Comboio descarrila após embater em barricadas
Um comboio de transporte de carvão mineral descarrilou, ontem, no Corredor de Logística de Nacala (CLN), na cidade e Nampula, ao embater em barricadas colocadas na linha férrea por manifestantes, segundo avança o “Notícias.”
Segundo a fonte, o acidente ocorreu na zona da Total, ao longo da linha férrea que liga a província de Tete e o porto de Nacala.
O sinistro afectou a travessia na passagem de nível entre os bairros de Carrupeia e Napipine e para as zonas da Sipal e Gorongosa.
MZNews - 03.12.2024
Posted on 03/12/2024 at 21:12 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Eleições 2024 Gerais | Permalink | Comments (0)
Gondola: Trabalhadores cortam ligação ferroviária entre Moçambique e Zimbabwe
Um grupo de trabalhadores dos Caminhos de Ferro de Moçambique – Centro (CFM), removeu, nesta terça-feira, 3, uma secção da linha férrea Beira - Machipanda, impedindo a ligação ao Zimbabwe.
A rota é crucial para as importações e exportações dos países africanos do interior, que dependem do porto moçambicano da Beira.
A secção de cerca de três metros de comprimento foi removida na estação ferroviária de Gondola, na província de Manica, onde o grupo esteve amotinado, no início da manhã para se queixar das condições precárias de trabalho na linha de Machipanda, inaugurada há um ano.
Além de melhores condições de trabalho, eles exigem contratos como efetivos da empresa, alegando promessas feitas pela empresa aquando do arranque das obras de requalificação da linha.
“Sem nenhuma explicação deram um novo contrato de dois meses para assinar, e o nosso futuro está em perigo”, disse Mateus Zacarias, um dos trabalhadores.
Outro disse, no anonimato, que a empresa explorava os trabalhadores, que só conheciam o horário de entrada e nunca de saída, sem o pagamento de horas extraordinárias.
O gabinete de comunicação da empresa CFM não respondeu de imediato ao pedido de comentário enviado pela VOA.
A linha de Machipanda, com cerca 300 quilómetros, foi reintroduzida em 2023, 26 anos depois. Aumentou a capacidade de transporte de passageiros e carga, e é de capital importância para o Zimbabwe.
VOA – 03.12.2024
Posted on 03/12/2024 at 20:58 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Eleições 2024 Gerais | Permalink | Comments (0)
O PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES INDEFERIU O MEU REQUERIMENTO DE 28 DE OUTUBRO DE 2024, E EU HOJE RECLAMEI CONFORME A LEI MANDA
Por Roberto Júlio Tibana
Quero ver a documentação do processo eleitoral toda, desde os boletins de voto que estão nas urnas até as tabulações todas que ele usou para produzir aquele relatório dele que mandou para o Conselho Constitucional, e todas as atas das reuniões onde tudo isso se cozinhou, desde a Assembleia de Voto até o STAE e CNE central! Só isso! É de interesse público.
Ele não tem argumentos absolutamente nenhuns. Ignorou a lei, e de seguida a violou. Mal aconselhado, ou faz-se. E parece que virou moda: ignoram a Lei e criam as suas próprias categorias jurídicas. Quer dizer, quando não tem argumentos na base da Lei da República criam a sua própria lei e depois jugam o caso conforme esta. Não sou jurista, mas até eu essa apanhei. A ver vamos.
Para quem esteja interessado e possa ter dificuldades de ver o documento da RECLANMAÇÃO que reproduzo em imagem neste post, veja a seguir a sua reprodução ipsissima verba.
