Decorreu nas instalações da Sede
Nacional da RENAMO em Maputo
uma conferência de imprensa convocada
pelo porta-voz deste partido
António Muchanga que na ocasião
afirmou ser objectivo esclarecer ao
povo moçambicano da existência de
um movimento estranho protagonizado
pelo governo com o intuito de
dar a entender que elementos da
RENAMO estão a abandonar as suas
fileiras para se entregar ao governo
o que segundo Muchanga, não corresponde
a verdade, pois aqueles
elementos nunca foram militares da
RENAMO.
Muchanga esclareceu que o jovem
Mário Omar Mangoma por exemplo
apresentou-se como Major da RENAMO,
mas ele próprio sabe que não é
verdade que seja militar da RENAMO.
Ele é natural da povoação Tabuane
localidade de Nicadine, distrito de
Pebane, Província da Zambézia. Foi
professor Primário e foi expulso por
mau comportamento. O porta-voz
da RENAMO reconhece que este jovem
foi membro do partido nos anos
1999, tendo em seguida abandonado
a RENAMO e se filiado ao MDM, do
qual viria a sair, tendo sido mais tarde
preso no Município de Mocuba,
acusado de assalto a mão armada.
Muchanga afirmou a imprensa que
Mário Omar esteve na Cadeia Civil de
Quelimane onde cumpriu parte da
sua pena, tendo regressado a Mocuba
depois da sua soltura, onde dedicava-se
a venda de peixe no Mercado
Municipal local. António Muchanga
acusa o visado de mentiroso e charlatão
pelo facto de este não ser militar
nenhum, mas alguém que quer se
beneficiar do dinheiro dos moçambicanos
que é distribuído de qualquer
maneira pelo governo da Frelimo.
“Queremos também esclarecer
ao povo moçambicano que a RENAMO
já enviou o expediente no mês
de Outubro para o governo a propor
o Presidente Zuma da África do
Sul e a Igreja Católica Romana para
mediarem as conversações, estamos
a espera da resposta formal do
governo.”Afirmou António Muchanga,
tendo dito que no tocante aos
outros mediadores, já deram o seu
contributo que resultou naquilo que
todos vimos. Continuando, disse: “Tivemos
oportunidade de os agradecer
há mais de um mês.”
Referindo-se aos comentários dos
antigos Presidentes de Moçambique,
Joaquim Chissano e Armando Guebuza,
António Muchanga comentou
que são declarações políticas contraditórias,
pois enquanto o Chissano
acha que podemos mudar as leis e
conformá-las com a vontade popular,
Guebuza acha que é impossível satisfazer
a vontade popular. Tendo sido
assim no entender do porta-voz da
RENAMO como a Frelimo se comportou
desde o longínquo ano de
1977 até 1989, m o m e n t o
em que começou a perceber que
o vento não pode ser parado pelas
mãos. “Acredito que chegará o
momento em que vão perceber
que o Presidente Dhlakama
tem razão.” Afiançou antónio
Muchanga, que terminou dizendo:
“O outro pesadelo que estes dois
dirigentes têm é o facto de terem
sido os primeiros violadores do
Acordo Geral de Paz ao recusarem
integrar os elementos da segurança
da RENAMO na PRM e terem
mandado à reforma compulsiva
os comandantes da RENAMO que
estavam no exército ao abrigo
do AGP pelo que o povo não
deve se deixar enganar por estes
dirigentes porque eles têm culpa,
sobretudo no que está acontecer
no país neste momento.” Para
em seguida felicitar em nome do
partido RENAMO e do Presidente
Dhlakama o Povo Moçambicano
por ocasião do Natal e do Fim do
Ano.
FELIZ NATAL À TODOS
MOÇAMBICANOS!
O mundo comemora nesta sexta-feira, 25
de Dezembro, a festa do Natal e da Família
que para os cristãos simboliza o nascimento
de Jesus Cristo e o começo de uma nova era;
a da Salvação.
Apesar de reconhecer os múltiplos problemas
e as incertezas que o país atravessa neste
momento, causados principalmente pela
arrogância, incompetência, incompreensões
e desprezo, a RENAMO aproveita a ocasião
para desejar à todos os moçambicanos
dentro e fora do país, independentemente da
sua condição, um Natal de paz e esperança.
