O Presidente do Conselho
de Administração dos
Aeroportos de Moçambique,
Emanuel Chaves,
nega que a empresa esteja numa
situação de “endividamento perigoso”,
contrariando indicações a
que o SAVANA teve acesso de que
as dívidas da estatal destinadas a
investimentos, altamente influenciados
pelos controversos créditos
chineses, tornaram-se onerosas
para a companhia. Ao que o SAVANA
apurou de fontes próximas
da empresa, o custo de dinheiro
proveniente de empréstimos é
elevado e acaba influenciando os
resultados financeiros da companhia.
No exercício económico de
2014, os Aeroportos registaram
um resultado líquido negativo de
USD25 milhões, contra USD5.5
milhões do idêntico período anterior.
Parte substancial dos empréstimos
para a empresa foram
contraídos pelo Estado (os chamados
empréstimos guebuzianos
para infra-estruturas), através de
acordos de retrocessão e repassados
aos Aeroportos de Moçambique.
Maior fatia foi usada para
a construção e reabilitação do
Aeroporto de Maputo e Nacala.
Contudo, o SAVANA soube de
fontes aeroportuárias que a expectativa
de tráfego nos dois aeroportos,
nos próximos anos, está
abaixo daquilo que é a actual capacidade
das duas aerogares, não
justificando ainda os altos investimentos
feitos.
Mas em entrevista ao jornal, o
PCA da empresa nega que a estatal
esteja a atravessar uma zona de
turbulência e repisa que os Aeroportos
gozam de uma boa saúde
financeira e recomendam-se. O
SAVANA foi, nesta terça-feira,
ouvir e recolher os argumentos de
Emanuel Chaves no seu escritório
em Maputo.
Há indicações de que a empresa
está altamente endividada e não
produz o suficiente para arcar com
o serviço de dívida. Como está a
saúde da empresa ADM?
A Empresa ADM está bem. É recomendável.
Como exemplo disso
pode medir através da nossa relação
com o sector bancário. Temos uma
forte e boa relação com a banca. Podemos
ir ao banco e buscar crédito
que nós queremos. Mas agora chegamos
numa fase em que não vamos
investir muito, porque já investimos
o suficiente.
A ADM, até ao ano antepassado,
libertava lucros. Em 2013 não tivemos
lucros, mas tivemos resultados
operacionais positivos. Este ano fomos
para baixo, como resultado dos
níveis de investimento que fizemos.
Nós fizemos nos últimos seis
anos investimentos na ordem dos
USD450 milhões. A nossa empresa
tinha, há seis anos, receitas de
USD20 milhões. Agora estamos na
ordem dos USD55 milhões de receitas.
Isto é resultado directo dos
investimentos que fizemos. Isto demonstra
claramente a pertinência
dos investimentos que fizemos. Foi
para tornar a empresa maior. Se nós
não tivéssemos feitos esses investimentos,
ainda estaríamos na ordem
dos USD20 a 30 milhões de receitas.
Mas pelos investimentos feitos
agora aspiramos atingir cerca de
USD60 milhões nos próximos dois
anos.
A ideia é continuar a crescer. Criámos
maiores áreas para receitas não
aeronáuticas, ou seja, maiores áreas
comercias. Não cobrávamos parques,
apesar de termos parques, não
tínhamos lojas, agora temos muitas.
Este é o objectivo principal que motivou
o investimento. Também queríamos
corrigir o problema de, por
exemplo, o Aeroporto de Maputo,
aquele antigo, tinha capacidade de
200 mil passageiros e nós já estávamos
a manusear na altura 600 mil
passageiros e este ano vamos atingir
um milhão de passageiros. Queriam
que continuássemos naquele Aeroporto
pequenino? Num Aeroporto
de 200 mil passageiros, gerir um milhão
de passageiros? Não se recorda
dos vários problemas que estávamos
a ter de infiltração? Não poderíamos
manter essa situação.
O governo felizmente percebeu
o nosso chamamento e entramos
numa fase de investimento. Qualquer
empresa que entra numa fase
de investimento massivo vai ter
perdas de lucros. Mas garanto que
este ano (2015) vamos ter resultados
operacionais positivos. Podemos ter
ainda prejuízos, mas em 2017 vamos
ter lucros.
Em 2014 qual foi o resultado líquido
da Empresa?
O resultado foi aquele negativo de
aproximadamente 751.9 milhões de
meticais (USD25 milhões ao câmbio
médio de 30 meticais). O que
aconteceu é que tivemos prejuízos
financeiros resultantes de diferenças
cambiais. Não é um custo desembolsável.
É por causa das novas
regras de contabilização em que tu
não podes fazer ajustamentos da
taxa cambial. A taxa cambial, no
início do ano, é que é utilizada. E
como nós tivemos uma derrapagem
na taxa cambial, acabámos acumulando
aquele nível de prejuízos. Teções
para tal e como é que podias
fazer para ter USD100 milhões?
