Canal de Opinião
Por: Noé Nhantumbo
“Spin doctors” e “olpes de rins” não salvam o convento
Líderes procuram perpetuar-se no poder em nome de sua não substituibilidade?
Beira (Canalmoz) – Com a crise política latente e com muitos interlocutores disfarçando que nada está acontecendo ou que nada vai alterar-se, Moçambique galopa em grande velocidade para caminhos ou destinos desconhecidos.
Quando do saco ou dos bolsos já não surgem surpresas e parecem esgotados os recursos ou ideias para lidar com a situação concreta do país multiplicam-se acções de autênticos charlatães políticos como último recurso. Da mesma maneira como se anunciam curas milagrosas, mediatizadas por anúncios pagos por charlatães feitos médicos tradicionais, tem-se visto políticos recorrem a artifícios similares.
Os apelos recentes, das mais altas esferas da governação em Moçambique, preocupam na medida em que no lugar de trazerem uma mensagem de diálogo que os moçambicanos sentem que é necessário, repetem chavões conhecidos e alguns de triste memória. Embora se sinta que há necessidade de promover-se a autoestima nacional, o discurso ou o que se pode verificar na prática é que seus promotores não conseguem ir para além de um discurso esfarrapado e se considerado, o que na prática fazem se pode dizer categoricamente que é um discurso insultuoso para a maioria indigente.
A verdade é bem diversa do que nos querem convencer alguns políticos. Chamar a terreiro a gesta independentista não tem nada a ver com reconhecimento de que se falhou no concreto, quanto a criação de condições adequadas a um desenvolvimento económico abrangente. Moçambique se transformou em praça-forte de capitalistas desmiolados no sentido de que quem ontem combateu visceralmente qualquer tentativa de promoção da propriedade privada se colocou no lugar do grande capital que pontificava naquilo que representava a cúpula do empresariado privado na ex-colónia.
Afirmar que Moçambique não precisa de novos “patrões estrangeiros” não constitui a chave para acabar com os problemas que temos no país. O problema reside no facto de que os patrões moçambicanos na maioria não consegue nem está disposta a pagar sequer o salário mínimo. A maioria dos patrões “brilhantes” que pululam no universo empresarial local é constituída por um conjunto de pessoas que até vende o “coração e a carne” para exibirem uma riqueza insustentável, na medida em que suas iniciativas empresariais não progridem. Exibir um Jaguar ou Mercedes Benz em estradas esburacadas adquiridos em segunda mão ou primeira não significa ter êxito nos negócios. Os patrões que nos dizem que querem são frutos em geral de tráfico de influências. Quando se ganham concursos de obras para o estado sem concorrer e se executam as mesmas com qualidade sofrível abrem-se as portas para o surgimento de um empresariado sem consistência e sem capacidade de contrapor-se aos empresários estrangeiros que “atracam” em Moçambique no âmbito da globalização.
Quem clama e promove investimentos estrangeiros para dinamizar a economia local não pode entrar em jogos de retórica e afastar os “patrões estrangeiros” que de facto comandam o jogo.
Quem domina o comércio de arroz e óleo no país? Quem domina o comércio de máquinas e veículos automóveis? Quem comanda o negócio privado de medicamentos? Quem são as companhias que pesquizam e exploram recursos minerais? Quem domina no negócio da pesca comercial? Quem compra e exporta madeira? Quem domina o negócio de catering para os megaprojectos? Afinal quem de facto são os patrões em Moçambique?
É de supor que os moçambicanos não se deixem enganar por mais uma avalanche de discursos virados a reclamar um patriotismo que termina logo quando o discurso dá-se por concluído.
Um comité central “domesticado” e composto por gente completamente ciente, de que se pensar e manifestar algo contrário por si própria, está condenada a vida curta no partido só vai continuar a “bater palmas”. Mas os moçambicanos mesmo sem serem experts em política, já não “engolem” estas coisas da mesma maneira.
Agora o que está na mente de todos é o descalabro daquele diálogo que diziam que existia entre a Frelimo através de seu governo e a Renamo, com vista a resolver diferendos e dossiers importantíssimos para o país. Basta de discursos bonitos e aparentemente nacionalistas feitos por comissários políticos “vitalícios”. Desse lado já se ouviu quase tudo. Nada de novo está saindo “daquelas bocas”.
