Coisas da nossa terra por Edwin Hounnou
Os recursos naturais que se descobrem, dia após dia, no país, poderiam ser uma bênção divina a cobrir o povo, uma alavanca para a economia nacional se robustecer e colocar o país no concerto das nações, se forem bem organizados e, correctamente, administrados para suprir os imensos problemas com que o país se debate. Caso isso não aconteça, os recursos naturais que temos podem vir a ser um pomo de disputas internas e darem origem a outras “biafras” de onde se verterá muito sangue de gente inocente. Os recursos naturais podem ser uma fonte de discórdias se os seus benefícios chegarem, apenas, às elites político-económicas que se dizem milionárias e empresários de sucesso e o povo ter de esperar por mais 15, 20 ou 30 anos.
O segredo em que se encerram os acordos firmados entre o Governo e as companhias que pesquisam e exploram os nossos recursos fazem levantar desconfianças.
Se não há nada de anormal a esconder, então, os acordos que sejam do domínio de todos, publicando-os no Boletim da República. Os recursos naturais pertencem ao país, logo, os actos que se praticam, como os acordos que acontecem em jantares à luz de velas não servem a causa do povo nem dignificam o país. O secretismo que envolveu a reversão da “nossa HCB” volta, desta vez, a repetir-se no Recursos naturais podem ser uma maldição caso da construção da linha-férrea Moatize-Nacala e do respectivo porto.
O segredo em que se encerram os acordos firmados entre o Governo e as companhias que pesquisam e exploram os nossos recursos fazem levantar desconfianças.
Se não há nada de anormal a esconder, então, os acordos que sejam do domínio de todos, publicando-os no Boletim da República. Os recursos naturais pertencem ao país, logo, os actos que se praticam, como os acordos que acontecem em jantares à luz de velas não servem a causa do povo nem dignificam o país. O secretismo que envolveu a reversão da “nossa HCB” volta, desta vez, a repetir-se no Recursos naturais podem ser uma maldição caso da construção da linha-férrea Moatize-Nacala e do respectivo porto.
A História ilustra que a maior riqueza de um país é a sua gente quando bem educada, técnica e cientificamente preparada, com ética, moral e a terra.
Com o sistema de educação tão deficiente como o nosso, está claro que o nosso barco jamais chegará a bom porto. O Vietname, dilacerado por uma guerra de agressão, hoje produz cereais para todo o mundo.
O Japão, país de mil e uma ilhas, alimenta meio mundo. O Botsuana combina, de forma inteligente, a criação de gado bovino com os diamantes e, hoje, é um país modelo em África, onde a democracia e a boa governação constituem uma simbiose.
Temos o carvão mineral, hidrocarbonetos, madeiras, porém, estes recursos estão a ser pilhados por estrangeiros para alimentarem outras indústrias.
O nosso país virou um excelente fornecedor de matérias-primas com a cumplicidade do Governo, cujos membros apelam ao povo para ir aguentando enquanto eles já têm os seus interesses acautelados junto às multinacionais que empobrecem Moçambique e o seu povo.
Não se pode ter um Estado eficiente, forte com gente que não sabe fazer, ainda que ostentem diplomas universitários. Não se pode ter uma Nação desenvolvida com governantes que colocam em primeiro plano os seus interesses pessoais em detrimento dos do povo, por muito que cantem bonitos discursos em praças públicas ou chancelarias reluzentes.
Se o Governo não alterar a maneira de gerir os recursos naturais que o país dispõe, num futuro muito breve, vamos assistir ao fenómeno como o de Biafra, na Nigéria – tendências de desmembramento do país em províncias ou regiões. Não estamos longe disso.
CORREIO DA MANHÃ – 30.10.2012
Com o sistema de educação tão deficiente como o nosso, está claro que o nosso barco jamais chegará a bom porto. O Vietname, dilacerado por uma guerra de agressão, hoje produz cereais para todo o mundo.
O Japão, país de mil e uma ilhas, alimenta meio mundo. O Botsuana combina, de forma inteligente, a criação de gado bovino com os diamantes e, hoje, é um país modelo em África, onde a democracia e a boa governação constituem uma simbiose.
Temos o carvão mineral, hidrocarbonetos, madeiras, porém, estes recursos estão a ser pilhados por estrangeiros para alimentarem outras indústrias.
O nosso país virou um excelente fornecedor de matérias-primas com a cumplicidade do Governo, cujos membros apelam ao povo para ir aguentando enquanto eles já têm os seus interesses acautelados junto às multinacionais que empobrecem Moçambique e o seu povo.
Não se pode ter um Estado eficiente, forte com gente que não sabe fazer, ainda que ostentem diplomas universitários. Não se pode ter uma Nação desenvolvida com governantes que colocam em primeiro plano os seus interesses pessoais em detrimento dos do povo, por muito que cantem bonitos discursos em praças públicas ou chancelarias reluzentes.
Se o Governo não alterar a maneira de gerir os recursos naturais que o país dispõe, num futuro muito breve, vamos assistir ao fenómeno como o de Biafra, na Nigéria – tendências de desmembramento do país em províncias ou regiões. Não estamos longe disso.
CORREIO DA MANHÃ – 30.10.2012
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