terça-feira, 24 de maio de 2016

Apreendido camião com logística da Renamo

Este domingo em Morrumbala

Entretanto, a “perdiz” apela a PRM para libertar o camião antes que o pior aconteça

Um camião de marca Mitsubish-Canter foi apreendido pela Polícia da República de Moçambique em Morrumbala por alegadamente estar a transportar logística para os homens armados da Renamo posicionados em Sabe.

Segundo soube o Diário da Zambézia, tudo aconteceu neste domingo quando o referido camião pertencente a um comerciante Paquistanês, foi interceptado pela PRM e daí conduzido ao Comando local e o motorista foi detido de imediato. A mesma fonte que nos prestou a informação, disse que essa prática não é nova naquele distrito e muitos camionistas são fretados para darem comida a Renamo. E neste camião, conforme ainda a nossa fonte, havia farinha de milho, açúcar, sardinhas, óleo entre outro tipo de viveres que supostamente seriam para entregar aqueles homens.


Sabe o DZ também que a operação terá falhado no sábado, quando o mesmo camião já carregado foi interceptado pelas Alfandegas e regressou a proveniência, isso é, a sede do distrito. Já no dia seguinte, domingo ao cair do dia, o camião partiu, mas também não chegou ao destino.


Renamo envia carta com apelos

Entretanto, depois dos homens da Renamo tomarem conhecimento sobre este assunto, escreveram uma carta apelando a PRM para que libertasse o camião antes que o pior acontecesse. Todavia, o homem que trazia esta carta (o mensageiro), foi preso pela polícia com alegação de que ele é também homem da Renamo que está matar pessoas.

Neste momento, a vila de Morrumbala está sob alerta máximo não se sabendo o que vai acontecer em casos daquele camião não ser liberto. Recorde-se que nos últimos tempos a Renamo tem intensificado os ataques a viaturas sobretudo de transporte inter-provincial.

DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 24.05.2016


Ensaiar negociações pela paz fortalecendo a guerra

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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Rearmando, treinando e desdobrando militares.
Manifestam-se combinações de estratégias visando chegar à mesa negocial com vantagens, ou então numa posição de força. É, afinal, parte do que ensinam os manuais de ciência política.
Tem sido assim na história humana.
Mas o que difere e pode transformar uma estratégia em factor de vitória, derrota ou ruptura definitiva das negociações é a flexibilidade dos beligerantes e especialmente
o “timing” em que as decisões são implementadas.
Apanhado numa encruzilhada de crise de dívida externa muito pesada e derrotas sucessivas no terreno, o Governo de Moçambique mostra-se atrapalhado e demonstrando pouco domínio dos “dossiers” que o apoquentam.
Se por um lado recebeu um presente envenenado em nome de dívida oculta tornado soberana, há que considerar que outra herança talvez mais pesada é um conflito militar em progressão e expansão.
A aquisição apressada de meios militares como veículos blindados de transporte de tropas e armas mais ou menos sofisticadas não está trazendo resultados concretos.
A guerrilha da Renamo, experimentada e espalhada por todo o país, parece suficientemente ter controlo da situação, pelo menos nos eixos rodoviários em que actua.
Está havendo um combate ao nível dos serviços de informações que torna irrelevante o arcaboiço das FADM/PRM/FIR/UIR. Cada passo dado pelas forças governamentais parece que é previamente conhecido pela guerrilha.
Até as redes sociais oferecem informações de carácter militar ao informarem com antecedência partidas e chegadas de veículos civis ou militares transportando militares. Os desdobramentos governamentais são previamente conhecidos, do que resulta uma incapacidade de utilizar o factor surpresa nas suas acções.
O resultado das últimas eleições deveria ser um indicativo da alteração profunda da correlação de forças que levasse os partidos políticos a negociações sérias sobre as estruturas do poder sem que se tivesse que recorrer à guerra.
As discussões agendadas, ou as que vão acontecer, uma vez alinhada a agenda por parte da Comissão Conjunta entre o Governo e a Renamo, é um exercício necessário, embora tardio.
Tem sido a arrogância e a teimosia, tem sido o egocentrismo e a megalomania que têm impedido que a humildade prevaleça e os entendimentos sejam alcançados sem derramamento de sangue.
Já se sabe desde 1994 que o barco da paz e da reconciliação estava metendo água. O AGP de Roma foi assinado, mas jamais houve uma genuína vontade de criar um exército genuinamente republicano. A PRM/FIR/UIR bem como o SISE jamais foram republicanas e apartidárias, como todo o moçambicano sabe. Mesmo o mais ferrenho e dogmático membro da Frelimo sabe que estas forças militares e policiais devem obediência a comandos emitidos na “Pereira do Lago”. Um primeiro passo seria vermos os grandes da Frelimo, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, Alberto Chipande e outros rendendo-se à evidência dos factos. Eles, mais do que ninguém, sabem quais são as razões por detrás do retrocesso verificado. Embora uma oposição mais coordenada e com vontade de concertar tivesse levado o barco a outro porto, é evidente que as for forças em presença e o seu poder real conduziram ao que vivemos hoje.
Quando as contas saem erradas, nada mais lógico do que corrigir.
Se a II República não só “deixou andar” como não permitiu que objectivamente se criasse um Exército republicano, há que trazer à mesa o facto de que se assistiu ao desmoronamento das FPLM. Agora não há Marinha de Guerra nem Força Aérea dignas desse nome. O capital de experiência das FPLM já não existe.
Com AEG fortaleceu-se a FIR, mas esta não é a força apropriada para lidar com uma guerrilha experiente e com comando criativo.
Quando se pensava que a Renamo já era politicamente irrelevante, esta “acordou das cinzas” e impôs-se como força a ter em conta.
O MDM mostrou que não era força para ser ignorada. Os outros partidos “menores” também mostraram que não estavam mortos.
Chegou e foi o Outubro de 2014.
Com as contas feitas sem editais pelo Conselho Constitucional nasceu a actual crise que nos remete ao passado das hostilidades.
Tentativamente, o PR afirma que quer negociar. Notam-se sinais contraditórios nos seus “pronunciamentos”, e sente-se que ele está cercado por pessoas extremamente poderosas do seu partido de suporte. Como disse Gabriel Mutisse num passado recente, FJN sem a Frelimo nada é.
Torná-lo presidente da Frelimo não alterou nada. Quem mandava, continua mandando.
Quando a “bomba” da dívida rebentou, descobriram-se factos que se queriam escondidos e longe do escrutínio público e do Parlamento.
Uma série de analistas contratados para defender a posição do regime do dia não conseguiu convencer o público de que a dívida era sustentável e legal.
À maneira tipicamente “angolana”, viu-se uma forte corrente de actividades viradas para a potenciação das forças militarizadas, como se isso fosse a solução dos problemas políticos do país.
Uma visão estereotipada dos assuntos de importância nacional, uma leitura inapropriada trouxe a guerra de volta.
Agora que a pressão interna, externa e o insucesso na frente militar na “savimbização” de AMMD se combinam e provocam o relançamento do diálogo entre as partes, os moçambicanos regozijam-se cautelosamente.
Ainda não há motivos para celebrar pois, em passado recente, já se viu uma parte aceitar uma CNE e um STAE diferentes para, volta e meia, o CC dar o golpe.
Há uma questão cada vez mais evidente que liga as hostilidades aos recursos naturais explorados em benefício de uma pequena franja de moçambicanos.
Não se trata simplesmente de democracia política, mas da capacidade e vontade que existam de ter em conta a dignidade e os direitos políticos e económicos dos moçambicanos.
Não há nenhuma família ou apelido notável que tenham mais valor do que uma humilde e pobre família moçambicana. Isso é o que a CRM diz, que somos iguais em direitos e deveres.
Convém que todos se situem e assumam que basta de historietas e suposta grandeza de uns de onde advenham direitos especiais.
Quem pensava que Moçambique era um feudo das cinco famílias e de generais tem razões mais do que sobra para “tirar o cavalinho da chuva”. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 23.05.2016
A BOA NOVA DE DHLAKAMA


Centelha por Viriato Caetano Dias

Nós achamos mal. Nós hoje achamos que o político serve. Não se serve. O político que se serve é um homem que atraiçoa a nação a qual serve. Ou seja, o político não se serve, serve. Excerto de uma comunicação do Professor José Hermano Saraiva (1919-2012), historiador português.

