11/12/2012
COISAS DA NOSSA TERRA
Por Edwin Hounnou
As indicações iniciais que nos chegam do primeiro encontro havido entre as delegações do Governo e da Renamo são motivos de bastante preocupação para um país que passou por longos anos mergulhado em guerra civil e de destruições. Não passa da cabeça de ninguém que, por orgulho e arrogância de um grupo de indivíduos, se volte, novamente, ao conflito armado, por isso, as conversações em curso têm que resolver os graves problemas por que o País passa, para que a paz não se traduza num mero silêncio do troar dos canhões. A paz que vivemos pode se quebrar porque ela se assenta em base de injustiças sociais, humilhações, desigualdades económicas e sociais abismais cada vez mais profundas, opressão e ausência de liberdades como a de opinião e de escolha política.
Por Edwin Hounnou
As indicações iniciais que nos chegam do primeiro encontro havido entre as delegações do Governo e da Renamo são motivos de bastante preocupação para um país que passou por longos anos mergulhado em guerra civil e de destruições. Não passa da cabeça de ninguém que, por orgulho e arrogância de um grupo de indivíduos, se volte, novamente, ao conflito armado, por isso, as conversações em curso têm que resolver os graves problemas por que o País passa, para que a paz não se traduza num mero silêncio do troar dos canhões. A paz que vivemos pode se quebrar porque ela se assenta em base de injustiças sociais, humilhações, desigualdades económicas e sociais abismais cada vez mais profundas, opressão e ausência de liberdades como a de opinião e de escolha política.
Todas as guerras que assolaram as nações e os povos resultam das injustiças praticadas por quem detém o poder do Estado. O fim da guerra dos 16 anos pressuponha-se que fosse a restauração das liberdades. A esperteza de uns não pode manter a paz por tempo indeterminado. Não é justo nem aceitável que o Governo venha a público dizer que os outros (Renamo) não estão a dizer coisa com coisa. Isso não é verdade. Existem problemas muito graves que devem ser resolvidos sob o risco de se atingir, outra vez, níveis preocupantes de saturação.
Não é novidade que o Estado se encontra refém do partido governamental. É um segredo aberto que o critério para o ingresso no aparelho do Estado seja titular do cartão de membro do partido governamental e não a competência técnico-profissional dos candidatos.
É conhecido como as eleições são ganhas desde que Moçambique se tornou multipartidário. Os órgãos que conduzem os processos eleitorais e a Polícia funcionam como destacamentos avançados, nos pleitos eleitorais, para favorecerem, de forma fraudulenta, “vitórias retumbantes”, como os próprios “eleitos” costumam dizer. Os exemplos de eleições viciadas são incontáveis para confirmar o que se diz que os partidos libertadores, de modo geral, não deixam o poder através de uma eleição, pois, estas servem para legitimar os novos ditadores e, assim, conseguirem apoios do Ocidente que garantam a sua permanência no poleiro. As eleições não são instrumentos para o povo eleger e legitimar os seus dirigentes, mas, somente, truques de um ilusionismo político com a benção dos doadores internacionais.
Se o País tiver que experimentar, de novo, mais um tormento de guerra, esta será da responsabilidade exclusiva do Governo da “Turma Tudo Bom” que diz que tudo está muito bem. Quando um grupo come com uma colher grande, está feito com as multinacionais que exploram as nossas riquezas e o povo vai minguando de fome e pobreza. É uma loucura dizer que não existem problemas. Não é ser agitador, como pretende insinuar o Presidente da República, dizer as oportunidades de negócios estão reservadas para as mesmas pessoas.
O Governo faz ilusionismo político para enganar as pessoas menos atentas.
CORREIO DA MANHÃ – 10.12.2012
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