupação.
Por isso, acredito que a capacidade
de desculpar, ou esquecer, está muito
vinculada ao percurso de cada um.
Eu tenho uma família, um emprego
de que gosto e sinto-me feliz. É mais
fácil perdoar. Para aqueles cujas vidas
continuam assombradas pelo terror, a
dor é dominante”.
Esta guerra acabou. E as
outras?
Quem conhece a história de Buenaventura
não sabe se o tom púrpura
das águas calmas do Pacífico ao entardecer
é reflexo do sol ou da violência
que espreme diariamente a cidade. É
a mais perigosa da Colômbia — um
feito paradoxal, visto que pelo seu
porto passa 60% da riqueza do país.
Mas Buenaventura foi erguida por
escravos e é como tal que os seus habitantes,
maioritariamente de origem
africana, se sentem tratados.
Aqui não se pode apontar o dedo às
guerrilhas. Há muito que não param
por aqui. Quando uma delas, a ELN,
que ficou de fora do actual processo
de paz embora prometendo encetar
conversações com o Governo se o
acordo com as FARC for cumprido,
dominava o território, mataram o pai
de Nelson Ruiz. Foi em 1997: “Ele
era alto e forte e a guerrilha queria
recrutá-lo. Como não quis, entraramnos
em casa e alvejaram-nos com
metralhadoras. O meu pai morreu,
a minha mãe foi atingida na cabeça,
mas sobreviveu. Eu, que tinha sete
anos, e a minha irmãzinha assistimos
a tudo”, diz Nelson, assistente social,
de 26 anos. A família foi obrigada a
exilar-se no mato. Nelson cresceu com
traumas, insónias e pesadelos.
Quando regressou, já os paramilitares
tinham decretado guerra aos esquerdistas
e os tiroteios davam-se no
meio da rua. Lentamente, as AUC
(Autodefensas Unidas de Colômbia)
instauraram a sua forma de terror.
“Decretaram fronteiras invisíveis, ou
seja, zonas de acesso interdito a quem
não seja de determinado bairro, que
duram até hoje”, denuncia Nelson,
que na infância sonhara ser guerrilheiro,
sem imaginar que passaria a
vida adulta a escapar ao recrutamento
de grupos armados.
Pelos danos, a Unidade de Vítimas pagou-lhe
cinco milhões de pesos (1480
euros). Mas o dinheiro não apaga o
rancor. “Eu sou vítima deste conflito e
nunca tive uma casa de apoio para me
ajudar. Como me vou sentir quando
vir os criminosos das FARC a gozar
de um bom albergue, com comida
paga por nós e acompanhamento psicológico?
Ou a representarem-me no
Parlamento? A meu ver, é absurdo. E
vai provocar sede de vingança”.
As armas que estão na iminência de
se silenciar disparam longe de Buenaventura.
No bairro de La Carmelita,
rotulado em 2015 como o campeão de
homicídios em todo o país, há outras
espingardas mais próximas – as dos
“bacrim”. São poderosas organiza-
ções mafiosas como La Empresa, Los
Urabeños e o Clan Úsuga, compostas
essencialmente por paramilitares desmobilizados,
que controlam o tráfico
de droga, os esquemas de extorsão no
acesso ao porto e massacram todos
os seus oponentes. “Aqui criaram as
casas de piqué, que são casas palafíticas
usadas como câmaras de tortura
pelos gangues criminosos”, explica
Jonathan Angulo, de 27 anos, desempregado
de La Carmelita, que tem
rejeitado múltiplas ofertas para entrar
no mundo do crime. “Eles usam
motosserras, picadores, machetes e
catanas para mutilarem os corpos, que
depois despejam no mar. De noite,
ouvimos os berros. De manhã, a maré
desce e há cabeças empaladas, cadá-
veres a boiar e outros a serem depenicados
pelas galinhas. E onde é que o
Tratado de Havana prevê o fim disto?
Este processo de paz não contempla a
população de Buenaventura”.
Mais uns passos e do cimo do monte
ouve-se um alerta: “Raro, raro!” (“Estranho,
estranho”). Jonathan levanta
os braços. Conta que este é o código
local para avisar que alguém transpôs
uma fronteira invisível. O alarme é
frequentemente seguido de chumbo.
Desta vez, aparece um tipo alto e
magro, vestido de branco da cabeça
aos pés — indumentária urabeña. Está
chateado por termos tirado uma fotografia
do bairro sem autorização, mas
acaba por nos deixar seguir. Jonathan
desabafa: “Como posso confiar num
acordo feito em Cuba se até no meu
bairro desconfio todas as manhãs que
posso morrer?”
*Publico/SAVANA
Martha Amorocho, a mãe de Alejandro
e Juan Carlos, duas vítimas do atentado
ao El Nogal. O primeiro morreu,
RVHJXQGRÀFRXHPFRPD 7LDJR
Carrasco
Savana 09-09-2016 17 PUBLICIDADE
Torna-se público que, na base do protocolo de cooperação entre o
Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) e o Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa
(ISCSP-ULisboa), se encontram abertas as candidaturas para
o Curso Avançado em Administração Pública (CAAP), de 5 de
Setembro a 7 de Outubro de 2016, em turma a ser criada no ISRI,
em Maputo, sito na Rua dos Desportistas, Prédio JAT V, 2°Andar,
com contacto celular 824298343, de acordo com as seguintes disposições:
I. AMBITO
O Curso Avançado em Administração Pública é ministrado no
ISRI durante um ano académico sob a coordenação académica
do ISCSP.
II. MODELO DE PROGRAMA
O curso será ministrado nos seguintes termos:
OFERECE, ENTRE FEVEREIRO DE 2017 E FEVEREIRO DE 2018 (1 ANO),
CURSO AVANÇADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
EDITAL
TURMA ESPECIAL 2017 – ISRI – MAPUTO - MOÇAMBIQUE
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS - ISCSP
EM PARCERIA COM
INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS - ISRI
Formativa – Corresponde à exposição de conteúdos em aula
Acompanhamento presencial – Corresponde ao apoio aos estudantes no período
em que decorrem as aulas (é articulado entre o docente e os estudantes)
Acompanhamento não presencial – Corresponde ao apoio aos estudantes em
regime de tutoria já fora do período das aulas (através da plataforma moodle)
22
3
5
Total
VERTENTES
30
HORAS
III. EQUIVALÊNCIA
O CAAP equivale ao 1° ano de Doutoramento do ISCSP.
1RÀQDOGRFXUVR R,6&63HPLWLUiXPGLSORPDGHFRQFOXVmRGR
CAAP na base do qual os estudantes poderão prosseguir no 2° e
3° anos de doutoramento em Administração Pública (à distância),
dando assim início à fase de investigação para a conclusão da Tese.
Para o efeito, o candidato deverá observar as responsabilidades
correlativas (matrícula e propina).
IV. VAGAS
O número de vagas é de 20 (vinte) e não poderá funcionar sem o
mínimo de 12 estudantes.
V. REQUISITOS PARA SELECÇÃO E ADMISSÃO AO CURSO
São convidados a candidatarem-se para a inscrição ao CAAP:
1. Os titulares de Nível de Mestrado ou equivalente legal, de
preferência nas áreas da Administração Pública e Ciências Sociais
e Políticas;
VI. PROCEDIMENTOS PARA A CANDIDATURA E MATRÍ-
CULA
Para efeitos de validação da candidatura e admissão pelo ISCSP
devem ser apresentados os seguintes documentos:
1. Carta explicativa da motivação da candidatura dirigida ao Coordenador
do Curso, Professor Catedrático Manuel Meirinho;
2. Fotocópia do BI ou do Passaporte autenticado;
&ySLDGRFHUWLÀFDGRGHPHVWUDGRRXHTXLYDOHQWH DXWHQWLFDGR
(grau reconhecido por entidade moçambicana competente);
4. Formulário de inscrição devidamente preenchido a ser obtido
no Prédio Jat V, 2° andar;
5. Duas fotos tipo passe recente;
6. Curriculum Vitae, devidamente assinado pelo candidato;
'XDVFDUWDVGHUHFRPHQGDomRSRUSURÀVVLRQDLVFRPRQtYHOGH
Doutoramento ou por entidades idóneas;
8. Comprovativo de depósito de 2.500,00 meticais de taxa de candidatura
ao processo selectivo Turma especial ISRI que devem ser
depositados na conta n°50194106.10.001, domiciliada no BCI
9. Arquivo digital da documentação referenciada nos números anteriores
VII. TAXAS
Os estudantes admitidos devem pagar:
a) 10.000,00 mts (dez mil meticais) pela matricula
b) 547.800,00 mt (quinhentos, quarenta e sete mil e oitocentos meticais)
de propina, para o ano lectivo de 2017/18.
c)Os valores a pagar pela matrícula e pelo módulo obedecem à
um calendário próprio no item XIII.
d)Os valores monetários mencionados nas alíneas a), b) e c) do
item X devem ser depositados na conta n°50194106.10.001, domiciliada
no BCI.
OBSERVAÇÕES
1.Apenas serão aceites candidaturas com a documentação completa,
descrita no item VI.
$DGPLVVmRHYDOLGDomRVHUmRFRQÀUPDGDVSHOD&RPLVVmR&LHQWtÀFDGR,6&63DSyVDQiOLVHGDGRFXPHQWDomRH[LJLGD HYHULÀFD-
ção da conformidade da mesma aos termos do Edital.
3.Os documentos de candidatura devem ser entregues no ISRI.
Endereço: Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais do Instituto
Superior de Relações Internacionais (ISRI), em Maputo, sito
na Rua dos Desportistas, Prédio JAT V, 2°Andar.
Professor Catedrático Manuel Meirinho
Coordenador do CAAP
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade
de Lisboa
Endereço: Pólo Universitário do Alto de Ajuda, Rua Almerindo
Lessa-1300-663 Lisboa
e-mail: pedroabreu@iscsp.ulisboa.pt
1 Uma vez concluído, confere o direito à creditação do primeiro ano do Doutoramento
em Administração Pública no ISCSP-ULisboa
18 Savana 09-09-2016 OPINIÃO
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www.savana.co.mz
EDITORIAL Cartoon
O
s apelos à utilização desta ferramenta
têm caído em saco
roto. Os responsáveis monetários
temem que não haja
margem orçamental para tal manobra,
ou que a introdução do helicóptero do
dinheiro comprometa a independência
dos bancos centrais.
Nos últimos anos, a economia mundial
tem sido afectada por uma procura
desadequada e pelo crescente risco de
deflação. Os bancos centrais têm respondido
com uma série de medidas
não convencionais, incluindo o alívio
quantitativo (QE, na sigla anglo-
-saxónica) e as taxas de juro negativas.
Actualmente, contudo, há um crescente
consenso de que a eficácia dos estí-
mulos monetários atingiu o seu limite.
Mais esforços para impulsionar a recuperação
económica vão, provavelmente,
exigir intervenções orçamentais,
tais como o chamado helicóptero do
dinheiro - a injecção de recursos na
economia pelo banco central.
Os apelos à utilização desta ferramenta
têm caído em saco roto. Os responsáveis
monetários temem que não haja
margem orçamental para tal manobra,
ou que a introdução do helicóptero do
dinheiro comprometa a independência
dos bancos centrais.
Estas preocupações, embora compreensíveis,
são erradas. Em períodos
caracterizados pela deflação, o helicóptero
do dinheiro é o mais próximo de
um almoço grátis que a economia tem
para oferecer. A razão pela qual não é
amplamente compreendido é o método
tradicional utilizado para calcular a
“seigniorage” – o lucro que os governos
obtêm com a impressão de dinheiro.
Actualmente, os nossos métodos de
cálculo tratam todos os aumentos na
oferta de dinheiro como sendo temporários.
Isto é verdade, digamos, para o
QE. Com o helicóptero do dinheiro,
no entanto, a alteração é permanente.
As duas intervenções exigem, portanto,
métodos diferentes para calcular as
receitas que os governos recebem de
“seigniorage”.
No âmbito do QE, o banco central
compra obrigações soberanas, expandindo
a base monetária. Com o passar
do tempo, o banco central recebe
receita pelos cupões das suas obriga-
ções e, se não pagar juros sobre reservas
em excesso, essa receita aumenta
o seu património líquido. Este valor
líquido adicional é transferido para o
governo todos os anos como receita de
“seigniorage”, sendo contabilizado à
medida que for recebido, ao longo de
vários anos.
O aumento na base monetária, no entanto,
é apenas temporário. Quando os
títulos são resgatados, esta volta ao seu
nível original. A necessidade de, eventualmente,
reduzir a base monetária
está implícita no balanço de um banco
central. Assim, o aumento é correctamente
considerado um passivo no seu
balanço.
No âmbito de um estímulo orçamental
financiado pelo helicóptero do dinheiro,
no entanto, o banco central nunca
tem que reverter o aumento da base
monetária. Uma vez que os detentores
dos fundos distribuídos não têm nenhum
direito sobre o banco central, o
aumento da base monetária não deve
ser visto como um passivo, mas como
um aumento do património líquido do
banco central.
Por outras palavras, o helicóptero do
dinheiro não é um empréstimo sem
juros para o governo. É um presente.
E o “seigniorage” deve ser reconhecido
quando o presente é recebido. Reconhecer
esta diferença é importante,
já que, sob a convenção actual para o
cálculo de “seigniorage”, um estímulo
orçamental financiado com o helicóptero
do dinheiro amplia o défice orçamental
e aumenta a dívida do sector
público. Como resultado, os governos
com margem orçamental limitada podem
estar relutantes em considerá-lo
uma opção.
No entanto, se um aumento permanente
na base monetária for transferido
para o governo como receita de
“seigniorage”, este poderá utilizar a
folga orçamental para financiar cortes
de impostos ou aumentar as despesas,
sem afectar os seus balanços.
Nem o helicóptero do dinheiro tem,
necessariamente, um impacto na independência
do banco central. Pode
ser simplesmente mais uma arma no
seu arsenal. Quando uma economia
está em risco de cair em deflação, um
banco central pode alterar as taxas
de juro, aumentar temporariamente
a base monetária, ou aumentá-la de
forma permanente. A escolha sobre a
ferramenta a utilizar poderá continuar
inteiramente sob a responsabilidade
do banco central.
A verdade sobre o helicóptero do dinheiro
é que os bancos centrais não
têm qualquer motivo para descartá-lo
antecipadamente. Se os responsáveis
monetários concluírem que um aumento
permanente na base monetária
é necessário para alcançar a sua meta
de inflação, poderão aumentar permanentemente
a base monetária e transferir
as receitas de “seigniorage” para
o governo. O governo poderia, então,
usar os recursos adicionais para pagar a
dívida ou estimular a economia (mesmo
a primeira solução deverá impulsionar
a procura, mas é provável que a
última seja mais eficaz).
No actual clima económico, se surgir
uma armadilha de liquidez, o helicóptero
do dinheiro poderá ser uma
das ferramentas mais baratas e mais
eficazes para estimular a economia.
Será uma pena se os responsáveis monetários
não conseguirem tirar proveito
disto mesmo, porque não olhamos
correctamente para as receitas de
“seigniorage”.
*opinião originalmente publicada pelo
jornaldenegocios.pt
Dinheiro atirado por helicópteros
Por Michael Biggs*
N
o início da semana ficamos a saber, graças à reunião anual do
Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), que
o governo pretende alienar ou privatizar até ao fim do ano um
total de 20 empresas públicas (ou participadas) deficitárias.
O plano, de acordo com o Ministro da Economia e Finanças, Adriano
Maleiane, que presidiu à reunião, é que igual número de empresas sigam
o mesmo processo no próximo ano.
É resultado da actual crise económica que o país atravessa, o que terá
levado o governo a chegar a esta decisão, mas também algumas das
nefastas consequências do assalto feroz a que estas empresas foram sujeitas
nos últimos anos, servindo de sacos azuis para o financiamento de
operações fora do seu âmbito de actuação.
Para debilitar estas empresas não bastava só que os seus recursos fossem
desviados; era essencial também colocar a sua gestão em mãos onde a
competência não era o critério determinante. Esta é a forma mais sofisticada
e eficaz de conduzir qualquer empreendimento à bancarrota, pois
gestores incompetentes, raramente conseguem resistir a ordens ilegais
ou inapropriadas, que ferem os princípios da boa governação corporativa
ou os seus próprios mandatos.
Nos sectores onde a regulação é essencial para a imposição da liberdade
económica e para o pleno funcionamento da economia, a estratégia
consiste em subverter a eficácia dos órgãos reguladores, colocando no
seu comando pessoal cujo critério de competência é a sua lealdade absoluta
ao partido no poder. Nestas condições, interesses empresariais do
partido ficam salvaguardados em detrimento da livre concorrência e das
boas práticas empresariais. É esta tragédia, por exemplo, que se abateu
sobre a indústria da telefonia móvel em Moçambique, onde a empresa
pioneira deste sector viu a sua robustez gradualmente reduzida a um
espantalho.
Só assim se pode compreender que empresas detendo quase um monopólio
na sua área de actuação, portanto com um mercado cativo, não
consigam ser rentáveis. De facto, só um esforço titânico terá permitido
que tais empresas fossem conduzidas à falência total.
E neste ambiente em que interesses privados muitas vezes se cruzam
com o bem público, não se pode pôr de lado a hipótese de uma gestão
ineficiente propositada que permita não só o saque das empresas, mas
também para que o seu valor fosse gradualmente corroído de tal modo
que fossem vendidas ao preço de banana, para as mesmas pessoas a
quem cabia a responsabilidade de as tornar rentáveis.
Se devidamente conduzida, a venda destas empresas poderá aliviar de
certa maneira o aperto económico em que o país se encontra, com os
resultados daí decorrentes sendo canalizados para os cofres do Estado.
É por isso uma decisão correcta e pertinente. Mas se há alguma coisa
que se deve aprender do passado, é que este processo deve ser completamente
transparente, e com o máximo de benefícios para o Estado.
E não há melhor forma de garantir essa transparência e maximização
de benefícios se não a necessidade de envolvimento de uma entidade
independente para determinar o valor real dessas empresas, e consequentemente
também o preço justo para a sua venda.
Quando nos finais da década de Oitenta, Moçambique abandonou o
sonho socialista da economia centralmente planificada, uma das decisões
tomadas foi a desnacionalização (ou privatização) das então empresas
estatais. Hoje, pode se questionar quais foram os benefícios para
o Estado, de um processo obscuro de alienação de empresas a figuras
próximas ou ligadas ao poder do dia, a preços de oferta. Muitas destas
empresas faliram mal chegaram às mãos dos seus novos proprietários,
que não dispunham de capital para as manter rentáveis.
Se a experiência do passado pode ser útil para a construção de um futuro
melhor, é importante que não se repita o que aconteceu no processo
de privatização das antigas empresas estatais. Para tal é necessário que
se tornem públicas as empresas a serem privatizadas, possivelmente
através de um sistema de leilão, em que a arrematação cabe à oferta de
melhor preço. Alternativamente, estas empresas podem ser alistadas na
Bolsa de Valores, e permitir assim a abertura a um campo de investidores
o mais amplo possível. Esta será também uma forma de dinamizar
este importante instrumento de investimento e de poupança para os
cidadãos e para as empresas.