Tivemos de ir buscar fora. Foi por
isso que o governo se abriu para o
mercado externo, porque a banca
nacional não tinha condições para
dar empréstimos grandes. Tinham
de fazer sindicatos financeiros de
USD15milhões por cada até somar
100 milhões.
Em Vilankulo precisávamos de
USD17 milhões e conseguimos que
o BCI nos desse esse dinheiro. Em
Pemba fizemos tudo com banca local.
Em Nacala, quando tivemos de
fazer um ajustamento de preços,
havia lá um ajustamento de aproximadamente
USD41 milhões, o BCI
deu-nos esse dinheiro.
O Standard Bank deu-nos USD32
milhões no princípio da construção,
o que correspondia à comparticipação
moçambicana. Trabalhamos
com a banca dentro das suas capacidades,
que depois entra o jogo das
taxas de juro. Num empréstimo em
dólares em Moçambique tens uma
taxa de spreed de 6%, mas se é em
meticais tens uma taxa de spreed de
aproximadamente 15 a 16%. É tudo
uma jogada, porque estamos numa
economia frágil sob ponto de vista
financeiro. É por isso que o sector
financeiro ainda tem de dar alguns
passos para crescer, porque ainda é
ineficiente para grandes investimentos.
Mas os estrangeiros não buscam
dinheiro aqui, porque a ineficiência
do mercado financeiro é muito
grande e a taxa de juro é altíssima
para fazer investimentos grandes e
não imaginas a dor de cabeça que
isso dá. Se pegas um empréstimo de
USD41 milhões, tens de pagar por
ano cerca de três a quatro milhões
de dólares. O que nós temos de fazer
no sector empresarial é fazer jogadas
para minimizar a componente
de juros e capital.
O actual nível de endividamento
dos Aeroportos é sustentável?
É sustentável. Se formos a olhar
para muito curto prazo vai aparentar
não ser sustentável. Mas nós
temos todas as nossas contas com
o exterior claras. Inclusive alguns
endividamentos são tão restritivos,
mas nós estamos a cumprir com os
nossos endividamentos. Quando
não conseguimos cumprir, fazemos
um empréstimo interno e pagamos.
Juntamos e reembolsamos ao banco
no local.
É uma espécie de abrir uma cova
para tampar a outra...
(Risos). Na cova interna (leia-se
bancos locais), temos mais elasticidades
e mais capacidade negocial
do que no estrangeiro. E pouco a
pouco o fenómeno que vamos ter de
fazer nos próximos tempos, porque
a banca local vai tendo capacidade
para dar crédito, é de reestruturarmos
a dívida externa. Começar a
vender parte da dívida para o mercado
local, porque a capacidade negocial
com o mercado estrangeiro
é muito mais limitada em relação
ao mercado interno. Temos maior
campo de manobras internamente.
Nossas contas estão aqui domiciliadas
e podemos consignar as nossas
receitas e damos maior capacidade
de negociar taxas mais baixas em
relação aonde nós não temos isto.
Por exemplo, com a dívida com o
brasileira BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Económico e
Social), tivemos de abrir uma conta
colateral para colocar lá um certo o
valor como garantia.
Apesar de a banca local ter taxas
mais caras, temos garantias melhores
porque temos as nossas receitas
que entram lá. Enquanto a banca
nacional vai se fortalecendo, vamos
mos muitas transacções com o exterior,
porque as companhias aéreas
estrangeiras pagam-nos em dólares
e temos dívida por pagar em dólares.
Então temos muita relação cambial
que nos obriga a ter esse risco
cambial. Para nos é inevitável ter o
risco cambial. Quando a situação
melhorar, por exemplo, o Metical
ficar mais forte e nós tivermos muitas
receitas, estaremos melhores. Já
tivemos resultados positivos de diferença
cambial nos anos 2011/12,
quando Moçambique teve aquela
valorização até 27 meticais por
dólar. Nós tivemos benefícios, mas
ano passado (2014) tivemos grandes
prejuízos cambias que constituíram
aproximadamente um bilião
de riscos cambiais, ou seja, tivemos
USD22 milhões de prejuízos cambiais
e isso é que causou o prejuízo
que tivemos. O prejuízo não é maioritariamente
operacional.
Isso não é resultado do alto endividamento
que a empresa tem no
exterior?
É uma questão estratégica. Até
2009/10, os nossos bancos (bancos
comerciais moçambicanos) não
tinham plafond para darem empréstimos
de USD20 milhões. Um
banco apenas não estava em condi-
Aeroportos de Moçambique esperam subidas de receitas com o aumento de tráfego aéreo
A empresa está saudável e recomenda-se, Emanuel Chaves, PCA
Savana 24-04-2015 TEMA DA SEMANA 3
negociando parte dessa dívida para
o mercado interno.