Estou em viagem e no intervalo de uma das asinhas escalas, escrevi esta crónica, ciente de que a mesma pode estar minada de alguns erros ortográficos, polarizados pelos factores circunstanciais. Podem não ser muitos, mas, como diria o meu amigo e poeta Nkulu, em venenos não se trabalha com quantidade, basta apenas a existência de veneno, pelo seu poder mortífero. Os erros, uma vez cometidos, servem de instrumentos para os detractores destruírem a autoridade moral e científica de quem realmente trabalha para remendar as hecatombes da humanidade. Os excrementos humanos não se reciclam em alimentos, por isso, por mais que eu tente justificar o meu alibi, os erros permanecerão expostos. Cabe a um cada dos meus leitores reconhecer que os erros também são produto do trabalho, pois só “não erra quem nunca faz nada.”
Fiquei felicíssimo com o bálsamo que o líder máximo da Renamo Afonso Dhlakama deu ao país, aceitando o apelo do presidente da República Filipe Nyusi, para o encetamento do diálogo. Foi um bálsamo que suavizou a minha dor, uma dor que machucava o meu coração. A dor de ver o país a arder todos os dias pelas investidas do braço armado da Renamo. A dor de ver o país a ser esquartejado todos os dias por moçambicanos. Em que o norte não beija o sul e as duas regiões não abraçam o centro. A dor de ver a nossa moçambicanidade destruir-se pela ganância política da Renamo, que não olha a meios para atingir os fins. Mata-se para forçar o governo a atender os apetites de algumas pessoas que se servem da política. Dhlakama não anunciou a cessação das hostilidades, mas alimentou a esperança de muitos moçambicanos que almejam a paz. Espero que o diálogo se materialize tão rápido quanto possível para que o país volte a encontrar caminhos rumo ao desenvolvimento económico, político e social. Todos nós queremos o melhor de Moçambique: um país sem guerra, sem fomes, sem exclusão social, sem criminalidade, sem esquadrões da morte, sem corrupção, sem pobreza, sem violência doméstica, sem respeito pela pessoa idosa, sem futuro para o futuro das nossas crianças.

Eu tenho algumas dúvidas. Não sei se a Frelimo vai ceder na partilha do poder, também não sei se a Renamo vai desarmar seus homens e mentes. A Frelimo precisa do poder para dominar; a Renamo precisa de seus homens armados para destruir a hegemonia da Frelimo. É possível o entendimento, desde que ambas as partes congelem os diferendos e olhem pelos superiores interesses do país. Sabemos que os conflitos político-militares não terminam nunca, gerem-se. Então, que se congele este conflito por algum tempo, até à recomposição do país. Não estou a ver uma solução mágica nos próximos tempos para congelar o conflito político-militar, ainda que o presidente Nyusi se esforce em ensaiar outras mezinhas, senão a partilha do poder com a oposição. Mais vale a partilha do poder (péssimo acordo) que travar o braço-de- ferro (sem acordo). O povo está a morrer. O presidente Joaquim Chissano conseguiu congelar o problema, sem nunca ter criado uma comissão da verdade e reconciliação, por entender que a palavra de honra gera garantias. Sim, mas em Homens sérios. Nelson Mandela, na África do Sul, também copiou o modelo de Chissano e conseguiu uniu os sul-africanos. Hosiah Chipanga, numa das suas lucubrações musicais, proferiu: Deus salve o capim, porque os touros estão a lutar. Antes de lutar, os touros comem o capim. Hoje os touros lutam e estragam o pasto. O povo é sacrificado por servir os políticos, e os políticos servem-se do povo.

Eu compreendo o presidente Nyusi, realmente não é fácil partilhar o poder com uma Renamo assassina que actua como o carvão: quando não mata, suja. Quando não usa palavras demolidoras, pauta pela via castrense. Eu compreendo que a Frelimo não aceite partilhar o poder com um líder que se comporta como catavento. Hoje anuncia a aurora da paz, amanhã municia seus homens para lançar ataques contra alvos civis e militares. Como confiar um cargo a pessoas que de dia estão no parlamento e de noite tornam-se arruaceiros? Aquilo que produzem de dia, no parlamento, é consumido de noite, na “parte incerta”. Como confiar em pessoas inconfiáveis? Que garantias pode dar pessoas “sem palavras”?

Não sou apologista da despartidarização da Renamo, como alguns advogam, porque isso iria aumentar os problemas do país. Em Moçambique as coisas estão maduras para os conflitos étnicos-tribais. Durante muito tempo as lideranças da Renamo foram semeando o tribalismo entre os moçambicanos. Armaram as mentes das pessoas, sobretudo das menos resilientes. Hoje os sinais de tribalismo são visíveis, basta olhar para a fileira militar da própria Renamo e o ódio que ela nutre pelo sul. Já que a via do golpe de Estado falhou, demonstrada através da tentativa de captura das localidades, dos distritos e das províncias, a Renamo tem logrado êxitos na campanha de angariação de mentes. Ela cresce rápido no campo, porque é aqui onde estão a maior parte dos “esquecidos” da sorte: os frustrados, os desempregados, enfim, os infelizes da vida. Esses vêem a Renamo como a salvação. Penso que o próximo encontro da Frelimo deve dedicar, a par de outras agendas, aos problemas da juventude. ZICOMO e um abraço nhúngue ao meu querido amigo, Marcolino Moco, entre outros motivos, pela publicação da “ANGOLA ESTADO-NAÇÃO OU ESTADO-ETNIA POLÍTICA?”.