Existe ainda uma terceira alternativa à privatização total. Consiste em
ir ao mercado e encontrar parceiros estratégicos que injectem capital e
introduzam melhores modelos de gestão para o sucesso.
Como privatizar e tirar
melhores benefícios
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Savana 09-09-2016 19 OPINIÃO
493
Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
E
nsanduichada entre Angola
e África do Sul, a Namíbia
sofreu duramente durante o
longo período de luta contra
o apartheid. No entanto, desde que
conquistou a independência da África
do Sul em 1990, este país, com
2,4 milhões de habitantes, alcançou
enormes progressos, especialmente
nos últimos dois anos.
Uma das principais razões para o
sucesso da Namíbia foi a atenção
que o governo dedicou ao sector
educativo. Enquanto as pessoas nos
países avançados tomam por garantido
o ensino primário e secundário
gratuitos, em muitos países pobres,
o ensino secundário, e mesmo o ensino
primário, exigem o pagamento
de propinas. Na verdade, os governos
são frequentemente aconselhados a
aplicar propinas como forma de “recuperação
dos custos”. Na Namíbia,
porém, o ensino primário público é
gratuito; e a partir do ano lectivo em
curso, também o é o ensino secundá-
rio público.
Além disso, a Namíbia regista a classificação
mais elevada de África em
termos de liberdade de imprensa dos
Repórteres Sem Fronteiras, posicionando-se
muito acima dos EUA
e de outras economias ricas. O país
conta também com classificações
favoráveis — entre as mais altas de
África — no Índice de Percepção de
Corrupção da Transparency Internacional.
O Governo da Namíbia é
igualmente pró-activo relativamente
a outros aspectos importantes. Os
esforços envidados em prol da erradicação
da malária permitiram uma
redução de 97% dos casos anuais
ao longo de aproximadamente uma
década. Contrariando a tendência
global de aumento da desigualdade,
o coeficiente de Gini da Namíbia (a
medida padrão da desigualdade na
distribuição dos rendimentos) sofreu
uma redução de cerca de 15 pontos
desde 1993 (reconhecidamente
de um dos níveis mais elevados do
mundo). E a taxa de pobreza foi reduzida
para mais de metade, diminuindo
de 69% em 1993 para menos
de 30%, enquanto a pobreza extrema
(o número de pessoas que vivem com
menos de 1,90 dólares americanos
por dia) registou uma margem de redução
semelhante, de pouco menos
de 53% para menos de 23%.
Mesmo com a redução dos preços
dos produtos de base, a Namíbia
conseguiu manter um forte crescimento
do PIB — um valor estimado
de 4,5% em 2015, após um crescimento
médio de cerca de 4,2% a
partir do período de 1991-2014. Simultaneamente,
o rácio da dívida do
país em relação ao PIB, rondando os
25%, representa menos de um terço
do rácio da dívida na Europa ou os
EUA.
Naturalmente, a Namíbia tem os
seus problemas. A taxa de desemprego,
pelo menos medida convencionalmente,
continua a manter-se
num nível elevado de cerca de 28%.
Além disso, tal como noutros países
da região, a Namíbia enfrenta um ní-
vel elevado de HIV/SIDA — cerca
de 17% da população é seropositiva.
O Banco Mundial classifica o país
como tendo um rendimento médio
elevado, mas as autoridades insistem
que o a Namíbia é um país em desenvolvimento.
A Namíbia apresenta
sem dúvida algumas das dificuldades
que associamos às economias menos
desenvolvidas. Tem de desenvolver
um país muito grande e árido, com
uma população reduzida. Tal inclui
comunidades do deserto isoladas de
caçadores e recolectores nómadas,
que de algum modo têm de ser integrados
numa uma sociedade moderna
sem perder a sua identidade.
A integração de pessoas que há um
quarto de século se encontravam à
margem da economia mundial seria
uma tarefa gigantesca para qualquer
país. Para a Namíbia, é ainda mais
difícil: tanto quanto qualquer país
do mundo, vê-se confrontada com os
efeitos das alterações climáticas.
No entanto, a Namíbia não se abala
com estes problemas, na medida em
que cria uma economia diversificada
e uma sociedade coesa. De assinalar
que as facções políticas rivais de luta
pela liberdade do país se uniram para
trabalhar em prol do bem comum.
Na verdade, a Namíbia presta cuidados
de saúde a custos reduzidos, não
só aos seus cidadãos, mas também
aos seus vizinhos. Cerca de 15-20%
das consultas de cuidados de saúde
no norte da Namíbia são prestadas
a cidadãos angolanos que ali se
deslocam. O gerente do hotel onde
ficámos alojados, do outro lado da
fronteira, envia regularmente uma
pequena embarcação através do rio
infestado de crocodilos para trazer
angolanos que pretendem comprar
provisões na cantina do hotel ou ser
consultados por profissionais de saú-
de da Namíbia.
Ninguém na Namíbia fala sobre a
construção de um muro entre o seu
país e o dos seus vizinhos pobres e
corruptos. Em vez disso, os namibianos
que conhecemos compreendem
que não é possível escolher os
vizinhos, pelo que é melhor trabalhar
com eles através da partilha dos escassos
recursos hídricos, da coopera-
ção nos esforços regionais em prol da
saúde, do incentivo ao investimento
e do intercâmbio de estudantes.
Além disso, o governo da Namíbia
entendeu sabiamente que a abundância
de recursos naturais pode
facilmente tornar-se uma maldição,
enriquecendo uns quantos à custa
de muitos. As autoridades sabem
que se a riqueza natural da Namíbia
não for investida em infra-estruturas
e nas capacidades produtivas da sua
população, o esgotamento dos recursos
deixará o país mais pobre, e não
mais rico. Também sabem que seria
irresponsável não garantir para os
namibianos o máximo possível dos
recursos do país, pelo que estão a reconsiderar
legislações em matéria de
investimento e a rever contratos de
exploração mineira para garantir que
assim será.
A transparência é fundamental para
este processo, e é por este motivo que
é tão importante um forte apoio à
liberdade de imprensa por parte do
governo. Segundo nos disse o Presidente
Hage Geingob, a imprensa faz
frequentemente afirmações que não
são do seu agrado. Contudo, tendo
lutado para se libertar do apartheid
da África do Sul, diz Geingob, a
Namíbia deve defender as liberdades
que conquistou. Além disso,
Geingob reconhece o modo como a
transparência o protege de pedidos
de favores de grupos empresariais e
de outros grupos de interesse.
Nem todos os recursos essenciais da
Namíbia são finitos. Alguns recursos,
como os haliêuticos, são renováveis, e
o governo está a trabalhar afincadamente
na sua preservação e melhoria.
Mais importante ainda, ao contrário
da maioria das outras economias que
dependem dos recursos, a Namíbia
conseguiu diversificar a economia a
ponto de os serviços representarem
mais de 60% do seu PIB, com a liderança
do sector do turismo. Todos os
anos, mais de um milhão de turistas
estrangeiros visitam o país.
Não é surpresa. A Namíbia é um dos
locais mais bonitos do mundo e a sua
população cuida do seu ambiente e
protege os seus animais. Há cerca de
100 anos, os colonialistas — representando
então “1%” — apreciavam a
prática da caça desportiva e dizimaram
as populações de rinocerontes e
de elefantes. Actualmente, cientistas
locais estão a reintroduzir animais
na Costa dos Esqueletos e noutras
partes do país. Ironicamente, alguns
fundos destinados a este fim provêm
dos actuais 1% que efectuam dádivas
em prol desta causa.
Namíbia demonstra que mesmo os
países que começam com desvantagens
graves — extremos de racismo,
colonialismo, desigualdade e subdesenvolvimento
—podem traçar um
caminho que conduza à prosperidade
partilhada. Este feito merece o reconhecimento
— e a emulação — a
nível internacional.
* Project Syndicate. Joseph Stiglitz é
economista e prémio nobel de economia
em 2001. Anya Schiffrin é directora
do programa de media e comunicações
na Escola de Assuntos Internacionais e
Público da Universidade de Columbia
A
s sondagens para as eleições
em Berlim são desanimadoras
e, face ao desaire, Merkel
terá de preparar o anúncio
de recandidatura a um quarto mandato
à frente do Executivo alemão.
Mais do que nova vitória social-democrata
dia 18, deixando uma vez
mais os conservadores em posição
subordinada na coligação que desde
2011 governa a capital, será a entrada
para o parlamento estadual dos populistas
de direita a condicionar as
opções da chanceler.
Em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental,
a CDU (19% dos votos) foi,
pela primeira vez desde o pós-guerra,
superada por um partido à direita, a
Aliança pela Alemanha (21%), empenhada
no repúdio por emigrantes
e refugiados.
Num estado pouco relevante – 1,6
milhões de habitantes, acolhendo
apenas 12 mil pessoas da vaga de
mais de um milhão de migrantes de
2015 – a AfD confirmou a capacidade
para captar novos eleitores e
descontentes de partidos de direita e
extrema-direita, esquerda e extrema-
-esquerda.
No estado natal de Merkel, o SPD
voltou a triunfar (31%) domingo,
mas operários, trabalhadores de baixos
salários e qualificações, desempregados,
na faixa entre os 30 e os 65
anos, revelaram particular atracção
pelo populismo anti-emigrantes.
O apelo da AfD, fundada em 2013
para reivindicar a saída do euro e
presente em nove Parlamentos estaduais,
vai comprovadamente além
dos votantes no Leste e irá fazer
sentir-se em Berlim.
Na Saxónia-Anhalt, antigo estado
da RDA, a AfD chegou aos 24% nas
eleições de Abril, e este ano conseguiu
igualmente 13% na Renânia-
-Palatinado, a ocidente, e 13% em
Baden-Württemberg, no sudoeste.
A entrada do partido liderado por
Frauke Petry no Parlamento federal
no Outono de 2017 é um dado adquirido
e, caso se confirme também o
retorno dos liberais que ficaram abaixo
da barreira de representação de
5% nas últimas eleições, será difícil
aos cristãos-democratas de Merkel
e cristãos-sociais bávaros aspirarem a
uma aliança de governo apenas com
o SPD.
A estridência antimuçulmana da
AfD exclui o partido do eixo de
alianças para o executivo federal ou
governos estaduais onde se enquadram,
à esquerda, a Aliança ‘90/ Verdes
e Die Linke.
O discurso xenófobo de protesto
marca, contudo, a discussão política
um ano depois do “Wir schaffen das”
de Merkel.
A chanceler do “Nós conseguimos”
optou por uma política de aceitação
irrestrita de migrantes que tentou em
vão impor a outros estados da UE,
sustentando um imperativo ético de
ajuda no argumento economicista de
que emigrantes jovens dinamizariam
a prazo uma Alemanha carente de
mão-de-obra.
Os custos de adaptação, a rejeição de
integração, as dificuldades das camadas
não-empregáveis Merkel surgem
agora nas estatísticas.
Das 322 mil pessoas aceites com
estatuto de refugiado, 141 mil estão
desempregadas.
A aguardar deportação encontram-
-se 220 mil, mas a maioria sem condições
de retorno dado o estado de
guerra nos países de origem.
No primeiro semestre foram acolhidos
220 mil migrantes, acentuando-
-se a tendência decrescente devido
ao bloqueio das rotas de fuga no Sudeste
Europeu e ao acordo de contenção
de migrações negociado entre
a UE e a Turquia.
Predomina a percepção de candidatos
a refugiados e emigrantes oriundos
do Médio Oriente, Magrebe,
Corno de África, Balcãs e Afeganistão
como responsáveis pelo incremento
da criminalidade e factor
acrescido de ameaças terroristas.
Em Munique, Horst Seehofer critica
abertamente Merkel, mas o conservadorismo
dos aliados bávaros não
encontra quem apoiar no desafio à
chanceler na CDU.
A ética luterana de Angela Merkel
dificilmente lhe permitirá retirar-
-se, aceitando a ideia de fracasso em
tempos altamente incertos, e, assim
ao chegar à Convenção da CDU em
Colónia no final do ano a sua opção
terá, quase por certo, um eco musical.
Tal como num dos derradeiros quartetos
de cordas de Beethoven, a resposta
a “uma questão difícil” estará
no “Es muß sein!”
A chanceler não se poderá furtar
a esse andamento e a este “Tem de
ser!”.
*Jornalista
Merkel e a difícil decisão
Por João Carlos Barradas *
Aprender com a Namíbia
Por Joseph Stiglitz e Anya Schiffrin*
A
história do colonialismo
em Moçambique de 1886
a 1974 assentou na resposta
à seguinte pergunta:
como fazer com que os Africanos
produzam matérias-primas
(copra, sisal, cana-de-açúcar, chá,
algodão, arroz)?
É em função dela que Companhias
e Estado reorganizaram os
quadros temporais, familiares e
rítmicos dos colonizados, redimensionaram
as bases de sustentação
familiar das comunidades,
ensaiaram disciplinas corporais e
aplicaram penalizações.
Por todo o lado, a tarefa (trabalho
à jorna ou a tempo inteiro)
tornou-se o eixo federador e homogeneizador
dos múltiplos actos
do colonizado. As numerosas leis
que surgiram deram a essas experiências
o selo da Grande Obrigatoriedade.
A questão era primária
e absoluta: todos deviam trabalhar.
E por todo o lado, também, face
aos imperativos laborais, o colonizador
procurou disciplinar a
sobriedade do colonizado: daí a
numerosa legislação sobre o consumo
de bebidas alcoólicas, de estupefacientes,
etc.
Colonialismo
20 Savana 09-09-2016 OPINIÃO
SACO AZUL Por Luís Guevane
Q
uando Omar Bongo Ondimba
perdeu a vida, aos 73 anos de
idade, tendo ficado no poder durante
41 anos, sucedeu-lhe o seu
filho Ali B. Bongo Odimba, de 50 anos,
que na altura era ministro da Defesa do
Gabão. Este País africano, bafejado pelo
petróleo mas também pela corrupção, é
um dos exemplos de manutenção do poder,
de riquezas e de interesses por via da
dinastia pelas elites do poder em África.
Pai e filho, juntos, perfazem praticamente
meio século (49 anos) no poder.
Diz-se que o poder corrompe. É preciso
entender que esta afirmação é extensiva
não só a situações dinásticas (exemplo
acima) como, também, a de partidos
políticos que procuram perpetuar-se no
poder. A África Austral tem exemplos
para as duas situações. Se alargamos o
Gabão: quem é o Presidente?
campo de visão para a África subsaariana,
então, os exemplos multiplicam-se e abafam
claramente a nossa região.
O poder corrompe na medida em que uma
das estratégias mais usadas de “perpetuação”
tem sido a de minar paulatinamente as comissões
de eleições, sobretudo estas, para
que se curvem diante do poder instituído.
Como se os elementos de tais “comissões”
estivessem em dívida com o governo do dia.
O nó que daí resulta é de uma clara incompatibilidade
entre o que o topo da hierarquia
dessas comissões apregoa e o que fazem. Ou
seja, não custa falar e sugerir a todos que
enveredem por eleições livres, justas e transparentes.
Porém, quem sustenta essa mesma
educação cívica do eleitorado e partidos políticos
participantes envereda, muita das vezes,
por ser árbitro e participante a favor do
lado que lhe interessa.
Ora bem, o Gabão não foge muito a este
quadro. Temos, por um lado, o continuador
da dinastia Bongo, o agora candidato
Ali Bongo, a reclamar vitória e, por outro, o
seu opositor, Jean Ping, seu opositor, a fazer
o mesmo. A avaliar pelo tempo em que os
“Bongos” estiveram no poder, tempo em que
se enraizaram nas várias instituições do Estado,
é de prever uma tendência para o favorecimento
de Ali Bongo, tanto mais que o
seu opositor já pertenceu e se curvou diante
do poder dos “Bongos”.
Entretanto, não é de descartar uma situação
contrária. Uma situação favorável a Jean Ping
poderá resultar da saturação do poder exercido
pelos “Bongo”. O contraste entre a pobreza
de um terço de gaboneses e uma economia
baseada no petróleo, na exploração mineira e
florestal, pode jogar a favor do opositor de J.
Ping. Mas, diga-se de cabeça erguida, muito
mais do que essas previsões, o mais importante
é tirar a limpo quem, de facto,
venceu as eleições.
Será que as autoridades estão ou estiveram
em condições para garantir eleições
pacíficas e confiáveis como pediu a Comunidade
Internacional? A França pede
a recontagem de votos. Será um pedido
que soa a desconfiança relativamente a
um resultado provavelmente favorável
a J. Ping? A União Europeia questiona
a validade dos resultados. Perante
este quadro de preocupações, o que nos
diz a Comissão de Eleições? É tempo
de termos em África “Comissões” descomprometidas
com o governo do dia.
A África do Sul, com a sua Comissão
Eleitoral independente, é um bom
exemplo a seguir. Que não haja banho
de sangue como corolário dos resultados
eleitorais no Gabão.
Acabo de reler Os Filhos de Mussa Mbiki,
de José Pinto de Sá, e sinto que uma
vaga sensação de torpor e mal-estar me
assalta, principalmente de cada vez que
me lembro do enredo final de um dos contos
que vem nessa obra, cujo título é “Uma história
lúgubre”. Só lido!
Ergo os olhos em direcção ao relógio que está
pendurado na parede que me está defronte
e vejo: são 2H30 da manhã. Enquanto me
reabasteço de gin com tónica, limão e gelo,
debato-me entre a vontade de continuar a ler e
o natural desejo de fechar os olhos e repousar,
visto que estou neste exercício praticamente
desde o início da noite.
Simultaneamente, sinto que uma mão amiga e
meiga me puxa suavemente para trás sem que
eu me aperceba claramente disso. Mas, com o
tempo, noto que essa mão amiga me surge sob
a forma de música. De facto, estou a penetrar
na pasta dos Pink Floyd pela porta do Another
Brick in the Wall e sinto-me arrastado para um
longínqua tarde passada numa flat do 14.º ou
16.º andar de um prédio na Eduardo Mondlane,
enviesada em relação à Pandora.
Nessa flat vivia um amigo, o Basílio Cossa. Nessa
época ele estava acamado, com uma maleita sob
a forma de inchaço numa das pernas, que lhe
limitava os movimentos. Decidimos nessa tarde
de sexta-feira, eu, o Narciso Castanheira e o
Jorge Tomé, sair da redacção da revista Tempo
directamente para a casa dele, para o visitar.
Enfrentámos as escadarias até aos píncaros
do 14.º andar, uma vez que o elevador estava
avariado.
Basílio recebeu-nos de forma efusiva, embora
tentássemos desculpar-nos pelo facto de irmos
de mãos vazias. Ele disse – “Pelo contrário!”