O relatório do gabinete de auditoria
interna alerta que o rácio custos
com o pessoal/custo total continua
acima do limite preconizado para
as empresas públicas? Isto não é
preocupante?
A lei das empresas públicas é genérica
e constituída para todas elas.
Esta lei diz que as empresas públicas
devem ter 30% de custo com o pessoal
e nós já estávamos nos 40% na
altura. A lei foi aprovada em 2012.
Nós estamos numa época de investimentos,
aumentando a capacidade
produtiva da empresa. O que esperas
numa época em que a empresa está
a aumentar a capacidade produtiva?
É de reduzir os custos com o pessoal?
Conseguir reduzir custos com
pessoal, onde tivemos de empregar
numa sentada cerca de 70 pessoas
em Nacala para fazer o mínimo que
poderíamos ter enquanto na prática
não poderíamos ter isso.
Até restringimos o pessoal. Num
Aeroporto como Nacala, só temos
dois técnicos de manutenção eléctrica,
dois técnicos de manutenção
electrónica, um técnico de manutenção
de construção civil. Isto tudo
só para não podermos expandir
muito os custos.
As empresas públicas são indústrias
diferentes. A aviação não é uma indústria
onde a mão-de-obra é intensiva.
A aviação é capital intensivo.
Numa empresa de capital intensivo
a mão-de-obra demanda salários altos.
E a razão é que a aviação é uma
área de elite, as pessoas têm tendência
de receber mais e procuram receber
mais. Se você paga menos, ele
sabe, por exemplo, quanto recebe um
bombeiro numa outra companhia
do estrangeiro e como é que vais
conseguir pagar abaixo do razoável
praticado pelos outros? O exercício
que estamos a fazer, como forma de
diluir, porque agora estamos a atingir
o topo de investimento, depois
da pista (em Maputo) vamos refrear
um bocadinho o investimento. Só
depois dessa altura estaremos em
condições de começar a diluir e uma
dessas formas é aumentar a receita.
Qual é o nível de receitas planificadas?
O nosso plano é daqui a dois anos
estarmos nos USD60 milhões e daqui
a dez anos estarmos acima de
USD100 milhões por ano. Estamos
a crescer a uma taxa de 15%. Isto é
visível nos relatórios do ano passado,
que crescemos a uma taxa de 15%.
Não é comum uma empresa do nosso
nível registar este nível de crescimento
e vamos continuar a crescer a
estes níveis, porque estamos a tentar
maximizar os nossos aeroportos e
estamos a partir para outras áreas
de negócios. Por exemplo, vamos
entrar fortemente na área imobiliária.
Se deve ter prestado atenção,
nós estamos para desenvolver um
projecto de 42 hectares na Costa do
Sol. Temos um projecto imobiliário
de cinco hectares aqui no Aeroporto,
que está na fase final de aprovação
e vamos lançar próximo mês
(Maio). Temos 300 hectares em Nacala
para desenvolvermos uma mini
cidade. Temos mais 80 hectares em
Nampula. Uma empresa como esta
você pensa que está mal na fotografia?
Uma das áreas em que vamos
investir muito é no combate aos
incêndios. Temos o melhor serviço
de combate aos incêndios em Moçambique.
Temos muita indústria
de carvão e gás e quem vai prestar
serviços de bombeiros a esta gente
toda? Fizemos uma parceria público-
pública com os CFM e a Petromoc,
com vista a entrarmos com
força neste mercado e buscarmos
outro dinheiro. Há coisas pequeninas
como a reabilitação dos parques
da Beira e de Nampula para começarmos
a cobrar, de Pemba já está e
pouco a pouco vamos expandindo as
nossas actividades e base de receitas,
porque temos consciência de que
investimos e precisamos recuperar e,
com esse investimento, precisamos
manter a empresa estável e sustentável.
Tivemos há pouco tempo uma
reunião com o Tesouro para apresentarmos
os nossos projectos e eles
perceberem com clareza onde estamos
a ir e que temos clareza do que
estamos a fazer.
O Tesouro concorda que a empresa
se endivide mais...
Para outros projectos que estão em
carteira, nós vamos fazer parcerias
público-privadas. O Tesouro não
tem problemas em nos deixar endividar.
O Tesouro é que tem problemas
de poder emitir garantias,
porque tem outros projectos para
fazer e eles têm limites máximos de
dar endividamentos. E como nós tivemos
o privilégio de nos endividar
tanto, temos de permitir que os outros
tenham prioridades.
Em 2013 o peso de capitais alheios
na estrutura das fontes de financiamento
dos Aeroportos era de
63%. Como está agora?
Em 2014 melhorou. Fizemos o Aeroporto
de Maputo. Sabe a quem
pertence o Aeroporto de Maputo?
Ao Estado moçambicano e nós é
que pagamos a dívida. Estamos a fazer
a construção de um património
do Estado e nós ficamos com a dívida.