A luta Continua! (foram eles que nos ensinaram)
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“ RECLAMAÇÃO
(Nos termos do Alínea a do Nr. 1 do ARTIGO 34 da Lei nº 34/2014 -Lei do Direito à Informação)
Excelentíssimo Senhor Presidente da Comissão Nacional de Eleições,
Cidade de Maputo,
- No dia 28 de Outubro de 2024, eu, ROBERTO JÚLIO TIBANA, na ocasião devidamente identificado, com base no Nr. 1 do Artigo 15 da Lei nº 34/2014 (Lei do Direito à Informação), requeri a a V. Excia o acesso a informação constituída por documentos originais relacionados com as eleições gerais (legislativas, presidenciais, e para as assembleias provinciais) realizadas no dia 9 de Outubro de 2024, nomeadamente todos os boletins de voto depositados nas urnas por todos os cidadãos que se fizeram às assembleias e mesas de votação no território nacional e na diáspora, os respetivos cadernos eleitorais, editais e atas de apuramento nas mesas e assembleias de votação, bem como os editais, atas e mapas de centralização distrital, provincial e nacional, na sua forma original em papel.
- Após insistência, no dia 2 de Dezembro de 2024 recebi da Secretaria da CNE uma carta de resposta, datada de 12 de Novembro de 2024 (mas não comunicada desde essa altura), assinada pelo Sr. Sérgio D. Zacarias (Tec. Superior N1), Chefe de Gabinete, transmitindo que a Vossa decisão consiste no seguinte (citação):
“Analisado e ponderado, o seu requerimento foi indeferido por carecer de fundamento legal e ser manifestamente impossível a sua satisfação.”
- Com esta RECLAMAÇÃO venho impugnar a Vossa decisão por ela ser ilegal, pelas seguintes três razões:
- A Vossa decisão ignora a Lei nº 34/2014 (Lei do Direito à Informação) como fundamento legal, Lei essa que explicitamente referi no meu requerimento mencionando o Nr. 1 do seu Artigo 15. Permita-me fazer notar que sendo dirigente máximo de um órgão sujeito à força da mesma nos termos do seu Artigo 3, Vossa Excelência tem a obrigação de conhecer e reconhecer essa Lei. O Nr. 1 do Artigo 14 (Legitimidade) da mesma Lei reza que “1. Todo o cidadão tem o direito de requerer e receber informação de interesse público.” Em nenhuma parte do despacho Vossa Excelência fundamenta contra a legalidade do requerimento e a minha legitimidade para o formular.
Posted on 03/12/2024 at 19:24 in Eleições 2024 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Beatriz Buchili deixa a Procuradoria-Geral da República. Saiba quem a sucede
O Presidente da República, Filipe Nyusi, nomeou, nesta terça-feira, Américo Julião Letela para o cargo de Procurador-Geral da República, em substituição de Beatriz Buchili.
“A nomeação do novo Procurador-Geral da República, pelo Chefe de Estado, surge na sequência do término do mandato de Beatriz Buchili”, explica um comunicado de imprensa da Presidência citado pelo jornal “O País”.
Beatriz Buchili cumpriu dois mandatos, um entre 2014 e 2019 e outro, de 2019 a 2024.
Por sua vez, Américo Letela foi, entre outros cargos, director do Gabinete de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional.
MZNews - 03.12.2024
Posted on 03/12/2024 at 19:11 in Justiça - Polícia - Tribunais | Permalink | Comments (0)
Eleições 2024: Albino Forquilha defende auditoria forense e responsabilização dos responsáveis pela fraude eleitoral
Posted on 03/12/2024 at 18:56 in Eleições 2024 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Biden recebido em Luanda: "O futuro do mundo está em África"
O Presidente dos EUA, Joe Biden, encontrou-se com o seu homólogo angolano, João Lourenço, em Luanda, onde prometeu apoio duradouro ao continente africano. "O futuro do mundo está aqui, em África, em Angola", sublinhou.
Num dia considerado histórico em Angola, Joe Biden foi acolhido esta terça-feira com honras militares e uma salva de 21 tiros. À sua espera no Palácio Presidencial da Cidade Alta estava o seu homólogo angolano, João Lourenço, que o recebeu "por volta do meio-dia desta terça-feira", precisa a Presidência da República de Angola na sua página no Facebook.
