Cada vez que nos aproximamos ao mês de Março, limite apontado por Dhlakama implantar a sua governação nas seis províncias, o fogo armado aumenta de intensidade nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia, Tete e há quem fale também de Nampula. Informações em poder do MTQ dão conta que a coluna militar no troço Save-Muxungu está dividida devido aos tiroteios. Outras informações indicam que dois autocarros foram atacados no troço Caia-Gorongosa.
É um assunto que prometemos trazer mais dados.
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É um assunto que prometemos trazer mais dados.
NHAMAPADZA-CAIA E MUXÚNGUÈ-SAVE: Renamo fere e danifica viaturas
PELO menos seis pessoas contraíram ontem ferimentos, das quais duas gravemente, enquanto dois autocarros e uma viatura ligeira ficaram danificados, em resultado de dois ataques protagonizados por homens armados da Renamo contra escoltas de viaturas nos troços Nhamapadza-Caia e Muxúnguè-Save, em Sofala, ao longo da Estrada Nacional número Um (EN-1).
O administrador de Marínguè, Francisco Garifo, explicou em contacto telefónico com a nossa Reportagem na Beira que dois autocarros da transportadora privada Nagi-Investiment, que circulavam no sentido Maputo-Nampula, foram atacados cerca das 8.00 horas de ontem por armas de fogo que também atingiram seis dos seus ocupantes na povoação de Fudza.
Os feridos graves foram evacuados, ainda na tarde de ontem, para o Hospital Central da Beira (HCB) a fim de serem submetidos à intervenção cirúrgica para a extracção das balas alojadas no abdómen e na perna, respectivamente, enquanto os restantes foram transportados para o Hospital Distrital de Caia, onde se encontram internados a receber cuidados médicos.
Ainda ontem, entre as 9.00 e 10.00 horas, segundo o administrador de Chibabava, Luís Nhanzozo, homens armados da Renamo abriram fogo contra a escolta de uma coluna de viaturas que circulava no sentido Muxúnguè-Save, concretamente nas imediações do rio Gorongogi, ataque de que resultaram avultados danos materiais numa viatura.
A oficial de Imprensa no Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, Sididi Paulo, recordou que desde o início das suas incursões armadas a 11 de Fevereiro a Renamo já protagonizou naquela parcela 19 ataques.
Oficialmente a PRM afirma ter registado dois mortos, cinco feridos, sendo dois graves e três ligeiros, para além de 18 veículos/automóveis danificados.
HORÁCIO JOÃO
NOTÍCIAS – 27.02.2016
O administrador de Marínguè, Francisco Garifo, explicou em contacto telefónico com a nossa Reportagem na Beira que dois autocarros da transportadora privada Nagi-Investiment, que circulavam no sentido Maputo-Nampula, foram atacados cerca das 8.00 horas de ontem por armas de fogo que também atingiram seis dos seus ocupantes na povoação de Fudza.
Os feridos graves foram evacuados, ainda na tarde de ontem, para o Hospital Central da Beira (HCB) a fim de serem submetidos à intervenção cirúrgica para a extracção das balas alojadas no abdómen e na perna, respectivamente, enquanto os restantes foram transportados para o Hospital Distrital de Caia, onde se encontram internados a receber cuidados médicos.
Ainda ontem, entre as 9.00 e 10.00 horas, segundo o administrador de Chibabava, Luís Nhanzozo, homens armados da Renamo abriram fogo contra a escolta de uma coluna de viaturas que circulava no sentido Muxúnguè-Save, concretamente nas imediações do rio Gorongogi, ataque de que resultaram avultados danos materiais numa viatura.
A oficial de Imprensa no Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, Sididi Paulo, recordou que desde o início das suas incursões armadas a 11 de Fevereiro a Renamo já protagonizou naquela parcela 19 ataques.
Oficialmente a PRM afirma ter registado dois mortos, cinco feridos, sendo dois graves e três ligeiros, para além de 18 veículos/automóveis danificados.
HORÁCIO JOÃO
NOTÍCIAS – 27.02.2016
Será verdade que Moçambique está em guerra?
A resposta correcta à pergunta em epígrafe é "NÃO!". Aqueles indivíduos que chamam "guerra" a situação que se vive actualmente em Moçambique, caracterizada por ataques esporádicos localizados contra alvos civis ao da estrada nacional No. 1, ataques esses que são protagonizados por homens armados da Renamo sob comando de Afonso Dhlakama—dizia, aqueles indivíduos que chamam esta situação guerra—são inimigos da paz. Pode até ser que o não saibam, mas ao chamar "guerra" a actual situação de instabilidade no país, esses indivíduos estão a ser alarmistas, e o alarmismo é próprio dos amantes da guerra, que são, por isso, inimigos da paz.
