"Depois, o Nyusi não consegue explicar onde é que foram jovens, milhares e milhares de jovens, mais de cinco mil e quinhentos mortos num ano e meio, naquelas zonas mesmo de Sandjundjira, Mucoza, Vila Paiva, Muxúnguè, Inhaminga, Marínguè"
Canal – Senhor presidente, o que que sente a negociar com o presidente Nyusi, sendo ele, em algum momento, o comandante das operações de Sandjundjira, que visavam aniquilar o senhor?
Afonso Dhlakama – Não. Não sinto nada. Quer o Guebuza, quer o Chissano, infelizmente porque Samora Machel morreu muito cedo, mesmo antes da morte de
Samora Machel, para o seu conhecimento, já havia contactos. Se Samora Machel não tivesse morrido naquele ano mesmo de 1986, antes do fim de 86 eu havia de me encontrar com Samora Machel cara a cara, numa das capitais da Europa, que não quero dizer. Quer dizer, tudo estava trabalhado. Mas Samora Machel parecia um homem impossível de falar com ele.
São actividades políticas. Eu sou um líder. Alguém pode insultar-me na rádio como faz o G40, “Dhlakama não é nada…”, e tudo, mas eles sabem que mesmo essa democracia de que gozam é graças à estratégia de Dhlakama que, desde 1977, luta pela democracia multipartidária. Portanto, eu ao falar com Nyusi, cada líder tem as suas características. Eu colaborei muito com Chissano. Ele nunca foi da Renamo e eu nunca fui da Frelimo. Este [Guebuza] tentou ser muito arrogante, só depois
ter levado em Sandjundjira é que entrou na linha. Portanto este [Nyusi], como está a dizer-me, eu sei que era chefe, era ministro da Defesa. Até, depois de ter atacado a minha residência em Sandjundjira, ele veio lá a gingar e tal, a entrar nas barracas, mas foi uma derrota para eles. Acredito que ele conhece quem é o Dhlakama.
Depois, o Nyusi não consegue explicar onde é que foram jovens, milhares e milhares de jovens, mais de cinco mil e quinhentos mortos num ano e meio, naquelas zonas mesmo de Sandjundjira, Mucoza, Vila Paiva, Muxúnguè, Inhaminga, Marínguè. E ele sabe, se os familiares pudessem fazer revolta e dizer que “queremos os nossos filhos, onde estão?”, ele ficaria encostado entre a parede e a espada. Portanto, eu falei com ele como homem, como moçambicano.
Senti que ele está preocupado em ver as coisas, aqueles pendentes que sejam agora tratados com seriedade. Mas ele [Nyusi], neste aspecto, de facto prometeu dar andamento, mesmo aquelas negociações do Centro de Conferências “Joaquim Chissano”, marcam passo sem sucesso nenhum. Eu senti que ele estava a falar como moçambicano, que tem preocupação de muitos problemas em Moçambique.
É o que eu senti nele.
(Extracto da entrevista de Afonso Dhlakama ao Canal de Moçambique de 18 de Fevereiro passado)
NOTA:
Depois de o ter afirmado na televisão, agora repete a informação da morte em confrontos de mais de 5 mil jovens das FADM nas “escaramuças” de 2013/2014 entre a Renamo e o Governo.
Este relembrar para “bom entendedor” basta. Ou será que ainda há na FRELIMO quem não acredite nestes números?
Aguardemos.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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02/03/2015
EDITORIAL: Finalmente “o empregado” lembrou-se do patrão
Quando o país, sobretudo a região norte e centro, foi devastado por fortes chuvas que arrastaram vidas, destruiram plantações e habitações, o Presidente da República, Filipe Nyusi assistia tudo a partir do conforto do palácio da Ponta Vermelha.
Nyusi, no acto da sua investidura, os religiosos denominaram-no por “o enviado de Deus”, uma vã tentativa de compará-lo a Jesus Cristo. Porém, passados 40 dias após a sua tomada de posse, ainda que num período em que os níveis hidrográficos subiam de maneira desenfreada, o PR veio a Nampula para se inteirar da situação das calamidades naturais no terreno e solidarizar-se com as vítimas, para a definição das prioridades que possam contribuir para uma rápida reconstrução do país.
