03/07/2007
Maputo, Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007:: Notícias
De acordo com o porta-voz do maior partido da oposição nacional, Fernando Mazanga, Dias está a deturpar a história da criação da então Resistência Nacional Moçambicana, ao negar que Dhlakama tenha feito parte dos cidadãos que estiveram na origem da fundação daquela antiga força de guerrilha envolvida no conflito armado que durou 16 anos no país.
Para o interlocutor, o também presidente do MONAMO estará a fazer confusão com o GUMO, formação política por ele fundada, juntamente com a moçambicana Joana Simeão, em 1973, na cidade da Beira.
Leia em:
Download maximo_dias_acusado_de_deturpar_a_histria.doc
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2007/07/credibilidade-1.html
Danos do conflito armado
Fundação
da RENAMO: Máximo Dias acusado de deturpar a história
A RENAMO desmente as declarações feitas por Máximo Dias, na
semana passada ao nosso Jornal, segundo as quais ele juntamente com André
Matsangaissa, foram os verdadeiros fundadores do ex-movimento criado em
1976, e que o seu actual líder, Afonso Dhlakama, não teria feito parte do
grupo.
Maputo, Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007:: Notícias
De acordo com o porta-voz do maior partido da oposição nacional,
Fernando Mazanga, Dias está a deturpar a história da criação da então
Resistência Nacional Moçambicana, ao negar que Dhlakama tenha feito parte dos cidadãos
que estiveram na origem da fundação daquela antiga força de guerrilha envolvida
no conflito armado que durou 16 anos no país.
Para o interlocutor, o também presidente do MONAMO estará a
fazer confusão com o GUMO, formação política por ele fundada, juntamente com a
moçambicana Joana Simeão, em 1973, na cidade da Beira.
“Máximo Dias pretende deturpar a história da RENAMO. Ele não faz
parte dos homens que fundaram a Resistência Nacional Moçambicana e, o seu
nome nem consta nos documentos que falam da criação desta formação política”,
disse Fernando Mazanga, convidando Máximo Dias a falar da criação do GUMO.
Dias revelou semana passada em Maputo, que ele e André
Matsangaissa fizeram parte do grupo de cidadãos que fundou a então
Resistência Nacional Moçambicana, em 1976 na cidade da Beira, província de
Sofala.
De recordar que este político que é deputado da Assembleia
da República, por força da coligação União Eleitoral, revelou nessa mesma
entrevista que Matsangaissa pode ter sido morto pela própria RENAMO, enquanto
movimento de guerrilha, por alegadamente nunca ter aceite a forma como os seus
companheiros de luta conduziam a guerra que dilacerou o tecido económico e
social do país.
O nosso interlocutor revelou ainda que quando André Matsangaissa
e seus companheiros fundaram o movimento, não esperavam que a luta
durasse 16 anos. “Não era essa a nossa intenção, mas conduzidos pelo
“apartheid” e pelo regime de Ian Smith, da Rosésia, a guerra acabou
levando todo este tempo, uma vez que tinham como interesse destruir o país e
não conduzir este movimento ao poder”.
Perante estas afirmações, o porta - voz da “perdiz”, Fernando
Mazanga, veio a público explicar que os verdadeiros fundadores da RENAMO,
nomeadamente André Matsangaissa e Afonso Dhlakama, não conheceram Máximo Dias,
na altura da formação da resistência.
Disse que a força guerrilheira foi fundada em 1976 quando
André Matsangaissa era comandante da engenharia das ex-Forças Populares de
Libertação de Moçambique (FPLM) em Matacuane, na cidade da Beira, enquanto que
Afonso Dhlakama era comandante da logística das FPLM, também na Beira.
Mazanga disse que foram estas duas figuras e outros companheiros
que fundaram a resistência, e que Máximo Dias nunca esteve perto deles, não
conheceu as motivações que levaram à criação do movimento, e nem o papel de
Afonso Dhlakama em todo o processo que culminou com a fundação da Renamo e o
início da luta.
Disse também que o líder do MONAMO não conhece as causas
que fizeram com que André Matsangaissa fosse preso e enviado para o campo
de reeducação de Sacuza, na província de Sofala, onde Afonso Dhlakama teria
desempenhado um papel importante para a sua fuga. “Tratou-se de uma operação
que culminou com a fuga de outros 400 prisioneiros”, disse, salientando que
Matsangaissa fugiu para então Rodésia do Sul.
Segundo o nosso entrevistado, Afonso Dhlakama junta-se ao
primeiro comandante do movimento armado a 1 de Agosto de 1977. “Portanto,
Máximo Dias não estava em todo este processo, primeiro porque a guerra da
RENAMO foi movida por militares, e ele não fazia parte da ala militar”.
Num outro desenvolvimento, o porta-voz da “perdiz” deu a
conhecer que a liderança da guerrilha só ouviu fala de Máximo Dias em
1978, quando este, vindo de Portugal para a Rodésia, procurou saber algo sobre
a Resistência Nacional de Moçambique. “Só que, dias depois ele desapareceu e
nunca mais foi visto. Mesmo em 1978, Máximo Dias não foi recebido nem por
Matsangaissa nem por Dhlakama, pois as suas intenções não estavam claras”.
Mazanga desafiou Máximo Dias a apresentar pelo menos cinco
nomes de indivíduos que juntamente com André Matsangaissa fundaram a Renamo.
“Os partidos fundados por Máximo Dias desapareceram, e agora já está a anunciar
a morte súbita do MONAMO, portanto, se a Renamo tivesse sido fundado por ele
também teria desaparecido”.
Desmentiu ainda que André Matsangaissa tivesse sido morto
pelos seus guerrilheiros, informando que aquele antigo comandante do movimento
perdeu a vida em combate com as forças governamentais a 17 de Outubro de 1979,
na então vila Paiva de Andrade, hoje Gorongosa.
Revelou também que a guerrilha iniciou os seus ataques a 2 de
Janeiro de 1977, atacando na altura dois machimbombos que transportavam
militares, numa das regiões da província de Manica.
Dias
reafirma
Maputo, Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007:: Notícias
Entretanto, o presidente do MONAMO, Máximo Dias reafirmou a sua
ligação com André Matsangaissa para a formação da Resistência Nacional
Moçambicana. “Não posso mentir, a pessoa que te passou essa informação não
conhece a génese da fundação da RENAMO. Eu fui um dos fundadores da Renamo,
juntamente com André Matsangaissa e outros companheiros”, repisou.
Reconheceu que fundou o GUMO juntamente com Joana Simeão em
1973.
Reiterou que não era intenção dos fundadores do movimento
rebelde destruir o país, mas sim obrigar a Frelimo “a mudar a sua
política de exclusão e outros desmandos, mas os então regimes da África do Sul
e da Rodésia, aproveitaram-se deste movimento transformando os seus guerrilheiros
em mercenários de baixo custo”.
Segundo Máximo Dias, o então regime da África do Sul e da
Rodésia nunca estiveram interessados em apoiar a Resistência Nacional
Moçambicana, no sentido de tomar o poder, “mas o que na verdade queriam, era
usar este movimento para desorganizar a administração da Frelimo”.
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