Cerca de 40 jovens foram encontrados mortos nas ruas de Bujumbura.
Mortes aconteceram após ataque de insurgentes militares.
O Burundi registrou nas últimas 48h mais de 130 mortes nos ataques e confrontos mais violentos nesse país mergulhado em profunda crise política.
Oitenta e sete pessoas, sendo 79 rebeldes e oito soldados, morreram na sexta-feira, durante e depois dos ataques coordenados contra três campos militares em Burundi, segundo informou o exército, que havia fornecido um balanço inicial de 12 mortos.
Os combates começaram às 4 da manhã, quando homens fortemente armados atacaram o campo de Ngagara e o ISCAM (Instituto Superior de Comandantes Militares), respectivamente ao norte e ao sul de Bujumbura.
O Conselho de Segurança da ONU condenou os ataques e "exigiu de todos os grupos armados que deponham as armas e cessem qualquer atividade desestabilizadora para acabar com o ciclo de violência e represálias".
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Corpos nas ruas
Cadáveres de cerca de 40 jovens mortos a tiros foram encontrados na manhã deste sábado (12) nas ruas de Bujumbura, na capital do Burundi, informaram à AFP testemunhas entrevistadas por telefone.
Cadáveres de cerca de 40 jovens mortos a tiros foram encontrados na manhã deste sábado (12) nas ruas de Bujumbura, na capital do Burundi, informaram à AFP testemunhas entrevistadas por telefone.
Em vários bairros, os moradores acusavam a polícia de ter prendido na sexta-feira todos os jovens encontrados hoje e de tê-los executado deliberadamente, várias horas após um ataque na noite de quinta-feira por insurgentes em três acampamentos militares na capital do Burundi.
O Conselho de Segurança da ONU condenou os ataques e "exigiu de todos os grupos armados que deponham as armas e cessem qualquer atividade desestabilizadora para acabar com o ciclo de violência e represálias".
Em Nyakabiga, no centro de Bujumbura, jornalistas e várias testemunhas relataram ter visto 20 corpos de pessoas mortas a tiros, alguns a curta distância.
"Algumas dessas crianças tiveram seus rostos completamente desfigurados, enquanto em outros, o tiro entrou pela parte superior do crânio, (...), é um horror absoluto, aqueles que fizeram isso são criminosos de guerra", criticou uma jornalista do Burundi, sob condição de anonimato.
No distrito vizinho de Rohero II, cinco corpos de jovens jaziam em uma de suas principais vias da localidade.
Em Musaga, "contei 14 cadáveres executados esta noite por soldados e policiais", disse à AFP um funcionário público local sob condição de anonimato, acusando a polícia de continuar a disparar para o ar para impedi-lo de se aproximar de um local onde haveria "muitos corpos".
"A maioria dos mortos são jovens pais de família que estavam em casa, foi uma carnificina, não há outra palavra", declarou indignado um morador da Nyakabiga.
Todos asseguram que a maioria das pessoas foram mortas no final da tarde de sexta-feira e na madrugada deste sábado, muito tempo depois dos ataques aos acampamentos militares.
O porta-voz do exército, o coronel Gaspard Bratuza, explicou no Twitter que um "balanço definitivo" das operações em Bujumbura seria comunicado "no decorrer do dia".
Um porta-voz do exército evocou sexta-feira à tarde um registro de pelo menos 12 agressores mortos e outros 20 capturados, e cinco soldados feridos durante os ataques simultâneos a três acampamentos militares.
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