Porque é Natal, a mensagem que queremos
transmitir é de esperança e novos desafios
que nos possam salvar de todo o mal que
hoje atravessamos mercê de uma ditadura
camuflada em democracia.
Estamos cientes dos sacrifícios e
perseguições de que temos sido vítimas,
devido a nossa persistente paciência e
compreensão. Entendemos que o país não
pode continuar a viver debaixo de tensões,
sobretudo político-militares, económica
e social propositados por gente que não
pretende largar o poder.
Termina o ano e permanece a
responsabilidade do partido RENAMO para
com o povo e um Estado de Direito que
sempre foram as razões da nossa luta.
A RENAMO continuará irredutível e pronta
para os sacrifícios que conduzam a reposição
da verdade democrática. Se em mais de
trinta anos de existência e luta nunca vacilou,
nem se deixou vencer e convencer, não será
agora que apesar de tudo, muita coisa foi
conquistada que a RENAMO deixará de
manter a sua animação.
Apelamos para uma reflexão profunda a
todos os compatriotas, na expectativa de
que só unidos podemos afastar aquilo e
aqueles que sempre nos negaram a nossa
moçambicanidade e o direito a vida.
Ao povo que sempre foi o suporte da nossa
existência, aos partidos políticos que se
identificam com a nossa causa e a causa
do povo, às igrejas que congregam homens
e mulheres de boa vontade, aos artistas,
deportistas, às associações, aos activistas
de direitos humanos, à comunicação social
e demais parceiros, vai o nosso apreço pelo
acompanhamento ao longo deste ano que
termina e renovamos o compromisso de que
o sacrifício e sangue dos que se entregaram
à esta causa e foram vítimas da barbaridade
frelimista serão valorizados.
Queremos terminar este ano fazendo
lembrar aos que governam Moçambique
com braço de ferro que a marca da vossa
governação indelével é inconfundível, e pelos
vistos parecem muito orgulhosos de serem
detentores de nomes como incompetência,
arrogância, assassinos e corrupção.
Esses famosos nomes que ficaram bem
marcados este ano que termina. Esses
adjectivos que continuam a abalar a vida
social e politica do nosso povo e da nossa
economia.
Lembrem que todas as acções da má
governação da Frelimo só levam o nosso país
para uma recessão cada vez mais profunda.
Esses sucessivos escândalos no nosso país
protagonizados pela Frelimo, arrogante e
sem vergonha, só agravam a podridão. E
ninguém deve pensar que tudo terminou.
Aliás as coisas só começaram e quanto mais
demonstram orgulho e prepotência, mais se
expõem a vergonha, ao vitupério.
Ai desses condutores cegos! Aonde vai
Moçambique com eles?
Numa intervenção apresentada
pelo deputado António Muchanga,
os deputados da RENAMO apelaram
a que a casa do Povo dedicasse mais
atenção aos Direitos Humanos, para
que a comissão nacional criada para
esse efeito se torne mais efectiva.
Transcrevemos na íntegra a interven-
ção inspirada pelos desmandos do
Presidente da Comissão cessante:
Senhora Presidente, a casa do povo
reúne-se hoje para, de entre vários
assuntos, apreciar e deliberar sobre
os três nomes que deverão integrar
a Comissão Nacional dos Direitos Humanos,
em representação desta casa.
A Comissão Nacional dos Direitos
Humanos foi criada pela lei 33/2009
de 22 de Dezembro, mas só em 2012
viria a ser efectivada, com a tomada
de posse dos seus membros perante
o Chefe de Estado, e em 2013 iniciou
efectivamente as suas actividades.
¬¬O lapso de tempo que correu desde
a aprovação da lei que cria a Comissão
e a tomada de posse dos seus
membros, prenunciava um descompasso
entre a vontade real e a vontade
aparente de ter em Moçambique
uma instituição nacional de promo-
ção, protecção e defesa dos Direitos
Humanos. Desde a aprovação da lei,
a tomada de posse dos seus membros
perante o Chefe de Estado e a sua
efectiva entrada em funcionamento
até hoje, esta comissão enfrentou
e enfrenta várias dificuldades.