Biden declarou-se "orgulhoso" por ser o primeiro Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) a visitar Angola e pelo que têm feito juntos para "transformar a parceria". Segundo o Presidente cessante dos EUA, "os resultados, até agora, falam por si mesmos".
Cumprindo a promessa de visitar o continente durante o seu mandato, que termina em janeiro, Joe Biden disse ainda que os Estados Unidos estão "totalmente com África" e com Angola, uma frase que já tinha utilizado durante a cimeira EUA-África em Washington em dezembro de 2022.
"Não achamos que temos todas as respostas, mas estamos preparados para ouvir as vossas respostas às necessidades que têm, particularmente as respostas ao financiamento da dívida internacional", disse Biden no Palácio Presidencial, antes da reunião privada com João Lourenço.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, caminha ao lado do Presidente angolano, João Lourenço, durante uma cerimónia de acolhimento no Palácio Presidencial em LuandaO Presidente dos EUA, Joe Biden, caminha ao lado do Presidente angolano, João Lourenço, durante uma cerimónia de acolhimento no Palácio Presidencial em Luanda
Num dia considerado histórico em Angola, Joe Biden foi acolhido em Luanda com honras militares e uma salva de 21 tirosFoto: Elizabeth Frantz/REUTERS
Investimentos em Angola
No encontro com o seu homólogo angolano, Biden abordou os investimentos norte-americanos em Angola, desde o Corredor do Lobito aos projetos de energia solar e infraestruturas de Internet e telecomunicações.
Falou também sobre os investimentos para aumentar a produção agrícola, "para que Angola possa alimentar-se" e também ao resto do mundo, considerando o setor como "uma boa oportunidade" para a economia angolana.
"O futuro do mundo está aqui, em África, em Angola", disse o chefe de Estado, lembrando que, até agora, a sua administração já investiu três mil milhões de dólares (cerca de 2,85 mil milhões de euros à cotação atual) em Angola.
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Posted on 03/12/2024 at 18:49 in Angola - Cabinda | Permalink | Comments (0)
Um jornal digital de quando em vez
Posted on 03/12/2024 at 18:10 in Eleições 2024 Gerais, Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
CC avança na confrontação de actas e editais das eleições gerais
Conselho Constitucional avança na confrontação de actas e editais das eleições gerais
O Conselho Constitucional (CC) intensifica os trabalhos de verificação das actas e editais relacionados às eleições gerais de 9 de Outubro. Até ao momento, os documentos de nove províncias já foram analisados, restando apenas a província da Zambézia, cujo processo deverá iniciar-se nesta quarta-feira.
Os documentos em questão foram fornecidos pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e pelos três partidos que submeteram recursos: PODEMOS, Renamo e MDM.
A CNE entregou ao CC os editais de todas as províncias, enquanto o PODEMOS apresentou apenas os documentos referentes às sete províncias onde afirma ter obtido vitória. Estas províncias excluem Cabo Delgado, Niassa e Gaza. A Renamo e o MDM, por sua vez, submeteram os editais de todas as áreas.
Segundo informações obtidas, o processo de apuramento encontra-se em 90% de conclusão. Durante a verificação, o CC tem identificado situações de irregularidades, como editais em branco, falsificações e documentos preenchidos pelo mesmo punho.
O método de validação adotado prioriza os resultados apresentados por dois partidos que coincidam entre si e sejam divergentes dos apresentados pela CNE. Nesses casos, prevalecem os resultados partidários. Caso um dos partidos concorde com os dados da CNE, estes serão considerados. Se todos os documentos forem inconsistentes, os resultados da CNE serão validados.
Após a fase de apuramento, inicia-se a digitalização dos dados, processo que já atingiu 65% de progresso. Este procedimento envolve a informatização e centralização das informações para a definição automática dos vencedores das eleições.
A promulgação oficial dos resultados está prevista para 23 de Dezembro, aproximadamente 20 dias antes da tomada de posse da nova legislatura, marcada para 12 de Janeiro, em conformidade com a legislação em vigor.
