sexta-feira, 26 de abril de 2013

Já lá vão... 38 anos! – Jorge Eurico .



Luanda – Entre dias sem pão (foram muitos) e pão sem dias (foram mais ainda) e acreditando no impossível, porque o possível faz-se todos os dias, eis que acabo hoje de completar 38 anos.

Fonte: Club-k.net

Pois foi na manhã de uma quarta-feira, 24, - um ano após a «Revolução dos Cravos» em Portugal - que, numa das maternidades da antiga Nova Lisboa, a Drª. Filomena Leonardo, a tia Mena, (tive o grato prazer de a conhecer aqui há uns tempos, pois apresentou-ma a minha mãe) me estendeu a mão para que, finalmente, eu viesse ao mundo.

Conta a minha mãe que fui registado e baptizado na Conservatória e na Sé Catedral local quinze dias depois de ter nascido. Foi assim que ganhei personalidade jurídica como cidadão debaixo deste nosso sol político que brilha, de forma intensa, de Cabinda a Ondjiva.

Foi assim que ainda “bambino” e em posse da Cédula e da Certidão de Nascimento apanhei, de forma natural, o comboio da Angola, que meses depois deixaria de estar sob a bota de António de Oliveira Salazar.

Portanto, isto para dizer que a diferença entre mim e o País é de meses apenas. Sou mais velho do que ele. E há muitas diferenças entre nós.

Ao longo destes trinta e oito anos descobri, por exemplo, que amigos são todos aqueles que me estenderam a mão e me ajudaram a tirar inúmeras pedras do caminho antes de passar por ele.

Aprendi ao longo destes trinta e oito anos que amigos são, afinal, todos aqueles que nos ajudam remover obstáculos e a contornar montanhas.

Porque adversários temo-los no serviço ou ainda na universidade sempre prontos e atentos para nos rasteirarem de sorte que, ao cairmos na primeira valeta, não consigamos entregar a Carta a Garcia.

Enfim, são cenas e retalhos de uma vida de trinta e oito anos!

Nota (1): Alterei a minha idade. De resto tudo na mesma, tal como há um ano. Aproveito o ensejo para expressar a minha fé e gratidão a todos aqueles que me felicitaram por mais esta primavera.

Nota (2): A minha madrinha de baptismo - Catarina Cabral, de sua graça - vem almoçar cá a casa hoje. Já não a via há mais de vinte e cinco anos, altura em que abalou para Londres onde tem residência fixa.

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