E, como um filho abandonado
pelos próprios pais, foi procurando
soluções, muitas vezes infantis pró-
prias da sua idade. A Assembleia da
República, depois de ter criado esta
Comissão, muito pouco fez em termos
de propiciar que ela cumprisse o
mandato para o qual foi criada. Desde
a criação desta comissão ou melhor,
desde a entrada em funcionamento
desta comissão, a Assembleia
da República nunca procurou se inteirar
sobre o que acontecia com esta
Comissão. Mesmo quando ela fazia
as páginas dos jornais, quase sempre
pelos piores motivos, a Assembleia da
República manteve uma indiferença
total.
O artigo 20 da lei 33/2009 de 22 de
Dezembro, estabelece no seu número
1 que, e passo a ler:
“A Comissão Nacional dos Direitos
Humanos submete, anualmente, ao
Presidente da República e à Assembleia
da República uma informação
sobre as suas actividades, reportando
o número de queixas recebidas, as
deligências efectuadas, os resultados
obtidos, o grau de colaboração dos
órgãos dos poderes públicos e seus
titulares e outros elementos que se
mostrarem úteis para o conhecimento
público sobre o exercício das suas
funções”.
E o número 2 do mesmo artigo refere
que, e passo a ler: “Sempre que
se verifique grave violação dos direitos
humanos, a Comissão Nacional
dos Direitos Humanos submete uma
informação pontual às entidades indicadas
no número anterior, mencionando
as circunstâncias do caso e as
medidas tomadas ou recomendações
para a reposição dos direitos violados”.
Esta casa não recebeu nenhum informe
da Comissão Nacional dos Direitos
Humanos referente ao ano de
2013, 2014 e não sei se receberemos
a informação referente a 2015, mas
abundaram casos de violação dos direitos
humanos no país e a comunica-
ção social nos presenteou com muitos
desses casos nos seus principais noticiários.
É preocupante que desde a sua entrada
em funcionamento esta Comissão
não tenha submetido a esta casa
se quer um único informe, e ao que
me é dado a saber, nunca a Assembleia
da República notificou aquela
comissão para se conformar com a
lei.
Senhora Presidente da Assembleia
da República, é meu entendimento
que quando esta casa aprova uma lei
que cria uma instituição é também
sua responsabilidade fazer o acompanhamento
de como é que essa
instituição está a funcionar e, sendo
necessário, recordá-la das suas obrigações.
A Comissão Nacional dos Direitos
Humanos é uma instituição muito
importante para a consolidação do
nosso Estado de Direito Democrático,
e por isso mesmo, o povo aqui representado
deve tudo fazer para que ela
cumpra com a sua missão. Não deve
nos orgulhar o simples facto de indicarmos
três personalidades e lavarmos
as nossas mãos; temos que fazer
o acompanhamento do seu funcionamento
e chamarmos à sua atenção
sempre que se observar incumprimento
das suas obrigações.
Tenho a certeza que esta magna
casa acompanhou os momentos mais
críticos desta comissão, quando pelo
menos 6 dos 11, (na verdade dos 10
membros, uma vez que um membro
já havia perdido a vida), subscreveram
uma carta a exigir que o presidente
da comissão deixasse o cargo
por estar a gerir a organização de forma
danosa. Alguns dos membros que
subscreveram essa carta foram designados
por esta casa, mas em nenhum
momento esta casa se dispôs a ouví-
-los para deles saber dos problemas
de que padecia a comissão.
Das questões levantadas incluía-se
a má gestão, prática de nepotismo
na contratação do pessoal, indícios
de corrupção, usurpação de funções
legais do Secretário Administrativo,
passando a fazer uma gestão directa
dos fundos, numa clara violação do
artigo 18 da lei 33/2009 de 22 de Dezembro,
que estabelece no seu número
2 que “o Secretário Administrativo
é o responsável pela gestão e administração
dos recursos da Comissão
Nacional dos Direitos Humanos”.
Confirmou-se que no âmbito dessa
usurpação de funções o Presidente da
Comissão Nacional dos Direitos Humanos
procedeu à abertura de contas
bancárias, aquisição de bens móveis
e equipamentos, sem observar as regras
sobre a aquisição de bens e serviços
em nome do Estado, coforme
orienta o Decreto 15/2010, de 24 de
Maio.