Aumentamos o património do
Estado e nós ficamos coma dívida.
Aqui é uma questão de sentarmos
com governo e reequacionarmos
como é que vamos tratar essas dívidas
de retrocessão.
Fomos ao governo e dissemos para
converter o valor do património. Já
está concluído. Tivemos a autorização
do ministério das Finanças.
Fizemos uma conversão da dívida
com o governo e não com o banco.
A maior parte do valor são acordos
de retrocessão. Representavam
USD136 milhões. O que acordamos
é a conversão deste valor para
capital social, o que é uma operação
contabilística normal e fizemos
porque nós tínhamos como capital
social menos de um milhão de dólares.
Com tudo o que nós gerimos
não justificava esse pequeno capital
social, porque, sob ponto de vista de
gestão financeira, não estava a ser
justo e o governo teve de aceitar essa
operação. Fizemos essa operação
contabilística por isso nas contas de
2014 isso já está reflectido. A nossa
situação de estrutura de capitais é
completamente outra. Nós estamos
tão atractivos no mercado como
qualquer outra empresa que está
bem no mercado. O único problema
que nós temos não é de balanço, não
é de números estáticos é de tesouraria,
onde temos esse défice de três
milhões de dólares para 2015. Ano
passado tínhamos um défice menor
de um milhão.
Qual é o stock da dívida da empresa
actualmente?
O nosso endividamento reduziu
com a conversão para capital social.
O endividamento real ficou com a
China USD23 milhões; USD41
com BCI; USD32 com Standard
Bank; USD125 milhões com Brasil.
E qual é vosso serviço de dívida?
O nosso serviço dívida é de aproximadamente
USD20 milhões. Este
ano atingimos o pico onde vamos
pagar USD20 milhões. Ano passado
foram USD15 milhões, porque este
ano venceu o crédito do Brasil, cujo
capital começa a ser pago. Isto resultou
num incremento para USD20 a
22 milhões de serviço de dívida.
Está tudo dentro do controlo?
Nós temos receitas de USD55 milhões.
Temos espaço de manobras. É
uma questão de gestão. Quando os
custos fixos, que são o endividamento,
os salários e parte dos serviços
fixos estão cobertos dentro da sua
receita, a situação está assegurada.
Mas se não consegues pagar os teus
custos fixos estás perdido. As nossas
receitas cobrem os custos fixos.
Mas ano passado tiveram de recorrer
a algumas operações em bancos
nacionais para pagar salários
Não precisamos de empréstimos
para pagar salários. É uma conta
corrente caucionada, o que é normal.
Temos contas correntes caucionadas
em qualquer banco. O que podemos
pedir é o reforço de uma conta
corrente caucionada por algum momento
e depois fica resolvida. Gerir
financeiramente uma empresa como
a nossa não é coisa fácil. É preciso
compreender a complexidade das
decisões que devem ser tomadas.
Uma empresa não pode ser analisada
por um problema pontual. O
problema é quando a empresa não
tem onde buscar dinheiro, quando
não tem aceitabilidade na banca.
Essa empresa não está bem. Qualquer
empresa que se pauta ser bem
gerida tem de ir à banca normalmente.
A banca existe para isso.
A produção é suficiente para suportar
todas as vossas operações
financeiras?
No nosso orçamento deste ano temos
um défice marginal de tesouraria
de mais ou menos três milhões
de dólares, que é um défice comum
numa empresa que está a fazer investimentos.
Qualquer empresa tem
défice de tesouraria. Se não tem défice
de tesouraria, essa empresa não
está a crescer. Está parada. A Empresa
que não vai à banca, que não
se endivida, a empresa que tem uma
tesouraria muito estável, a libertar
fundos e nem investe, essa empresa
não quer crescer.
Nós estamos a gerir uma empresa
que tem de crescer. O sector público
neste país tem de ter uma palavra
a dizer. Estamos a alastrar a nossa
base de receitas. Para além da receita
aeronáutica, que é a nossa receita
tradicional, que vai crescer de
acordo com as nossas estratégias que
estamos a implementar com o posicionamento
de Nacala, vai permitir-
-nos fazer uma jogada e competição
com outros países melhores, porque
vamos ter dois pontos de entrada de
excelência no país, com as melhores
condições na região que são Nacala
e Maputo.
