sábado, 27 de abril de 2013

A incoerência da Renamo


 
 

  • Segundo o jornal da Noite de ontem da STV (26.04.013), o Governo propôs que o encontro com a Renamo decorresse no Centro de Conferências Joaquim Chissano, depois desta (Renamo) ter de repente decidido que já não queria Indy Village e também de ter preterido o Ministério da Agricultura.
    O que quero mostrar aqui é a incoerência da Renamo perante si própria e perante a ordem social, política e legal estabelecida no país, e que constitue o principal pilar rumo à uma estabilidade duradoira.
    As pretensões da Renamo são uma arma de arremesso, que visa testar a capacidade de posicionamento da sociedade e dos partidos políticos perante a sua arrogante incoerência.
    Sim, porque sinceramente falando, a própria sociedade devia se sublevar por estar a ser, step by step, excluída do país; e os partidos políticos deviam elevar a voz por estarem a ser excluídos da arena política nacional através de pontos em bullets.
    Vou levar somente um exemplo da incoerência da Renamo: A paridade nos efectivos das Forças Armadas!
    A pertença ao exército de qualquer país é baseada na nacionalidade, sendo este o principal vector que guia os efectivos e as suas acções e missões, não havendo outra lealdade extra DENTRO do exército a não ser ao país, traduzido em obediência às estruturas oficiais de comando.
    Se um exército for formado por mais de um comando, esse exército é logo de princípio um poço de desentedimentos, de indiciplina, que em primeira análise são os grandes inimigos de um exército organizado e que se queira vitorioso.
    Por outro lado, se por acaso a Renamo e a Frelimo disponibilizassem seus membros para constituirem o exército, os outros cidadãos como é que se arranjavam? Contentavam-se em serem milicianos e seguranças? O que faríamos ao patriotismo? Trocávamo-no pelo partidarismo? Onde está a sociedade no meio disto? Calada?
    Moçambique caminha inequivocamente para uma construção que se solidifica pela unidade nacional, para não dizer pelo patriotismo, e esta tentativa de regressão à partidarização das instituições é inconcebível em pleno Sec XXI, onde os valores democráticos assentam na própria sociedade!
    A pretensão da Renamo não passa de uma clara criação de um impasse, pois nem o próprio Governo tem mandato para partidarizar o exército, e muito menos os próprios partidos políticos tem esse mandato.
    Existem mecanismos para o ingresso ao Exército; desde o SMO, as Escolas Práticas de Furrieis e Sargentos de Boane ou a Academia Samora Machel em Nampula, só para citar alguns, e que me lembre, os principais riquisitos são: sanidade física e mental, habilitações académicas, altura e peso, idade, dentre outros.
    Não me lembro de se exigir ou de haver algures nas fichas que se preenchem para a candidatura, um multichoice com nomes dos partidos políticos, onde os candidatos marcam com um X o nome do seu partido de coração.
    Por outro lado, e sinceramente, não vejo como é que se pode operacionalizar essa de “paridade” no exército. Recrutava-se os filhos de reconhecidos Renamistas e Frelimistas? Ou criava-se o espaço de multichoice nas fichas, e a malta que não é Renamo e nem da Frelimo era automaticamente eliminada?
    Enquanto isso algures em Moçambique a sociedade e os partidos políticos estão a assistir e tomar partido baseando em sentimentos pessoais de momento, sem pensar nas consequências que isso po de trazer para eles e para o país a médio e longo prazos.
    A sociedade que lutou para a despartidarização das instituições, fica queda e muda quando aparecem propostas insultuosas a esse esforço titânico cujos resultados estão dando frutos rumo à consolidação de uma sociedade da linha da frente nos destinos do país?
    Vamos pensar e olhar para este país com uma visão que ultrapassa o reducionismo e a assumpção da capacidade de poder influenciar qualquer coisa que seja. Moçambique é mais que partidos políticos. Antes dos partidos políticos existe Moçambique como umbrella de tudo.
    A cegueira que nos entra cérebro adentro, e que nos faz defender coisas sem analisá-las, regride-nos à idade de pedra, onde já passamos, e temos em mente os resultados e as experiências dessa parte da história, e repetir isso seria o mesmo sermos mamparras.