Foram dias longos, marcados por um ambiente triste devido às perdas que sofremos por causa das cheias, não esquecendo o apagão que deixou a zona norte e parte do centro do país as escuras perto de um mês. No entanto, Nyusi, “o enviado de Deus”, para, alegadamente, mudar o destino de Moçambique, ficou esse tempo todo confinado em Maputo.
O povo, por sinal o seu patrão, não encontra razões para explicar porquê o PR levou tanto tempo para abandonar o conforto da Ponta Vermelha para ver de perto o sofrimento por que os moçambicanos passam. Se calhar, Nyusi, durante os 40 dias, devia ter se esquecido que a sua missão cá na terra é de livrar o povo do esquecimento que sofreu durante os últimos 10 anos de governação de Guebuza.
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PRORROGAÇÃO DA EMOCHM CONTINUA A DIVIDIR GOVERNO E RENAMO
O diálogo político entre o Governo e a Renamo, o maior partido da oposição, registrou hoje mais um impasse devido a divergências sobre a prorrogação da missão da Equipa de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM).
A EMOCHM é composta por peritos militares nacionais, dos quais 35 do Governo e igual número da Renamo, e ainda 23 peritos militares estrangeiros, tendo como missão observar e monitorar a integração dos homens residuais da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
A missão também deverá observar a reinserção social dos homens residuais daquele que é o maior partido da oposição em Moçambique, liderado por Afonso Dhlakama.
A ronda de hoje foi infrutífera pelo facto de o Governo entender que a EMOCHM deverá cumprir com a sua missão em 60 dias, enquanto a Renamo defende um prazo de 120 dias.
Para o chefe da delegação do governo, José Pacheco, a proposta da Renamo de 120 dias não faz sentido, uma vez que a missão da EMOCHM, no seu primeiro mandato, teve a duração de 135 dias, devido a questões de logísticas que já foram ultrapassadas.
A primeira missão da EMOCHM teve 135 dias porque precisava-se tratar questões de logísticas e muito mais, mas agora que já estamos está resolvido não faz sentido que se prorrogue para 120 dias, disse Pacheco, em conferência de imprensa, no fim da 96ª ronda do diálogo político
Segundo Pacheco, que ocupa igualmente o cargo de ministro da agricultura e segurança alimentar, na ronda de hoje foram apresentadas as matrizes de actividades a serem realizadas no período de prorrogação.
A recolonização de Moçambique pelas mãos do agronegócio. Entrevista especial com Vicente Adriano
“A redução da produtividade em novas terras chega a atingir 60%, o que coloca famílias em situação de insegurança alimentar. Assim, quanto maior for o avanço do agronegócio, menor será a disponibilidade de alimentos”, destaca o ativista.
Foto: unac.org.mz |
Vejamos esta história. Um país que tem em seu povo uma lógica muito própria de vida. Tribos, que aos olhos estranhos podem ser vistas como primitivas, têm uma relação de subsistência com a terra. No entanto, povos europeus chegam e subvertem essa relação. O homem nativo passa a ser mão de obra, e a terra, espaço para formação de grandes monoculturas. Estamos no início do século XVI. Passam-se anos, o povo serve aos interesses dos colonizadores, surgem conflitos, e cai em miséria.
Chegamos ao século XXI e este lugar está entre o piores emDesenvolvimento Humano. Começa a se pensar uma saída. Qual? A abertura de seu patrimônio cultural e natural a estrangeiros mais uma vez, numa espécie de recolonização. Há quem possa pensar que estamos falando de Brasil. Mas, não. Falamos de Moçambique, o país do sudeste da África, agora dado à exploração de multinacionais do agronegócio. E, pasme, com significativa participação brasileira. O quadro acima é pintato por Vicente Adriano, integrante da União Nacional de Camponeses, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.
