sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Esposa de publicitário brasileiro confirma ter recebido 50 milhões de dólares do MPLA

Notícias / Angola

Mónica Moura disse à polícia que os clientes "no exterior" pediam para pagar de forma não contabilizada.
João Santana, publicitário brasileiro
João Santana, publicitário brasileiro
Redacção VOA
O publicitário brasileiro João Santana  reconhece controlar a conta na Suíça que, segundo a Polícia Federal (PF), recebeu pelo menos 30 milhões de dólares como luvas na operação Lava Jato que envolve a empresa petrolífera Petrobras.
Ao ser interrogado ontem, 25, pela PF atribuiu à sua mulher, Mônica Moura, a "responsabilidade pelas movimentações na referida conta" e disse ainda não saber a origem do dinheiro.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, no dia anterior, Mónica confirmou à polícia que recebia dinheiro em paraísos fiscais e que era pressionada pelos clientes da empresa Pólis fora do Brasil a receber pagamentos de maneira não contabilizada.
Mônica Moura disse que o dinheiro recebido no exterior ascendeu a 85 milhões de dólares provenientes de campanhas dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez (35 milhões), e de Angola, José Eduardo dos Santos (50 milhões). A nível oficial, o MPLA sempre disse que a campanha de 2012 custou cerca de 20 milhões de dólares.
A  mulher de  João Santana admitiu ter recebido também três milhões de dólares  via “caixa doi” da empresa de construção Odebrecht – que tem contratos em Angola -  em conta do exterior como pagamentos de dívidas de campanhas realizadas em Angola, Panamá e Venezuela.
Entretanto, ela negou ter recebido dinheiro de “caixa dois” (não oficiais) de campanhas eleitorais no Brasil e mencionou o escândalo do mensalão como "motivos óbvios" para rejeitar essa prática.
"Se não fosse por imposição dos contratantes, preferia que fosse tudo contabilizado", disse à polícia, ao explicar o “caixa “dois no exterior.
Na terça-feira, o publicitário João Santana e esposa, foram presos depois de terem regressado da República Dominicana.
Santana, que trabalhou nas duas campanhas da Presidente Dilma Rousseff e na reeleição do ex-Presidente Lula da Silva, teve mandado de prisão expedido como parte da 23ª fase da operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, por suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil e em Angola, Venezuela e Panamá.

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