Antes mesmo que nos sentássemos, puxou o
Narciso para a cozinha para lhe apresentar os
acepipes. Estávamos bem servidos: tínhamos
à nossa disposição uma panela digna de um
regimento, cheia de amêijoas com gordura
de porco. Tínhamos um congelador prenhe
de cervejas em lata. Ele disse – “Tenho esta
artilharia porque estava à espera de uns primos,
mas à última da hora telefonaram-me a dizer
que não poderiam vir. Vocês são muito bemvindos.”
Pusemo-nos à vontade, mas, mais do que isso,
foi a proposta que o Basílio nos fez como
fundo para aquela tarde: era um vídeo de um
show ao vivo dos Pink Floyd em Veneza, que
tinha mesmo como título, se não estou em
erro, Another Brick in the Wall. Espectáculo
dos espectáculos! Foi uma tarde memorável.
Entre as tigelas individuais de amêijoa que se
renovavam, a carne de porco, as idas e vindas ao
congelador na cozinha para nos reabastecermos
de cerveja – cada um como quisesse, porque
era self-service, ninguém estava para servir a
ninguém –, o concerto no vídeo do Basílio era
um espectáculo dentro de outro espectáculo.
A tarde caía e eu, pretextando satisfazer a
minha alma de poeta, de tempos em tempos ia
à varanda para apreciar o pôr-do-sol lá para as
bandas de Boane, o alvadio das casas da catembe
ou, para o lado esquerdo, o princípio da Eduardo
Mondlane, lá onde aquele prédio alto rebrilhava
dourado ao sol poente e a cidade mergulhava
num mar de ouro e azul. Na verdade, para além
desse espectáculo, o que me levava pessoal
e individualmente à varanda do Basílio era
inocular a minha dose regular de THC. Voltava
de lá revigorado e cada vez mais esperto e bemdisposto.
Foi uma tarde de THC para mim, de cerveja,
amêijoa e gordura de porco para os outros, de
Pink Floyd e Another Brick in the Wall para
todos. Na verdade, estávamos ali a colocar mais
uma ranhura na parede das nossas existências,
na parede do tecido social, para proclamarmos a
nossa individualidade.
Quando a Laura chegou, ao cair da noite, a flat
do Basílio e dela parecia um campo de batalha
24 horas depois de esta ter terminado. Tigelas
desconjuntadas de amêijoas, o volume alto
do televisor com os Pink Floyd, o congelador
quase vazado e nós numa condição de beatitude
angelical, quase infantil, de pessoas satisfeitas
consigo próprias, com o mundo, com todos,
sem mágoas. Fizemos muitas fotos naquela
tarde, porque do nosso arsenal de mãos vazias
levávamos, apesar de tudo, a máquina fotográfica
do Jorge Tomé.
Hoje, quando olho para essas fotos, noto com
nostalgia que, de nós os quatro, dois já se foram
embora: o Basílio Cossa morreu um ano mais
tarde; o Narciso Castanheira idem. Fiquei eu e o
Jorge Tomé. Isto num espaço que, seguramente,
não vai para lá de 30 anos, ou talvez menos. E
noto que o ciclo da vida é implacável.
À hora da partida, naquela tarde memorável,
metemos o lixo todo num saco de plástico
para o depositarmos lá em baixo, no contentor,
abraçámo-nos quase com lágrimas nos olhos,
não de tristeza, mas de tanta alegria, e lembrome
de que mesmo depois de fecharmos a
porta da flat do Basílio Cossa, ainda fomos
acompanhados, escadas abaixo, pelo coro dos
Pink Floyd repetindo “We don’t need no thought
control”.
Estamos todos informados que a Renamo
e a Frelimo, tout court, entraram num
caminho aparente de proximidade
mesmo que os sinais concretos mostrem
o contrário. A questão de fundo é que a Frelimo
aceitaria, provisoriamente, pensar numa possível
nomeação de governadores oriundos da Renamo
para solucionar a tragédia em Moçambique.
Uma solução que, segundo os beligerantes, deve
igualmente ser acompanhada de descentralização.
O que me interessa não é apenas o posicionamento
destes dois partidos, mas o regozijo que a aparente
solução trouxe na grande parte da sociedade e,
sobretudo, daqueles que deviam pensar criticamente
esse país, os intelectuais. Esses últimos, pelo menos,
do que se posicionaram publicamente, em diversos
meios de comunicação social e de socialização,
mostravam-se esperançosos com o aparente acordo
potencial entre a Renamo e a Frelimo. De forma
geral, esses intelectuais mostram-se alegres, pois
aparentemente a possibilidade de descentralização
mostra-se realizável. É a relativa inconsistência
destes últimos enquanto produtores de ideias que
me quero dirigir. Serei obrigado a ser esquemático
devido ao espaço, mas a questão que pretendo
discutir é como é que esses intelectuais são aptos
de aceitar, defender e mostrar-se satisfeitos com
a tal potencial descentralização, que, segundo
eles, significaria a possibilidade da distribuição,
acomodação de interesses e, por extensão, há mais
possibilidades de democracia para as populações.
Pessoalmente, olhando as várias reflexões sobre
experiências da descentralização em países como o
Uganda, Tanzânia, Mali, Ghana, consubstanciada
com produções académicas críticas sobre esse
processo em Moçambique, e conhecendo
relativamente as complexidades deste país, antes de
me convencer da utilidade da descentralização ou
ainda das potencialidades dos diferentes modelos
de descentralização ou mesmo da natureza do
processo em si, coloco-me algumas perguntas
que nos devem ajudar a pensar criticamente a
pretensa solução política via descentralização.
Neste sentido, o que seria precisamente
descentralizar em Moçambique sem pensarmos
profundamente sobre a redefinição na natureza
do Estado, da própria reorganização territorial,
que no cenário actual não me parece realmente
ser capaz de solucionar o nosso problema? Quando
ambos beligerantes, aparentemente, acordam que
a descentralização é a solução, é para que tipo
de perguntas? Porque é que se está a discutir a
descentralização como solução sem se discutir o
espaço real que as populações, indivíduos devem
ter nesse processo? Como pretender que a solução é
descentralizar sem nos perguntarmos se a Renamo,
por exemplo, não quer renegociar o centralismo
da Frelimo para implantar o centralismo onde ela
estiver? Que tipo de instituições, sentido lato do
termo, se está a pensar para que a descentralização
não seja mera descentralização para produzir
centralismos partidários, que seriam, mais uma
vez, a continuidade de um Estado excludente,
violento, produtor de marginais, portanto, de um
país sempre problemático? Será que descentralizar
no contexto desse modelo capitalista selvagem
de desenvolvimento e, entrementes, de Estado
capitalista, resolveria o nosso problema tendo que
em conta que o problema não é necessariamente
a Renamo, enquanto partido, mas sim uma
reivindicação social e política mais alargada?
Coloco essas perguntas porque, olhando para a
nossa evolução histórica, política, e dos nossos
problemas, tensões sociais, vejo que olhar para a
descentralização nos termos hodiernos não só é
superficial enquanto solução do nosso problema, mas
igualmente a demonstração que ainda continuamos,
intelectualmente, amarrados a uma leitura do país
que consiste em minimizar a complexidades das
reivindicações de «Moçambicanos».
Se descentralizar não significa criar um Estado
apto a ser socialmente útil, para as populações
que sofrem as sevícias da miséria e da ausência
de um projecto social realmente consistente com
as ansiedades nacionais, não consigo, nem teórica
nem praticamente, encontrar uma justificação real
que justifique o contentamento desses intelectuais.
O nosso problema não só está como colocam,
superficialmente, alguns intelectuais nacionais, a
questão da descentralização, mas em repensarmos o
que deveria refundar a construção de Moçambique
enquanto projecto triplamente viável, cultural,
político-social e económico, respectivamente. O
que está ausente no debate nacional seja nos dois
partidos em combate mas igualmente em alguns
intelectuais, que espalham ideias esquemáticas de
um problema complexo, é de pensar Moçambique
como uma crise que nos devia obrigar a colocar
questões ligadas ao ideário que serviria de
fundamento para fazermos de Moçambique uma
realidade de possibilidades de todos. Concordei com
o Professor Macuane, nas nossas correspondências,
quando ele dizia que o nosso problema «vai desde
a ausência de um substrato claro de ideias sobre
como se pode construir este país, até a ausência de
um ideário claro, dentro e fora da classe política,
sobre a sociedade e o Estado». Estamos de acordo
que o problema não é a descentralização em si,
que é pertinente, mas o mecanicismo dominante
nas análises que alguns produtores ideológicos
(Michel Lowi) fazem do nosso problema apenas
como ausência da descentralização enquanto
a nossa crise é ontologicamente superior. Em
1912, George Luckacs publicava «Von der Armut
am Geist» (Da pobreza do Espírito) mesmo sendo
um texto enigmático, ele mostra que o grande
problema de uma sociedade fica mais grave quando
os seus intelectuais mostram-se inaptos de perceber
a tragédia potencial e real.
A propósito de (quase) nada
Descentralizar ou mudar radicalmente
a natureza do Estado?
Por Régio Conrado
Savana 09-09-2016 21 PUBLICIDADE
A Plataforma Nacional da Sociedade Civil sobre
Recursos Naturais e Indústria Extractiva é um
fórum de coordenação, partilha de informação
entre os seus membros e monitoria e advocacia
sobre assuntos ligados à exploração de recursos
naturais e indústria extractiva. A Plataforma da
Sociedade Civil sobre Recursos Naturais e IndúsWULD([WUDFWLYDSUHWHQGHUHFUXWDUXP
D 2ÀFLDOGH
Comunicação e Ligação.
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no estabelecimento de contactos com parceiros
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similares e doadores;
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na preparação de propostas para angariação de
ÀQDQFLDPHQWRVSDUDD3ODWDIRUPDHLQWHUHVVDdos;
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e implementar o Plano de acção anual;
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para o desempenho das actividades da
Plataforma e de grande interesse para os membros;
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da rede e produzir relatórios periódicos (trimestrais,
semestrais e anuais) de execução;
(PFRRUGHQDomRFRPRVHFUHWDULDGRH*UXSRGH
Coordenação monitorar as actividades da rede
no terreno e aprofundar os aspectos técnicos e
VRFLRHFRQyPLFRVGRVEHQHÀFLiULRV
3URGX]LUXPH 1HZVOHWWHURX%ROHWLP,QIRUPDtivo
da Plataforma, em coordenação com o SeFUHWDULDGRH*UXSRGH&RRUGHQDomR FRPRXP
instrumento de informação periódica sobre as
actividades desenvolvidas pelos membros.
$SRLDUHDVVLVWLUR*UXSRGH&RRUGHQDomRQD
organização da Conferência Anual da Sociedade
Civil sobre Recursos Naturais e Indústria Extractiva.
$FWXDOL]DUHPDQWHUDFWLYDVDSiJLQDZHEHWRdas
as plataformas de comunicação e interacção
(redes sociais) da Plataforma.
Plataforma da Sociedade Civil Sobre Recursos Naturais e
Indústria Extractiva em Moçambique
ANÚNCIO DE VAGA
DURAÇÃO DO CONTRATO
8PDQRUHQRYiYHO
REQUISITOS
1DFLRQDOLGDGHPRoDPELFDQD
,GDGHVXSHULRUD DQRV FRPFDUWDGHFRQdução
/LFHQFLDGR D HP&LrQFLDV6RFLDLV &LrQFLDV
$PELHQWDLVRXRXWUDVDÀQV
&RQKHFLPHQWRGRSDFRWHLQIRUPiWLFR0LFURVRIW2IÀFHQDySWLFDGHXWLOL]DGRU
([SHULrQFLDEiVLFDQDJHVWmRSURJUDPiWLFD
DGPLQLVWUDWLYDHÀQDQFHLUDGHSURMHFWRV
&RQKHFLPHQWRVEiVLFRVGHDERUGDJHQVGH
PRQLWRULDHDGYRFDFLDGHSROtWLFDVGDiUHD
de recursos naturais e indústria extractiva;
&DSDFLGDGHGHSURPRomRGHGLQkPLFDGH
redes e experiência de trabalho em equipe e
coordenação com diferentes parceiros;
'LQkPLFR D DXWyQRPR D UHVSRQViYHOH
comprometido(a) com o trabalho
ÐSWLPRFRQKHFLPHQWRGDVOtQJXDVSRUWXguesa
e inglesa;
'LVSRQLELOLGDGHGHSHUPDQHFHUWHPSR
SURORQJDGRIRUDGDFLGDGHGH0DSXWR SURvíncias
e distritos)
'LVSRQLELOLGDGHLPHGLDWD
2WUDEDOKRVHUiUHDOL]DGRQDFLGDGHGH0Dputo,
com possibilidade de deslocações peODVSURYtQFLDV 2VDOiULRVHUiGLVFXWLGRHP
IXQomRGDFDSDFLGDGHHH[SHULrQFLD VDOiULR
competitivo).
O(a)s interessado(a)s deverão enviar um CV,
acompanhado da carta de candidatura, até o
GLD GH6HWHPEURGH SDUD
pscrnie.procurment@gmail.com
(QFRUDMD VHDFDQGLGDWXUDGHLQGLYtGXRVGR
sexo feminino.
Somente candidato(a)s seleccionado(a)s serão
contactado(a)s.
22 Savana 09-09-2016 DESPORTO
A
criação de uma federa-
ção nacional para o desporto
motorizado parece
um sonho longe de se
concretizar. Neste 2016, passam
três anos, desde que o processo
sobre a constituição desta agremiação
desportiva deu entrada
no Tribunal Administrativo
(TA), opondo clubes e pessoas
singulares.
O processo foi movido pelos
clubes, em 2013, denunciando
a ilegalidade na constituição da
federação, em 2011, uma vez que
os estatutos desta referem que são
“membros da FMDM pessoas
singulares e colectivas, nacionais
ou estrangeiras”, o que contrasta
com o Regulamento da Lei
do Desporto, que considera federação
desportiva aquela que é
constituída por pessoas colectivas
nacionais (associações, núcleos
provinciais).
“Esta situação não ajuda a
modalidade” – Ercílio Maciel
Devido a este aspecto, o SAVANA
ouviu alguns fazedores da
modalidade, que aguardam, impacientemente,
pela decisão do
TA.
Ercílio Maciel, pai de Laher
Três anos após o processo dar entrada no TA, clubes e amantes do automobilismo aguardam decisão
Desporto motorizado continua sem federação
Por Abílio Maolela
Maciel, bicampeão nacional de
karting, afirma que as clivagens
que se verificam na família do
desporto motorizado afectam a
modalidade e, em particular, os
praticantes, que fazem-na com
gosto e prazer.
“Existem duas federações e isso
não ajuda a modalidade, pois, a
maior parte das pessoas (empresariado)
fica sem saber a quem
ajudar. Os atletas não dispõem de
nenhum fundo e quem suporta
as despesas são os pais. Por não
termos federação, temos dificuldades
em tudo”, diz.
Maciel lamenta ainda a ausência
de marcas de automóveis ligadas
ao desporto. “Temos 20 pilotos,
mas nenhum deles é acompanhado.
Os pilotos da Formula 1
são acompanhados por marcas e
são elas que fazem os campeões.
Laher é patrocinado por empresas
que não têm nada a ver com o
desporto motorizado (Milo, Surf,
Lalgy, MozCeleb). Fazem de boa
vontade e não pelo dinheiro”,
considera.
Para aquele amante do desporto
motorizado, a solução passa por
juntar quem quer fazer a modalidade
(pessoas singulares) e quem
a faz (clubes) e encontrar um
ponto de equilíbrio.
“Desde a independência que
não havia federação e um grupo
de pilotos se juntou para criá-la.
Porém, depois de criada, os clubes
correram para criar a sua, de
modo a não serem geridos por
terceiros”, recorda.
Questionado quem deve liderar o
processo, visto que não há entendimento
entre os actores, a fonte
respondeu: “deve ser o Ministério
da Juventude e Desportos. Deve
definir parâmetros. Faz-se elei-
ções e quem ganha lidera a modalidade”,
recomenda.
“O desporto não é feito pela
federação” – António Marquês
O presidente do Automóvel Turing
Clube de Maputo (ATCM),
António Marquês, também lamenta
a demora do TA em resolver
o assunto, mas afirma que o
processo não é responsável pelo
actual momento do desporto motorizado.
“Os clubes devem continuar a fazer
o seu trabalho e isso não depende
da federação. Em 500 anos
de colonialismo e mais de 70 anos
desta modalidade no país, nunca
tivemos federação. Os clubes devem
dar corda aos sapatos porque
o desporto não é feito pela Federação”,
considera.
António Marques vai ainda mais
longe, dizendo que os que apontam
a falta de federação como a
causa da ausência de patrocínios
“não sabem o que estão a dizer”.
“Não é por termos uma federa-
ção ou falta dela que não se faz o
desporto motorizado. O ATCM
continua a fazer”, diz, acrescentando
que “a Toyota é nossa parceira”
e as outras marcas não se
associam porque não tem linhas
de montagem.
“Só há marcas e estas não vendem
nada, a não ser ao Estado. São
poucas as pessoas que compram
essas marcas”, justificou.
´(VWHFDVRPHS}HHPFRQÁLto”
– Alberto Nkutumula
Por sua vez, o Ministro da Juventude
e Desportos, Alberto
Nkutumula, afirma que, neste
momento, não há nada que possa
fazer porque, por um lado, o
caso está nas mãos do tribunal e,
por outro lado, lhe põe em conflito
porque aquando da criação
da FMDM era vice-ministro da
Justiça.
“Devido aos Jogos Africanos,
criamos várias federações sem
cumprirmos a lei, mas agora é
preciso que as mesmas sejam regularizadas”,
revela.
O desporto motorizado aguarda pelo TA para constituir a sua federação
É
no mínimo bizarra a revela-
ção do Ministro da Juventude
e Desportos, Alberto
Nkutumula, fazendo fé à
informação veiculada pelo colega
domingo, quando este afirma que
o campeonato nacional de futebol,
Moçambola, só pode ser disputado
por clubes que disponham de
campos e dinheiro. Nkutumula
fez esta afirmação, há dias, quando
visitou a Academia Brilho do Sol,
uma instituição que, gradualmente,
vai se impondo no âmbito da
formação.
É que no contexto actual de crise
económica, a qual tem implica-
ções directas nos clubes, é difícil
encontrar os que dispõem de dinheiro,
não sendo de estranhar que
algumas colectividades que num
passado recente estavam bafejadas
pela sorte, casos do Maxaquene e
Costa do Sol, por exemplo, actualmente
estejam a atravessar graves
dificuldades financeiras, justamente
porque os seus maiores patrocinadores
também começaram
a ressentir-se deste mal.
Mas também não se pode estranhar
que alguns clubes que tinham
iniciado a construção de
campos, tenham abdicado de o
Compulsando sobre a “descoberta” de Alberto Nkutumula
Por Paulo Mubalo
fazer porque os custos subiram,
ainda que possa haver um ou outro
que tenha parado por causa
de uma gestão pouco criteriosa, a
exemplo do Desportivo de Maputo.