Indicam os subscritores da carta
que de entre os bens que o Presidente
daquela comissão adquiriu sem
observância das regras, consta uma
viatura, computadores, máquinas fotocopiadoras,
de entre outros. E porque
a viatura mencionada era de uso
privativo do Presidente e não ostentava
a matrícula vermelha em uso para
as viaturas do Estado, levantava-se
a dúvida se a viatura estaria ou não
registada no património do Estado.
Esta viatura teria sido adquirida com
recurso ao fundo de um projecto financiado
pela Embaixada da Suécia
para capacitação da comissão.
Revelaram ainda na sua carta que
desde o ano de 2012, ano em que a
comissão tomou posse, o Governo
alocou um orçamento de 13 milhões
de meticais para o funcionamento da
comissão por cada ano fiscal, mas que
este orçamento nunca havia sido executado,
quer em 2012, 2013 e 2014,
por incompetência do seu Presidente.
Senhora Presidente da Assembléia da
República, trago estes episódios não
para colocar o Presidente da Comissão
Nacional dos Direitos Humanos
em julgamento nesta casa, mas para
mostrar quão a Assembleia da República
tem estado distante de uma
instituição criada por uma lei emanada
por esta casa. É nossa responsabilidade
fazer o acompanhamento
e, porquê não, aconselhar, sempre
que se mostrar necessário, sobre os
caminhos a seguir nas questões que
são de lei. Muito recentemente o presidente
da Comissão nacional dos Direitos
Humanos foi tema de capa de
jornal, mais uma vez não pelos melhores
motivos – é acusado de corrup-
ção pela Embaixada da Dinamarca e
contra ele corre um processo-crime
na Procuradoria-Geral da República,
e segundo o jornal o acusado reconhece
a culpa. De acordo
com o jornal o Pre-sidente da Comissão
Nacional dos Direitos Humanos,
quando era oficial de programa
na Embaixada da Dinamarca, drenou
dinheiro através de duas organizações.
Uma das organizações, o
Centro de Direitos Humanos e Estudos
Sociais, presidida por Sandra
Naite, que o jornal revela ser seu
familiar, transferiu-se de Maputo
para um endereço desconhecido em
Quelimane.
A outra organização usada para
drenar os dinheiros da Embaixada
da Dinamarca é o Centro de Apoio
à Justiça, de que também não se
conhece o seu paradeiro. Há outras
conexões em Quelimane que neste
momento não me interessa discutir.
Senhora Presidente, a Comissão
Nacional dos Direitos Humanos está
gravemente doente, está praticamente
inoperacional, não consegue
se reunir por falta de quórum porque
como me referi anteriormente, a
maioria dos membros não reconhecem
a liderança do actual presidente
e enquanto ele continuar nessa posi-
ção, estes não se predispõem a colaborar.
Esta comissão não reúne nem
as condições para adoptar um relatório. Excelências, ao designarmos
as personalidades, que em breve serão
apresentadas a esta casa, para
integrar a Comissão Nacional dos
Direitos Humanos, devemos fazê-lo
com responsabilidade e compromisso
de que é o povo que lhes incumbe
a missão de, junto dos seus pares,
promover e proteger os direitos humanos.
Para tal, Senhoras e Senhores
Deputados, não será suficiente
apresentarmos os nomes destas
personalidades e lavarmos as nossas
mãos; temos responsabilidades
sobre as instituições que criamos.
Quero, para terminar a minha intervenção,
apoiar a resolução que
aprova os nomes das personalidades
que irão integrar a Comissão
Nacional dos Direitos Humanos, e
convidar a todos para aprovarmos
por unanimidade esta resolução ao
mesmo tempo que fazemos isso, devemos
assumir o compromisso de
não deixar que esta Comissão continue
a conhecer momentos turbulentos
que inviabilizam a realização do
seu mandato principal – promover e
proteger os Direitos Humanos. A defesa
dos Direitos Humanos exige, de
todos que se propõem a esta causa,
integridade, transparência e honestidade.
Seria hipocrisia, um corrupto,
um delinquente, um desonesto,
jurar combater a corrupção, a deliquência,
a desonestidade.
Pela atenção que me foi dispensada,
o meu muito obrigado! O presidente desta Comissão induziu
à Embaixada da Dinamarca a alocar
fundos a organizações por sí criadas,
em colaboração com amigos,
familiares e colegas antigos colegas
advogados da Liga dos Direitos Humanos.