Isto vai permitir que nós consigamos
optimizar, por exemplo, os países
da Europa que vêm até Nacala,
podem usar um avião menor. Já não
precisam do avião grande e depois
têm de juntar com Joanesburgo, já
não precisam fazer isso. Vão chegar
a Nacala e vamos distribuir. Nós já
estamos a discutir com a LAM nesse
sentido e eles já estão a trabalhar
na reestruturação das rotas com vista
a optimizar a nossa nova situação
de infra-estruturas aeroportuárias.
de Administração dos
Aeroportos de Moçambique,
Emanuel Chaves,
nega que a empresa esteja numa
situação de “endividamento perigoso”,
contrariando indicações a
que o SAVANA teve acesso de que
as dívidas da estatal destinadas a
investimentos, altamente influenciados
pelos controversos créditos
chineses, tornaram-se onerosas
para a companhia. Ao que o SAVANA
apurou de fontes próximas
da empresa, o custo de dinheiro
proveniente de empréstimos é
elevado e acaba influenciando os
resultados financeiros da companhia.
No exercício económico de
2014, os Aeroportos registaram
um resultado líquido negativo de
USD25 milhões, contra USD5.5
milhões do idêntico período anterior.
Parte substancial dos empréstimos
para a empresa foram
contraídos pelo Estado (os chamados
empréstimos guebuzianos
para infra-estruturas), através de
acordos de retrocessão e repassados
aos Aeroportos de Moçambique.
Maior fatia foi usada para
a construção e reabilitação do
Aeroporto de Maputo e Nacala.
Contudo, o SAVANA soube de
fontes aeroportuárias que a expectativa
de tráfego nos dois aeroportos,
nos próximos anos, está
abaixo daquilo que é a actual capacidade
das duas aerogares, não
justificando ainda os altos investimentos
feitos.
Mas em entrevista ao jornal, o
PCA da empresa nega que a estatal
esteja a atravessar uma zona de
turbulência e repisa que os Aeroportos
gozam de uma boa saúde
financeira e recomendam-se. O
SAVANA foi, nesta terça-feira,
ouvir e recolher os argumentos de
Emanuel Chaves no seu escritório
em Maputo.
Há indicações de que a empresa
está altamente endividada e não
produz o suficiente para arcar com
o serviço de dívida. Como está a
saúde da empresa ADM?
A Empresa ADM está bem. É recomendável.
Como exemplo disso
pode medir através da nossa relação
com o sector bancário. Temos uma
forte e boa relação com a banca. Podemos
ir ao banco e buscar crédito
que nós queremos. Mas agora chegamos
numa fase em que não vamos
investir muito, porque já investimos
o suficiente.
A ADM, até ao ano antepassado,
libertava lucros. Em 2013 não tivemos
lucros, mas tivemos resultados
operacionais positivos. Este ano fomos
para baixo, como resultado dos
níveis de investimento que fizemos.
Nós fizemos nos últimos seis
anos investimentos na ordem dos
USD450 milhões. A nossa empresa
tinha, há seis anos, receitas de
USD20 milhões. Agora estamos na
ordem dos USD55 milhões de receitas.
Isto é resultado directo dos
investimentos que fizemos. Isto demonstra
claramente a pertinência
dos investimentos que fizemos. Foi
para tornar a empresa maior. Se nós
não tivéssemos feitos esses investimentos,
ainda estaríamos na ordem
dos USD20 a 30 milhões de receitas.
Mas pelos investimentos feitos
agora aspiramos atingir cerca de
USD60 milhões nos próximos dois
anos.
A ideia é continuar a crescer. Criámos
maiores áreas para receitas não
aeronáuticas, ou seja, maiores áreas
comercias. Não cobrávamos parques,
apesar de termos parques, não
tínhamos lojas, agora temos muitas.
Este é o objectivo principal que motivou
o investimento. Também queríamos
corrigir o problema de, por
exemplo, o Aeroporto de Maputo,
aquele antigo, tinha capacidade de
200 mil passageiros e nós já estávamos
a manusear na altura 600 mil
passageiros e este ano vamos atingir
um milhão de passageiros. Queriam
que continuássemos naquele Aeroporto
pequenino? Num Aeroporto
de 200 mil passageiros, gerir um milhão
de passageiros? Não se recorda
dos vários problemas que estávamos
a ter de infiltração? Não poderíamos
manter essa situação.
O governo felizmente percebeu
o nosso chamamento e entramos
numa fase de investimento. Qualquer
empresa que entra numa fase
de investimento massivo vai ter
perdas de lucros. Mas garanto que
este ano (2015) vamos ter resultados
operacionais positivos. Podemos ter
ainda prejuízos, mas em 2017 vamos
ter lucros.
Em 2014 qual foi o resultado líquido
da Empresa?
O resultado foi aquele negativo de
aproximadamente 751.9 milhões de
meticais (USD25 milhões ao câmbio
médio de 30 meticais). O que
aconteceu é que tivemos prejuízos
financeiros resultantes de diferenças
cambiais. Não é um custo desembolsável.
É por causa das novas
regras de contabilização em que tu
não podes fazer ajustamentos da
taxa cambial. A taxa cambial, no
início do ano, é que é utilizada. E
como nós tivemos uma derrapagem
na taxa cambial, acabámos acumulando
aquele nível de prejuízos. Teções
para tal e como é que podias
fazer para ter USD100 milhões?
