Advertência à FRELIMO e sua liderança
Já tive ocasião de dizer o que está a emergir sobre o plano de controlo dos movimentos independentistas nas ex-colónias portuguesas pela ex-Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). Nesse momento tentei deixar ficar claro que a fundação da FREnte de LIbertação de MOçambique (FRELIMO) resultou de uma casual convergência do desejo dos moçambicanos de serem livres e da teimosia do regime colonial português em manter o controlo dos territórios ultramarinos, que é como eram conhecidas as colónias portuguesas. Disso resultou que a FRELIMO (Frelimo) nascesse contaminada por um "gene" do regime colonial português. Mas a justeza da causa da luta dos moçambicanos pela sua autodeterminação permitiu que esse "gene" fosse identificado e sinalizado para que a sua actividade possa ser controlada.
A actividade desse "gene" é instigar intrigas e promover o divisionismo no seio da família FRELIMO, para a enfraquecer. Durante a luta de libertação nacional, esse "gene" promoveu os conflitos técnico-tribais que culminaram com o assassinato de Eduardo Mondlane (Primeiro Presidente da FRELIMO) e de outros combatentes da FRELIMO, bem como do afastamento do Uria Simango da liderança da FRELIMO. A seguir à proclamação da independência nacional e da República Popular de Moçambique, esse "gene" promoveu os conflitos internos na família FRELIMO que culminaram com a orquestração do acidente aéreo que vitimou Samora Machel (o Primeiro Presidente de Moçambique independente). No consulado de Joaquim Chissano como sucessor de Samora Machel, esse "gene" até tentou orquestrar um golpe de Estado. Nos últimos dez (10) anos, no consulado de Armando Guebuza, esse "gene" tentou tudo fazer para agudizar as diferenças internas no seio da família FRELIMO. Hoje, esse "génese" actua para isolar o Presidente Filipe Nyusi dos demais camaradas.
O curso corrente dos eventos políticos em Moçambique sinaliza que, se não forem tomadas medidas urgentes, Filipe Nyusi pode ficar na história de Moçambique qual Mikhail Gorbachev ficou na história da já extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Advirto desde já que se isso ocorrer será o fim da FRELIMO e da independência de Moçambique! Observo com muita preocupação que o Presidente Filipe Nyusi está a ceder à acção do "gene" que sempre agiu para dividir e enfraquecer a família FRELIMO. E isto está a ocorrer ante o olhar impávido dos veteranos reais da luta de libertação nacional, que hoje abdicam de fazer política séria para a defesa das conquistas da revolução que conduziu à independência de Moçambique, e se deixam entreter com negócios sem um conhecimento adequado sobre COMO ISSO DEVE SER FEITO SEM PERDER O CONTROLO DO PODER POLÍTICO.
Enfim, chamo atenção aos VETERANOS DA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL para que não se deixem enganar pelos negócios em que se estão envolvendo de forma pouco recomendável, em "joint-ventures" fictícios ou ardilosos com os monopolistas do capital financeiro internacional. Está a ocorrer que esses monopolistas do capital internacional é que estão ficar os verdadeiros donos desses negócios do Estado moçambicano, em detrimento dos moçambicanos. O barulho que se faz sobre a dívida externa moçambicana e a campanha que está sendo movida contra o ex-Presidente Armando Guebuza fazem parte de um pacote de acções destinadas a isolar o Presidente Filipe Nyusi—para ser melhor controlado—e enfraquecer a FRELIMO, tal como tentaram fazer nos consulados de Eduardo Mondlane, Samora Machel e de Joaquim Chissano. É preciso sofisticar rapidamente os métodos de combate contra o inimigo interno, ou a FRELIMO ficará divida e colocada na oposição. Eu estou a ficar com a impressão—que está a ficar convicção—de que Filipe Nyusi está a ser enganado pela acção do "gene" estranho da FRELIMO para dar ouro ao bandido; e quando ele descobrir e reconhecer que está a ser enganado, pode ser tarde demais.
A luta continua, contra os inimigos da independência de Moçambique!
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