O processo atraiu a atenção da imprensa, convidada a acompanhar de perto o trabalho realizado pelo CC nesta última terça-feira.
In https://www.jornalaominuto.com/2024/12/conselho-constitucional-actas-editais-eleicoes-2024.html
Posted on 03/12/2024 at 17:49 in Eleições 2024 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
O Poder a Cair na Rua. E Depois?
Por João Feijó
Ao longo das últimas semanas, um problema estrutural que requeria uma solução política e sensível tem sido gerido, da parte do Governo de Moçambique, como se de um problema de segurança se tratasse.
A incapacidade de lidar com este fenómeno social desencadeou um levantamento popular que parece difícil de reverter-se. Num cenário de anarquia generalizada, em que o poder está a cair na rua, que cenários se equacionam nas próximas semanas?
“Da Frelimo é o povo” à “Frelimo com medo do povo”
Há 5 décadas atrás, assistia-se ao fim de um ciclo 50 anos de fascimo colonial. Não obstante a resistência dos sectores leais às forças portuguesas, a Frelimo conseguiu conquistar amplos apoios na sociedade, particularmente em zonas rurais do Norte e centro de Moçambique, nos bairros periféricos urbanos e, inclusivamente, entre sectores mais progressistas da sociedade colonial, nomeadamente entre estudantes, juristas, jornalistas ou no seio das forças armadas portuguesas.
A Frelimo apresentava-se como um movimento de libertação da opressão, mas, também, de redistribuição e de justiça social.
De discursos socialistas assentes na “libertação do homem e da terra”, nas décadas seguintes emergiram novas visões, assentes na possibilidade de os povos anteriormente colonizados se poderem tornar capitalistas.
Antigos libertadores foram-se transformando em latifundiários e accionistas, no sector da banca, mineiro ou da segurança privada. Reproduziu-se o mesmo sistema de relações sociais, produtor de exclusão e de desigualdades.
Cinquenta anos depois, um novo movimento de protesto emerge a nível nacional, abrangente a vários sectores da sociedade. Os vídeos que circulam na internet permitem constatar a existência de um amplo descontentamento entre:
Jovens desempregados, que sobrevivem do desenrasca diário, residentes nas principais cidades do País (Maputo, Matola, Nampula, Nacala-Porto, Chimoio, Moatize, etc.), mas também em pequenas vilas transfronteiriças (Ressano Garcia e Machipanda) e locais de implementação de grandes projectos extractivos (Inhassoro, Inhassunge, Moma ou Montepuez);
Adolescentes ociosos, em virtude da greve de professores do ensino secundário público, em condições crescentemente precárias, mas também estudantes universitários, em cerimónias de graduação e nas residências universitárias;
“Mamanas” que marcham nas ruas, em protesto contra as condições de vida e assassinato dos seus filhos, quer daqueles que estão nas manifestações e são vítimas das forças policiais, quer daqueles que são agentes da polícia e, sem meios de trabalho, enfrentam a vingança popular;
Funcionários públicos, descontentes com a introdução da Tabela Salarial Única ou atrasos no pagamento de horas-extra, com destaque para os profissionais da educação, da saúde ou da justiça;
Pequenos comerciantes do sector formal, incomodados com o mau ambiente de negócios, excesso de burocracia, corrupção de fiscais oportunistas, elevadas taxas de juro, falta de apoios a actividades económicas e insegurança;
Especialistas e profissionais liberais, com destaque para juristas ou jornalistas;
Posted on 03/12/2024 at 17:41 in Eleições 2024 Gerais, Opinião | Permalink | Comments (0)
PODEMOS quer que autores da "fraude" sejam responsabilizados
O presidente do PODEMOS, partido que apoia a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, garantiu hoje que a prioridade continua a ser "verdade eleitoral" e que é preciso "responsabilizar" os autores da "fraude".