Uma lição vinda da Renamo
Reflexão de: Adelino Buque
Graças aos entendimentos entre o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, os 89 deputados da Assembleia da República da “perdiz” tomaram posse e participaram na sessão extraordinária convocada para a estruturação da Casa do Povo, através da eleição das comissões de trabalho, eleição dos vice-presidentes da Assembleia da República e demais órgãos internos, como é o Conselho de Administração da Assembleia da República.
A presença dos deputados da Renamo trouxe à Assembleia da República a dignidade que aquele órgão de soberania merece.
Na verdade, a sua não tomada de posse ou de assento era preocupação para diferentes sensibilidades da nossa sociedade, independentemente de estarmos ou não de acordo com a sua filosofia de actuação. Tendo sido eleitos, justo e certo é tomarem os assentos merecidos na Casa Magna. Fizeram-no tardiamente, mas fizeram-no. Pelo facto estão de parabéns.
Dois aspectos salientaram-se, até porque de contrário não faria sentido a indicação da jovem deputada Ivone Soares para a liderança da bancada parlamentar da Renamo, o que constitui, na minha opinião, o reconhecimento dos esforços pessoais feitos por aquela jovem em prol dos interesses daquele partido.
É o feitiço que se volta contra os feiticeiros e os opõe uns contra os outros
Canal de Opinião por Alfredo Manhiça
O subterfúgio que consiste em desviar a opinião pública do debate dos problemas reais que dificultam a convivência pacífica dos moçambicanos, recorrendo à atribuição da paternidade das reivindicações dos partidos de oposição à “mão externa invisível” – que até há bem pouco tempo era uma característica singular do Coronel Sérgio Vieira – está a ganhar terreno no seio do partido Frelimo e dos seus exponentes académicos.
A seguir às acusações de ingratidão pela hospitalidade e de conspiração contra a soberania nacional, feitas ao Professor Gilles Cistac, pelo secretário para a mobilização e propaganda e porta-voz do partido Frelimo, Damião José, autores “anónimos”, sobejamente conhecidos, começaram a infestar as redes sociais com mensagens que atribuem a paternidade das reivindicações de Afonso Dhlakama e da Renamo ao Embaixador dos Estados Unidos de América (EUA), Douglas Griffths, em conivência com as diplomacias alemã, britânica, italiana, francesa e portuguesa.
Antecipando a proposta de Anteprojeto de Lei sobre as Regiões (ou Províncias) Autónomas, a ser apresentada pela Renamo na Assembleia da República (AR) – conforme o acordado no histórico encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo – os propagandistas ao serviço do partido no Governo, em vez de animar o debate sobre a pertinência ou impertinência das tais reivindicações, mostram-se preocupados em desacreditar a Renamo e Afonso Dhlakama, apresentando-os como “cavalos de Troia” dos interesses económicos dos americanos e dos europeus.
Renamo prepara quadros para nova divisão político-administrativa
Regiões autónomas
Afonso Dhlakama disse que já se reuniu com vários quadros para delinear as estratégias de governação das “regiões autónomas”, estando agora a decorrer o recrutamento de alguns técnicos
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse já ter dado início ao processo de organização de quadros que irão administrar as “regiões autónomas”, previstas para as províncias de Sofala, Manica, Tete, Zambézia e Nampula, onde liderou a votação nas eleições gerais e provinciais de 15 de Outubro do ano passado.
Falando no final da sua visita à província de Cabo Delgado, onde trabalhou nos distritos de Mocímboa da Praia, Palma, Montepuez e Balama, Dhlakama salientou que já se reuniu com vários quadros para delinear as estratégias de governação das regiões autónomas, estando neste momento a decorrer o recrutamento de alguns técnicos qualificados.
“Já estamos a recrutar técnicos que irão trabalhar connosco. Pretendemos fazer uma governação muito diferente, tal como o fizemos nos cinco municípios onde já governámos”, disse Dhlakama.
