Casado e com três filhos, Salhi tentou fazer explodir uma fábrica de gás nos arredores de Lyon. Enviou fotografias da cabeça do seu patrão para a Síria, mas recusou até à última ter tentado um ataque terrorista.
Yassin Salhi, o homem que em Agosto decapitou o seu patrão e tentou fazer explodir uma fábrica de gás, nos arredores de Lyon, enforcou-se na noite de terça-feira, na cela onde vivia, em isolamento e prisão preventiva. Admitira já o homicídio, que disse ter cometido por “desentendimentos pessoais”, mas recusou até ao último momento ter agido com intenções terroristas.
O estafeta de 35 anos, salafista, era conhecido pelas suas ligações ao mundo radical islâmico. Antes do atentado falhado, Salhi foi um entre os milhares de nomes na chamada “Lista S”, um índex da polícia francesa que tenta catalogar suspeitos de radicalismo, mas que acaba por ser redundante dado o número de pessoas que identifica.
A investigação tentava provar que as acções de Salhi no dia 26 de Agosto foram cometidas por razões religiosas. Acusava-o, entre outros crimes, de homicídio ligado a uma organização terrorista.
Salhi matou o seu patrão durante a manhã, no edifício da empresa, onde esperara por ele. Os dois tinham discutido dias antes. Levou depois o corpo e alguns contentores para a fábrica Air Products, em Saint-Quentin-Fallavier, onde era conhecido dos seguranças pelas entregas de botijas de gás que lá fazia.
Já no interior da fábrica, Salhi decapitou o cadáver do seu patrão, fixou a cabeça numa vedação e, a seu lado, pendurou duas bandeiras com a shahadah, a profissão de fé islâmica. Antes de prosseguir, tirou uma fotografia ao cadáver e enviou-a para um amigo seu que combatia na Síria.
Salhi tentou causar uma grande explosão na fábrica de gás. Conseguiu ainda detonar uma botija, sem com isso ter feito muitos estragos e foi rapidamente imobilizado pelos bombeiros chamados ao local. Gritou nesse momento Allahu Akbar (Deus é grande), segundo as testemunhas.
François Molins, o procurador de Paris, disse na altura do atentado falhado que o comportamento de Salhi se adequava às práticas do grupo Estado Islâmico. No entanto, a investigação parecia não ter concluído ainda se Salhi, casado e com três filhos, operara a mando do grupo, ou queria executar o ataque em seu nome, apesar das fotografias enviadas para a Síria.
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