Quer dizer, no lugar de fortalecer
a Liga dos Direitos Humanos,
inventou outras organizações para
fazer conconrrência à Liga dos Direitos
Humanos e por via delas drenar
fundos para benefício pessoal.
O que este Presidente da Comissão
Nacional dos Direitos Humanos fez
foi uma burla a todos que o conheceram
como defensor dos Direitos
Humanos, confiaram-no a responsabilidade
de gerir fundos para fortalecer
as organizações de defesa dos
Direitos Humanos e, servindo-se dessa
confiança, criou uma associação
para delinquir, estorquir dinheiro da
comunidade internacional, o mesmo
que continuou a fazer na Comissão
Nacional dos Direitos Humanos.
Em conferência de imprensa realizada
na última 3ª feira dia 23 de Dezembro,
os mediadores do conflito
que opõe a RENAMO com o Governo
da Frelimo, esclareceram após as
saudações e agradecimentos de costume,
o seguinte:
A equipa de mediadores e observadores
nacionais no diálogo político
entre a RENAMO e o governo convidados
pelas duas parte no inicio de
2014 para apoiar e ultrapassar os diferendos
políticos, como é do conhecimento
e domínio público, tomaram
esta oportunidade para esclarecer
alguns aspectos resultantes dos acontecimentos.
Passa pouco mais de dois
meses que fomos convidados pelas
partes, a pedido da RENAMO para
testemunhar a saída do seu líder das
matas. Entretanto podemos recapitular
alguns aspectos:
1. No dia 2 de Outubro um grupo
de membros da RENAMO contactou-nos
para testemunharmos a sa-
ída do seu líder, repito, testemunhar
a saída do seu líder das matas. Esse
grupo composto por deputada Ivone
Soares, Eduardo Namburete, António
Muchanga, José Manteigas e o senhor
Augusto Mateus.
2. No dia 7 de Outubro, nos deslocamos
a cidade da Beira com a excepção
do padre Filipe Couto, que por
razões de saúde não foi, tendo chegado
e reunido imediatamente com o
Comando Provincial da Polícia da República
de Moçambique, na presença
da equipa da RENAMO, acrescido por
deputado Manuel Bissopo e o Coronel
Manuel José. O objectivo era de organizar
todo processo da retirada do
seu líder Afonso Dhlakama do distrito
da Gorongoza.
3. No dia 8 de Outubro, logo
as primeiras horas, partimos em direcção
a Gorongosa para efectivar a
operação da retirada do
Presidente da RENAMO, o que aconteceu
por volta das 15 horas e 10
minutos e tendo regressado a cidade
da Beira pouco mais depois das 22
horas.
4. Assim que chegamos a residência
do presidente da RENAMO na
cidade da Beira, demos por missão
cumprida de modo a regressamos
para Maputo nas primeiras horas
do dia seguinte. No entanto, o Presidente
da RENAMO solicitou-nos que
nos encontrássemos no dia seguinte
por volta das 11 horas depois da sua
conferência de imprensa que estava
prevista logo para as primeiras horas,
para levarmos uma mensagem para
o Presidente da República.
5. No dia 9 de Outubro por volta
das 7 horas recebemos chamadas
telefónicas dos membros da RENAMO
e em seguida fizeram-se presente
no hotel onde estávamos alojados
a solicitarem apoio por tanto que a
residência do seu Presidente estava
cercada pela Unidade da Intervenção
Rápida. Nós todos fomos colhidos de
surpresa.
6. Deslocamos ao local pouco
depois e iniciamos com todo processo
negocial, cerca das 8 horas ou pouco
depois disso até perto das 17 horas.
Cada um dos mediadores presentes
tinha tarefas específicas para cada
momento de todo o processo negocial.
Gostaríamos de destacar alguns
factos que lá indicamos:
1. Gostaríamos de contrariamente
ao que se propala, afirmarmos
e reiterarmos que a nossa chamada
para essa missão foi para testemunhar,
repito, testemunhar a retirada
do presidente da RENAMO das matas,
cabendo às partes, estou a falar
da RENAMO e do governo, toda coordenação
e operacionalização.
2. As alegações de conivência
e maus tratos que nos são atribuídos
não representam verdade, muito menos
os valores e responsabilidades
que aceitamos durante todo este processo.