Os moçambicanos querem informação específica e definitiva sobre o que realmente está acontecendo. Não é salutar que cheguemos ao ponto de termos de depender de pressões externas para resolver assuntos internos. Recuar para Roma porque o que se acordou em Roma não foi cumprido é um retrocesso real acima de discursos de conveniência. A hipocrisia e os “adiantados de Galiza” não servem a causa nacional.
O que de facto acontecerá em Novembro de 2013? Teremos eleições em ambiente pacífico ou vamos ter um país sendo assaltado por forças policiais, militares e opositores armados, todos defendendo e seguindo ordens que a maioria dos moçambicanos ignora?
A cultura política prevalecente tem sido de fazer-se política em volta de líderes tidos como carismáticos e que sem eles não se vencem eleições. Montam-se partidos políticos como plataformas de realizações de agendas de grupo, de indivíduos que descobriram que a política substitui o trabalho, que facilita o enriquecimento próprio e que com a política rapidamente se resolvem todos os problemas materiais.
As cambalhotas que se verificam na execução política em Moçambique têm a sua génese que com frequência é ignorada pelos interlocutores.
Os líderes que se autoproclamam essenciais e fundamentais para o nosso processo político parece que naos e enxergam pu estão vendo tudo de maneira míope.
Quem não sabe que líderes golpistas e que chegam ao poder através de golpes de estado, lideres perseguidos e acusados no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, decisões políticas fundamentais não cumpridas e conveniência entre golpistas e presidentes eleitos, conspurcam o ambiente político africano? É vergonhoso que as presidentes que tenham que recorrer a fuga precipitada no lugar do diálogo consequente entre opositores. A via da violência, do assassinato político encomendado ou assistido não resolve os problemas como se pode ver em Angola ou na Guiné Bissau ou Zimbabwe.
Em Moçambique não se fala de golpe mas aparece na retina, como evidente, que ao nível interno, no seio do partido que governa, ocorrem pequenos tremores de terra e golpes palacianos que não se consegue encobrir. As alas internas que se teima em dizer que não existem são a lava visível de vulcões que existem. Em outros partidos da oposição também há sinais preocupantes de intolerância e açambarcamento do poder. Ninguém parece interessado em “largar o osso”.
Da falta de consenso interno ao nível da Frelimo e porque ninguém quer amanhã ser acusado de ter “cedido e vendido” a posição cimeira no partido em Moçambique, o país está refém daquilo que se pode denominar legitimamente de política obtusa, perigosa e contraproducente.
Venderam tudo ao grande “patronato internacional” e recolheram vantagens irrisórias. Agora que aparecem outros reclamando participar no banquete já não se consegue.
Falido aquele socialismo que trouxeram da Tanzânia agora sentem-se impotentes e desnorteados.
Quando faz falta um diálogo profundo e aberto avançam com impulsos virulentos destinados a fazer retroceder o processo político nacional.
Esta gente que se recusa a aprender com a história não se importa de ver tudo descambar para o desastre e a guerra civil. Os factos falam por si e neste capítulo não estamos inventando nada.
No meio desta confusão toda e de toda uma ofensiva política desfasada com a realidade, a esperança é que notam-se sinais concretos de amadurecimento da opinião pública moçambicana. Da oposição e dos meios académicos e intelectuais já se registam sinais de que os moçambicanos não são mais aqueles de ontem que aceitavam tudo o que “mestre dizia”…
É urgente desfazerem-se equívocos e teimosias…
Queremos a continuação da paz mas sobretudo de uma paz digna, em que o respeito pelos outros sejam uma realidade.
Os bombardeamentos mediáticos promovendo a intolerância precisam de ser contrariados pelo voto popular esclarecido.
Aquele Comité Central da Frelimo que acaba de reunir-se tem de discutir e informar aos moçambicanos que a intolerância política manifestada por seus militantes e membros em Gaza será rigorosamente combatida.
Violentar os outros é um convite para a retribuição violenta ou não é isso que costuma acontecer em situações idênticas?
Os ataques da PRM e FIR contra manifestantes indefesos e pacificamente exigindo direitos que julgam seus, tem de ser tomados a sério pelos partidos e principalmente pelo partido no poder.
A coexistência pacífica tão necessária não coaduna com atitudes violentas nem com o açambarcamento da agenda política nacional.
Nada está esgotado na frente do debate nacional. O extremar de posições não significa fim de linha desde que haja algum realismo entre os políticos... (Noé Nhantumbo)
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