E mesmo sem ser um clube, o
Conselho Municipal de Inhambane
viu o empreiteiro que estava
a reabilitar o campo de Muelé
a abandonar as obras, em parte,
devido à desaceleração gritante do
metical, pelo que teve de ser a Sidat
Sports a concluí-las.
E há mais: o país futebolístico
aguarda a subida da AD Macuacua,
um clube sediado num posto
administrativo, o que pode ser elucidativo
da sua pequenez em todos
os níveis.
Quero com todo este palavreado
dizer que o que o Ministro deve
fazer, no lugar de conversa para
boi dormir, é capitalizar as ilações
que tirou no périplo que fez por
algumas instituições desportivas
e as que tirou da sua vice, quando
igualmente ela fez uma digressão
por algumas colectividades e quiçá
mostrar-lhes as prováveis saídas.
A começar por esta brilhante ideia
da criação das Sociedades Anónimas
Desportivas que, igualmente,
de forma excelente a defendeu na
Assembleia da República, quando
disse que esse instrumento visava
conferir mais capacidade financeira
aos clubes.
Mas retrocedendo, o argumento
do Ministro fez-me compulsar
alguns dados sobre o processo da
licenciamento dos clubes, o qual
passou a ser obrigatório ao abrigo
do novo Regulamento da FIFA,
aprovado em 2008, ainda que a
sua implementação esteja a decorrer,
o qual obedece a um padrão,
que preconiza cinco critérios, a
saber: desportivo, administrativo,
infra- estruturas, financeiro e
legal, sendo os três primeiros os
principais.
No critério desportivo, preconiza-
-se que cada clube deve ter jogadores
do escalão sénior e das
camadas de formação inscritos
em competições oficiais, com
um local de treinos devidamente
identificado e, contrariamente ao
que o Ministro defendeu, o regulamento
não diz taxativamente
que os clubes devem ter dinheiro
para participarem, por exemplo no
Moçambola.
No critério administrativo, o regulamento
diz que o clube deve ter
estrutura directiva, organograma,
secretaria e trabalhadores assalariados,
para além de organizar
assembleias-gerais regularmente,
e não faz menção à obrigatoriedade
de os clubes terem dinheiro.
O critério financeiro preconiza
que se preste contas aos associados,
bem como a efectivação de
auditorias regularmente e, mais
uma vez, não faz menção à necessidade
de os clubes disporem de
dinheiro.
O critério das infra-estruturas
preconiza que cada clube deve ter
sede própria, campo ou estádio
com padrões mínimos exigidos
pela CAF. Neste aspecto, contrariamente
ao que o Ministro
defendeu, o regulamento abre espaço
para que os que não tiverem
campo ou estádio próprio possam
apresentar um contrato válido,
com uma terceira entidade ou
clube, para uso do seu estádio ou
campo, desde que este tenha no
mínimo capacidade para cinco mil
espectadores. Em resumo, mais do
que pensar em dinheiro só, há que
privilegiar muitos outros aspectos,
como a organização e trabalho.
Alberto Nkutumula
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eni east africa S.p.A. invites interested companies
to submit expressions of interest for purchasing
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currently stocked in Pemba.
The Generators shall be sold ex-works from Eni
East Africa logistic base located in Pemba.
Detailed information and pictures of the three Generators,
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,I \RX DUHLQWHUHVWHGLQ SXUFKDVLQJ DOO RU VRPH
of the available Generators, please reply to this
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A Eni East África S.p.A. convida as empresas interessaGDVDDSUHVHQWDUHP0DQLIHVWDo}HVGH,QWHUHVVHSDUDD
FRPSUDGHWUrV*(5$'25(6 SURSULHGDGHGDHPSUHVD
e actualmente em Pemba.
2V*(5$'25(6VHUmRYHQGLGRVDSDUWLUGDEDVHORJtVtica
da Eni East Africa Spa localizada em Pemba.
A lista detalhada dos materiais e equipamentos serão
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de manifestação de interesse.
Os interessado em adquirir na totalidade ou parte dos
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anúncio público fornecendo (para o endereço de e-
-mail: eea.procurement@eni.com) os detalhes de contacto
da pessoa que deverá ser contactado dentro da
sua organização.
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através do nosso website termina no dia 23 de Setembro
de 2016
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VENDA DE GERADORES DA ENI EAST AFRICA SpA
3UHFLVD VH )RUPDGRUHV VHQGR XP
do tema “Cartão de Valiação pela
Comunidade” e o outro do tema
“Guião Sobre a Organização e Funcionamento
dos Conselhos Locais”
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aos membros dos Conselhos Consultivos
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de camponeses do distrito de Boane.
Os interessados podem submeter os
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de uma sessão diária para o e-mail:
agecap.ong@gmail.com
DWp
PRECISA-SE FACILITADORES /
FORMADORES
INSTITUIÇÃO CONTRATANTE PARCEIRO
24 Savana 09-09-2016 CULTURA
E
mídio Jozine nasceu em
1982 em Maputo, Mo-
çambique. É BFA (Bachelor
of Fine Art-Audiovisual)
autonomous artist
graduado pela Gerrit Rietveld
Academie em Amesterdão. Tem
experiência de trabalho pela
RIWI, empresa com sede em
Amesterdão, que presta serviços
de curadoria e montagem de material
para exposições e guias de
sinalização para museus como,
Van Gogh, Maurits Huis, Museu
Rembrant, Prince Claus
Fund, Herimitage e muitos outros
museus da Holanda.
Em Maputo trabalha como artista/curador
conselheiro para
artistas que estejam no processo
É preciso ter amor pelo cinema no país
de montagem de exposições
individuais,
O seu trabalho recente
pode ser visto
no Museu Nacional
de Arte 1º andar. No
“I Love Vintage” em
Amsterdam. Como
fotógrafo é Co-Productor
da Tedx Perelada
in Gerona-Spain
na área de multimé-
dia e trabalha em
imagem, com músicos
como Chico António,
Ghorwoane,
Banda Kakana criando
arquivos em DVD
dos seus últimos trabalhos
e shows. Tem
estado ainda a trabalhar
no documentário do Lendário
Mestre Malangatana como
editor e câmara.
Em 2008, ganha o prémio nacional
de fotografia para novos
talentos organizado pela Associa-
ção Moçambicana de Fotografia,
que culminou com a sua primeira
exposição individual. Foi o Co-
-coordenador do projecto Arte e
Comunidade em Maciene Mo-
çambique. Em 2008 junta-se ao
the One Minute Workshop e
torna-se facilitador de filmes de
um minuto depois de um treino
intensivo em Amesterdão na
Fundação One Minute.
Em 2010 é convidado a realizar
o filme “A Espera no Quintal”
em Brazil. O filme arrecadou três
prémios: melhor director, melhor
produtor e melhor filme documentário
no ”Festival Ver e Fazer
filmes”. Ainda em 2010 é convidado
pela N’weti/Mahla Films
para escrever uma curta-metragem
de ficção “Lobolo” realizado
por Michael Mathison. O filme
teve amostra no FESPACO Film
Festival em Burkina Faso e arrecadou
o prémio de melhor mensagem
africana. Jozine é membro
da United Photo Press, tem fotos
publicadas nos livros “WORLD”
2013 e “WORLD BLACK and
WhITE” 2014. Em 2012 trabalha
com fotógrafos Cees Lafeber
(Netherlands) e Juraj Fabus (Slovakia)
sobre Amesterdão e culmina
com uma Expo em São Tomé
e Príncipe da qual a curadoria
esteve sobre sua responsabilidade.
A.S
O
escritor moçambicano
Mia Couto lançou recentemente
em Maputo
o segundo volume da
trilogia dedicada ao reinado de
Ngungunhana, uma história que
retrata a paixão entre um sargento
português e uma jovem nativa
durante a resistência à ocupação
colonial.Ӄ um livro que lembra
com saudade o nome de Ngungunhana”,
disse à imprensa Mia
Couto, à margem do lançamento
da obra, intitulada “A Espada e a
Azagaia”, acrescentando que se
trata de mais um contributo para
a dignificação da história de Mo-
çambique.
Recuando aos últimos dias do
antigo Estado de Gaza, que se
estendia desde o centro até ao sul
de Moçambique, sob liderança do
último imperador, Ngungunhana,
a nova obra do prémio Camões
em 2013 cruza as “versões da história
contada por vencedores e
vencidos”.
O livro percorre os labirintos de
um tempo não muito remoto de
dois povos, a partir de um romance
entre uma jovem de cultura
txope e um sargento português,
em época de resistência à ocupa-
ção colonial. “No fundo, apesar
de estar escrita aqui uma história
de guerra, esta é uma história de
amor”, explicou o autor, acrescentando
que, diferentemente do
primeiro livro da trilogia, “Mulheres
de Cinza”, em “A Espada e
a Azagaia” os conflitos são muito
mais frequentes e Ngungunhana
entra definitivamente na história.
Ngungunhana acabou por ser
derrotado em 1895 pelas forças
portuguesas comandadas por
Mouzinho de Albuquerque e foi
“Há netas de Ngungunhana nos Açores
que querem conhecer as suas origens”
posteriormente deportado para
os Açores, onde morreu em 1906.
O corpo de Ngungunhana foi
repatriado para Moçambique em
1985, mas persistem relatos de
que, em vez dos seus ossos, o caixão
continha apenas areia colhida
em solo português, o que, segundo
Mia Couto, quando apresentou o
primeiro trabalho da trilogia, traz
“uma ideia de fragilidade, de uma
figura que se pode esfarelar”.
Enquanto escrevia o “A Espada e
a Azagaia”, Mia Couto conta que
visitou os Açores e a ideia de africanos
deportados que “fizerem as
suas vidas” mostra que há muito
mais em comum entre as duas
realidades. “Há netas de Ngungunhana
nos Açores que querem
conhecer as suas origens”, declarou
o escritor, acrescentando que
o cruzamento das histórias dos
dois povos é um elemento peculiar
e merece a devida atenção.
À margem do lançamento da primeira
obra da trilogia em 2015,
Mia Couto admitiu que a obra
contém riscos, quando Moçambique
vive “numa situação tensa”,
em que “pode haver aproveitamentos
do ponto de vista étnico e
memórias reaproveitadas ao serviço
de interesses”.
Na altura, o escritor recordou uma
conversa com o Presidente mo-
çambicano, quando ainda estava
a escrever “Mulheres de Cinza”,
dando-lhe conta da sua inquietação
de que este livro pudesse
servir para despertar fantasmas.
“Mais vale sermos nós a despertar
fantasmas do que eles a nós”, comentou
Filipe Nyusi, na conversa
reproduzida pelo romancista. A.S
O
Centro Cultural Franc
o - M o ç a m b i c a n o
(CCFM) acolheu recentemente
a peça de teatro
“A falecida de Magoanine”, do
dramaturgo brasileiro Nelson
Rodrigues, adaptada e encenada
por Gui, encenador franco-
-brasileiro, e interpretada pelo
Grupo de teatro Makwerhu.
A Falecida é uma das melhores
peças de Nelson Rodrigues,
uma das suas tragédias cariocas,
ou farsas trágicas. A proposta
do grupo Makwerhu foi adaptar
essa peça de 1953 para o contexto
moçambicano de hoje. Zulmira
passou a morar no bairro
de Magoanine e, graças à universalidade
das personagens de
Nelson Rodrigues, a peça entrou
perfeitamente no cenário actual
de Maputo. A peça retrata a
história de Zulmira, uma jovem
“A falecida de
Magoanine”
mulher do subúrbio, que pressente
a sua própria morte e que, para
compensar as frustrações da sua
vida, procura organizar para ela
mesma o enterro mais luxuoso de
todos os tempos.
Apresentada pela primeira vez
no passado dia 12 de Junho, durante
o 13° Festival de Teatro de
Inverno de Maputo, a peça foi
uma das criações que se destacaram
durante o evento, revelando,
mais uma vez, o grande potencial
dos jovens actores do grupo
Makwerhu.
Este grupo cultural do bairro de
Mavalane vai crescendo ano após
ano. No último mês de Julho,
também se apresentou no Festeca
em Angola com uma das suas
criações anteriores sobre os meninos
de rua (a peça “KuPhanda”)
e recebeu três distinções: melhor
trabalho estrangeiro, trabalho
criativo, e grupo revelação. A.S
T
em lugar entre os dias 05
a 25 de Setembro de 2016
uma capacitação de técnicos
moçambicanos do Ministé-
rio da Cultura e Turismo de todo o
País, em matérias ligadas à Gestão
Turística e Promoção de Destinos
Turísticos na República Popular da
China. “É preciso capacitar os técnicos
para que tenham melhores
ferramentas para desempenhar as
suas actividades. Acreditamos que
com esta capacitação os técnicos
terão outra habilidade de encarar os
desafios que o país necessita nestas
áreas”, explicou Silva Dunduro, Ministro
da Cultura eTurismo.
A capacitação foi financiada pelo
Governo Chinês no âmbito da cooperação
bilateral entre os dois esTécnicos
de Turismo na China
tados. Farão parte da capacitação 20
técnicos, oriundos das províncias de
Niassa, Zambézia, Sofala, Manica,
Inhambane, Gaza, Maputo Província,
Maputo Cidade e do Ministério
da Cultura e Turismo Sede. “Com
este financiamento do governo da
China procuramos que todos os técnicos
do país tenham essas capacidades
para encarar as adversidades que
cada província possui”, acrescenta
Silva Dunduro.
Esta capacitação surge para responder
aos novos desafios para o impulsionamento
do Turismo no nosso
País. Refira-se que os restantes técnicos
das Províncias de Tete, Cabo
Delgado e Nampula se beneficiarão
da capacitação na segunda fase. A.S
Emídio Jozine
Mia Couto
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1183 DE SETEMBRO DE 2016
2 Savana 09-09-2016 SUPLEMENTO Savana 09-09-2016 3
Savana 09-09-2016 27 OPINIÃO Abdul Sulemane (Texto) Ilec Vilanculo (Fotos) S
empre soubemos que as mulheres são seres bastante fortes.
Para descrever o quão elas são fortes precisaríamos de muito
mais espaço. Isso para dizer que depois das nossas mães
surgem as segundas que são as nossas esposas.
Como tem dito um amigo, sempre que falamos das nossas esposas,
elas é que nos casam. Se elas não quisessem casar estaríamos
solteiros. O homem dificilmente fala de casamento. Mas quando
a companheira decide que está na hora de casar este fulano, isso
acontece. Foi o que aconteceu recentemente com nosso colega Raul
Senda, que está nesta imagem num passo de dança em frente da
sua amada.
Parece que os jornalistas têm muita sensibilidade em relação ao poder
das mulheres. Reconhecem o seu papel na sociedade, o seu poder
e tudo mais. Por isso quando estão perante elas procuram enaltecer
o seu papel. Reparem como o jornalista Rogério Sitoe, antigo
director do jornal Notícias, saúda a Juíza Conselheira do Tribunal
Supremo, Osvalda Joana. Reparem com ele fixa o seu olhar.
Outro jornalista que o conhecemos por ter sempre algo para dizer é
o Salomão Moyana, mas desta vez não está a dizer nada, está apenas
a escutar. Vejam como ele está a escutar os dizeres da pesquisadora
Iraê Lundin. Pelo semblante deve ser agradável o que está a ouvir.
As mulheres sempre nos cativam. Têm esse poder.
É sempre agradável ver as mulheres poderosas do nosso país. Alimentam
o ego de outras mulheres batalhadoras. Elevam a auto-
-estima. É preciso que elas façam isso para que as outras mulheres
encarem os seus desafios com mais naturalidades. Não é por acaso
que vemos a antiga Ministra da Justiça, Benvida Levy, actual conselheira
do Chefe do Estado, numa conversa afável com a Presidente
da Assembleia da República, Verónica Macamo. É agradável de ver.
Outra imagem agradável de ver é esta última, onde estão mais duas
mulheres poderosas do nosso país. Referimo-nos à antiga Primeira-Ministra,
Luísa Diogo, e Ministra da Administração Estatal e
Função Pública, Carmelita Namashulua, a exibirem os seus sorrisos.
Como se estivessem a rir do seguinte comentário: “esses homens
não sabem que nós somos mulheres poderosas. O que seria
deles sem a nossa companhia. Os tipos não vivem sem nós. São as
nossas eternas crianças”. Isso é que é o poder das mulheres.
Poder das mulheres
IMAGEM DA SEMANA
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF 4FUFNCSP EF t "/0 99*** t /o
1183 Diz-se... Diz-se
Ilec Vilanculo
Olaboratório de criminalística
da cidade de Maputo
ressente-se de falta de meios
para responder cabalmente
às diversas solicitações de trabalhos de
perícias nos diferentes casos de crimes
que têm lugar na capital do país.
Na cidade de Maputo, onde está sediado
o laboratório central do país, existe
somente um perito da área de balística
que, por sua vez, queixa-se da falta de
meios de locomoção para se fazer presente
nos diferentes locais de ocorrência
de crimes para efeitos de perícia.
