A direcção do partido Frelimo está a passar por momentos conturbados. Despachou os seus pesos pesados pelas províncias para catequizarem sobre a importância da unidade nacional e da paz. Os membros da sua Comissão Política e outros graúdos falam, até a gente se cansar, da paz. Essa ginástica aparece porque a Renamo vai submeter o seu projecto de autonomização das regiões onde, nas eleições de 15 de Outubro de 2014, obteve a maioria de votos.
Para contrapor a pretensão da Renamo, a Frelimo enviou brigadas suas para dizer que Moçambique é uno e indivisível. Ressuscitam termos antigos, enferrujados como vigilância popular, inimigo do povo e outros que, apenas, fazem recordar o sombrio túnel do odioso sistema monopartidário por que o povo teve que passar.
Apelam às pessoas a não aderirem aos discursos do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de conferir autonomia às províncias, porque, segundo os apóstolos da Frelimo, dividem o país. Eles fazem obstrução ao trabalho político de seus adversários, violando a Constituição da República que garante a todos o livre exercício de actividades políticas, em todo o território nacional.
A Frelimo deveria dizer ao povo o que acha que seja bom para o país e não andar a diabolizar o outro com uma falsa unidade nacional e indivisibilidade do território que colocam o outro na lata de lixo enquanto eles abocanham tudo. Eles comem tudo e não deixam nada, assim cantava o músico luso Zeca Afonso, e depois de encherem os bandulhos, gritam pela unidade e falam da paz.
Enquanto o Presidente da República, Filipe Nyussi, se desdobra em esforços, contactando os dirigentes dos partidos políticos, numa tentativa de assegurar a paz, o presidente do partido Frelimo, Armando Guebuza, despacha, aos distritos, os seus emissários para desmentirem o chefe de estado. Guebuza marcha contra a paz e unidade, atirando gasolina à fogueira, contrariando os moçambicanos que querem um país uno na diferença onde todos se possam rever.
As eleições têm revelado que os moçambicanos não são uma massa homogénea como eles pensam. Desejam ser iguais na diferença e vivendo livres. Querem acabar com o regime corrupto e incapaz. Querem um país que dê oportunidades iguais a todos e não sempre aos mesmos indivíduos.
Não há unidade nacional nem uma paz efectiva numa sociedade onde um punhado de indivíduos fica com tudo – minas de carvão, de ouro, hidrocarbonetos, centrais eléctricas, terras, madeiras, etc., – e a maioria do povo é desprovida do essencial para a vida. Não há paz nem unidade quando as oportunidades de negócios contemplam só a um grupo de gente que ganha as eleições valendo-se dos seus no estado. Não há paz nem unidade quando as eleições são ganhas por esperteza e não pela legitimidade popular.
Não pode haver paz nem unidade nacional quando o vencedor é determinado pelos órgãos eleitorais e não pelo voto. Se Guebuza continuar a seguir o seu caminho ruim, pode conduzir o país, mais uma vez, à guerra.
Eu estou em crer que os mocambicanos estao a revelar falta de capcidade para resolverem os seus problemas com alguma calma. A FRELIMO mal proclamou a independencia nas condicoes que muitos sabem, foi atacada, com pretexto no marxismo ou comunismo. Mas sao simples ideologias que podiam ser experimentadas e caso nao servissem abandonadas. Ha paises com partidos socialistas e governam. Acho que a questao da partilha do poder nao pode por em causa a obra de Libertacao dum pais de colonos. Com calma e serenidade podemos conseguir que se resolvam muitos assuntos sem banho de sangue e sem odio contra a FRELIMO que libertou o pais. Alias, se nao tivesse sido a FRELIMO a libertar o pais quando e que os resistentes a independencia teriam oportunidade para pensar em governar? Porque se atacaram logo e sinal de que nao queriam a independencia. Agora que se deve aprofundar a Democracia e um facto, mas nao se deve odiar muito a FRELIMO ao extremo de vaticinar a fuga dos seus membros. Para onde e porque? Existe por acaso um politico honesto? para ja todos sao iguais, a diferenca e que cada um tem o seu bando de ladroes, se queremos falar de ladroes. Falemos de combater a corrupcao e nao de substituir corruptos por outros so porque ja comem ha bastante tempo. Nao se tapa um buraco por abrir outro. A independencia e superior que liberdade e democracia, vamos aprofundar esses valores com calma e serenidade. Pobre, rico, todos morrem e deixam tudo, entao que morramos de outras coisas e nao de Guerra pela riqueza. Fala se de comer, quanto tempo? se e que ha tempo para medir isso!16 anos foram de Guerra injusta ou de desetabilizacao, 20 anos foram de soerguer. Sinceramente,nao sejamos extremistas!
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