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      Manuel J. P. Sumbana Interessante. Let's here officially from BOTH dancing partners. By the way AM: Como é que começaram as negociações que culminaram em Roma?
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      Américo Matavele Não começaram com a iniciativa da Sociedade Civil? Church principalmente, ou mellhor, o Conselho Cristão e os Bispos?
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      Manuel J. P. Sumbana Quem e Porquê? Porquê St Egidio?
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      Joao Bruno Craveirinha Subscrevo mano. A Renamo nao pode pegar as armas e incitar ao odio e violencia para depois querer valer politica e democraticamente a sua posicao. Isso e perder legitimidade de argumento e actuar de modo paralimitar e contra natura. A meu ver Dhklhama tem como solucao de ultimo recurso caso nao consiga valer $$$ a sua posicao criar o seu proprio Pais na zona centro. Ele nem esta ai para pessoas como Daviz Simango e o MDM k lutam em Paz por um Mocambique melhor sem apelo a violencia, ate porque DS e o MDM estavam a retirar cada vez mais a Rena do protagonismo enquanto forca maior da Oposicao. Sobre a sociedade civil pior ainda.... basta ver k chamou "satanas" ao Bispo ou Cardeal D. Jaime. E depois e incoerente porque menciona o incumprimento, que digamos e reconhecamos e legitimo na questao desmobilizados de guerra, do AGP mas no
      entanto nao explica porque a Renamo ainda possui armas e quarteis.
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      Alcidio Bombi Parabéns pela reflexão Américo.
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      Mablinga Shikhani Caro Américo Matavele a minha opinião é que muito simplesmente a Renamo procura por esta via ganhar vantagens políticas. Os tais homens armados da para a segurança de Dlhakama previstos pelo AGP previa que Renamo forneceria os seus homens que seriam "integrados" nas forcas policiais e permaneceriam sob comando da Renamo a expensas do Estado. Ora DHL instalou-seemMaputo, nao realizou nenhum passo do previsto para o enquadramento dos seus homens, bem como manteve contingentes significativos (numérica e estruturalmente. Brigadeiros, cadeia de comando) e a sua estrutura militar para os momentos de crise interna como se vê de a uns tempos para cá. As danças da Renamo: lugar, tipo, datas, são um fair divers que procura cansar a opinião publica e levar o governo a negociar n Parlamento, sede do legislativo e dar a qualquer negociação um cunho de lei, passando por cima de todo um processo político diverso e representativo.
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      Nkuyengany Producoes manipulação da màquina propagandista da frelimo
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      Manuel J. P. Sumbana Bom, parecem as discussões de greve no navio no alto-mar: WE ARE IN THE SAME BOAT IDIOT (like the Clinton camp said to the Bush Sr in 92 on the Us Economy)
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      Américo Matavele Sumbana, mesmo no navio ha capitao e marujos. Um navio que tem dois capitaes tem duas proas e duas popas? Os marinheiros devem ser excluidos so porque os capitaes querem protagonismo? Ha um regulamento que rege as relaçoes dentro do navio, e cada um tem a sua tarefa. Essa de olhar as coisas com base em preferencias de momento, pode nos fazer despertar num pais irreconhecivel e que ja nao e' da sociedade, mas dos partidos politicos. Os partidos politicos nao passam de actores que sao fruto da sociedade, esta que serve de balance a este tipo de manobras. Estranhamente ela esta tititi!
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      Jerry Revelador Fonseca Tou do teu lado com minhas reservas. Ora, se por um lado temos uma Renamo militarizada e um governo que o permite do outro, isso acontece porque está em cumprimento de alguma alínea do AGP. Também não esquecer que estas "absurdas" exigências hoje, não teriam lugar se se tivessem cumprido na íntegra os "combinados" do AGP. É retrocedente querermos militares da frelimo e da renamo num Estado de direito, portanto, que se dê à renamo o que é lhe devido para que fique demilitarizada. Paridade nos órgãos eleitorais está cristalino e é urgente.
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      Manuel J. P. Sumbana Américo Matavele. Conheces alguma negociação que deu resultado, quando questões prévias, nâo sâo consideradas. Sempre houve isso. Aprendi nos anos 80 as negociações com Petroliferas quando estava na ENH,
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      Mablinga Shikhani Jerry Revelador Fonseca "ninguém" permitiu como descreve, algumas partes abstiveram-se e deliberadamente de fazer o que acordaram. Recue um pouco ao período anterior às eleições e depois do AGP, fique atento aos episódios da "Dupla Administração" (Dombe) e dos "Homens Armados", procure as declarações de Aldo Ajello sobre o processo político moçambicano, na altura, depois e agora. Não se trata de culpados, mas sim dos actores (tripartidos na altura) assumirem as suas responsabilidades. Sobre os Homens Armados procure o jornal Domingo de 11 de Novembro de 1994 (se não estou em erro) hà lá uma acta muito interessante sobre a finalidade daqueles pobres homens. A historia, meu caro, não é simples nem linear.
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      Angela Maria Serras Pires Mas essa conversa fiada so distrai as tropas? Os frelos estao a abafar as forcas de repressao, a economia, a saude a educacao etc etc e tu falas do menos importante?
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      Angela Maria Serras Pires Com estes discursos so das mais razao a RENAMO, enquanto nao largarem o monopolio em todas as areas os frelos serao sempre os eternos ditadores que terao de ser vencidos (dificilmente porque estamos numa ditadura camuflada que infelizmente so caira com a mesma moeda de arremesso)
    • Manuel J. P. Sumbana Rebentaste a guerra Americo. Para a Angela sou indiscutivelmente Frelo. Claro, na dicotomia Preto/Branco dela.
    • Angela Maria Serras Pires Ate curti um dos teus comentarios, acho o Americo um frelo convicto e pouco flexivel, nunca te considerei frelo Sumbana mas se enfias a carapuca entendo te.
    • Angela Maria Serras Pires Quanto a branco/preto acho uma reaccao profundamente frela e deturpada do pensamento do povo que nao cria estas barreiras que a frelo tentou montar durante 37 anos.
    • Manuel J. P. Sumbana A tua ignoráncia dá-me pena, Angela.
    • Gaby Lomengo caro Américo Matavele, o fanatismo ideológico é o estado psicológico que caracteriza teu texto. mas a historia vai contar outra.
    • Jose Luis Sousa Angela, então tu achas legítimo a partidarização das Forças Armadas de Moçambique? Aliás, nem seria esse o nome!