"T MBNFOUBÎÜFT GPSBN BQSFTFOUBEBT
FTUB UFSÎB GFJSB Ë 1SPDVSBEPSB HFSBM EB
3FQÞCMJDB
#FBUSJ[ #VDIJMJ
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EB WJTJUB RVF FGFDUVPV ËRVFMB FOUJEBEF
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OB RVBM QSFUFOEJB JO
UFJSBS TF EBT BDUJWJEBEFT EFTFOWPMWJEBT
OB SFDPMIB EF QSPWBT EVSBOUF B JOWFT
UJHBÎÍP EPT QSPDFTTPT DSJNF F OB SFBMJ
[BÎÍP EF FYBNFT EF QFSÓDJB
UJEPT DPNP
GVOEBNFOUBJT QBSB P DPNCBUF BP DSJNF
PSHBOJ[BEP F USBOTOBDJPOBM
'SFEFSJDP "HPTUJOIP Ï P ÞOJDP QFSJ
UP OB ÈSFB EF CBMÓTUJDB BGFDUP BP MBCP
SBUØSJP EF DSJNJOBMÓTUJDB EB DBQJUBM F
BQPOUPV B GBMUB EF NFJPT EF MPDPNPÎÍP
DPNP VNB EBT TVBT QSJODJQBJT CBSSFJSBT
OP USBCBMIP RVF EFWF EFTFOWPMWFS QBSB P
FTDMBSFDJNFOUP EPT EJWFSTPT DSJNFT
i0 UFNQP EF SFTQPTUB EP OPTTP MBEP
OÍP UFN TJEP TVmDJFOUF 0T NFJPT EF MP
DPNPÎÍP TÍP FTDBTTPT
WF[FT IÈ FN RVF
UFNPT EPJT B RVBUSP DBTPT DSJNJOBJT OP
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PT SFGFSJEPT MPDBJT F GB[FS PT SFTQFDUJWPT
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FTUBUFMBEP EVSBOUF IPSBT EFWJEP Ë OPTTB
NPSPTJEBEFw
SFDPOIFDFV
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RVF USBCBMIB
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SFGFSJV BJOEB
RVF
QBSB BMÏN EP MBCPSBUØSJP DFOUSBM
IÈ BJOEB NBJT EPJT MBCPSBUØSJPT SFHJP
OBJT 6N OB DJEBEF EB #FJSB
RVF SFT
QPOEF QPS UPEB B [POB DFOUSP
F PVUSP
FN /BNQVMB RVF [FMB QFMPT FYBNFT
EF QFSÓDJB OB [POB OPSUF EP QBÓT %JT
TF EFTDPOIFDFS P OÞNFSP EF QFSJUPT EB
TVB ÈSFB RVF FYJTUFN OP QBÓT F UBNCÏN
OÍP TBCF DPNP GVODJPOBN PT QSPDFTTPT
EF MFWBOUBNFOUP EF WFTUÓHJPT DSJNJOBJT
OBT SFTUBOUFT QSPWÓODJBT RVF OÍP UÐN
MBCPSBUØSJPT .BT
GBMBOEP EP TFV USB
CBMIP EP EJB B EJB
BDVTPV PT NFNCSPT
EB 13. F KPSOBMJTUBT
DPN EFTUBRVF
QBSB PT EBT UFMFWJTÜFT
DPNP TFOEP PT
QSJODJQBJT PCTUSVJEPSFT EPT FMFNFOUPT
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PT FMFNFOUPT EB 13. F BMHVOT KPSOB
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SFHSB HFSBM
TÍP PT QSJNFJSPT B
DIFHBS BPT MPDBJT EF DSJNF UÐN P IÈCJUP
EF UPDBS OPT JOTUSVNFOUPT
GBDUP RVF
USB[ NVJUP USBCBMIP OB JEFOUJmDBÎÍP EBT
JNQSFTTÜFT EJHJUBJT
i"OUFT EF DIFHBS P QFSJUP EB UFMFTDP
QJB
PT NBUFSJBJT EF DSJNF OÍP QPEFN
TFS UPDBEPT QPS OJOHVÏN QPSRVF JTUP
EJmDVMUB P USBCBMIPw
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NFTNP SF
DPOIFDFOEP RVF QPS WF[FT PT QFSJUPT
MFWBN MPOHBT IPSBT QBSB TF GB[FSFN
QSFTFOUFT OPT MPDBJT EF DSJNF
"QPOUPV UBNCÏN B GBMUB EF RVBMJm
DBÎÍP EPT TFVT DPMFHBT EB 13. RVF
EFTDPOIFDFN BT CPBT QSÈUJDBT EF JTP
MBNFOUPT EF JOWØMVDSPT PV QSPKÏDUFJT
CFN DPNP EB ÈSFB POEF TVDFEFV P DSJ
NF QBSB QFSNJUJS RVF P QFSJUP GBÎB VNB
PCTFSWBÎÍP NJOVDJPTB F PCUFS NBJT FMF
NFOUPT EF QSPWB
&TDMBSFDFV RVF BT SFHSBT FNBOBN RVF
PT WFTUÓHJPT DSJNJOBJT OÍP QPEFN TFS
FNQBDPUBEPT OP NFTNP TBDP
NBT TJN
EFWFN TFS JTPMBEPT TFQBSBEBNFOUF DPN
BMHPEÍP F
OB QJPS EBT IJQØUFTFT
DPN
QBQFM
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" QSPDVSBEPSB HFSBM BEKVOUB
"NBCFMJB
$IVRVFMB
SFDPOIFDFV B OFDFTTJEBEF EF
TF SFGPSÎBS B DBQBDJEBEF EP MBCPSBUØSJP
DSJNJOBMÓTUJDP FN NFJPT IVNBOPT F
UFDOPMØHJDPT
DPNP GPSNB EF SFTQPOEFS
BPT OÓWFJT EF FWPMVÎÍP EB DSJNJOBMJEBEF
OP QBÓT DPN VNB QFSÓDJB Ë BMUVSB
$IVRVFMB
RVF GB[JB QBSUF EB DPNJUJWB
EB 1(3
BQPOUB RVF FN QBSBMFMP Ë TP
mTUJDBÎÍP EPT NFJPT
Ï DIFHBEB B IPSB
EB DSJBÎÍP EP JOTUJUVUP EF DSJNJOBMÓTUJ
DB "SHVNFOUB RVF FTUB OPWB FOUJEBEF
QBSB BMÏN EF DPNQPSUBS TFSWJÎPT EF
HSBGPMPHJB F CBMÓTUJDB
WBJ JOUFHSBS TFS
WJÎPT DPNP EF %/"
QTJDPMPHJB GPSFOTF
FOUSF PVUSPT
%F BDPSEP $IVRVFMB
B RVFTUÍP EP
UFNQP EF SFTQPTUB OP GPSOFDJNFOUP EPT
SFTVMUBEPT EF QFSÓDJB BJOEB DPOTUJUVJ VN
HSBOEF EFTBmP EP TFDUPS QPSRVF OFN
TFNQSF BT FRVJQBT EPT QFSJUPT DPOTF
HVFN TF EFTMPDBS B UFNQP F IPSBT OP
MPDBM
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DSJNJOBMÓTUJDB EB DJEBEF TVSHF EJBT EF
QPJT EP QSFTJEFOUF EB 3FQÞCMJDB
'JMJ
QF /ZVTJ
UFS FYPSUBEP PT NBHJTUSBEPT
F RVBESPT EB BENJOJTUSBÎÍP EB KVTUJÎB
OP EFDVSTP EP TFNJOÈSJP TPCSF BT iEJ
OÉNJDBT EB DSJNJOBMJEBEFw QSPNPWJEP
QFMB "$*10- FN QBSDFSJB DPN B 1(3
OP TFOUJEP EF QBSUJMIBSFN JOGPSNBÎÜFT
JEFJBT F EFTFOIBS NÏUPEPT EF USBCBMIPT
RVF JNQPOIBN VNB NBJPS nFYJCJMJEB
EF F DFMFSJEBEF OP FTDMBSFDJNFOUP EPT
DSJNFT
%FTUBDPV /ZVTJ B OFDFTTJEBEF EBRVF
MFT QSPmTTJPOBJT FTUBSFN NVOJEPT EF
GFSSBNFOUBT NFUPEPMØHJDBT RVF MIFT
QFSNJUBN DPOEV[JS BT JOWFTUJHBÎÜFT
SFDPMIFOEP UPEB B JOGPSNBÎÍP SFMFWBO
UF QBSB GPSNBÎÍP EP DPSQP EF EFMJUP F
DPOTFRVFOUF BDVTBÎÍP F DPOEFOBÎÍP
EPT DSJNJOPTPT
Laboratório de criminalística
ressente-se de falta de meios
Por Argunaldo Nhampossa
t %FQPJT EF BMHVOT BOPT EF iTVTQFOTFw BMHVÏN WFJP QPS B CPDB OP USPN
CPOF TPCSF P DIPSVEP OFHØDJP EPT DPNCVTUÓWFJT /ÍP QBSB B FTUBUBM EPT
QFUSØMFPT
RVF QFMBT WJTUPT Ï NBJT VNB EBT iQÞCMJDBTw GBMJEBT
NBT QBSB P
FOYBNF EF iDIJDP FTQFSUPTw RVF TFNQSF HSBWJUBSBN F DPOUJOVBN B HSBWJUBS
Ë WPMUB EB FNQSFTB $BCF BHPSB BP HPWFSOP
FN OPNF EB USBOTQBSÐODJB F
FN OPNF EP NJOJTUSP EB UVUFMB RVF HPTUB EF UVEP FN QSBUPT MJNQPT
WJS
FYQMJDBS BMHVOT EPT OÞNFSPT KÈ UPSOBEPT QÞCMJDPT
t 0VUSB DPJTB RVF PT NPÎBNCJDBOPT HPTUBWBN EF TBCFS FSB TF
DPN P QF
USØMFP BCBJYP EPT EØMBSFT OP NFSDBEP JOUFSOBDJPOBM
NFOPT EF NFUBEF
RVBOEP GPSBN EFDSFUBEPT PT TVCTÓEJPT
F NFTNP DPN P NFUJDBM OBT SVBT
EB BNBSHVSB
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DPNCVTUÓWFM RVF DJSDVMB QFMP QBÓT 0V Ï UBCV VN EPT QSJODJQBJT JUFNT EB
CBMBOÎB DPNFSDJBM EP MBEP EBT JNQPSUBÎÜFT
t & DPNP FTUÈ NFTNP OB IPSB EBT QFSHVOUBT
BOEB QFMB QSBÎB VN TÏOJPS RVF
RVFS TBCFS RVF USBUBEP EF FDPOPNJB MFSBN PT TFVT DPMFHBT OP HPWFSOP RVF
BHSBWBN P EÏmDJU PSÎBNFOUBM OP iSFDUJmDBUJWPw F EFQPJT DPSSFN B TVCJS BT
UBYBT NPEFSBEPSBT QBSB iFOYVHBSw P NFSDBEP F UFOUBS DPOUFS B JOnBDÎÍP
"mOBM RVFN JOKFDUB NBJT NFUJDBJT OP NFSDBEP QPS WJB EB EFTQFTB HPWFS
OBNFOUBM
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FN DJNB B $1
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B CBODBEB EP QBSUJEÍP
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P
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QBSUJDJQBEBT DPN JOUFSFTTFT EP &TUBEP "UÏ %F[FNCSP TÍP BT RVF JSÍP
QBSB EFCBJYP EP NBSUFMP
F EFQPJT NBJT QBSB P BOP 4Ø TF FTQFSB RVF OÍP
TF SFQJUB P SFHBCPGF EPT BOPT PJUFOUB
FN RVF BT FTUBUBJT GPSBN BMJFOBEBT
B QSFÎPT EF CBOBOB NBJPSJUBSJBNFOUF QBSB HFOUF QSØYJNB EP QBSUJEÍP F
NVJUBT EFMBT
USBOTGPSNBEBT FN JNFOTPT BSNB[ÏOT QBSB BMVHVFS B JOUFSFT
TFT FTUSBOHFJSPT
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DPN EÓWJEBT BTUSPOØNJDBT BDVNVMBEBT BP MPOHP EF BOPT
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FTDSJUPT FN IPOSB EF UBJT iFNQSFFOEJNFOUPT EF TVDFTTPw .FOPT FNCBSB
ÎBEPT
QPSRVF Ï P TFV iKPCw
NBT OÍP OFDFTTBSJBNFOUF TFN iQSPCMFNBT EF
DPOTDJÐODJBw
FTUÍP PT iTQJO EPDUPSTw EB iJNBHFN F DPNVOJDBÎÍPw RVF BP
MPOHP EPT BOPT BKVEBSBN B DPOTUSVJS P UBM DBTUFMP EF TPOIPT $PNP EJ[ VN
NBDBDP WFMIP EB ÈSFB EB EJQMPNBDJB
Ï CPN OÍP DPOmBS OFN OB QSØQSJB
TPNCSB
t /ÍP TF TBCF TF TÍP PT FGFJUPT EB JOEJDBÎÍP EP OPWP JORVJMJOP EB OPWB
UPSSF EF NBSmN EB EF 4FUFNCSP FN .BQVUP
NBT B NPFEB OBDJPOBM
TVTQJSPV EF BMÓWJP FTUB TFNBOB
QFMP NFOPT FN SFMBÎÍP Ë EJWJTB GPSUF EPT
WJ[JOIPT BRVJ BP MBEP 5FOEP DIFHBEP B TFS USBOTBDJPOBEB FN BMUB B
OB
TFNBOB QBTTBEB
DPOTFHVJV CBJYBS BUÏ FTUB TFNBOB
0 QSPCMFNB OÍP Ï OPTTP NBT EPT DVOIBEPT RVF EFDJEJSBN NFUFS TF +; F
TFVT DPNQBSTBT
DPN VN NJOJTUSP IPOFTUP F DPNQFUFOUF RVF EÈ DPOmBO
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QFMP NFOPT
EBWB
t 0 CPN
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SFHBCPGF EBT FNQSFTBT QÞCMJDBT
RVF Ë TFNFMIBOÎB EP RVF BDPOUFDF EFTUF
MBEP EB GSPOUFJSB
FTUÍP UBNCÏN B TFSFN TVHBEBT BUSBWÏT EF FTRVFNBT EP
GBNPTP iblack empowermentw
t 'BMBOEP EP QBÓT EPT WJ[JOIPT 4PQSBN WFOUPT EF NVEBOÎB EFTEF RVF
PT OPWPT QSFTJEFOUFT EPT NVOJDÓQJPT EB PQPTJÎÍP UPNBSBN QPTTF &N
5TIXBOF
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P OPWP boss, 4PMMZ .TJNBOHB
EFV PSEFOT QBSB P CBOJNFOUP EPT QJSJMBNQPT B[VJT OPT BVUPNØWFJT
DPN
FYDFQÎÍP QBSB B FTDPMUB EP 1SFTJEFOUF EB 3FQÞCMJDB &TUFT TÍP EJTQPTJUJWPT
MVNJOPTPT DPMPDBEPT FN WJBUVSBT EF 7*1T QBSB MJWSF USÉOTJUP i5PEPT EF
WFN DJSDVMBS DPNP DJEBEÍPT OPSNBJT
F EFWFN QBSBS RVBOEP PT TFNÈGPSPT
FTUÍP OP WFSNFMIPw
EJTTF ² NPUJWP QBSB OPT FODIFS EF JOWFKB
Em voz baixa
t /B NFTNB DFSJNØOJB
OP iEJB EB WJUØSJBw
P OPTTP UJNPOFJSP EJTTF RVF OPT
EFWÓBNPT JOTQJSBS OP FTQÓSJUP EF QFSEÍP EPT OPTTPT BOUJHPT DPNCBUFOUFT
QBSB EF TFHVJEB
P IPNFN RVF DPNBOEB B BTTPDJBÎÍP EPT EJUPT DVKPT
IB
CJUVBMNFOUF DBJYB EF SFTTPOÉODJB EPT TFDUPSFT NBJT SFUSØHSBEPT EP QBSUJ
EÍP
QFEJS BSNBT QBSB DPNCBUFS B 3FOBNP &N RVF mDBNPT
Savana 09-09-2016
EVENTOS
1
0DSXWR GH6HWHPEURGH $12;;,,,1o 1183
EVENTOS
A
British-American
Investments Company
(Britam) lan-
çou, nesta terça-
-feira, na cidade de Maputo,
um novo pacote de seguros
denominado COPITO
com vista a responder aos
desafios do mercado. Trata-
-se de uma solução inovadora
e alternativa de pagamento
mensal do prémio
de seguro, que pretende beneficiar
milhões de pessoas
que enfrentam limitações
no seu uso.
Esta iniciativa também preBritam
desafia
o mercado de seguros
tende colmatar o défice de
conhecimento em torno
da importância de seguros,
uma vez que não actua no
ramo da vida, mas sim em
áreas como habitação, recheio
de habitação, acidentes
pessoais, planeamento
familiar, automóvel comercial
e privado entre outros,
com preços acessíveis.
No geral, a sociedade e os
agentes económicos somente
começam a valorizar
o seguro quando ocorre
um sinistro e onde esperam
contar com a indemnização
paga pelo seguro. Tal acontece
não só pela fraca cultura
de seguro, em particular em
Moçambique, como também
por razões financeiras
ou económicas.
Falando na ocasião, o Director
Executivo da BRITAM,
George Sithole, afirmou que
já era tempo de fazer algo
inovador para aliviar o mercado
duro dos seus clientes.
“Com este serviço, os nossos
clientes poderão pagar
o seguro através da ordem
por débito nos bancos comerciais
selecionados. Isto
significa que o seguro poderá
ser providenciado não
necessariamente pela visita
ao corrector ou aos nossos
escritórios. Apenas terá uma
visita inicial a seguradora,
e as renovações posteriores
poderão ser feitas automaticamente
desde que o premou
seja pago”.
Por seu turno, a Directora
de vendas da Britam, Kátia
Massarongo, acredita que
este novo pacote vem revolucionar
o acesso aos seguros
em Moçambique, uma
vez que é mensal, pois, dá
aos clientes a flexibilidade
de escolher o método de pagamento
para as suas necessidades.
A BRITAM é um grupo financeiro
diversificado com
mais de 50 anos de existência,
listado na Bolsa de
Valores de Nairobi, com interesses
em toda a região da
África Oriental.
Com subsidiárias no Qué-
nia, Uganda, Ruanda, Sul
do Sudão, estendeu recentemente
a sua presença para
o Sul de África, nomeadamente
Moçambique, Malawi
e Tanzânia.
Savana 09-09-2016 EVENTOS
2
J
ens Lehmann, uma lenda
da Bundesliga, disse, numa
entrevista exclusiva à StarTimes,
semana passada,
que espera que clubes como o
Dortmund e Schalke possam
desafiar o domínio do Bayern de
Munique nesta nova temporada.
O Bayern ganhou de forma iné-
dita quatro campeonatos consecutivos
e domina financeiramente
o resto da Bundesliga por longo
tempo, o que dá à liga alemã a
reputação de uma Liga de apenas
“uma equipa”.
“Actualmente, o Bayern de Munique
é muito dominador e eles
fizeram grandes receitas graças ao
seu jogo fantástico em anos anteriores.
Mas outros clubes como o
Dortmund, Leverkusen e Schalke
precisam tentar chegar perto de
Munique”, disse Lehmann.
Há apenas duas semanas, o
Bayern bateu o Borussia Dortmund
novamente com uma pontuação
de 2-0, ganhando a Supertaça
da Bundesliga. No entanto, o
desempenho do Dortmund na
Supertaça mostrou que os homens
de Thomas Tuchel são altamente
competitivos.
O Dortmund fez uma demonstração
de força e foi a melhor
equipa durante a maior parte do
jogo, com o domínio reflectido
nas estatísticas: 20 remates à baliza
contra nove do Bayern, 54%
de posse de bola e passes mais
certeiros.
Jens Lehmann
na StarTimes
“As pessoas esperam que o Dortmund,
que começou realmente
muito forte, possa desafiar o domínio
do Bayern de Munique”,
disse Lehmann, acrescentando
que outros clubes como o Schalke
também podem desafiar o Bayern
de Munique.
“O Schalke foi restruturado nesta
temporada e eles mudaram o gestor,
têm um novo director desportivo
e novo treinador.”
Lehmann, guarda-redes que representou
durante dez anos a
Seleção Alemã e foi o titular na
Copa do Mundo de 2006, também
observou que o Bayern de
Munique está a lutar contra vá-
rias lesões. “Três ou quatro dos
seus jogadores mais importantes,
como Robben e Coman estão lesionados.”
Ao responder à pergunta se ele
gostaria de viajar para África
numa excursão a convite da StarTimes,
Lehmann disse: “eu estive
em África por um par de vezes e
eu sei que é um belo continente.