Moçambique está, isto sim, a viver uma situação de instabilidade social, resultante da falta de cultura democrática da Renamo, do seu líder e dos seus apoiantes. A causa principal desta instabilidade é a tolerância excessiva do Estado moçambicano para com as ilegalidades. Tolerar arbitrariedades incapacita o Estado de exercer autoridade em defesa dos direitos civis. Quando o Estado não pode assegurar a protecção dos direitos civis, vive-se uma situação de flagrante violação da Constituição da República de Moçambique (CRM). Tal situação viabiliza e estimula actos que atentam contra os direitos fundamentais dos cidadãos, tais são os ataques que protagonizados impunemente pelos homens armados, comandos superiormente e ilegalmente por Afonso Dhlakama, contra alvos civis nas estradas do Centro de Moçambique.
A Renamo e o Afonso Dhlakama não têm razão nenhuma para privar o povo moçambicano da liberdade. Igualmente, não há explicação aceitável para o Governo de Moçambique não usar do poder e dos meios de que dispõe, adquiridos pelos rendimentos do trabalho do povo, para pôr termo aos actos ilegais da Renamo e do Afonso Dhlakama. De facto, o que se está a assistir actualmente em Moçambique é 'sui generis': o Governo e a Renamo (o mesmo que dizer o Filipe Nyusi e o Afonso Dhlakama) estão a dispor indevidamente, a seu bel-prazer, da paz como produto para negócio. E isto ocorre porque, estranhamente, o povo moçambicano permite.
Sim, é isso mesmo! Estranhamente, o povo de Moçambique vem permitindo que a paz e, por via desta, a sua liberdade (pois, a paz é condição imprescindível para a vida em liberdade) seja usada para sustentar negócios ilícitos entre o Governo legítimo de Moçambique, dirigido pela Frelimo, e a Renamo, dirigida por Afonso Dhlakama e seus aliados.
As marchas organizadas, pretensamente pela paz, por uma tal de "sociedade civil" moçambicana, tendo à cabeça as igrejas que operam em Moçambique, marchas essas nas quais os manifestantes só exigem cedências por parte do Governo ante as exigências incomportáveis, inaceitáveis da Renamo, não são nada marchas pela paz. É bom que o povo não se iluda a este respeito. Aquelas marchas só reforçam as exigências da Renamo para chegar ao poder por via não democrática, já que não o consegue via eleições. Cedendo às exigências extraordinariamente malucas da Renamo, o Governo de Moçambique estará a hipotecar o poder soberano do povo de Moçambique aos terroristas. Aquelas marchas são pela guerra ardilosa para destituir o povo moçambicano do seu lugar de soberano; são marchas pela inviabilização da República em Moçambique e pela promoção dos interesses egoístas de uma oligarquia. Tem que ficar claro para o povo de Moçambique que o que a Renamo pretende com suas exigências infindas é chegar ao poder a qualquer custo, para escravizar "legitimamente" este mesmo povo.
Num movimento popular que seja verdadeiramente pela paz, os manifestantes não apenas exigem diálogo entre duas partes em conflito, diálogo esse no qual se requer só uma das partes—por sinal aquela que tiver maior responsabilidade perante a sociedade—tenha que fazer cedências infindas a exigências igualmente infindas da outra parte. Pelo contrário, num movimento popular genuinamente pela paz, os manifestantes exigem—isto sim—o respeito escrupuloso da lei por todos os cidadãos, individual e colectivamente, incluindo pelos beligerantes. Paz efectiva nunca resulta de uma parte ceder infinitamente às exigências da outra parte, na mesa do diálogo.
Com efeito, no caso do processo de paz moçambicano já houve inúmeras cedências do Governo de Moçambique às exigências da Renamo e de todas elas não resultou paz efectiva nenhuma. Pelo contrário, cada cedência degenerou em novas exigências cada vez mais insensatas e incomportáveis da Renamo, que dessa forma foi colocando o Estado numa situação cada vez fraca que chega a tolerar desastrosamente ilegalidades. Ora, não pode haver paz onde não há respeito pela lei! Paz efectiva em Moçambique só resultará do respeito escrupuloso da lei por todos os moçambicanos, individual e colectivamente.
