segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Polícia acusa homens da Renamo de roubo de gado


A Polícia de Manica, em Moçambique, acusou esta segunda-feira, 29, a homens armados da Renamo de roubar 25 cabeças de gado bovino e 30 de gado caprino no povoado de Joconhia, em Garagua, distrito de Mossurize, além de bloqueio de várias vias de acesso, que usam como “corredores de saques”.
Numa semana sem registo de incursões militares, "a Renamo, maior partido da oposição, retirou no sábado dos curais de criadores o gado bovino e caprino naquele povoado do interior de Manica - e favorável à oposição -", explicou Elsidia Filipe, porta-voz do comando da Polícia de Manica.
A responsável disse que após tomar conhecimento do roubo, a policia destacou para o local uma equipa que perseguiu os trilhos onde tinha passado o grupo com os animais, tendo além de removido as barricadas colocadas na via, recuperado a totalidade do gado.
Elsidia Filipe disse, no entanto, que não foi possível deter o grupo, que se pôs em fuga quando se apercebeu da presença policial na zona.
Durante a conferência de imprensa semanal, a porta-voz da Polícia disse que a corporação está a trabalhar para devolver os animais aos legítimos proprietários.
“São bens que estavam na posse ilícita desses homens, retirados de diversos cidadãos que residem naquele ponto e vamos entregá-los aos legítimos proprietários”, precisou a responsável, afiançando que tende a crescer incidentes de saque de gabo na zona sul de Manica, acção atribuída ao braço armado do maior partido da oposição em Moçambique.
A instabilidade militar tem marcado nos últimos meses a região centro de Moçambique, com relatos de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
A Renamo recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ganhas oficialmente pela Frelimo, e exige governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
O grupo de mediadores que devia deslocar-se a Gorongosa, para discutir pessoalmente com Afonso Dhlakama a exigência do Governo e o cessar-fogo, regressou aos seus respectivos países prevendo, retomar a mediação com as partes a 12 de Setembro, após desencontros que mantém o país debaixo de um fogo cruzado.
VOA – 29.08.2016

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