Eu estaria sempre interessado.
Espero ter tempo e ser convidado,
eu participaria”.
Como emissora oficial e exclusiva
da Bundesliga para África
Sub-Sahariana, StarTimes é o
organizador da 2nd Bundesliga
Legends Tour to Africa para três
países Africanos em Dezembro
deste ano e dará aos fãs de futebol
oportunidades suficientes para
conhecer as grandes lendas da
Bundesliga.
A
marca italiana de automóveis
FIAT acaba de
reforçar o seu compromisso
com o continente
africano, concretamente com
Moçambique, depois do lançamento
da sua Nova Pick UP 4X4.
Com capacidade de enfrentar
todas as adversidades dos terrenos
africanos, a nova 4X4 da Fiat
Fiat reforça presença em Moçambique com nova Pick Up
resulta de uma parceria entre esta
e a Mitsubishi, que juntas lançaram
uma nova geração de pick
ups, sendo esta a sua aposta para
o mercado africano.
A FULLBACK é já uma realidade
em Moçambique e está equipada
com conforto e elegância,
elementos que marcam a FIAT
em conjunto com a experiência
da Mitsubishi, uma marca que
já venceu 12 edições de uma das
provas automóveis mais difíceis
do mundo, o Rali Dakar. A nova
pick up é uma re-edição da Mitsubishi
L200, num modelo que
oferece o melhor desempenho
num estilo único das linhas exclusivas
italianas.
A campanha de lançamento da
FULLBACK foi apresentada esta
semana em Moçambique, cuja linha
criativa foi desenvolvida num
conceito que pretende demonstrar
que, seja qual for o desafio
apresentado no mercado, a gama
FIAT Profissional dá conta.
Disponível a um valor de
2.149.000 Meticais, a Pick Up da
Fiat é representada pela Técnica
Industrial, S.A., pertencente ao
Grupo JFS, sendo a referência
mais antiga no sector automó-
vel do país, com um portfólio
de marcas alargado, entre elas
a FIAT, Alfa Romeo, Fuso e a
Mitsubishi, cuja representação
exclusiva torna a empresa capaz
de satisfazer as necessidades de
clientes em qualquer segmento,
dos ligeiros aos pesados.
Savana 09-09-2016
EVENTOS
3
PUBLICIDADE
A Eni East África S.p.A. convida as empresas interessadas
a apresentarem a sua Manifestação de Interesse para a
FRPSUDGHyOHRVOXEULÀFDQWHVGHSURSULHGDGHGDHPSUHVD
e actualmente em Pemba.
2VyOHRVOXEULÀFDQWHVVHUmRYHQGLGRVDSDUWLUGDEDVHORgística
da Eni East Africa S.p.a localizada em Pemba.
$OLVWDGHWDOKDGDGRVyOHRVOXEULÀFDQWHVVHUiIRUQHFLGDDV
entidades que responderem a este pedido de manifesta-
ção de interesse.
Os interessado em adquirir na totalidade ou parte dos itens disponíveis,
deverão responder a este anúncio público fornecendo
(para o endereço de e-mail: eea.procurement@eni.com) os detalhes
de contacto da pessoa de sua organização para ser contactado.
Quaisquer custos incorridos pelas empresas interessadas na preparação
da Manifestação de Interesse serão da total responsabilidade
das empresas, as quais não terão direito a qualquer reembolso
por parte da Eni East Africa a este respeito.
O prazo para a submissão da Manifestação de Interesse através
do nosso website termina no dia 23 de Setembro de 2016
PEDIDO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
VENDA DE ÓLEOS LUBRIFICANTES
DA ENI EAST AFRICA SpA
Quantidade
8
9
7
11
10
17
UNIT
Tambor
Tambor
Tambor
Tambor
Tambor
Tambor
Descrição
Oceanic HW540E 205L - CHEMICAL
Castrol Hyspin AWH-M68
(210L) - OIL
Castrol Hyspin AWH- M46
(210L) - OIL
Shell Omala Drum S2 G 150
- (209L) - OIL
Shell Gadinia Drums 30 - (209L)
- OIL
Castrol Aircol 99 (20LT) - OIL
QTY
8
9
7
11
10
17
UNIT
Drum
Drum
Drum
Drum
Drum
Drum
Descrição
Oceanic HW540E 205L - CHEMICAL
Castrol Hyspin AWH-M68
(210L) - OIL
Castrol Hyspin AWH- M46
(210L) - OIL
Shell Omala Drum S2 G 150
- (209L) - OIL
Shell Gadinia Drums 30 - (209L)
- OIL
Castrol Aircol 99 (20LT) - OIL
Eni East Africa S.p.A. invites interested companies to
submit Expressions of Interest for the purchasing of Chemicals
( Lube oil ) owned by the company and currently
stocked in Pemba.
The Chemicals ( Lube oil ) will be sold ex-works from Eni
East Africa logistics base located in Pemba.
Detailed information of the Chemicals, will be provided
to entities that reply to this request for expression of interest.
REQUEST FOR EXPRESSION OF INTEREST
SALES OF CHEMICALS ( LUBE OIL )
OF ENI EAST AFRICA S.p.A
The companies interested in purchasing all, or some of the
available Chemicals ( Lube oil ), can please reply to this
public announcement providing (to the e-mail address:
eea.procurement@eni.com) the contact details of the person
within the organization to be contacted.
Any cost incurred by interested companies in preparing
the Expression of Interest shall be fully born by companies
who shall have no recourse to Eni East Africa in this
respect.
The deadline for receipt of Expression of Interest through
our website is set at 23rd September 2016.
Savana 09-09-2016 EVENTOS
4
PUBLICIDADE
1RkPELWRGDFHOHEUDomRGR DQLYHUViULRGDHOHYDomR
de Maputo à categoria de Cidade, que este ano se assinala
sob o lema, “Maputo 129 anos, Unidos Construimos o
Progresso” o Conselho Municipal de Maputo informa aos
municipes, parceiros e ao público em geral, que de 31 de
Agosto a 31 de Dezembro de 2016, irão decorrer em diferentes
locais desta urbe, actividades culturais e desportiYDV
)HVWLYDOGR%DWXTXH ([SRVLomR)RWRJUiÀFD )HLUD,QWHUQDFLRQDO
GR /LYUR 3UpPLR /LWHUiULR GH1RYHPEUR
&RQFXUVR0DPDQDV (VSHFWiFXORV 7RUQHLR,QWHUGLVWULWDO
de Futebol, Corrida de Txovas, Andebol, Travessia Maputo-KaTembe,
Basquetebol e Atletismo, entre outras) inseridas
nas festividades do Dia da Cidade.
O Director
Narciso Benjamim Faduco
“Maputo 129 anos, Unidos Construimos o Progresso”
MUNICÍPIO DE MAPUTO
CONSELHO MUNICIPAL
GABINETE DE COMUNICAÇÃO
COMUNICADO
Savana 09-09-2016
EVENTOS
5
RELATÓRIO INTERCALAR
No decurso do primeiro semestre de
2016, a economia moçambicana foi
caracterizada pela desaceleração do
crescimento do PIB, depreciação da
PRHGD ORFDO DXPHQWR GD LQÁDomR
redução das reservas externas, crise
política e militar e calamidades
QDWXUDLV FXMRV HIHLWRV UHÁHFWLUDP QR
sector bancário moçambicano com a
falta de liquidez no mercado, tanto
em divisas assim como na moeda local;
agravamento das taxas de juros de
referência e de retalho e desaceleração
do crescimento do crédito à economia.
Não obstante, o BNI mostrou-se resiliente
e conseguiu realizar um lucro de MT
174.4 milhões superior ao do período
homólogo em MT 3,0 milhões pela
FRQWtQXD DSRVWD QR ÀQDQFLDPHQWR GH
projectos sólidos de infra-estruturas e
sector produtivo e materialização de
PDQGDWRV GH DVVHVVRULD ÀQDQFHLUD FRP
destaque para o Estado e o sector público.
Estratégia e negócio
Durante o primeiro semestre de 2016,
O primeiro semestre de 2016 foi marcado
por um ambiente de negócio atípico e de
incerteza devido as fortes cheias na zona
centro, estiagem prolongada na zona sul
do país, diminuição do investimento directo
estrangeiro, atrasos no apoio ao Orçamento
Geral do Estado, instabilidade política com
consequência na depreciação da moeda
nacional, que conjugada com a queda das
exportações do País e fortalecimento do
dólar norte americano, fez com que os
preços de bens e serviços elevassem a um
nível acima do previsto, obrigando o Banco
Central a intervir sucessivamente para
estabilizar o mercado monetário e cambial
aumentando as taxas directoras que servem
GH LQGH[DQWHV QD À[DomR GR pricing dos
Bancos comerciais.
$SHVDUGHVWHDPELHQWHDWtSLFRTXHGHVDÀRX
a contínua tendência crescente da robustez
ÀQDQFHLUDHGHUHQGLELOLGDGHGR%1, R%DQFR
registou um resultado líquido de MT 174,4
milhões face a MT 171,4 milhões registado
no período homólogo, o que demonstra
resiliência e sustentabilidade do modelo de
gestão implementado pela administração.
Concorreu para o alcance deste desempenho
ÀQDQFHLUR D FRQVROLGDomR GD HVWUDWpJLD
e o propósito do Banco orientado para a
dinamização da economia moçambicana
DWUDYpV GH ÀQDQFLDPHQWR GH SURMHFWRV
de investimentos e apoio as empresas em
PDWpULD GH JHVWmR H ÀQDQoDV FRP PDLRU
foco em:
Políticas disciplinadas de gestão
bancária orientadas para a
transparência contabilística,
HVWUXWXUD GH FXVWR ÁH[tYHO
variando de acordo com o volume
de negócio, manutenção de activos
com elevada qualidade, gestão
GR ULVFR H HÀFLrQFLD RSHUDFLRQDO
Manutenção da estratégia de
crescimento da carteira de
crédito de uma forma prudente
e sustentável sem comprometer
a sua qualidade, tendo o volume
GH ÀQDQFLDPHQWR j HFRQRPLD
expandido em 43% em relação ao
SHUtRGR KRPyORJR DR À[DU VH HP
MT 2.797,9 milhões em Jun-16,
consequentemente os juros de
ÀQDQFLDPHQWRDRFXVWRDPRUWL]DGR
expandiram em 53% ao atingirem a
MT 159,5 milhões;
Maior intervenção no mercado na
sensibilização do papel do BNI como
conselheiro em matéria de domínio
ÀQDQFHLUR H GH JHVWmR UHVXOWDQGR
num aumento acentuado de
mandatos de assessoria em
operações de project e corporate
ÀQDQFH e de mercado de capitais,
o que ditou maior desempenho
neste segmento de negócio cujas
receitas líquidas totalizaram MT
181,9 milhões contra 5,5 milhões
do período homólogo;
Manutenção de uma abordagem
disciplinada de gestão do risco da
carteira de crédito orientada na
análise criteriosa e aprofundada
GDV RSHUDo}HV D ÀQDQFLDU H
acompanhamento dos projectos
ÀQDQFLDGRV R TXH GLWRX D
manutenção da sua qualidade neste
semestre e consequentemente, as
provisões para imparidades foram
inferiores em relação ao período
homólogo em MT 15,3 milões,
atingindo MT 5 milhões.
prosseguimos com a implementação
da nossa estratégia corporativa e
de negócios assente em acções de
penetração em segmentos seleccionados,
disponibilizando informações e
estabelecendo contactos com congéneres
internacionais, entre outras instituições
DÀQV DR core business do BNI, na busca
de parcerias que possibilitem o aumento
H DGLYHUVLÀFDomRGHÀQDQFLDPHQWRTXH
disponibilizamos à economia nacional.
Nessa perspectiva, na prossecução
da nossa missão, o BNI reforçou a sua
participação nas missões empresárias
de topo na qualidade de conselheiro
económico do Governo e, atendendo as
HQRUPHV QHFHVVLGDGHV GH ÀQDQFLDPHQWR
GR3DtV VHJXLPRVLGHQWLÀFDQGRSRWHQFLDLV
parcerias e estabelecendo acordos com
parceiros internacionais capazes, como
p R FDVR GH LQVWLWXLo}HV ÀQDQFHLUDV GH
desenvolvimento e de investimento
FKLQHVDV LQVWLWXLo}HV ÀQDQFHLUDV
multilaterais com os quais o BNI está a
trabalhar na estruturação de linhas de
crédito que aumentarão a capacidade
GHÀQDQFLDUSURMHFWRVGHLQIUDHVWUXWXUDV
prioritárias e do sector produtivo,
consolidando deste modo, a nossa
natureza de Banco de Desenvolvimento.
Para a banca de desenvolvimento, a nossa
estratégia consistiu na selecção criteriosa
de projectos do sector produtivo a serem
ÀQDQFLDGRV FRP YLVWD D LQFUHPHQWDU D
produtividade interna e a consequente
UHGXomR GH LPSRUWDo}HV GHYHUVLÀFDomR
da base de exportações, sobretudo de
bens alimentares, priorizando projectos
na área de agricultura, processamento
e transformação. Com isso, logramos
manter uma tendência de crescimento
da carteira de crédito de uma forma
prudente e sustentável, ou seja,
sem comprometer a sua qualidade.
Na banca de investimentos, apostamos
no incremento da nossa função como
FRQVHOKHLUR ÀQDQFHLUR H GH JHVWmR
logrando assim um aumento substancial
de mandatos de operações de project e
FRUSRUDWHÀQDQFH e Mercado de Capitais.
Neste âmbito, apostamos também
QD LGHQWLÀFDomR H HVWDEHOHFLPHQWR
de parcerias internacionais, tendo o
mercado alemão sido abordado no
contexto das missões empresariais de
alto nível, que possibilitaram resultados
muito promissores.
No domínio do marketing e
sustentabilidade prosseguimos com
acções de consolidação da nossa marca
e posicionamento, com o preenchimento
de espaços publicitários relevantes para
o negócio do Banco, na perspectiva de
uma melhor comunicação entre o BNI e
o mercado.
Pelo segundo ano consecutivo o BNI é o
SDWURFLQDGRU RÀFLDO H H[FOXVLYR GD 7DoD
da Liga BNI, a maior prova do calendário
IXWHEROtVWLFR RÀFLDO GR 3DtV DFomR TXH
abordamos de forma sinérgica com
as nossas acções de responsabilidade
social e corporativa. Dessa abordagem,
conseguimos que 35% da receita desta
competição desportiva, no presente ano,
fosse canalizado ao Instituto Nacional
de Gestão das Calamidades (INGC), para
apoio as vítimas das calamidades naturais
que têm vindo a assolar o País com alguma
severidade, de um tempo à esta parte.
Sumário executivo
$QiOLVHÀQDQFHLUD
RELATÓRIO INTERCALAR DO
EXERCÍCIO DE 2016
Relatório Intercalar do Exercício de 2016 Página 1
Paralelamente a este cenário, o
desempenho do primeiro semestre
de 2016, foi resfriado pelos seguintes
aspectos que apresentam correlação
positiva com o comportamento do
mercado e com a tendência do nível de
actividade:
Agravamento do custo de captação
de recursos em MT 32,4 milhões
em relação ao período homólogo
DRÀ[DUHP VHHP07 PLOK}HV
como corolário da maior captação
de recursos no mercado e do
agravamento das taxas de juros do
mercado em mais de 100 porcento
originada pela falta de liquidez no
VLVWHPDÀQDQFHLURPRoDPELFDQR
Diminuição dos proveitos com
juros de operações de gestão
de tesouraria em MT 40,5M em
relação ao período homólogo ao
À[DUHP VH HP 07 PLOK}HV
(Jun-15: 169,4 milhões) devido
ao cumprimento das obrigações
ÀQDQFHLUDV SDUD FRP RV VHXV
credores/clientes, causando uma
diminuição da tesouraria do banco
HP DRÀ[DU VHHP07
milhões em Jun-16;
Como resultado da conjuntura
económica restritiva caracterizada
pela depreciação da moeda
nacional com impacto directo
no agravamento dos gastos
administrativos e a expansão da
actividade do banco que demanda
serviços adicionais e reforço do
quadro de colaboradores, foi
inevitável um aumento dos custos
de estrutura em 20% em relação ao
período homólogo ao atingirem MT
150,3 milhões;
Perdas acumuladas de operações
ÀQDQFHLUDV GH 07 PLOK}HV
face ao resultado positivo de MT
108,2 milhões do período homólogo
como resultado da reavaliação
cambial negativa associado ao
comportamento desfavorável da
moeda nacional conjugado com
a posição curta do balanço em
moeda estrangeira e também
devido à diminuição do volume de
operações de trading da moeda
derivado da escassez de divisas no
mercado.
Resultados Líquidos (valores em milhões de MT)
Savana 09-09-2016 EVENTOS
6
RELATÓRIO INTERCALAR
O produto bancário do primeiro semestre,
TXHLQFOXLDPDUJHPÀQDQFHLUDHPDUJHP
complementar, registou um aumento
ligeiro de 6% ao atingir MT 406,7 milhões
como resultado do efeito combinado dos
seguintes aspectos:
Limitado balanço face ao período
homólogo, devido ao reembolso
parcial dos recursos dos credores
H SHOD GLÀFXOGDGH GH FDSWDomR
de recursos no mercado que se
repercutiu na diminuição dos activos
ÀQDQFHLURVHP07 PLOK}HV
Por outro lado, o incremento dos
custos de captação de recursos
em MT 32,4 milhões derivado
do comportamento negativo das
WD[DV GH PHUFDGR UHÁHFWLX VH
QHJDWLYDPHQWHQDPDUJHPÀQDQFHLUD
ao atingir MT 236,9 milhões em Jun-
16 abaixo de MT 254,3 milhões de
Jun-15;
Incremento da margem
complementar em MT 39,1 milhões
face ao período homólogo, ao atingir
MT 169,9 milhões em Jun-16 como
corolário da implementação com
sucesso da estratégia de expansão
das actividades de banca de
investimento o que ditou aumento
GHFRPLVV}HVGHDVVHVVRULDÀQDQFHLUD
em MT 176,4 milhões compensando
o baixo desempenho das operações
de trading da moeda que registaram
perdas na ordem MT 10,7 milhões
face a ganhos de MT 108,1 milhões
do período homólogo.
O aumento do grau da composição da
margem complementar ao sair de 34% em
Jun-15 para 42% em Jun-16 demonstra o
esforço empreendido pela Administração
GH RIHUWD H GLYHUVLÀFDomR GH SURGXWRV
e serviços da banca de investimento
que complementam as actividades
tradicionais de banca de desenvolvimento
permitindo o aumento da robustez
ÀQDQFHLUD H GH UHQGLELOLGDGH DRPHVPR
tempo que o BNI desempenha o seu papel
de braço do Governo na materialização
do preconizado no Plano Quinquenal do
Governo.