Tivemos de ir buscar fora. Foi por
isso que o governo se abriu para o
mercado externo, porque a banca
nacional não tinha condições para
dar empréstimos grandes. Tinham
de fazer sindicatos financeiros de
USD15milhões por cada até somar
100 milhões.
Em Vilankulo precisávamos de
USD17 milhões e conseguimos que
o BCI nos desse esse dinheiro. Em
Pemba fizemos tudo com banca local.
Em Nacala, quando tivemos de
fazer um ajustamento de preços,
havia lá um ajustamento de aproximadamente
USD41 milhões, o BCI
deu-nos esse dinheiro.
O Standard Bank deu-nos USD32
milhões no princípio da construção,
o que correspondia à comparticipação
moçambicana. Trabalhamos
com a banca dentro das suas capacidades,
que depois entra o jogo das
taxas de juro. Num empréstimo em
dólares em Moçambique tens uma
taxa de spreed de 6%, mas se é em
meticais tens uma taxa de spreed de
aproximadamente 15 a 16%. É tudo
uma jogada, porque estamos numa
economia frágil sob ponto de vista
financeiro. É por isso que o sector
financeiro ainda tem de dar alguns
passos para crescer, porque ainda é
ineficiente para grandes investimentos.
Mas os estrangeiros não buscam
dinheiro aqui, porque a ineficiência
do mercado financeiro é muito
grande e a taxa de juro é altíssima
para fazer investimentos grandes e
não imaginas a dor de cabeça que
isso dá. Se pegas um empréstimo de
USD41 milhões, tens de pagar por
ano cerca de três a quatro milhões
de dólares. O que nós temos de fazer
no sector empresarial é fazer jogadas
para minimizar a componente
de juros e capital.
O actual nível de endividamento
dos Aeroportos é sustentável?
É sustentável. Se formos a olhar
para muito curto prazo vai aparentar
não ser sustentável. Mas nós
temos todas as nossas contas com
o exterior claras. Inclusive alguns
endividamentos são tão restritivos,
mas nós estamos a cumprir com os
nossos endividamentos. Quando
não conseguimos cumprir, fazemos
um empréstimo interno e pagamos.
Juntamos e reembolsamos ao banco
no local.
É uma espécie de abrir uma cova
para tampar a outra...
(Risos). Na cova interna (leia-se
bancos locais), temos mais elasticidades
e mais capacidade negocial
do que no estrangeiro. E pouco a
pouco o fenómeno que vamos ter de
fazer nos próximos tempos, porque
a banca local vai tendo capacidade
para dar crédito, é de reestruturarmos
a dívida externa. Começar a
vender parte da dívida para o mercado
local, porque a capacidade negocial
com o mercado estrangeiro
é muito mais limitada em relação
ao mercado interno. Temos maior
campo de manobras internamente.
Nossas contas estão aqui domiciliadas
e podemos consignar as nossas
receitas e damos maior capacidade
de negociar taxas mais baixas em
relação aonde nós não temos isto.
Por exemplo, com a dívida com o
brasileira BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Económico e
Social), tivemos de abrir uma conta
colateral para colocar lá um certo o
valor como garantia.
Apesar de a banca local ter taxas
mais caras, temos garantias melhores
porque temos as nossas receitas
que entram lá. Enquanto a banca
nacional vai se fortalecendo, vamos
mos muitas transacções com o exterior,
porque as companhias aéreas
estrangeiras pagam-nos em dólares
e temos dívida por pagar em dólares.
Então temos muita relação cambial
que nos obriga a ter esse risco
cambial. Para nos é inevitável ter o
risco cambial. Quando a situação
melhorar, por exemplo, o Metical
ficar mais forte e nós tivermos muitas
receitas, estaremos melhores. Já
tivemos resultados positivos de diferença
cambial nos anos 2011/12,
quando Moçambique teve aquela
valorização até 27 meticais por
dólar. Nós tivemos benefícios, mas
ano passado (2014) tivemos grandes
prejuízos cambias que constituíram
aproximadamente um bilião
de riscos cambiais, ou seja, tivemos
USD22 milhões de prejuízos cambiais
e isso é que causou o prejuízo
que tivemos. O prejuízo não é maioritariamente
operacional.
Isso não é resultado do alto endividamento
que a empresa tem no
exterior?
É uma questão estratégica. Até
2009/10, os nossos bancos (bancos
comerciais moçambicanos) não
tinham plafond para darem empréstimos
de USD20 milhões. Um
banco apenas não estava em condi-
Aeroportos de Moçambique esperam subidas de receitas com o aumento de tráfego aéreo
A empresa está saudável e recomenda-se, Emanuel Chaves, PCA
Savana 24-04-2015 TEMA DA SEMANA 3
negociando parte dessa dívida para
o mercado interno.
