domingo, 28 de outubro de 2012

O que a Europa tem medo de dizer

 



11.10.2012, 13:57
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França multiculturalismo
© Flickr.com/zoetnet/cc-by

As autoridades francesas apreenderam a vários islamitas materiais para a fabricação de engenhos explosivos. "Estamos diante de um grupo terrorista que representa um perigo sério", declarouo promotor de Paris, François Molins.


As autoridades reconhecem queos extremistas não vieram do estrangeiro,ou seja, são um produto da sociedade francesa. Aliás, a própria população localé alvo de manifestações racistas por parte dos imigrantes das antigas colônias, afirmam alguns políticos franceses que iniciaramo debate sobre este tema.
Um dos participantes da discussão, Gilles William Goldanel, advogado e publicista, presidente-fundador daorganização Advogados sem Fronteiras, declarou queo problema se coloca há muito tempo mas que até agora tem sido envolvida em um véu de silêncio.
O advogado tem a sua explicação para isso. A Segunda Guerra Mundial eo holocausto perturbaramosocidentais, uma vez que estes crimes foram levados a cabo por europeus em nome da raça branca. Isso levou a queosocidentais tivessem uma espécie de ódio por si próprios e abriu caminho àquilo que Gilles William Goldanel chama "um amor pouco saudável pelas diferenças".
Há dois anos, Thilo Sarrazin, político alemão do Partido Social Democrata, publicouo escandaloso livro "A Alemanha se extingue a si mesma", no qual descreveuo mesmo problema relativamente ao seu país. Depois disso, foiobrigado a abandonar a Junta Diretiva do Deutsche Bundesbank, devido a acusações de racismo.
Naopinião de Thilo Sarrazin,os imigrantes muçulmanos, mesmo na segunda e terceira geração, na sua maioria não conseguem (e não querem) integrar-se na sociedade alemã. Como resultado, no pano de fundo de redução da natalidade entre a população alemã, a composiçãoétnica do país vai mudando, levando à redução do nível intelectual dos habitantes da Alemanha.
Alguns especialistas consideram que a conceção europeia de multiculturalismo foi desdeo início uma espécie de projeto econômico.
No fundo, ter-se-ia tratado de uma espécie de acordo tácito comos imigrantes, chamados aocuparos postos de trabalho vagos na Europa. Em troca da lealdade ao país de acolhimento, foi-lhes deixado conservaro seu estilo de vida,os seus costumes e rituais. Há que reconhecer queos europeus não souberam prever todas as consequências.
Os imigrantes continuam a consideraros seus empregadores como "exploradores" e "opressores". Consequentemente, aosolhos dos europeus,os imigrantes são vistos como "criados", como passageiros "de segunda classe", tal como escreveu Marx, agora em versão politicamente correta.
Pelos vistos,os políticos da Europa (e não só eles) deverão corrigir significativamente a sua política de imigração, tornando-a mais aberta mas principalmente mais justa. Para começar, há que começar a chamar as coisas pelos seus nomes. A julgar por tudo,é precisamente este primeiro passo queos europeus têm muita dificuldade em dar.

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