sexta-feira, 13 de setembro de 2013

NACHINGWEA: Uma universidade para todos


NACHINGWEA: Uma universidade para todos

Ouvir com webReader
UNA-1-polA UNIVERSIDADE Nachingwea (UNA) é a primeira instituição do Ensino Superior aberta no país pertencente a uma formação política: a Frelimo.
Apesar de formalmente ter sido ontem inaugurada e, ao mesmo tempo, aberto o ano académico, pelo Presidente da República e Presidente do partido Frelimo, Armando Guebuza, a Universidade Nachingwea, localizada no posto administrativo da Machava, na província de Maputo, vem funcionando desde os princípios deste ano, com 140 estudantes, sendo 69 do sexo feminino e 71 do sexo masculino, distribuídos pelas faculdades de Ciências Políticas e Administração, Economia e Informática; Ciências Jurídicas e Ciências Agrárias.
Ela é pertença da Frelimo, mas as suas portas estão abertas a todos os cidadãos, desde que reúnam os requisitos para o ingresso numa instituição do Ensino Superior no país. A qualidade de membro do partido não é determinante.
O Reitor da UNA, Luís Covane, manifestou-se orgulhoso pelo facto de em tão pouco tempo de existência a instituição estar já a participar no grandioso, urgente e complexo projecto nacional de formação de quadros, contribuindo para que o país continue a enfrentar, com sucesso, os desafios do desenvolvimento social, económico e político.
CAMPUS UNIVERSITÁRIO
A Universidade Nachingwea funciona actualmente em instalações provisórias, ainda em processo de reabilitação. Porém, Luís Covane traça como uma meta, a breve trecho, a construção de um campus universitário, na província de Maputo, de modo a oferecer condições adequadas para o pleno desenvolvimento das actividades de ensino, investigação e extensão.
De acordo com o reitor da instituição, no futuro campus universitário, serão instalados laboratórios para as diferentes especialidades tecnico-científicas, bibliotecas e outras facilidades de apoio ao ensino e investigação à altura das exigências que o ritmo bastante acelerado de desenvolvimento a nível mundial impõe às instituições do Ensino Superior.
“A UNA, enquanto consolida a sua capacidade de gestão científica, pedagógica e técnico-administrativa na sede, vai procurar expandir as suas actividades para outros cantos do país, através da criação de delegações, institutos, escolas superiores, faculdades e outras formas com o objectivo de aproximar cada vez mais as possibilidades de acesso ao Ensino Superior a mais cidadãos”, explicou Luís Covane.
O Reitor da UNA acrescentou que gradualmente serão criadas as condições de oferta de cursos que respondam às exigências cada vez mais complexas do desenvolvimento nacional, tomando em consideração os imperativos que as descobertas de recursos naturais impõem.
A Universidade Nachingwea está empenhada no desenvolvimento de parcerias a nível nacional e internacional visando elevar a capacidade e a qualidade dos seus serviços à sociedade.
“Queremos fazer da UNA uma universidade de referência a nível nacional, regional e internacional”, destacou Luís Covane, acrescentando que a busca constante da melhoria da qualidade dos docentes e investigadores, bem como a criação de condições humanas, materiais e financeiras são aspectos fundamentais para o crescimento e desenvolvimento desejados.
Covane não deixou de agradecer a presença do Presidente da Frelimo e Presidente da República, Armando Guebuza, na inauguração da instituição e na abertura do ano académico.
Afirmou que a presença de Guebuza na UNA constitui motivo de satisfação e de orgulho de toda a comunidade universitária e serve de estímulo e marco indelével na história do desenvolvimento desta instituição do Ensino Superior.
“A vossa visita representa e simboliza o grande carinho e estima que gostaríamos de continuar a merecer dos simpatizantes, militantes, quadros e dirigentes da Frelimo e do povo moçambicano em geral”, sublinhou.
HISTÓRIA DA UNA DATA DE 1962
Para o Ministro da Educação, Augusto Jone, a abertura da UNA reveste-se de uma grande peculiaridade: é a primeira instituição do Ensino Superior aberta no país pertencente a um partido político, neste caso, a Frelimo.
Augusto Jone afirmou que a história do Ensino Superior em Moçambique data de 1962, ano em que foi fundada a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), encarregue pela insurreição geral armada do povo moçambicano contra o sistema colonial português.
Hoje, volvidos 61 anos existem no país 45 instituições do Ensino Superior, incluindo a UNA.
De acordo com Augusto Jone, o Ensino Superior é o mais alto nível de qualificação e formação de técnicos e cientistas nas diferentes áreas do conhecimento. Por isso, segundo o governante, tal como as outras instituições do Ensino Superior em Moçambique, espera-se que a UNA incentive a investigação científica, tecnológica e cultural como meio de formação para a solução dos problemas da sociedade moçambicana, nos seus desafios pelo desenvolvimento económico e social e no contributo para a valorização do património cultural, de democracia, da paz e da solidariedade.
Augusto Jone explicou ainda que as instituições do Ensino Superior em Moçambique realizam com eficácia o seu papel porque a Lei 27/2009, de 29 de Setembro – Lei do Ensino Superior, concede-lhes a autonomia institucional para exercer os poderes e faculdades que lhes assiste na prossecução das suas respectivas missões, bem como observar os deveres necessários a nível administrativo, financeiro, patrimonial e cientifico-pedagógico para que se alcance a liberdade académica e intelectual, em conformidade com as políticas e planos nacionais.
“Assim esperamos que a UNA vai se adequar aos desafios que o desenvolvimento do nosso país exige, seguindo os mais altos padrões de rigor científico e académico”, destacou o Ministro da Educação.
Refira-se que a Universidade Nachingwea herda um património político concebido, desenvolvido e aprimorado ao longo da luta de libertação nacional.
Herda, conforme o sublinhado na ocasião, o nome de prestígio que reverba na história do país e no quotidiano.
Em Nachingwea, na Tanzânia, os combatentes da luta de libertação nacional lutavam com vigor e determinação contra o tribalismo, o regionalismo, o racismo e os complexos de inferioridade e de superioridade, bem como as tentativas de formulação de uma distinção estanque entre quadros militares e quadros políticos, pois qualquer membro da organização – a Frelimo – podia assumir uma ou outra missão.
No centro também se batia pela emancipação da mulher, integrando-a nos treinos também como instrutoras.
Em Nachingwea foram formados os primeiros quadros da Polícia que incluíam jovens recrutados no interior do país depois do 25 de Abril de 1974. Ali treinaram-se alguns guerrilheiros da ZANU que depois continuaram na Frente de Tete, antes de iniciarem as operações militares dentro do Zimbabwe.
NOTÍCIAS – 12.09.2013