O relatório do gabinete de auditoria
interna alerta que o rácio custos
com o pessoal/custo total continua
acima do limite preconizado para
as empresas públicas? Isto não é
preocupante?
A lei das empresas públicas é genérica
e constituída para todas elas.
Esta lei diz que as empresas públicas
devem ter 30% de custo com o pessoal
e nós já estávamos nos 40% na
altura. A lei foi aprovada em 2012.
Nós estamos numa época de investimentos,
aumentando a capacidade
produtiva da empresa. O que esperas
numa época em que a empresa está
a aumentar a capacidade produtiva?
É de reduzir os custos com o pessoal?
Conseguir reduzir custos com
pessoal, onde tivemos de empregar
numa sentada cerca de 70 pessoas
em Nacala para fazer o mínimo que
poderíamos ter enquanto na prática
não poderíamos ter isso.
Até restringimos o pessoal. Num
Aeroporto como Nacala, só temos
dois técnicos de manutenção eléctrica,
dois técnicos de manutenção
electrónica, um técnico de manutenção
de construção civil. Isto tudo
só para não podermos expandir
muito os custos.
As empresas públicas são indústrias
diferentes. A aviação não é uma indústria
onde a mão-de-obra é intensiva.
A aviação é capital intensivo.
Numa empresa de capital intensivo
a mão-de-obra demanda salários altos.
E a razão é que a aviação é uma
área de elite, as pessoas têm tendência
de receber mais e procuram receber
mais. Se você paga menos, ele
sabe, por exemplo, quanto recebe um
bombeiro numa outra companhia
do estrangeiro e como é que vais
conseguir pagar abaixo do razoável
praticado pelos outros? O exercício
que estamos a fazer, como forma de
diluir, porque agora estamos a atingir
o topo de investimento, depois
da pista (em Maputo) vamos refrear
um bocadinho o investimento. Só
depois dessa altura estaremos em
condições de começar a diluir e uma
dessas formas é aumentar a receita.
Qual é o nível de receitas planificadas?
O nosso plano é daqui a dois anos
estarmos nos USD60 milhões e daqui
a dez anos estarmos acima de
USD100 milhões por ano. Estamos
a crescer a uma taxa de 15%. Isto é
visível nos relatórios do ano passado,
que crescemos a uma taxa de 15%.
Não é comum uma empresa do nosso
nível registar este nível de crescimento
e vamos continuar a crescer a
estes níveis, porque estamos a tentar
maximizar os nossos aeroportos e
estamos a partir para outras áreas
de negócios. Por exemplo, vamos
entrar fortemente na área imobiliária.
Se deve ter prestado atenção,
nós estamos para desenvolver um
projecto de 42 hectares na Costa do
Sol. Temos um projecto imobiliário
de cinco hectares aqui no Aeroporto,
que está na fase final de aprovação
e vamos lançar próximo mês
(Maio). Temos 300 hectares em Nacala
para desenvolvermos uma mini
cidade. Temos mais 80 hectares em
Nampula. Uma empresa como esta
você pensa que está mal na fotografia?
Uma das áreas em que vamos
investir muito é no combate aos
incêndios. Temos o melhor serviço
de combate aos incêndios em Moçambique.
Temos muita indústria
de carvão e gás e quem vai prestar
serviços de bombeiros a esta gente
toda? Fizemos uma parceria público-
pública com os CFM e a Petromoc,
com vista a entrarmos com
força neste mercado e buscarmos
outro dinheiro. Há coisas pequeninas
como a reabilitação dos parques
da Beira e de Nampula para começarmos
a cobrar, de Pemba já está e
pouco a pouco vamos expandindo as
nossas actividades e base de receitas,
porque temos consciência de que
investimos e precisamos recuperar e,
com esse investimento, precisamos
manter a empresa estável e sustentável.
Tivemos há pouco tempo uma
reunião com o Tesouro para apresentarmos
os nossos projectos e eles
perceberem com clareza onde estamos
a ir e que temos clareza do que
estamos a fazer.
O Tesouro concorda que a empresa
se endivide mais...
Para outros projectos que estão em
carteira, nós vamos fazer parcerias
público-privadas. O Tesouro não
tem problemas em nos deixar endividar.
O Tesouro é que tem problemas
de poder emitir garantias,
porque tem outros projectos para
fazer e eles têm limites máximos de
dar endividamentos. E como nós tivemos
o privilégio de nos endividar
tanto, temos de permitir que os outros
tenham prioridades.
Em 2013 o peso de capitais alheios
na estrutura das fontes de financiamento
dos Aeroportos era de
63%. Como está agora?
Em 2014 melhorou. Fizemos o Aeroporto
de Maputo. Sabe a quem
pertence o Aeroporto de Maputo?
Ao Estado moçambicano e nós é
que pagamos a dívida. Estamos a fazer
a construção de um património
do Estado e nós ficamos com a dívida.