O líder da “perdiz” diz que as suas nomeações terão como base a inclusão de todos os que se mostrarem competentes. “Indicaremos dirigentes sem discriminação da cor política. o administrador de Angoche, por exemplo, poderá ser da Frelimo ou de outro partido”, realçou.
O PAÍS – 02.03.2015
01/03/2015
HÁ BARULHO NA RENAMO
Centelha por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
―O curso de História permite antever, mesmo sem rigorosidade, o futuro. Mas não nos autoriza a sermos surdos nem indiferentes. O que possui chifres não se embrulha a ponto de ser indescodificável por longo tempo‖.Excerto de uma conversa com o amigo Nkulu
Quem me acompanha nestes Centelha sabe que não falo à toa, apesar de aumentar o número de críticos e de críticas contra mim. Sabem que sou frontal e destemido, capaz de dar a melhor vaca leiteira para não entrar no clube dos difamadores, caluniadores, intriguistas, cobardes, fofoqueiros, pedantes, salafrários, iconoclastas, mas entregaria custa o que custasse, até uma manada delas para não sair de um combate de ideias despretensiosas e construtivas, sem golpes baixos nem falso anonimato. Por isso, os que gratuitamente me apodam de G40, pela via da lógica, são exactamente as duas faces do que não sou. Sim, mudo de ideias e não de alma, muito menos de carácter. Pessoalmente, nunca me zanguei com quem quer que seja por motivos políticos, tão-somente por questões de carácter. Eu até os compreendo, porque “Quanto mais a sociedade se distancia da verdade, mais ela odeia aqueles que a revelam.‖Mais uma vez o tempo apressou-se em dar-me razão.
Tenho dito muitas vezes que a Renamo está a percorrer os caminhos da perdição, uma peregrinação que a levará ao precipício. Não porque meia dúzia de membros abandonaram o partido ou porque certas figuras de proa fazem comentários públicos que desabonam o comando partidário, o que é comum e salutar em democracia, mas fundamentalmente devido a guerra palaciana e pela “desorganização organizada” entre os seus militantes que pura e simplesmente se sentem incomodados por terem sido substituídos em campo. Este comportamento revela, em qualquer organização, ausência de trabalho de equipe, ambição e ganância. O apelidado “incendiário”, António Muchanga foi destituído do cargo de porta-voz do Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, logo a seguir, talvez no mesmo minuto, o assunto caiu nas redes sociais como uma bomba atómica. Não tardou para que o destituído do cargo viesse à tona explicar os contornos daquela decisão, quando devia estar mais preocupado em dinamizar as actividades do seu partido, uma vez que não está em jogo o seu bom nome, a integridade moral ou qualquer outro dolo, porque cargos políticos não são profissões nem identidade de uma pessoa.
Conquista-se de várias formas, uma delas é por competência e confiança. Quantos dirigentes deste país deixam de o ser da noite para o dia, mas que em circunstância alguma fizeram tanto alarido? Esta atitude não é nem novo nem recente na Renamo. Joaquim Vaz e outros que ocuparam cargos de relevo no partido vieram à terreiro explicar em entrevistas as supostas causas das “chicotadas políticas”.
O normal seria o partido Renamo gerir os seus problemas no fórum próprio (interno), como recomenda o ditado “roupa suja lava-se em casa”. Sabe-se agora que o ambiente interno na Renamo é de agitação, porque o líder reconhece que chegou o tempo de arrepiar caminho, de usar outras armas inofensivas para o combate político, como por exemplo, incorporar sangue novo nas fileiras, formar um partido onde a miscigenação da cor entre os dirigentes seja uma realidade e não uma quimera. Insisto, é tempo do General Dhlakama descansar para melhor escrever suas memórias.