"Pagamos muito dinheiro àqueles que estão nas instituições que devem zelar por este processo. Há crianças que não têm comida porque pagamos dinheiro por estas eleições, se é para anulá-las, então temos de responsabilizar seriamente as pessoas que cometeram isso. Fora disso estaremos a cometer fraude para nós próprios", afirmou o presidente do Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).
Albino Forquilha assumiu a posição ao intervir, em Maputo, numa mesa-redonda para discutir os caminhos para a "promoção da paz no contexto da tensão pós-eleitoral", promovido pela organização não-governamental Sala da Paz, na sequência das eleições gerais de 9 de outubro, cujos resultados anunciados desencadearam protestos generalizados durante mais de 40 dias.
Segundo os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional (CC), o PODEMOS, partido até agora extraparlamentar e que ganhou projeção ao apoiar a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, passará a ser o maior partido da oposição, com 31 deputados em 250 mandatos.
Contudo, toda a oposição não reconhece os resultados da CNE, que deram a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder desde 1975) - 195 deputados e a eleição de Daniel Chapo a Presidente da República -, e exigem recontagem dos votos e até a anulação da votação, alegando "fraude eleitoral".
"Temos que saber quem efetivamente planifica, organiza, operacionaliza a fraude eleitoral. Se nós não conhecermos bem este, então vamos pegar um outro qualquer para resolver um problema que ele não sabe. Temos a FRELIMO, temos instituições partidarizadas que estão lá não para cumprir a nossa Constituição e demais leis, mas para cumprir o comando do partido", acusou, garantindo: "O CC vai ser obrigado a trazer a justiça eleitoral".
"Justiça eleitoral" deve ser prioridade
Sobre o CC, que já admitiu a proclamação dos resultados das eleições gerais por volta de 23 de dezembro, Forquilha diz que deve "chamar" à análise do processo quem "estava no terreno", como representantes dos partidos políticos concorrentes, observadores e jornalistas, verificando atas e editais em conjunto.
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Posted on 03/12/2024 at 17:31 in Eleições 2024 Gerais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
TRAJETÓRIAS AFRICANAS QUE DESAFIAM AS NARRATIVAS OFICIAIS: CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA RECENTE DE MOÇAMBIQUE por Silas Fiorotti(2023)
- PALAVRAS INICIAIS: CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DAS NARRATIVAS OFICIAIS EM MOÇAMBIQUE
Constantes esforços dos governos africanos foram e continuam sendo feitos na tentativa de controlar o passado, controlar as memórias e produzir narrativas oficiais. Por um lado, busca-se ocultar ou minimizar o significado de uma série de acontecimentos e mudanças; e, por outro lado, busca-se atribuir grandiosidade a diversos feitos dos governos e dos partidos do poder que aparentemente são banais. Não cabe dizer simplesmente que as narrativas oficiais são mentirosas, mas sim que elas não dão conta de toda complexidade histórica e que invariavelmente buscam legitimar as ações dos governos e dos partidos do poder.
As tentativas de controlar as memórias históricas e criar narrativas oficiais em Moçambique são problematizadas na literatura especializada (BORGES COELHO 2019; DINERMAN 2006; SCHAFER 2007). É importante dialogar principalmente com as referências que criticam as narrativas oficiais da Frelimo (a Frente de Libertação de Moçambique).2
A Frelimo foi um movimento que participou da luta de libertação de Moçambique e tornou-se um partido político que governa o país desde a sua independência, em 1975.3
Primeiramente adotou uma orientação socialista com regime de partido único. A partir da década de 1980, passou a adotar as medidas neoliberais impostas por instituições financeiras internacionais e, após conflitos armados e longa negociação, reconheceu a Renamo (a Resistência Nacional Moçambicana) como um movimento legítimo que contava com ampla base de apoio entre as populações camponesas (ALDEN 2001; GEFFRAY 1991).4
Onde encontramos as narrativas oficiais da Frelimo? Pode-se encontrar as narrativas oficiais nos meios de comunicação controlados pelo governo da Frelimo, principalmente nas referências às celebrações das datas históricas, nos textos e livros dos intelectuais ligados à Frelimo, nos discursos oficiais dos governantes em cerimônias cívicas e inaugurações de monumentos, nos documentos oficiais da Frelimo, e também nos manuais escolares (FEIJÓ 2010; RECAMA 2006).