Comments

1
Marcelino dos Santos said...

UNIVERSIDADE DE NACHINGWEA
Matéria do Curso de Bacharelato em Direito Internacional Humanitário
Primeiro Semestre
1. Introdução à Justiça Altamente Popular
a. prender e raptar como forma de justiça popular
b. interrogar, torturar e acalmar no contexto staliniano de justiça revolucionária
2. O conceito de Direito Colonial versus Direito Internacionalista
a. O papel do MFA no rapto e na prisão
b. Os Capitães de Abril e a Experiência de Direito Humanitário Internacional segundo o Prof. Dr. Otelo Saraiva de Carvalho (Estudo de Caso apresentado pelo Dr. Lagos Lidimo)
3. O Método Perm 36 no Contexto Gualaguiano de Justiça Altamente Popular
a. O Contributo das Ricas Experiências das Zonas Libertadas Aplicadas à Prática Nachingweana
b. O modo e a praxis de Justiça Altamente Popular aplicados num contexto subterrâneo de interrogatórios. (Estudo de Caso elaborado pelo Prof. Dr. Sérgio Vieira co-apresentado pelo Prof. Dr. Salésio Teodoro Nalyambipano)

(A matéria do Segundo Semestre será publicada atempadamente)
Eng. Dr. Marcelino dos Santos
Magnífico Reitor
Universidade de Nachingwea
Machava (esquina da Avenida da Liberdade / Cadeia da Machava)
Província de Maputo
República Democrática e Popular de Moçambique

Sem comentários:

Enviar um comentário

MTQ