Não nos engamos, caros compatriotas moçambicanos: em guerra não estamos, ainda, mas também não estamos em paz efectiva! E isto porque não respeitamos a lei; porque andamos a exigir que o nosso Governo (o Governo legítimo de Moçambique) faça cedências às exigências insensatas da Renamo, que só visam usurpar a soberania do povo moçambicano para servir de uns poucos.
Quando nos manifestamos, fazendo exigências para que o Governo de Moçambique desrespeite a CRM e aceite acomodar as exigências antidemocráticas da Renamo e do Afonso Dhlakama, estamos a ser a causa do clima de instabilidade que se vive neste país. Nunca se alcança paz efectiva por via de cedências infindas a exigências infindas! Paz efectiva só pode resultar do respeito incondicional pela lei, por todos. Isto significa que no caso do conflito que se vive em Moçambique, os cidadãos devem levantar-se e exigir o seguinte:
(i) que a Renamo desarme, imediata e incondicionalmente, de modo que as autoridades do Estado, incluindo a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o Ministério Público (MP), não sejam obrigadas, por lei, a persegui-la; e
(ii) que o Governo faça de tudo, previsto na lei, sem desculpas, em defesa dos direitos civis, particularmente das liberdades individuais dos cidadãos moçambicanos, sem que isso passe por negociar ardilosa e ilegalmente a partilha ilegal do poder soberano do povo com a Renamo.
Enfim, note-se que os apoiantes da Renamo não constituem a maioria dos moçambicanos. A maioria dos moçambicanos é feita pelos que militam ou apoiam os demais dos partidos políticos moçambicanos (e.g. Frelimo, MDM, PDD, PIMO, PT, PANAMO, …) e pelos que não militam ou não apoiam nenhum partido político em particular. Esta maioria não deve aceitar ser subjugada por uma minoria; tampouco deve esta maioria deve aceitar ser subjugada pela minoria. Temos todos que respeitar os direitos de todos; temos todos que recusar o recurso à violência armada (ou de qualquer outro tipo) por alguns para fazer valer as suas vontades egoístas em detrimento dos demais; temos todos que dizer "NÃO!" ao negócio da paz entre a Renamo e o Governo de Moçambique (liderado pela Frelimo ou qualquer outro partido político); temos todos que respeitar e exigir o respeito pela nossa Lei-mãe, a CRM!
Viva a CRM, a lanterna que ilumina o caminho para uma vida em paz e em liberdade para todos na República de Moçambique!
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Ps: Num outro momento, aqui nesta plataforma (Facebook), já indiquei que um conflito é sempre iniciado pelos fracos, e que a única via para solucionar eficazmente um conflito que assim começa é pôr os fracos a lutarem vitoriosamente contra as suas fraquezas. No caso do conflito que se vive em Moçambique, os fracos são o Governo (dirigido pela Frelimo—esta minha querida Frelimo que está a ficar cada vez mais arrogante e intransigente, para o meu desagrado) e a Renamo (um movimento terrorista, resgatado das amarras dos inimigos da independência de Moçambique—essa Renamo ora com enormes dificuldade de transformar-se num partido político). O lado forte é o lado do povo—o povo que é o verdadeiro dono do poder soberano. Cabe a este povo pôr o Governo e a Renamo a lutar vitoriosamente cada um contra as suas fraquezas. Como se faz isso? Simples! Já há experiências vindas d'Angola, da África do Sul, do Zimbabwe, do Kenya. E estes não são os únicos exemplos. O próprio processo de descolonização foi consequência de os fortes terem sido bem sucedido em pôr os fracos a lutarem vitoriosamente contra as suas fraquezas. Nos conflitos opondo os governos das potências coloniais e os movimentos de libertação, os fracos eram os beligerantes directos, enquanto as facções progressistas dos povos colonizadores, e os próprios povos colonizados, eram o lado forte. É exactamente este lado forte (as pessoas amantes da paz e da liberdade) que colocou os seus representantes—fracos e em muitos casos até ilegítimos—a lutarem vitoriosamente contra as suas fraquezas. Façamos isso, nós moçambicanos amantes da paz e da liberdade, começando por exigir ao Estado, à Renamo e a nós mesmos, o respeito pela CRM! Não marchemos para exigir que o Governo aceite cometer ilegalidades, acomodando as exigências da Renamo que atentem contra a República; marchemos para exigir que o Governo, a Renamo e os concidadãos que apoiam ilegalidades pautem pelo respeito à CRM, o nosso ponto de partida como Sociedade, como Povo e como Nação!
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