WAMPHULA FAX – 22.05.2016
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Comments

1

Khanga Hanha Muzai said in reply to Francisco Moises...


Kota Moises o nosso conterrâneo sofre sem dúvida nenhuma de Demência.


Eis o diagnóstico e respectiva explicação

“Demência” o mal de que padece o Sr. VCD

Demência (do latim de: 'falta, diminuição' + mens, genitivo mentis: 'mente' ) é a perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas, de forma parcial ou completa, permanente ou momentânea e esporádica, suficientemente importante a ponto de provocar uma perda de autonomia do indivíduo.
Tipicamente, essa alteração cognitiva provoca a incapacidade de realizar actividades da vida diária. Os deficits cognitivos podem afectar qualquer das funções cerebrais, particularmente as áreas da memória, a linguagem (afasia), a atenção, as habilidades visoconstrutivas, as práxias e as funções executivas, como a resolução de problemas e a inibição de respostas. A demência pode afectar também a compreensão, a capacidade de identificar elementos de uso cotidiano, o tempo de reacção e os traços da personalidade. Durante a evolução da doença, pode-se observar a perda de orientação espaço-temporal e de identidade. À medida que a doença avança, os dementes também podem apresentar traços psicóticos, depressivos e delírios ou alucinações.

Kota Moises estas a ver?
OP VCD anda dar-nos problemas aqui com esses escritos que deviam ser remetidos ao seu psicólogo afim de buscar a terapia mais adequada, aqui no MPT ele consegue sim enturvecer o ambiente com estas loucuras incessantes que a toda hora vai vomitando aqui.

Alguns indivíduos não precisam de vender a alma ao DIABO o pacto já foi feito antes mesmo de nascer este e o caso.


Khanga Hanha Muzai

24/05/2016 at 14:44

2

Francisco Moises said in reply to Khanga Hanha Muzai...


Sem intencionar nenhuma ofença contra o senhor VCD, tenho que dizer que tive a ideia de que o artigo dele foi escrito sob alguma influência de alcool ou de droga. o escritor virou muita coisa de cima para baixo. Mas ele deve saber que os moçambicanos nao sao brutos ou estupidos.


24/05/2016 at 13:47

3

Khanga Hanha Muzai said...


Bom dia VCD

Bom dia Moçambique


VCD disse: Em Moçambique as coisas estão maduras para os conflitos étnicos-tribais. Durante muito tempo as lideranças da Renamo foram semeando o tribalismo entre os moçambicanos. Armaram as mentes das pessoas, sobretudo das menos resilientes. Hoje os sinais de tribalismo são visíveis, basta olhar para a fileira militar da própria Renamo e o ódio que ela nutre pelo sul. Fim de citação

Família moçambicana, sem estigmatização do redactor primário do texto acima, já que sempre reclama que no MPT pululam caluniadores que lhe atacam sem piedade simplesmente porque ele e lacaio do partidão do batuque e da maçaroca. Minha gente o Sr. VCD escreveu tanto e não disse nada de facto que nos não estivéssemos a espera, a única coisa valida em todo texto e o paragrafo destacado acima, confesso que essa e sim uma verdade tenebrosa, infelizmente quem promoveu essas insanidades tribais foi a própria RENAMO, mesmo advogando-se o titulo de pai da Democracia, lamento inclusive que gente iluminada como e o caso de vários internautas terem também mergulhado cegamente na promoção barata do tribalismo exacerbado negativista e puramente divisionista, havendo casos em que lascas de ódio são expressas nesta grande janela de convivência pacifica que se chama MPT.

Sinto as vísceras de avesso por ter de concordar consigo em parte, porem, não deixarei de expressar o meu desgosto ao constatar mais uma vez que a sua arte de lambidelas vai evoluindo para níveis de excelência de meter inveja a um bom cachorro baboso, se não vejamos, dizes no 5º parágrafo um conjunto de diarreias mentais realmente assombrosas não sei como sua mente pode produzir inverdades com tamanha facilidade.

Vai aqui o meu ABAIXO AO TRIBALISMO do SUL contra o NORTE ou do CENTRO contra o SUL e ou do NORTE contra o CENTRO vice-versa ABAIXO TRIBALISMO nas suas diferentes formas de se manifestar ABAIXO

Khanga Hanha Muzai

24/05/2016 at 07:47

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