3. O nosso envolvimento directo
no dia 9 de Outubro foi a resposta do
nosso sentido de responsabilidade,
apesar de estarmos consciente de todos
os riscos que corríamos.
4. Depois desses acontecimentos,
tomamos a decisão de não fazermos
pronunciamentos públicos apesar
de alguma pressão por parte de
alguns círculos da sociedade. Foi uma
posição deliberada por nosso lado.
5. Desde essa altura o nosso envolvimento
activo nesse processo foi
quase nulo.
6. Temos responsabilidade moral
pela comunidade de esclarecer
todos esses acontecimentos, pois estamos
no processo a convite oficial.
Cada um de nós recebeu o convite oficial
e por escrito pelas partes, portanto,
não aceitamos e nos distanciamos
dos pronunciamentos que atentam o
nosso bom nome, honra e dignidade
nas nossas famílias, instituições pú-
blicas e privadas e de toda a sociedade.
Queremos aproveitar essa oportunidade
para agradecer o apoio incondicional
que nos têm dado em momentos
bons e menos bons.
Ao terminar, reiteramos a nossa
disponibilidade e prontidão em continuar
a contribuir na pacificação e na
melhoria do bem-estar da sociedade
moçambicana.
Tendo dito isto, eu gostaria de abrir
espaço para questões para que os
colegas também poderem contribuir
e dar opiniões que naturalmente são
nossas opiniões. Muito obrigado.
Em seguida os jornalistas fizeram
algumas perguntas tendo sido respondidas
pelos mediadores:
Pergunta: Quer saber se a equipa
de mediadores terá pedido garantias
de segurança para as duas partes?
E se houve, quais foram?
Resposta: Nós quando fomos contactados
pela RENAMO a primeira
coisa que solicitamos é que essa operação
fosse dirigida pelo Estado, essa
foi a condição que colocamos, e a
RENAMO concordou. Naturalmente
a RENAMO sempre teve espaço para
falar com o Governo. Nós não colocamos
como indivíduos. E não é pela
primeira vez, desde que iniciamos
com esse processo nunca colocamos
condicionalismos para o nosso envolvimento.
Nós tínhamos consciência
dos riscos, mas nós tivemos a confiança
das partes, porque acreditamos
que ao longo de todo processo
da mesma forma que trabalhávamos
haveríamos de continuar.
Pergunta: O Presidente da Repú-
blica disse que os intermediários não
transmitem fielmente a mensagem
e a RENAMO também dispensou os
mediadores e até agradeceu, qual é o
vosso posicionamento ou o que pode
ter acontecido para que as duas partes
desistissem de vós como mediadores?
Resposta: Obrigado. Vamos colocar
como os termos devem ser, somos
chamados de observadores/
mediadores e não intermediários, eu
penso que o Presidente da República
foi bastante claro...ele não falou
de mediadores e nem observadores.
Nós não nos revemos naquilo. Não
sentimos que aquela mensagem era
para nós por um lado. Mas por outro,
como nós dissemos que recebemos
um convite oficial pela RENAMO o
encontro que tivemos com a RENAMO
foi a pedido dos mediadores e
eles manifestaram, foi um pronunciamento
e nós não sabemos qual o
real alcance que aquilo teve embora
tenha sido um pronunciamento pú-
blico. Então nós fomos convidado de
forma oficial e então se uma das partes
é signatária de alguns entendimentos
com outra parte não sei qual
é, e até aqui, por aquilo que sabemos
não houve nenhum pronunciamento
nesse sentido.
Pergunta: Então quem são os intermediários
referidos, se nós sabemos
que são vocês que testemunhamos
pelas imagens?
Resposta: É importante nós sabermos
que é esta interpretação que as
redes sociais, mas todo mundo sabe
que para além de nós que estão envolvido
principalmente no processo
de diálogo, há muitas outras pessoas,
grupos, que têm estado a movimentar-se
a volta dessa questão da paz.
Portanto como o Nyusi não falou de
mediadores e nem de observadores,
naturalmente nós não nos revemos
nessa pele de sermos intermediários,
e temos indicações que esses pronunciamentos
não eram para nós. Cada
um de nós recebeu um convite subscrito
pelo Presidente da RENAMO e
o Presidente da República na altura
Guebuza a convidar-nos pessoalmente
para fazer parte deste grupo,
portanto nós não somos dispensados
pela conferência de imprensa, portanto
nós estamos a espera que o lí-
der da RENAMO nos escreva a dizer
que não precisa de nós.