Aumentamos o património do
Estado e nós ficamos coma dívida.
Aqui é uma questão de sentarmos
com governo e reequacionarmos
como é que vamos tratar essas dívidas
de retrocessão.
Fomos ao governo e dissemos para
converter o valor do património. Já
está concluído. Tivemos a autorização
do ministério das Finanças.
Fizemos uma conversão da dívida
com o governo e não com o banco.
A maior parte do valor são acordos
de retrocessão. Representavam
USD136 milhões. O que acordamos
é a conversão deste valor para
capital social, o que é uma operação
contabilística normal e fizemos
porque nós tínhamos como capital
social menos de um milhão de dólares.
Com tudo o que nós gerimos
não justificava esse pequeno capital
social, porque, sob ponto de vista de
gestão financeira, não estava a ser
justo e o governo teve de aceitar essa
operação. Fizemos essa operação
contabilística por isso nas contas de
2014 isso já está reflectido. A nossa
situação de estrutura de capitais é
completamente outra. Nós estamos
tão atractivos no mercado como
qualquer outra empresa que está
bem no mercado. O único problema
que nós temos não é de balanço, não
é de números estáticos é de tesouraria,
onde temos esse défice de três
milhões de dólares para 2015. Ano
passado tínhamos um défice menor
de um milhão.
Qual é o stock da dívida da empresa
actualmente?
O nosso endividamento reduziu
com a conversão para capital social.
O endividamento real ficou com a
China USD23 milhões; USD41
com BCI; USD32 com Standard
Bank; USD125 milhões com Brasil.
E qual é vosso serviço de dívida?
O nosso serviço dívida é de aproximadamente
USD20 milhões. Este
ano atingimos o pico onde vamos
pagar USD20 milhões. Ano passado
foram USD15 milhões, porque este
ano venceu o crédito do Brasil, cujo
capital começa a ser pago. Isto resultou
num incremento para USD20 a
22 milhões de serviço de dívida.
Está tudo dentro do controlo?
Nós temos receitas de USD55 milhões.
Temos espaço de manobras. É
uma questão de gestão. Quando os
custos fixos, que são o endividamento,
os salários e parte dos serviços
fixos estão cobertos dentro da sua
receita, a situação está assegurada.
Mas se não consegues pagar os teus
custos fixos estás perdido. As nossas
receitas cobrem os custos fixos.
Mas ano passado tiveram de recorrer
a algumas operações em bancos
nacionais para pagar salários
Não precisamos de empréstimos
para pagar salários. É uma conta
corrente caucionada, o que é normal.
Temos contas correntes caucionadas
em qualquer banco. O que podemos
pedir é o reforço de uma conta
corrente caucionada por algum momento
e depois fica resolvida. Gerir
financeiramente uma empresa como
a nossa não é coisa fácil. É preciso
compreender a complexidade das
decisões que devem ser tomadas.
Uma empresa não pode ser analisada
por um problema pontual. O
problema é quando a empresa não
tem onde buscar dinheiro, quando
não tem aceitabilidade na banca.
Essa empresa não está bem. Qualquer
empresa que se pauta ser bem
gerida tem de ir à banca normalmente.
A banca existe para isso.
A produção é suficiente para suportar
todas as vossas operações
financeiras?
No nosso orçamento deste ano temos
um défice marginal de tesouraria
de mais ou menos três milhões
de dólares, que é um défice comum
numa empresa que está a fazer investimentos.
Qualquer empresa tem
défice de tesouraria. Se não tem défice
de tesouraria, essa empresa não
está a crescer. Está parada. A Empresa
que não vai à banca, que não
se endivida, a empresa que tem uma
tesouraria muito estável, a libertar
fundos e nem investe, essa empresa
não quer crescer.
Nós estamos a gerir uma empresa
que tem de crescer. O sector público
neste país tem de ter uma palavra
a dizer. Estamos a alastrar a nossa
base de receitas. Para além da receita
aeronáutica, que é a nossa receita
tradicional, que vai crescer de
acordo com as nossas estratégias que
estamos a implementar com o posicionamento
de Nacala, vai permitir-
-nos fazer uma jogada e competição
com outros países melhores, porque
vamos ter dois pontos de entrada de
excelência no país, com as melhores
condições na região que são Nacala
e Maputo.
Isto vai permitir que nós consigamos
optimizar, por exemplo, os países
da Europa que vêm até Nacala,
podem usar um avião menor. Já não
precisam do avião grande e depois
têm de juntar com Joanesburgo, já
não precisam fazer isso. Vão chegar
a Nacala e vamos distribuir. Nós já
estamos a discutir com a LAM nesse
sentido e eles já estão a trabalhar
na reestruturação das rotas com vista
a optimizar a nossa nova situação
de infra-estruturas aeroportuárias.
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