domingo, 20 de setembro de 2015

Costa ao centro para “não ganhar por poucochinho”


O líder socialista passou a manhã a apelar a uma "maioria de confiança" para não ganhar "por poucochinho" e o país não ficar na "instabilidade" "dependente da direita".
© Hugo Amaral/Observador
António Costa tinha um fio condutor este sábado de manhã: apelar a uma “maioria de confiança” para que o país não caia na “instabilidade”. Foi falando nisto ao longo das ações de campanha que teve de manhã. Começou a jogar em casa para pedir uma goleada e evitar ficar dependente do adversário: “Não podemos ganhar por poucochinho para não dependermos da direita”.
Quando António José Seguro ganhou as eleições europeias por poucos, António Costa achou que o PS tinha de fazer mais e avançou para o combate pela liderança do partido. Agora, sabe que está muito perto da coligação e radicaliza o discurso. Num almoço em Odivelas, Costa recordou as suas próprias palavras sobre a vitória do ex-líder para dizer que o PS não pode “ganhar por poucochinho” porque não pode ficar dependente da direita.
Para que haja estabilidade é preciso que não ganhemos por poucochinho, porque como já disse uma vez quem ganha por poucochinho, só pode fazer poucochinho. Precisamos de uma vitória clara, inequívoca que nos dê maioria para que não fiquemos dependentes da direita”, disse.
Por isso, Costa pediu voto “no partido da mãozinha” para combater a política de direita. “Não venham com o papão da instabilidade porque a instabilidade criaram-na eles em cada família a que cortaram os rendimentos”. “É essa estabilidade que temos de devolver aos portugueses” e isso “só se consegue com o PS”, rematou.
Ora e passar para o PS foi o que Basílio Horta, fundador do CDS, fez. E apareceu neste sábado de manhã na campanha socialista dando espaço a Costa para pedir o voto ao centro, mas também ao à direita, ou não tivesse falado daqueles que “não se revêem” na “radicalização deste Governo”.  Ao lado desse “velho democrata-cristão”, como lhe chamou, eleito nas listas do PS, Costa pediu uma “maioria de confiança” para evitar confusões constitucionais de quem vai ser o próximo governo. Ao lado de Basílio, o líder socialista lembrou aqueles com “valores socialistas, democratas-cristãos, sociais-democratas, que são inspirados pela doutrina social da igreja e pelo personalismo humanista” que “não se revêem hoje no radicalismo ideológico” deste governo, disse.
O objetivo era claro, encostar o atual governo à direita para com o seu discurso provar que o PS ocupa o lugar do centro. Foi por isso que disse que o PS “é um partido moderado, capaz de unir os portugueses” que não entra “na lógica confrontacional”. Voltou a referir a sua experiência como presidente da Câmara de Lisboa para dizer que garante o “diálogo” uma vez que “sempre fui um construtor de soluções e não um multiplicador de problemas”.Na mensagem deixada neste sábado de manhã, António Costa fez referência ainda as sondagens, que dão as duas forças lado a lado, ora uma à frente para outra, para dizer que “o país não precisa de uma querela constitucional nem dúvidas de governabilidade” e deixar a garantia que o PS vai “ter mais votos e mais mandatos”.
A questão colocou-se uma vez que uma sondagem do final da semana, da Eurosondagem para a SIC/Expresso, dava o PS com mais votos, mas a maioria com mais mandatos. Ora para Costa essa não será uma questão que se irá colocar. Aos jornalistas respondeu ainda sobre o que disse em entrevista à Antena 1, que chumbaria um orçamento se não fosse Governo, dizendo que não é um assunto que irá acontecer, uma vez que “o orçamento que apresentarei será viabilizado”, colocando a questão ao contrário.Nas palavras de António Costa, “as pessoas já não suportam mais esta coligação de direita e a sua política” e é para o PS que se viram “num momento de aflição”. Contudo, lembrou, a “radicalização do combate político” foi feito de uma forma “que o PS se tornou um pólo de atração”.
De manhã, Costa  falou sobretudo do “emprego” que tem de ser “a máxima” e o “objetivo” e rebateu os argumentos da direita de que o que quer é aumentar a procura interna por aumentar. Costa diz que não, que quer dar mais força aos acordos coletivos de trabalho, dar mais condições a empresários e a trabalhadores até porque, comparou, “a receita fracassou, nem o país cresceu, nem houve mais emprego, nem mais investimento. Não vale a pena prosseguir neste caminho”, disse.
Para ver o discurso de António Costa em Odivelas, pode seguir o link para o Periscope em baixo.
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