Leia aqui Download Trajetorias_africanas_que_desafiam_as_narrativas_mocambique_2023
Posted on 03/12/2024 at 13:54 in História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
Semanário EVIDÊNCIAS 187 de 03.12.2024
Posted on 03/12/2024 at 13:35 in Eleições 2024 Gerais, Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
Jornal VISÃO ABERTA 1382 03.12.2024
Posted on 03/12/2024 at 13:26 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
Semanário Ngani 160 02.12.2024(A partir de Nampula)
Posted on 03/12/2024 at 13:23 in Eleições 2024 Gerais, Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
Novas armas, mesmo foco, outra localização
Para quem ainda não se apercebeu, voltamos de novo à mata, desta feita, de cimento. E na vez da kalachinikov, são pneus, panelas, apitos e vontade indómita, cujos guerrilheiros não se dispersam, mas se agrupam, em ataques pré-avisados.
Tenho ouvido alguns amigos dizerem-me, que afinal o Dlakhama tinha razão, disse-nos coisas que não entendemos na altura, chamamos-lhe nomes, quando era por nós. Será que indivíduos estudados (com mensagens tão claras, as mesmas que eram entendidas pelo camponês e davam o respaldo necessário nessa luta tão arriscada, onde a vida se punha em risco, dele e da família) não entendiam de facto as mensagens? A luta do Dlakhama foi tão não entendida, quanto hoje se vê nobres escritores e economistas de renome que teoricamente são contra a opressão e sistemas de apropriação indevida, virarem as suas armas contra as suas filosofias e aliarem-se ao sistema que aparentemente vilipendiavam. No fundo bem no fundo este processo constitui a pedra-toque, o crivo que separa o trigo do joio em termos de filosofia consequente; e a aparente, da diatérmica solidariedade.
Advogar teorias para as quais pô-las em prática exige sacrifícios na dimensão dos camponeses, que sofreram os efeitos inevitáveis de uma insurreição, mais de dezasseis anos (e outros sofridos de bónus) vale o risco apenas no papel, se o ser consequente afecta a minha área do estômago e de lazer. Por isso, hoje, essa aparente inconsequência dos nossos doutos teóricos. Mal pior é não seguirem a ciência: não pode, compreensível! Mas não atrapalha.
E os que supostamente não entendiam o Dlakhama, hoje, entendem-no, nada mais nada menos, porque no fundo transmutaram-se camponeses, ou se quisermos, o sistema foi violentíssimo na sua apropriação indevida do colectivo, que transformou a cidade nuns hectares de cimento, onde ficou-se na condição de inadimplentes lumpens assalariados, num dilema existencial tão atroz, equivalente ao do camponês. Não era a complexidade da linguagem, nem a questão geracional, que tornava surdos, era a indiferença em relação ao sofrimento dos outros. Por isso mesmo, a serra da Gorongosa, hoje transferida nevralgicamente para o alcatrão citadino, e o novo, André Matsangaíça ou Afonso Dlakhama, constitui o timoneiro e é entendido, respeitado e protegido. E notem que as pessoas não estão preocupadas com filosofias e pensamentos, mas sim e sobretudo na mudança, para que elas próprias acreditem na possibilidade e realidade de se mudar as coisas. As pessoas estão, empiricamente, naquele princípio prático: perdido por cem, perdido por mil, ou talvez; tenho o não! Deixa-me tentar o sim. Nem todas, porque há, poucos assim parece, os atávicos iludidos do talvez, que só atrapalham.
A culpa do estado de coisas é, decididamente, do sistema que se fez desacreditar: us(a)ou e abus(a)ou.
