Polícia deprecia depoimentos dos sobreviventes do fuzilamento em Sofala e acusa Renamo de se fazer passar pelas forças governamentais |
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Escrito por Emildo Sambo em 17 Agosto 2016 |
A Polícia da República de Moçambique (PRM) desvaloriza as declarações dos sobreviventes da execução militar de seis pessoas, na passada sexta-feira (12), no distrito de Cheringoma, na província de Sofala, e acusa os guerrilheiros da Renamo de recorrer a artifícios para se fazer passar pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) com o intuito de cometer desmandos e confundir a opinião pública e as vítimas da guerra que segue sem fim à vista.
Questionado pelo @Verdade que elementos a Polícia usa para imputar à Renamo o assassinato de seis pessoas a tiro e os seus corpos posteriormente carbonizados, naquele ponto do país, Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, afirmou que “não se trata de atribuição, é um facto que são os bandidos armados da Renamo que cometem as atrocidades” que o país regista.
Segundo ele, os tais malfeitores “procuram confundir a opinião pública, os moçambicanos e as suas vítimas fazendo-se passar por Forças de Defesa e Segurança durante os ataques. As populações devem manter-se vigilantes em relação ao recurso à alegada artimanha.
Entretanto, António Muchanga, porta-voz da formação política visada, considerou que não haver provas que garantam que o ataque em alusão tenha sido realizado pelos homens armando da “Perdiz”. E observou que no seio das FDS reina muita indisciplina.
Desacreditando os depoimentos dos sobreviventes que asseguram ao canal privado de televisão STV que o crime foi cometido por elementos das FDS, Inácio Dina insistiu que a equipa que esteve no local onde as seis pessoas foram mortas “teve informações claras” de que os responsáveis são os guerrilheiros do partido liderado por Afonso Dhlakama.
Outrossim, Inácio Dina disse ainda não haver dúvidas porque, há semanas, na mesma zona, três camiões transportando madeira foram assaltados e os seus ocupantes espancados, retirados os seus pertences e deixados à sua sorte. “Não se pode pensar em nenhuma constatação senão um acto cometido pelos bandidos armados da Renamo. Já tínhamos tidos outras ocorrências na mesma região”.
É normal, de acordo dom Dina, que alguém submetido ao pânico e sobreviva duma atrocidade similar a de Cheringoma tenha uma conclusão diferente das autoridades policiais. Porém, “interessam-nos aquelas pessoas para nos fornecer informações úteis que nos possam ajudar a chegar aos banidos que cometeram o acto e evitar acontecimentos similares”.
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A POLÍCIA acusou terca-feira última a Renamo de tentar confundir as populações no centro de Moçambique, passando-se por Forças de Defesa e Segurança para atacar civis.
"Não há dúvida nenhuma de que estes ataques são da autoria da Renamo que quer confundir as população, passando-se por agentes da Polícia", disse à Imprensa o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, durante a conferência semanal de balanço das actividades policiais.
Na sexta-feira, seis pessoas foram mortas a tiro e depois incineradas em Cheringoma, província de Sofala, numa acção que a Polícia atribui aos homens armados da Renamo, mas duas testemunhas, citadas pelo jornal "O País", imputam o crime às Forças de Defesa e Segurança.
Comentando o caso, o porta-voz do Comando Geral da PRM reiterou que se tratou de uma acção protagonizada por homens armados da Renamo, acrescentando que a região já tinha registado outros ataques daquele grupo.
"Lamentamos que a Renamo esteja a usar estas artimanhas para esconder as suas atrocidades", declarou Inácio Dina, salientando que as duas pessoas que alegadamente sobreviveram ao ataque estavam em pânico, o que pode ter sido um obstáculo na identificação dos autores do crime.
A região centro de Moçambique tem sido a mais atingida por episódios de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas, em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da mineradora brasileira Vale.
O líder da Renamo já reconheceu a autoria de vários ataques, justificando com a estratégia de dispersar as Forças de Defesa e Segurança da serra da Gorongosa, onde supostamente permanece refugiado.
Também na sexta-feira, as autoridades revelaram um ataque dos homens armados da Renamo, na vila-sede do distrito de Morrumbala, na Zambézia, que se seguiu a outras investidas denunciadas em Mopeia, na mesma província, e também a localidades no Niassa, no norte do país.
No mesmo dia, duas viaturas da Rádio Moçambique e Televisão de Moçambique foram alvo de uma emboscada da Renamo quando seguiam numa coluna de veículos num troço da EN7, na província de Manica, sujeita à escolta militar obrigatória. Apesar da frequência de casos de violência política, as duas partes voltaram ao diálogo em Maputo, com a presença de mediadores internacionais, mas ainda não são conhecidos avanços.
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