$EDL[R HQFRQWUD VH R JUiÀFR GD
composição do Produto Bancário:
2VJUiÀFRVGDPDUJHPÀQDQFHLUDDFLPD
demonstram a tendência progressiva
do aumento da contribuição dos juros
GH FUpGLWR QD PDUJHP ÀQDQFHLUD DR
aumentar em 17 p.p. como consequência
da actividade central de um banco
GH GHVHQYROYLPHQWR GH ÀQDQFLDU j
economia, e diminuição do grau da
FRPSRVLomR GRV DFWLYRV ÀQDQFHLURV
disponíveis para venda e das aplicações
em outras instituições de crédito em 4
p.p. e 13 p.p., respectivamente.
Custos de estrutura
Relatório Intercalar do Exercício de 2015 Página 2
Produto Bancário
Posição Financeira
O activo total líquido do banco registou
uma diminuição de MT 991,0 milhões no
SULPHLURVHPHVWUHGH DRÀ[DU VHHP
MT 5.621,3 milhões (Dez-15: MT 6.612,4
milhões) resultante da iniciativa do banco
de liquidar algumas responsabilidades
ÀQDQFHLUDVFRPRREMHFWLYRGHDVVHJXUDU
DRSWLPL]DomRGRFXVWRGRÀQDQFLDPHQWR
numa altura caracterizada por sucessivos
aumentos das taxas de juro de mercado.
Relativamente a composição do activo
total, a carteira dos investimentos em
AFDV reduziu de MT 2.149,7 milhões
em Dezembro de 2015 para MT 1.805,9
milhões em Junho de 2016; enquanto a
rubrica de crédito estruturado aumentou
de MT 2.522,5 milhões para MT 2.797,9
milhões.
Ao nível da estrutura do activo total,
YHULÀFD VH D FRQWtQXD SXOYHUL]DomR
de concentração do risco tendo neste
semestre de 2016 o peso dos títulos
diminuído em 3 pb (Dez-15: 36%; Jun-
16: 33%); das aplicações em outras
instituições de crédito diminuiu em
10 pb (Dez-15: 13%; Jun-16: 3%); e da
carteira de crédito aumento em 12 pb
(Dez-15; 38%; Jun-16: 50%) espelhando
o objectivo central da Administração
do BNI de contribuir para o crescimento
da economia moçambicana através
GH ÀQDQFLDPHQWR GH SURMHFWRV GH
investimento. É de destacar que 50%
GR EDODQoR IRL ÀQDQFLDGR SRU IXQGRV
próprios.
Relatório Intercalar do Exercício de 2016 Página 2
Empréstimos a clientes
Ao longo do primeiro semestre de
2016, a Administração manteve a sua
Os custos de estrutura que incluem
os custos com pessoal, gastos gerais
administrativos, amortizações e provisão
para imparidade do crédito, registaram
aumento homólogo de MT 20% ao
À[DUHP VHHP07 PLOK}HV -XQ
MT 125,6 milhões). Este incremento foi
LQÁXHQFLDGRSHORDXPHQWRGRFXVWRFRP
remunerações em MT 22,2 milhões e com
gastos gerais administrativos em MT 14,4
milhões.
5HODWLYDPHQWH DR JUDX GH HÀFLrQFLD
na gestão do negócio medido pelo
rácio de custos operacionais sobre o
produto bancário, registou um nível de
36,95%, muito acima da média do sector
EDQFiULR UHÁHFWLQGR PDLRU HÀFLrQFLD
operacional e modelo de negócio do
banco centralizado.
Composição do activo total (Valores em Milhões de MT)
DERUGDJHPGHDSRVWDUQRÀQDQFLDPHQWR
de projectos de investimento sólidos,
com risco e retornos equilibrado
e aceitável, o que ditou o seu
FUHVFLPHQWRHP DRÀ[DU VHHP07
2.797,9 milhões em Jun-16 afectando
SRVLWLYDPHQWHDPDUJHPÀQDQFHLUDHP
MT 159,5 milhões, dos quais MT 154,2
HP MXURV GH ÀQDQFLDPHQWRV H 07
milhões em comissões associadas.
A carteira do Banco apresenta maior
grau de concentração em empréstimos
de médio e longo prazo na ordem de
72%, típico da estrutura do balanço
de um banco de desenvolvimento
FXMR REMHFWLYR p ÀQDQFLDU SURMHFWRV
estruturantes.
A administração do BNI privilegiou
a manutenção de uma política de
prudência na selecção das operações
D ÀQDQFLDU HP FRQIRUPLGDGH FRP
as condições económicas que são
antecipadas e a predisposição em
relação ao risco através de uma análise
aprofundada dos projectos e exigências
de garantias adequadas para cobertura
do risco sem distanciar-se do que às
NIRFs demandam e das exigências
regulamentares.
Composição do Produto Bancário (Valores em milhões de MT)
Crédito por sector de actividade (Valores em
milhões de MT)
Crédito por produto (Valores em milhões em
MT)
Savana 09-09-2016
EVENTOS
7
RELATÓRIO INTERCALAR DO
EXERCÍCIO DE 2016
Relatório Intercalar do Exercício de 2016 Página 3
Títulos
A carteira bruta de AFDV registou uma
diminuição de MT 343,8 milhões no
SULPHLUR VHPHVWUH GH DR À[DU
se em MT 1.805,9 milhões resultante
da reaplicação dos vencimentos de
Bilhetes de Tesouro e Papel Comercial
na concessão de crédito a instituições
públicas e privadas. A diminuição da
carteira de títulos enquadra-se no âmbito
da estratégia do Banco, de impulsionar
o crescimento da economia através
do aumento do crédito a projectos
sustentáveis e de risco calculado e
Passivo e Fundos Próprios
O passivo do banco registou uma
diminuição de MT 973,4 milhões no
SULPHLUR VHPHVWUH GH DR À[DU
VH HP 07 PLOK}HV UHÁHFWLQGR
apenas exigibilidades de curto prazo
conforme: (i) recursos de clientes MT
1.934,2 milhões; (ii) recursos de outras
instituições de crédito MT 766,0 milhões;
(iii) outras exigibilidades MT 132,7
milhões.
$EDL[R R JUiÀFR FRPSDUDWLYR GD
composição do passivo:
1RJHUDO RVLQGLFDGRUHVÀQDQFHLURVGH
desempenho medidos pelo ROAA, ROAE
H UiFLR GH HÀFLrQFLD DSUHVHQWDUDP
uma melhoria no decurso do primeiro
semestre de 2016 como resposta
do crescimento da actividade e
resultados do Banco, nomeadamente:
Indicadores de Desempenho
As imparidades totais registaram uma
subida em termos acumulados, ao
saírem de MT 51,1 milhões em Jun-
15 para MT 74,9 milhões em Jun-16,
devido ao aumento das imparidades
gerais (constituídas por prudência e
para satisfazer as normas do regulador)
em consequência do aumento em 43%
da carteira de crédito e também da
revisão em alta da taxa de imparidade
colectiva de 2,58% para 2,60%. Por
RXWURODGR DVLPSDULGDGHV HVSHFtÀFDV
(que resultam de perdas de crédito)
foram bem controladas, mantendo-se
o saldo de MT 5,0 milhões de Dez-15
resultante do reconhecimento em um
dos clientes do Banco.
estruturado.
$ FDUWHLUD EUXWD GH DFWLYRV ÀQDQFHLURV
disponíveis para venda, que representa
GDFDUWHLUDGHDFWLYRVÀQDQFHLURVQD
ordem de MT 4.832,1 milhões, é composta
maioritariamente por Obrigações do
Tesouro com peso de 63% (MT 1.129,3
milhões); Obrigações Corporativas
22% (MT 394,5 milhões); Participações
Financeiras 14% (MT 257,0 milhões); e
Papel Comercial 1% (MT 19,4 milhões).
Os Fundos Próprios do Banco registaram
uma diminuição no primeiro semestre
de 2016 na ordem de MT 17,5 milhões
como resultado da variação negativa do
justo valor dos AFDV na ordem de MT
158,6 milhões derivado da tendência
do crescimento das taxas de juros do
mercado em detrimento da carteira do
Composição do Passivo (Valores em milhões de MT)
A Rendibilidade dos Activos Médios
(ROAA) situou-se em 5,70% em
Jun-16 acima de 5,47% registado
em igual período de 2015;
A Rendibilidade dos Capitais
0pGLRV 52$( UHGX]LX DR À[DU VH
em 12,47% em Junho de 2016 face
a 13,81% do período homólogo,
situação que deriva da variação
dos fundos próprios mais que
proporcional que os resultados.
2 5iFLR GH (ÀFLrQFLD PHGLGR
pelos custos de transformação
sobre o produto bancário,
registou um nível de 36,95%.
banco que inclui obrigações do Tesouro
na ordem de MT 1.805,9 milhões cujo
VHX UHQGLPHQWR p À[R $ YDULDomR
negativa do justo valor foi resfriada
pelo aumento dos resultados.
Qualidade da Carteira de Crédito (Valores em milhões de MT)
Lucro antes de impostos
Lucro líquido / (Prejuízos)
Activo total líquido
Capital próprio
Depósito de clientes
Carteira de crédito
Produto Bancário
0DUJHPÀQDQFHLUD
Margem Complementar
Custos de transformação
Custos com pessoal
Activo remunerado
256.452.810
174.383.226
5.621.357.952
2.788.372.292
1.934.199.211
2.797.929.261
406.716.061
236.852.162
169.863.900
150.263.252
85.081.179
5.031.371.445
259.512.112
171.419.019
6.682.204.054
2.581.602.447
3.442.203.880
1.955.103.958
385.064.450
254.274.348
130.790.103
125.552.338
62.900.914
6.008.831.833
Descrição Junho de 2016 Junho de 2015
Rendibilidade dos Activos Médios (ROAA)
Rendibilidade dos Capitais Médios (ROAE)
Produto Bancário / Activo Líquido Médio
5,70%
12,47%
13,30%
5,47%
13,81%
12,30%
Rendibilidade Junho de 2016 Junho de 2015
Margem Financeira / Activo Remunerado
Custos de Transformação / Produto Bancário
Custos com Pessoal / Produto Bancário
9,42%
36,95%
20,92%
8,46%
32,61%
16,34%
(ÀFLrQFLD Junho de 2016 Junho de 2015
Rácio de Solvabilidade regulamentar 40,87% 56,37%
6ROYrQFLD Junho de 2016 Junho de 2015
Valores em Meticais
AFDV por prazo residual (Valores em Composição dos AFDV por produto
milhões de MT)
Obrigações de
Tesouro
63%
Obrigações
Corporativas
22%
Papel
Comercial
1%
Participações
financeiras
14%
O
C
ó é
RELATÓRIO INTERCALAR
Savana 09-09-2016 EVENTOS
8
RELATÓRIO INTERCALAR
Relatório Intercalar do Exercício de 2015 Relatório Intercalar do Exercício de 2016 Página 2 Página 4
'HPRQVWUDo}HVÀQDQFHLUDV
MODELO IV
BANCO NACIONAL DE INVESTIMENTO,SA
Demonstração de Resultados - Contas Individuais
Anexo à Circular nº 3/SHC/2007
MODELO III (PASSIVO)
BANCO NACIONAL DE INVESTIMENTO,SA
Balanço - Contas Individuais (Passivo)
Passivo
Recursos de outras instituições de crédito
Recursos de clientes e outros empréstimos
Passivos por impostos correntes
Passivos por impostos diferidos
Outros passivos
Total de Passivo
Capital
Capital Social
Outras reservas e resultados transitados
Reserva Legal
Resultados transitados
Reservas de reavaliação
Resultado do exercício
Total de Capital
Total de Passivo + Capital
766.044.069
1.934.199.211
46.025.057
26.446.846
62.808.482
2.835.523.665
2.240.000.000
317.789.518
70.564.934
247.224.584
56.199.548
174.383.226
2.788.372.292
5.623.895.956
1.686.312.875
1.919.397.542
63.199.752
101.075.127
36.492.729
3.806.478.025
2.240.000.000
84.487.480
30.570.299
53.917.181
157.762.064
323.653.481
2.805.903.024
6.612.381.049
30.06.16 31.12.15
Juros e rendimentos similares
Juros e encargos similares
0DUJHPÀQDQFHLUD
Rendimentos com Serviços e Comissões
Encargos com Serviços e Comissões
Resultados de reavaliação cambial
Outros resultados de exploração
Produto bancária
Custos com pessoal
Gastos gerais administrativos
Amortizações do exercício
Provisões liquidas de reposições e
anulações
Imparidade de outros activos líquida de
reversões e recuperações
Impostos
Correntes
Resultados após impostos
288.474.099
(51.621.937)
236.852.162
585.185.398
(404.579.485)
(10.718.320)
(5.623.625)
401.116.130
(85.081.179)
(43.198.560)
(11.225.825)
(109.054)
(5.048.702)
256.452.810
(82.069.584)
(82.069.584)
174.383.226
273.464.461
(19.190.114)
254.274.347
19.454.054
(1.602.490)
108.170.281
2.517.184
382.813.376
(62.900.914)
(27.585.889)
(12.427.327)
(88.088.951)
(20.390.276)
259.512.112
(88.093.093)
(88.093.093)
171.419.019
30.06.16 30.06.15
Anexo à Circular nº 3/SHC/2007
Do qual: Resultado líquido após impostos de operações descontinuadas
Valores em Meticais
MODELO III
BANCO NACIONAL DE INVESTIMENTO,SA
Balanço - Contas Individuais (Activo)
Anexo à Circular nº 3/SHC/2007
Caixa e
disponibilidades em
bancos
centrais
Disponibilidades em
outras
instituições de
crédito
$FWLYRVÀQDQFHLURV
disponíveis para
venda
Aplicações em
instituições de
crédito
Crédito a Clientes
Propriedade de
investimentos
Activos tangíveis
Activos intangíveis
Activos por
impostos correntes
Outros Activos
Total de Activos
203.415.694
61.688.304
1.850.054.870
184.069.130
2.797.929.261
199.318.184
245.796.407
3.132.226
57.953.352
20.538.527
5.623.895.956
203.415.694
61.688.304
1.850.054.870
184.069.130
2.872.918.974
206.904.689
317.714.468
9.387.480
57.953.352
20.538.527
5.784.645.488
74.989.713
7.586.505
71.918.061
6.255.254
160.749.532
226.777.010
25.938.368
2.399.553.697
886.867.642
2.522.491.936
201.387.231
252.940.022
2.912.941
57.954.078
35.558.124
6.612.381.049
30.06.16
Valor antes
de provisões,
imparidade e
amortizações
Provisões,
imparidade e
amortizações
Valor Líquido 31.12.15
Em cumprimento à circular no 14/SHC/2007 do Departamento de Supervisão
Bancária do Banco de Moçambique, de 12 de Junho de 2007, publicamos abaixo as
FRQWDVLQWHUFDODUHVUHIHUHQWHVDRSHUtRGRÀQGRHP GH-XQKRGH
Savana 09-09-2016
EVENTOS
9
Relatório Intercalar do Exercício de 2016 Página 5
RELATÓRIO INTERCALAR DO
EXERCÍCIO DE 2016
BANCO NACIONAL DE INVESTIMENTO
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PARA O PERÍODO DE SEIS MESES FINDO EM 30 DE JUNHO DE 2016
Fluxo de caixa de actividades operacionais
Juros Comissões e outros rendimentos recibidos
Juros, comissões e outros gastos pagos
Pagamento a empregados e fornecedores
Fluxo líquido proveniente de rendimentos e gastos
Variação nos activos e passivos operacionais
Aumentos/(diminuições) em:
$FWLYRVÀQDQFHLURVGLVSRQtYHLVSDUDYHQGD
Recursos de outras instituições de crédito
Crédito a clientes
Recursos de clientes
Outros activos
Impostos Pagos
Impostos pago sobre juros de Aplicação e AFDV
Fluxo líquido proveniente de activos operacionais
7RWDOGHÁX[RVGHFDL[DOtTXLGRGHDFWLYLGDGHVRSHUDFLRQDLV
Fluxo de caixa de actividades de investimento
Aquisições de activos tangíveis e activos intangíveis
Abate de activos tangíveis
Perdas de abates de activos tangíveis
Fluxo líquido das actividades de investimento
)OX[RGHFDL[DGHDFWLYLGDGHVGHÀQDQFLDPHQWR
Capital realizado
)OX[RGHFDL[DGHDFWLYLGDGHVGHÀQDQFLDPHQWR
Variação líquida em caixa e seus equivalentes
Efeitos da alteração de taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes
Caixa e seus equivalentes no inicio do período
&DL[DHVHXVHTXLYDOHQWHVQRÀPGRSHUtRGR
269.991.403
(16.564.890)
(95.568.566)
157.857.947
(182.84.000)
278.118.485
(794.086.277)
348.397.507
(1.737.361)
(46.666.358)
(3.389.692)
(402.187.695)
(244.329.748)
(2.733.527)
3.245.637
(106.395)
405.715
-
-
(243.924.033)
95.243.828
1.755.875.672
1.607.195.466
755.928.296
(453.805.061)
(110.210.977)
191.912.258
254.200.505
(917.983.205)
(193.711.810)
10.010.652
17.094.695
(63.007.752)
44.263.701
(841.133.214)
(657.220.956)
(1.409.850)
(822.598)
-
(2.232.448)
-
(659.453.404)
(29.147.030)
1.137.704.432
449.103.998
30 - Jun - 16 30 - Jun - 15
Fluxo líquido das actividades de investimento (2.232.448) 405.715
)OX[RGHFDL[DGHDFWLYLGDGHVGHÀQDQFLDPHQWR -
BANCO NACIONAL DE INVESTIMENTO, SA
MAPA DE DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NA SITUAÇÃO LÍQUIDA PARA O PERÍODO DE SEIS MESES FINDO EM 30 DE JUNHO DE 2016
Saldo em 1 de Janeiro de 2015
Rendimento integral
Outro rendimento integral
Alterações de justo valor de activos disponíveis para venda
Impostos diferidos
Lucro do exercício
Total de rendimento integral reconhecido no exercício
Reforço da reserva legal
Dividendos aos accionistas
Transferência de resultados para resultados acumulados
Saldo em 30 de Junho de 2015
Saldo em 30 de Junho de 2015
Rendimento integral
Outro rendimento integral
Alterações de justo valor de activos disponíveis para venda
Impostos diferidos
Lucro do exercício
Total de rendimento integral reconhecido no exercício
Constituição da reserva legal
Transferência de resultados para resultados acumulados
Saldo em 31 de Dezembro de 2016
Saldo em 1 de Janeiro de 2016
Rendimento integral
Outro rendimento integral
Alterações de justo valor de activos disponíveis para venda
Impostos diferidos
Lucro do exercício
Total de rendimento integral reconhecido no exercício
Reforço da reserva legal
Dividendos aos accionistas
Constituição de reservas associadas a differenças cambiais
Transferência de resultados para resultados acumulados
Saldo em 30 de Junho de 2016
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
2.240.000.000
(13.472.794)
(13.472.794)
67.389.976
53.917.181
53.917.181
53.917.181
53.917.181
53.917.181
53.917.181
193.307.403
247.224.585
49.823.823
44.716.283
(8.844.157)
85.695.949
85.695.949
85.695.949
114.047.599
(41.981.484)
157.762.064
157.762.064
157.762.064
(233.213.377)
74.628.281
(823.032)
(823.032)
91.047.030
171.419.019
262.466.049
(13.657.055)
(10.000.000)
(67.389.976)
171.419.019
171.419.019
152.234.462
323.653.481
323.653.481
323.653.481
174.383.226
498.036.707
(39.994.635)
(33.328.863)
(57.022.580)
(193.307.403)
174.383.226
-
-
-
-
-
-
-
-
57.022.580
57.022.580
Capital
Reservas associadas
a differenças
cambias
Resultado líquido do
exercício
Reserva de
justo valor
Resultados
transitados
Total de fundos
próprios
Fluxo líquido proveniente de rendimentos e gastos 191.912.258 157.857.947
Variação líquida em caixa e seus equivalentes (659.453.404) (243.924.033)
Reserva
Legal
16.913.244
16.913.244
13.657.055
30.570.299
30.570.299
30.570.299
30.570.299
30.570.299
30.570.299
39.994.635
Saldo em 30 de Junho de 2016 2.240.000.000 (823.032) 57.022.580 70.564.934 70.564.934 247.224.585 174 383 226 174.383.226
Total de rendimento integral reconhecido no exercício 2.240.000.000 157.762.064 - 30.570.299 53.917.181 323.653.481
Saldo em 31 de Dezembro de 2016 2.240.000.000 157.762.064 - 30.570.299 53.917.181 323.653.481
p
Saldo em 30 de Junho de 2015 2.240.000.000 85.695.949 53.917.181
( )
- 30.570.299 171.419.019
Total de rendimento integral reconhecido no exercício 2.240.000.000 85.695.949 - 16.913.244 (13.472.794) 262.466.049
Saldo em 1 de Janeiro de 2015 2.240.000.000 49.823.823 - 16.913.244 (13.472.794) 91.047.030
Saldo em 30 de Junho de 2015 2.240.000.000 85.695.949 - 30.570.299 53.917.181 171.419.019
Saldo em 1 de Janeiro de 2016 2.240.000.000 157.762.064 - 30.570.299 53.917.181 323.653.481
Total de rendimento integral reconhecido no exercício 2.240.000.000 (823.032) - 30.570.299 53.917.181 498.036.707
2.384.311.302
44.716.283
(8.844.157)
171.419.019
2.591.602.447
-
(10.000.000)
-
2.581.602.447
2.581.602.447
114.047.599
(41.981.484)
152.234.462
2.805.903.025
–
–
2.805.903.025
2.805.903.025
(233.213.377)
74.628.281
174.383.226
2.821.701.155
-
(33.328.863)
-
-
2.788.372.292
Valores em Meticais
RELATÓRIO INTERCALAR
Savana 09-09-2016 EVENTOS
10
Capítulo I
Objecto, carácter, participação e duração
Artigo 1
(objecto)
2 SUHVHQWH UHJXODPHQWR HVWDEHOHFH DV QRUPDV GH SDUWLFLSDomR H FODVVLÀFDomR
dos grupos culturais no festival de danças tradicionais, denominado festival
municipal de batuque, bem como as obrigações e direitos das partes envolvidas
no festival.
