Dezenas de membros do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique concentraram-se hoje defronte da 8ª Esquadra em Maputo para exigir a libertação do brigadeiro Jerónimo Malagueta, responsável pela comunicação da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Jerónimo Malagueta foi detido na sexta-feira alegadamente na sequência das ameaças de ataques contra viaturas atribuídas ao principal partido da oposição moçambicana.
Na sequência destas ameaças, desde quinta-feira, a circulação na Estrada Nacional 1 (EN1), no troço Muxúnguè-Save, e na Linha Férrea de Sena, no centro de Moçambique, estão condicionadas, tendo-se registado vários ataques contra caravanas que atravessam o percurso sob forte proteção de militares do exército.
O presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, Hermínio dos Santos, disse à Lusa que a presença de "mais de 50 desmobilizados" em frente à 8ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique no Porto de Maputo visa "prestar solidariedade para com Malagueta, membro da organização".
"Este cidadão está a ser detido ilegalmente. Não sei que mal ele fez", disse Hermínio dos Santos.
Os últimos dias têm sido marcados pela tensão entre a Renamo e o Governo (Frelimo), uma crise político-militar que já causou a morte de 10 pessoas em Moçambique.
Na terça-feira, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, assegurou que "o Governo permanece firme na sua determinação de pela via de diálogo encontrar resposta" à situação político-militar no país.
Em declarações à Lusa, Hermínio dos Santos criticou o chefe de Estado moçambicano pelo que está a acontecer em Moçambique, sublinhando que "os desmobilizados não querem a guerra"
"As pessoas estão a manifestar-se contra a vontade dele. Este país não é de Guebuza. O próprio Presidente da República é que está a provocar isso. As próprias pessoas que trouxeram a paz em Moçambique estão a ver as suas reivindicações serem ignoradas", considerou Hermínio dos Santos.
Por seu turno, a Comissão dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, organização que diz congregar 150 mil antigos militares das Forças de Defesa e Segurança, manifestou-se "preocupada e apreensiva com os acontecimentos político-militares que estão a decorrer no território nacional".
A comissão "repudia veementemente essas ações bélicas contra as populações indefesas, bens e obstrução de vias de circulação", refere a nota enviada à Lusa em Maputo.
MMT // VM
Lusa – 26.06.2013
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