É mais útil na retaguarda do partido como conselheiro do que cavaleiro de batalha contra a ideia desudanização do país. Note-se que Joaquim Chissano, Xanana Gusmão, entre outros líderes, aposentaram-se voluntariamente sem criar arruaça. A menos que o General Dhlakama tenha vontade de receber retroactivos duma juventude mal passada. Não me parece que a decisão de dividir o país em regiões autónomas (lembro que esta ideia surge como uma imposição pela derrota nas eleições passadas e não uma vontade do povo) seja uma ideia do autoproclamado “pai da democracia” e sim de alguns frenéticos. Percebe-se que haja uma situação de mal-estar e nervosismo de alguns membros que querem um pouco mais, nem que para isso façam o próprio calvário, para parecer heróis. Se existe um problema que sempre acompanha a Renamo é a distração. Não aprende as lições da história.
Comete os mesmos erros, ignorando os sinais do tempo. Não respeita os “timing políticos”, por essa razão ataca aquilo que os devia unir. Não aprendeu que o inimigo que te suga está na própria veste, prefere atacar com toda a força um “amigo” eterno e figadal que é a Frelimo. A distração é uma coisa terrível porque destrói num ápice, o que foi preciso anos para construir com abnegação. Este não é tempo de compensações e choros, impera o trabalho duro e em sintonia. Termino esta Centelha com as palavras de Martin Luther King: “Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização‖. É possível a reorganização da Renamo. O povo precisa da Renamo. A Renamo é parte do processo democrático do país. Todos juntos, independentemente da cor partidária, devemos trabalhar para superar as adversidades que enfermam este país. Moçambique é de todos nós, para nós todos, e indivisível. Viva Moçambique.
P.S.1: Fiquei indignado quando tomei conhecimento que, a partir de hoje, qualquer pagamento pela solicitação e/ou tramitação de documentos nos Registos e Notariado em todo o país deverá ser feito via depósito bancário. Esta medida é precipitada e perigosa. O êxito desta medida nunca sairá da ―incubadora mental‖ dos seus mentores, salvo se estes forem desprovidos de sensibilidade, porque prejudicará às populações e criará ―entupimentos aos bancos. Sejamos realistas: ainda não estão criadas as condições para a imple-mentação desta medida sem lesar o povo. Sempre que um governante introduz medidas populistas, contra o seu povo, não pode ter outro fim aquele que afirmou o meu chamuale angolano Marcolino Moco ―amarra-se a si próprio ao comboio da hecatombe.
P.S.2: O meu figadal chamuale, o escritor luso-moçambicano Afonso Almeida Brandão continua a imortalizar as sumidades portuguesas ligadas à cultura. Desta feita, acaba de lançar em Portugal a Biografia referente à ―Vida e Obra‖ do Mestre José Adjuto, um airoso pintor naturalista, falecido em 2014. Quem publica uma biografia artística, além de combater a acção demolidora do tempo, deixa preso os leitores à obrigação de gratidão. As minhas palavras de home-nagem não podem e nem devem – por uma questão de gratidão – permanecer em silêncio ou em privado, porque também sou devedor desse saber. Zicomo amigo das velhas trincheiras. Como se diz por cá, estamos juntos.
WAMPHULA FAX – 02.03.2015
POPULAÇÃO PEDE MAIS SANITÁRIOS
Ilha de Moçambique
A população residente na cidade da Ilha de Moçambique, pediu Sábado último ao governador de Nampula, Victor Borges, para que o seu executivo contemple aquela região histórica, com a construção de mais sanitários públicos, como forma de mitigar os problemas de saneamento decorrente do crescimento demográfico.
O pedido foi formulado no decurso das cerimónias de lançamento da semana provincial de dinamização de saneamento de meio, higiene e educação de saúde, que tiveram lugar naquela cidade insular, com objectivo de reduzir a proliferação de lixo e promover boas práticas de convivência comunitária cuja ausência, segundo as autoridades sanitárias, estão na origem de ocorrência de casos de casos de cólera e malária. Segundo explicaram, o número de sanitários públicos existentes naquela cidade, são insuficientes para satisfazer as necessidades biológicas de toda a população ali residente, calculadas em cerca de 15 mil pessoas.