Artigo 2
(âmbito)
2)HVWLYDO0XQLFLSDOGH%DWXTXHGHFRUUHUiQR0XQLFtSLRGH0DSXWR
Artigo 3
(participação)
1. Participam no festival todos os grupos residentes no Município de Maputo,
GHVGHTXHQmRVHMDPSURÀVVLRQDLVHDSUHVHQWHPGDQoDVWUDGLFLRQDLV GHDFRUGR
com o critério de representação por distrito municipal.
$H[LELomRGDFRUHRJUDÀDGHFDGDJUXSRWHUiDGXUDomRPi[LPDGH GH]
minutos.
2VJUXSRVVHUmRFODVVLÀFDGRVSRULGDGHVHSHORFDUiFWHUGLQkPLFRGDVGDQoDV
que exibirem.
2VJUXSRVSRUIDL[DHWiULD FRPSUHHQGHP
a) Crianças (dos 06 aos 14 anos)
b) Jovens (dos 14 aos 35 anos)
c) Adultos (dos 35 anos em diante).
$VGDQoDVFODVVLÀFDP VHHP
A) danças dinâmicas;
B) danças pouco dinâmicas.
Artigo 4
(calendarização)
2IHVWLYDOWHUiDGXUDomRGHWUrVPHVHVHLQLFLD VHQRPrVGHDJRVWR &RQWHPSODPWUrVIDVHV DVDEHU
a) Fase do bairro (fase inicial),
b) Fase distrital (fase intermédia),
F )DVHGDFLGDGH IDVHÀQDO
Artigo 5
(carácter do festival)
2IHVWLYDOPXQLFLSDOGHEDWXTXHpGHFDUiFWHUPDVVLYR FRPSHWLWLYRHSRQWXiYHOSDUDRVJUXSRVSDUWLFLSDQWHV GHDFRUGRFRPRVFULWpULRVHVWDEHOHFLGRVQR
presente regulamento.
2. As letras e danças são livres, conquanto abordem temas de exaltação da mooDPLFDQLGDGHHRVJUDQGHVGHVDÀRVQDFLRQDLV WDLVFRPR DOXWDFRQWUDDSREUHza,
a pandemia do hiv/sida e a promoção da cultura, paz e unidade nacional.
capítuo II
organização
Artigo 6
(estruturação)
2IHVWLYDOPXQLFLSDOGHEDWXTXHHVWiHVWUXWXUDGRSRUFRPLVV}HVDVDEHU
a) Comissão executiva
b) Comissões distritais
Artigo 7
(comissão executiva)
a) A comissão executiva tem como função garantir a coordenação e direcção
DUWtVWLFDGRHYHQWR $PHVPDVHUiQRPHDGDSHORYHUHDGRUGHHGXFDomR FXOWXUD
e desporto.
Artigo 8
(comissão distrital)
As comissões distritais do festival terão a seguinte composição:
1. Vereador que dirige cada distrito municipal como presidente da comissão
distrital.
2. Técnicos de cultura dos distritos municipais propostos pela comissão distrital.
3.
Local da realização
Capítulo III
Artigo 9
(fases)
$ IDVHGHEDLUUR UHDOL]DU VH iHPFDGDEDLUUR FRP DGXUDomRPi[LPDGH
KRUDV QDTXDOVHDSXUDUiXPJUXSRUHSUHVHQWDQWH
$IDVHGLVWULWDOUHDOL]DU VH iHPFDGDGLVWULWRFRPDGXUDomRPi[LPDGH KRras,
na qual se apuram os representantes distritais.
$IDVHGDFLGDGHWHUiOXJDUHPQRYHPEUR QRkPELWRGDVIHVWLYLGDGHVGRGLD
GDFLGDGHGHPDSXWR QXPDGDWDHORFDODLQGLFDU FRPDGXUDomRPi[LPDGH
horas, na qual participarão os sete representantes de cada distrito, para o apuramento
dos vencedores do festival.
Capítulo IV
FODVVLÀFDomRHSUHPLDomR
Artigo 10
(critérios de avaliação)
2M~ULWHUiHPFRQWDRVVHJXLQWHVFULWpULRVGHDYDOLDomR
a) Execução;
b) Originalidade da dança;
c) Originalidade da (s) canção (ões) de acompanhamento da dança (letra e conteúdo
das canções);
d) Traje.
Artigo 11
(prémios)
1DIDVHGDFLGDGH VHUmRSUHPLDGRVRVWUrVSULPHLURVFODVVLÀFDGRVFRPRVVHJXLQWHV
YDORUHVPRQHWiULRV
a) Crianças:
3ULPHLURFODVVLÀFDGR² PW
6HJXQGRFODVVLÀFDGR² PW
7HUFHLURFODVVLÀFDGR² PW
b) Jovens:
3ULPHLURFODVVLÀFDGR² PW
6HJXQGRFODVVLÀFDGR² PW
7HUFHLURFODVVLÀFDGR² PW
c) Adultos:
3ULPHLURFODVVLÀFDGR² PW
6HJXQGRFODVVLÀFDGR² PW
7HUFHLURFODVVLÀFDGR² PW
2VSULPHLURVFODVVLÀFDGRV VDtGRVGHVWHIHVWLYDO WHPDREULJDomRGH GXUDQWHXP
ano, serem a cara cultural do município, com actuações nas galas e/ou noutros eventos
do município.
Capítulo V
obrigações
Artigo 12
(do conselho municipal)
D 2FRQVHOKRPXQLFLSDOUHVSRQVDELOL]DU VH iSHODRUJDQL]DomRHFRRUGHQDomRGR)HVtival
Municipal de Batuque.
artigo 13
(dos grupos culturais)
1. Os grupos participantes do festival terão as seguintes obrigações:
D ([LELUDVXDFRUHRJUDÀDQRWHPSRHVWDEHOHFLGRSHORM~UL
b) Não utilizar, distribuir ou apresentar, sem comunicação e autorização prévia da organização,
qualquer propaganda, que não use os símbolos do festival.
F ([LELUDVFRUHRJUDÀDVFRPFkQWLFRVTXHH[DOWHP SULQFtSLRVGDSD]HXQLGDGHQDFLRnal,
bem como o cometimento nacional na luta contra a pobreza e o combate ao hiv/
sida.
G &XPSULUFRPDVQRUPDVGHXUEDQLGDGHHFRQYLYrQFLDVRFLDO QmRYLOLSHQGLDUSXEOLcamente
actores, objectos políticos ou de cultos religiosos.
$RFRUUrQFLDGHTXDOTXHUDQRUPDOLGDGH WUDQVWRUQR SUHMXt]RRXDFLGHQWHUHVXOWDQWH
GDQmRREVHUYkQFLDGRGHVFULWRQRQU GHVWHDUWLJRVHUiGHWRWDOUHVSRQVDELOLGDGHGR
grupo.
Capítulo VI
Do júri
Artigo 14
(composição)
2M~UL DVHUQRPHDGRSHORYHUHDGRUGDHGXFDomR FXOWXUDHGHVSRUWR VHUiFRPSRVWR
por:
a) presidente
b) vice-presidente
c) 1 vogal
2M~ULLQWHJUDDLQGDGRLVYRJDLVHVFROKLGRVMXQWRVGDDXGLrQFLD
3. Na fase distrital e do bairro o júri, a ser nomeado pela comissão executiva do festival,
VHUiFRPSRVWRSRU
a) presidente
b) vice-presidente
c) vogal
Artigo 15
(mesa de júri)
$PHVDGHM~ULHVWDUiGLVSRVWDHPIUHQWHGRSDOFR GHPRGRTXHFRQVLJDDYDOLDUD
movimentação artística dos grupos concorrentes, devendo, contudo, assegurar que os
membros do júri estejam isolados do contacto com o público.
eREULJDWyULDDSHUPDQrQFLDGRVPHPEURVGRM~ULiPHVDGXUDQWHWRGRSHUtRGRGH
exibição dos grupos.
VGHFLV}HVGRM~UL QmRKiUHFXUVR
Maputo, agosto de 2016
MUNICIPIO DE MAPUTO
-------------
CONSELHO MUNICIPAL DE MAPUTO
FESTIVAL MUNICIPAL DE BATUQUE
PUBLICIDADE
REGULAMENTO
Savana 09-09-2016
EVENTOS
11
A
Cervejas de Moçambique
(CDM) promoveu, na semana
finda, na sua sede em
Maputo, a primeira de uma
série de sessões de capacitação de
fornecedores locais. Este programa
de capacitação contempla empresas
que estão a fornecer serviços à
CDM, bem como as que estão inscritas
na sua base de dados do Centro
de Negócios.
Com esta iniciativa, a CDM tem
em vista potenciar os fornecedores
locais em ferramentas que lhes
CDM capacita fornecedores locais
permitam mais e melhores serviços,
bem como ser mais competitivos no
mercado nacional.
A primeira sessão contou com cerca
de 20 participantes oriundos das
províncias de Nampula, Sofala e
Maputo cidade e província, seleccionados
na base de critérios definidos
pela subsidiária SABMiller
(líder mundial no negócio de cervejas
e refrigerantes). Estes critérios
foram, nomeadamente, o respeito
pelos direitos humanos e padrões
laborais, conduzir os negócios com
integridade e de forma ética a todo
o momento, respeito por políticas e
procedimentos de saúde e seguran-
ça e respeitar toda a lei e legislação
moçambicana e internacional de
sustentabilidade ambiental.
De acordo com o fornecedor da
província de Maputo, João Daniel
Bata, “esta capacitação tem mais
vantagens para nós assim como
para a empresa Cervejas de Mo-
çambique, através dela, temos conhecimentos
que é preciso respeitar
os clientes e os nossos trabalhado- res. Temos, por isso, convicção de
que com esta formação seremos capazes
não só de atrair, mas também
de compreender a sociedade na sua
plenitude”.
Por seu turno, Isaías Jaime, considera
importante assegurar que as pequenas
e médias empresas beneficiem
de oportunidades de negócios
proporcionadas pela companhia,
para que possam também ser mais
competitivas no mercado.
“A nossa meta é acelerar e melhorar
as práticas de produção em
todo Moçambique, encorajando
outras organizações a implementar
os mesmos padrões. Espera-se
que maior número de fornecedores
adopte as práticas recomendadas
até finais do corrente ano”, referiu
Jaime.
P
or ocasião do dia Mundial
da Fisioterapia, que se celebra
no dia 8 de Setembro,
o Banco Comercial e de
Investimentos (BCI) decidiu, no
âmbito da sua política de responsabilidade
social, apoiar a Direcção
Provincial de Saúde de Nampula,
que organizou um conjunto de
actividades para assinalar a efemé-
ride, dentre as quais uma feira de
saúde.
A feira que decorreu sob o lema
“Adicionar vida aos anos” tem em
vista consciencializar a população
sobre a importância da fisioterapia
e da doação de sangue.
A Fisioterapia à qual se associa um
conjunto de técnicas que têm em
vista optimizar a função física e a
motricidade dos indivíduos é uma
área da saúde que intervém a nível
da prevenção e da promoção da
saúde, da avaliação, do diagnóstico,
do tratamento e da readaptação
de deficiências e incapacidades do
sistema neurológico, muscular e
cardio-respiratório.
Para além de acções de doação de
sangue, o evento compreendeu a
divulgação de informação sobre
cuidados de fisioterapia, ortoprotesia,
correcção óssea e outros cuidados
de saúde, no intuito de dar a
conhecer e expandir estes serviços
junto da população.
BCI apoia
celebrações
do dia mundial
da fisioterapia
Savana 09-09-2016 EVENTOS
12
MESTRADO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
ENTREGA DAS CANDIDATURAS
CONDIÇÕES DE ACESSO
DURAÇÃO
HORÁRIO
PARA MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE O EDITAL QUE
PODE SER LEVANTADO NO REGISTO ACADÉMICO PARA PÓSGRADUAÇÃO
OU SOLICITADO ATRAVÉS DO E-MAIL daa.mas@uem.mz
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²
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Ǧ Ǥ
Ǧ
Ǥϐ
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De 5 de Setembro a 10 de Outubro de 2017
Licenciatura em Antropologia ou em
áreas científicas afins;
4 Semestres
Dias de semana
das 16h às 20h
ESPECIALIZAÇÕES
Média de licenciatura igual a ou
superior a 14 valores; ou média não
inferior a 12 valores mediante comprovada
experiência profissional
de 3 anos;
Capacidade de compreensão de
textos em língua inglesa;
Conhecimento de temas, teorias e
debates sobre o objecto de estudo
das ciências sociais constitui
vantagem.
O curso oferece o grau de Mestre em Antropologia
Social em duas especializações:
a) Antropologia da Sáude e da Doença;
b) Territorialidade e Práticas Fundiárias
Contemporâneas
O
Barclays Bank Moçambique
(BBM) participou
e destacou-se na FACIM
- a maior montra
para a exposição de produtos e
potencialidades nacionais. No
seu 25º aniversário, esta feira
anual e multissectorial conseguiu
juntar num único espaço todos
os sectores económicos à escala
nacional.
O Barclays Bank Moçambique,
um deles, apresentou-se na FABBM
destaca-se na 52ª Edição da FACIM
CIM, associando o seu o nome
e marca a um dos maiores pavilhões
deste evento, com um stand
concebido para receber os seus
clientes e parceiros, de uma forma
mais voltada para as relações
entre gestores e clientes e para a
discussão de oportunidades de
negócios e de gestão financeira.
O Barclays tem vindo a melhorar
a sua oferta de produtos bancá-
rios, por forma a criar mais condições
para os seus clientes, num
ambiente de desafios económicos,
mostrando-se como uma solução
de confiança, reforçada pelos excelentes
resultados do primeiro
semestre e por uma base de crescimento
constante ao longo dos
últimos anos.
Esta participação na FACIM
simboliza o posicionamento do
Banco perante aquilo que é a sua
postura enquanto facilitador de
um Crescimento Partilhado. O
Barclays tem vindo a reinventar-
-se como instituição e a apostar
cada vez mais na prosperidade
dos seus clientes, através da partilha
de conhecimento, recursos e
de um serviço centrado na satisfação
dos seus clientes.
Para além de um stand onde
apresentou os seus argumentos
para um crescimento com base
na partilha com a sociedade, os
visitantes puderam ainda testar
as funcionalidades das ATM já
integradas na rede SIMO, efectuar
simulações de crédito e obter
mais informações acerca de produtos
e serviços, desde poupança
a seguros, de uma forma dinâmica
e voltada para as novas tecnologias
digitais.
A
Água da Namaacha,
uma marca pertencente
à Sociedade de Águas
de Moçambique, é a primeira
empresa nacional a vencer
por duas vezes consecutivas o galardão
internacional The Winner
Award. O resultado foi divulgado
este mês pela Revista Top
International Business, entidade
responsável pela sua atribuição.
Este reconhecimento é baseado
nos seguintes critérios: Qualidade,
Credibilidade, Desenvolvimento
de Produtos Inovadores,
Tradição no Mercado, Prémios
Recebidos, Responsabilidade Social,
Inovação e Tecnologia, Destaques
e Matérias Publicadas na
Comunicação Social Nacional
e Internacional, Certificados de
Qualidade adquiridos no decorrer
da sua existência, Liderança
Empresarial, Sistema de Gestão,
Participação em Feiras Nacionais
e Internacionais.
De referir que este é o terceiro
prémio internacional em qualidade,
gestão e imagem que a Água
da Namaacha vence no espaço de
dois anos.
Água da
Namaacha
Vence Prémio
Internacional
de Qualidade
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