Pergunta: Será que tudo que estão
a dizer nesta conferência de imprensa
tem como resposta a tudo aquilo
que a RENAMO disse e não tem nada
a ver com o que presidente Nyusi disse?
Resposta: Quem falou abertamente
dos mediadores foi a RENAMO
(seu porta voz, sr Muchanga) que falou
que nós éramos aprendizes e que
precisavam de outros mediadores e
que nós estamos dispensados. Nós
estamos a aguardar calmamente que
recebamos por escrito essa dispensa.
Foi assim que falou António Muchanga
dirigindo-se à imprensa na
sequência dos pronunciamentos dos
mediadores que acabamos de reportar:
Senhores Jornalistas,
Queremos esclarecer ao povo mo-
çambicano que os ex. Mediadores do
Diálogo faltaram à verdade porque
não esclareceram o que Dom Dinis fez
em Gorongosa no local onde encontramos
o Presidente Dhlakama.
Ele orou para o atacante do Presidente
Dhlakama o Reverendo Chembeze
e o Sheik Abibo, ignoraram esse
facto que religiosamente é relevante.
Omitiram as declarações do Dr. Rosá-
rio no jornal Savana onde este encorajava
os generais da Renamo a abandonarem
o líder Afonso Dhlakama.
O Dom Dinis Sengulane não só orou
para o atacante matador como também
no fim de semana seguinte esteve
em Xai-Xai na Igreja Anglicana
onde se pronunciou publicamente
sobre o desarmamento da Renamo,
pelo que não constituem verdade as
declarações segundo as quais eles
andaram no silêncio por dois meses,
aliás esta preocupação deles foi manifestada
no encontro de há um mês
e meio no hotel Cardoso onde o porta
voz foi Dom Dinis e Sheik Abibo, onde
António Muchanga deu os devidos
esclarecimentos. Lamentavelmente
os nossos clérigos não dizem o que o
padre Couto disse no encontro do Hotel
Cardoso, pelo que o nosso apelo é:
cada pessoa assumir as suas responsabilidades
aliás há uma máxima religiosa
que nos ensina que os pecadores
devem se redimir dos seus pecados, lamentavelmente
o Reverendo Chembeze
esqueceu desse adágio eclesiástico
o mesmo aconteceu com Dom Dinis
Sengulane e o Sheik Abibo pelo que
não temos mais nada a não apelar ao
povo moçambicano a reflectir sobre o
objectivo desses nossos concidadãos
mas a verdade é uma eles já não são
Mediadores do Diálogo entre o Governo
e a Renamo e se o problema deles é
a carta a mesma pessoa que os endereçou
a carta vai o fazer.
Muito Obrigado. Boas Festas
O Delegado Político da RENAMO
na Cidade de Maputo, Arlindo
Bila dirigiu uma reunião de
quadros a este nível, onde considerou
o ano político 2015 como
tendo sido de pouca produtividade
e exigiu aos seus quadros,
mais trabalho e melhores resultados
no ano 2016.
Falando na hora do balanço das
actividades do ano político que
está prestes a terminar, aquele
dirigente da cidade capital fez
menção às actividades que ele e
a sua comitiva fizeram, desde a
revitalização das bases convista
a imprimir uma melhor dinâmica,
trabalhos de mobilização e
recrutamento de novos membros
que culminou com a entrega de
mais de dois mil cartões aos novos
membros. Arlindo Bila disse
que o ano político 2015 foi pouco
produtivo, pois não atingiu as
expectativas. Mas, por outro lado
agradeceu aos quadros que lhe
apoiaram em todo ano, dentre a
comissão política, as ligas da Juventude
e Feminina além das delegações
distritais representadas
pelos respectivos delegados.
Refira-se que Arlindo Bila quer
que o ano político de 2016 seja
de mais trabalhos e de melhores
resultados superando o 2015. E
mais, exigiu que todos quadros e
membros estejam cada vez mais
envolvidos em todos programas
do partido e do seu Líder. E pediu
aos membros e simpatizantes da
Renamo e aos citadinos de Maputo
um apoio incondicional à
Sua Excelência Presidente Afonso
Dhlakama.
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