STV-Pontos de Vista 01.03.2015(video)
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ARREBOL-Colégio Vasco da Gama-Nampula-Moçambique(1955)
A NOSSA HISTÓRIA
Tem um capítulo de vez em quando…
Este ano, sim. O Carnaval marcou passagem indelével nas memórias de quantos, congregados pela viola do Timóteo—O seu nome de nobreza é D. Timotensco Noronha Baessa de Faria e Castro Cascas ( Cipaio )—, percorreram as ruas da capital amodorrada, numa afirmação de juventude que se não conforma com o viver de wisques e canastas feito. Viver anti-nacional e dispéptico.
Enquanto a viola gemia suas notas incertas, arrancadas ora por uns ora por outros dedos—também incertos do que estavam a fazer—, a malta atirava aos ares qualquer fado ou canção—e até uma ou outra inofensiva serenata—, no tom dos soturnos cantares do Alentejo.
Digno de eterno arquivo éo tom magoado com que o Bráulio beliscava as cordas da viola e chorava umas no tas doloridas de mistura com palavras mágicas—como "tricanas", "Mondego", "Choupal". O seu rosto lívido, os olhos fechados ou semi-abertos e em branco e perdidos no infinito, a boca aberta em "ó", muito esticado para cima e para baixo, eram um sinal certo de uma alma de artista … incompreendido. "Incompreendido"—digo bem, porque a "comissão da nova nomenclatura dos gajos”, quando chega ao Bráulio Flor, cuja habilidade de cantar, desafinadamente, fados de Coimbra ficou, claramente, demonstrada no último Carnaval..."
Posted at 20:13 in História, Histórias de outros tempos, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0) ShareThis
"Na Frelimo era norma fuzilar", Mariano Matsinhe em 04.09.2009(Repetição)
No contexto da Revolução “Na Frelimo era norma fuzilar pessoas”
Por Francisco Carmona e Emídio Beúla
Fotos de Naíta Ussene
Mariano Matsinhe (72anos), um dos símbolos da gesta de 25 de Setembro, confessa que não lhe agrada ouvir falar de órgãos de comunicação independentes. Para a velha guarda da Frelimo melhor se a designação passasse para órgãos independentes da Frelimo. Porque, acredita, dependentes o são de alguma coisa. Mas nem com isso, o homem que abandonou a engenharia civil (cursava o segundo ano) em Portugal para se juntar à Frelimo em 1962, não se coibiu em conversar com o SAVANA por quase uma hora, revivendo um percurso político sempre em reconstrução. Pelo caminho disse, entre outras revelações, que havia uma certa precipitação (necessária?) na tomada de decisões, que os campos de reeducação não foram um erro e que, volvidos quase 45 anos após o início da luta, não se arrepende de nada. Nem dos fuzilamentos, apesar de reconhecer alguns excessos do SNASP, um órgão do regime e de triste memória.
Acompanhe alguns extractos da conversa mantida última sexta-feira em Maputo.
Sr. General, passam 34 anos após a proclamação da independência nacional. Este Setembro comemoramos 45 anos após a insurreição armada e 35 anos dos acordos de Lusaka. Quando olha para trás, que balanço faz deste Moçambique?
28/02/2015
MUGABE ADMITE ERROS NO PROGRAMA DE REFORMA DA TERRA
O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, admitiu, este fim-de-semana, pela primeira vez, ter havido erros no controverso programa da reforma da terra, ao ter dado algumas farmas a pessoas sem mínimas condições para produzir comida no país.
Penso que as farmas que demos a alguns zimbabweanos eram muito grandes. Esses zimbabweanos não estao a conseguir gerir as porções de terra dadas, admitiu Mugabe.
Disse que se nota que muitas dessas pessoas estão apenas a usar um terço da terra cedida pelo governo, sublinhando que o programa foi mal executado pelas autoridades.
O programa da reforma da terra no Zimbabwe, lançado em 2000 e caracterizado por violência, visava dar 4 000 farmas comerciais a zimbabweanos negros.
Mugabe também advertiu que farmeiros negros estão em risco de perder as farmas dadas, caso as aluguem a brancos no país.
TIMES/ JD/ff
AIM – 28.02.2015
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