sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Uma cúpula econômica virada para a Síria


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O tema principal das conversas no jantar do G20 foi a situação na Síria. Essa reunião em Strelna durou mais duas horas que o tempo inicialmente previsto, mas os participantes do G20 não conseguiram chegar a uma opinião unânime. Já perto da meia-noite, o secretário de imprensa do presidente russo Dmitri Peskov informou que as opiniões ficaram divididas mais ou menos a meio. A própria cúpula se transformou de "econômica" em "síria", como referiu o premiê italiano Enrico Letta.

Durante o jantar informal, os representantes de uma série de países se pronunciaram a favor de medidas rápidas, apesar da ausência de decisões internacionais. Isso foi relatado por Dmitri Peskov, secretário de imprensa do presidente russo. Uma série de outros países apelou a que não se desvalorizasse o direito internacional e que se tivesse em conta que só o Conselho de Segurança da ONU tem o direito de decidir acerca do uso da força.
A votação no Congresso dos EUA da decisão do presidente Barack Obama de realizar um ataque com mísseis contra a Síria deverá ter lugar a 11 de setembro. Por enquanto, ninguém tem certezas que o Senado e a Câmara dos Representantes aprovem a "solução militar" da Administração. Pelo contrário, as contagens não-oficiais de votos dos adversários e dos apoiantes de um ataque contra a Síria demonstram que na Câmara dos Representantes a maioria dos republicanos está disposta a votar contra a resolução sobre o ataque. Nancy Pelosi, líder dos democratas, respondeu à pergunta se os democratas estavam prontos a apoiar o presidente com um "não sei".
Entretanto, os adversários de uma solução militar para o problema sírio obtiveram um poderoso aliado na pessoa do Papa Francisco. Numa carta dirigida ao presidente russo Vladimir Putin, ele apelou aos participantes da cúpula de São Petersburgo que não permitissem uma intervenção militar no conflito sírio. O Sumo Pontífice sublinha que a regulação deve ser feita apenas por via pacífica. Francisco declarou o dia 7 de setembro como um dia de oração e jejum pela paz na Síria.
A Itália, tal como o Reino Unido e a Alemanha, já se absteve de participar em qualquer ação militar unilateral de Washington, disse numa entrevista à Voz da Rússia o premiê desse país Enrico Letta.
"Para nós esta cúpula dos Vinte, dedicada à questão síria, é importante, muito importante. Nós esperamos que o presidente russo Vladimir Putin, no âmbito da sua presidência do encontro de Chefes de Estado, consiga fazer que sejam empreendidos passos para a elaboração de uma decisão política do problema sírio. A legislação italiana impede o país de participar em quaisquer missões militares sem a sua aprovação pelas organizações internacionais. Ou seja, nós não iremos participar em qualquer operação militar sem uma decisão nesse sentido da Organização das Nações Unidas."
Porém, apesar de tudo, a administração norte-americana continuar a preparar um ataque contra a Síria. No Mediterrâneo e no Mar Vermelho já estão concentrados dois grupos de ataque de porta-aviões com os seus navios de apoio. Se trata dos porta-aviões USS Nimitz e USS Harry S. Truman. O comando militar estadunidense considera que a presença de navios de guerra russos no Mar Mediterrâneo não irá impedir a realização da operação militar na Síria. Isso foi declarado pelo Chefe de Operações Navais dos EUA almirante Jonathan Greenert.

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