      A frelimo pode estar a falhar em muitos pontos acordados em 1992, mas a forma como a Renamo coloca as coisas é como se as reivindicções fossem apenas em benefício dos militantes deste partido e sobretudo daqueles que guerreiaram durante os 16 anos. A pergunta que coloco é: e o povo? Nós que não lutamos nem do lado de uns, nem doutros!
    • Manuel J. P. Sumbana Eu sô acho que a Ángela deve ser o Poster de desactualização em qualquer Partido. Se lhe dissessem que a Renamo e MDM têm raizer Portuguesas, ela aplaudiria.
    • Américo Matavele O meu texto meu caro Gaby nao tem nada de ideologico. Se me apontasse as partes ideologicas agradeceria e explicaria. A Renamo conhece as clausulas do AGP. Os actuais homens armados ja deveriam estar na policia ha muito tempo. O cerne do meu texto e' esta falta de memoria que nos caiu em cima. De repente todos os pronunciamentos da Renamo sao uma luz. O facto de a propria sociedade ser conotada com a Frelimo e' de repente uma verdade, a partidarizaçao dos orgaos de soberania (deixada em 1992), e' ja uma novidade. Se deixamos essa pratica e' porque ela nao faz jeito a uma sociedade que queremos para o futuro. Porque de repente fazem nos pensar que e' isso que queremos? Algo nao esta' bem aqui. Os partidos que se contentem com a guerra politica e deixem a sociedade ser umbrella de tudo como se faz numa sociedade normal.
    • Jerry Revelador Fonseca "...
      Vamos pensar e olhar para este país com uma visão que ultrapassa o reducionismo e a assumpção da capacidade de poder influenciar qualquer coisa que seja. Moçambique é mais que partidos políticos. Antes dos partidos políticos existe Moçambique como umbrella de tudo." Isto devias insistir lá nas fileiras do partidäo Américo Matavele.
       
    • Américo Matavele Jose Luis. Eu quando estava no Exercito nao era da Frelimo. Eu sempre fui do Estado. A propria cadeia de comando das Forças Armadas esta institucionalizada no Estado e nao em partidos. Depois do AGP, com a introduçao do multipartidarismo, essa componente estatal ficou clara e ainda serve como fundaçao das FDS. Porque regredir? Porque nao uma exigencia pro povo e pro sociedade? Porque deixar este egoismo assente numa monstruosidade destrutiva dos valores mais perenes harmonia social assentes no Moçambique como pais?
    • Angela Maria Serras Pires Acho que nao me fiz entender ou se calhar nao convem entenderem, a questao da tropa e policia e sise esta mais que analisada, estao ao servico dos frelos, alias basta lerem a imprensa e diariamente existem perseguicoes aos nao frelos.
    • Angela Maria Serras Pires Mas a questao fundamental e usarem a forca para mandarem e pilharem o povo.
    • Angela Maria Serras Pires Mas a RENAMO tem mais um milhao de factos que demonstram a ditadura destes frelos seja a era 1,2 ou 3 porque o modus operandi do SM do JC ou do AEG baseia se na base norte coreana/sovietica/chinesa dos frelos.
    • Gaby Lomengo caro Américo Matavele, estou a pedir dar uma volta na Academia militar de Nampula para palpar a partidarizacao das FADM. é a cor vermelha que predomina no bolso. nao é hoje e agora que vai acusar a renamo de querer partidarizar FADM.
    • Eusebio Sanjane prostituicao intelect
    • Nkuyengany Producoes braço armado da frelimo
    • Manuel J. P. Sumbana Angela, tens uma maneira estüpida de olhar para a realidade. Parece que o 25 de Abril náo te trouxe alegrias. Vês Frelos em todo o lado. Trava, mulher!
    • Joao Bruno Craveirinha Angela, Nkuye gany.

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