Lo-Chi
Posted on 03/12/2024 at 13:15 in Eleições 2024 Gerais, Opinião | Permalink | Comments (0)
GORONGOSA 2
Há muito tempo que não ouvia uma homenagem tão sentida e tão sincera a uma pessoa como a que VM tem feito, ao longo destes dias a Afonso Dhlakama. Sempre que ele tem que ir buscar um exemplo, uma referência, uma experiência, ele fala de Afonso Dhlakama. Mas fala de alguém que lhe serviu de exemplo, de inspiração e está a orientá-lo nesta luta titânica contra o regime mais sanguinário e totalitário que alguma vez governou Moçambique.
Maputo é hoje a base principal da resistência contra a ditadura dos comunistas, tal como a Gorongosa foi a base da RENAMO na luta contra este mesmo regime.
Os guerrilheiros de hoje são os cidadãos, munidos das suas vozes, dos seus cartazes, das suas músicas, dos seus poemas, do seu intelecto, da sua irreverência, do destemor, da força da comunicação!
Se calhar, lá chegará o dia em que seremos todos chamados a escrever, cada um à sua maneira, reclamando a verdade eleitoral, pedindo justiça, exigindo o fim dos roubos, a devolução do nosso dinheiro, o pagamento das dívidas ocultas, a prisão dos traficantes, o fim da corrupção, o fim do nepotismo, o fim dos raptos, das perseguições.
Todos, mas todos, a exigirmos, todos os dias, o fim da ditadura, até que eles se vão embora, de vez! Aí, será a vitória da Operação Gorongosa 2!
A guerrilha de hoje é a da comunicação social, do whatsapp, do Instagram, do tweet, do Facebook, da universidade, da força da juventude.
A vitória há-de nascer da união do povo contra a ditadura, da razão da maioria desmascarando a fraude, buscando a verdade, denunciando a mentira, procurando desmontar as armas de guerra.
Esta luta, que vai descobrindo novos inimigos, a cada dia que passa, não pode esmorecer, não pode vacilar, mas agora conheceu o envolvimento do SISE, que colocou os «bufos» a identificar quem apoia VM, onde ele está, qual o endereço, etc. em vez de combaterem os inimigos do Estado, gastam o nosso dinheiro a perseguir cidadãos nacionais, como fazia a PIDE no tempo do fascismo!
Mandou piratear os seus telefones e, ontem, 1 de Dezembro de 2024, tratou de sabotar a sua transmissão via internet! É sinal de que estão mesmo com medo! E que os objectivos estão a ser alcançados.
Antes disso, já tinham organizado uma grande equipa, composta pelo TT, TVM, SN, CS, mais não sei quem, os quais, sob a capa de um grupo de cidadãos preocupados de têm desdobrado em salamaleques para organizar uma tal conferência nacional para discutir não sei o quê!
Mas, esse grupo, não refere, uma única vez, a causa do problema, isto é, a fraude eleitoral. Bastava concentrarem-se na resolução da fraude eleitoral, que o problema desaparecia. Mas, pelos vistos, eles estão preocupados em inventar soluções para o futuro!
Posted on 03/12/2024 at 13:01 in Eleições 2024 Gerais, Opinião | Permalink | Comments (0)
Ausência de Venâncio Mondlane do encontro presidencial foi propositada, revelou Forquilha
A ausência do candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane, do encontro entre o Presidente da República e candidatos presidenciais, foi consensual na sua base de apoio.
De acordo com o Presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Albino Forquilha, foi para perceber o próximo passo de Filipe Nyusi.
“O Venâncio não participou naquele dia e ninguém o devia representar. Isto foi mesmo por consenso, porque queríamos ouvir o passo que o Presidente da República iria dar depois de ele [Venâncio Mondlane] não participar” disse.
Entretanto, Forquilha adiantou outros condicionalismos que impediriam e impedem a vinda de Venâncio Mondlane ao país.
“Não pode vir participar enquanto existem diversos processos criminais contra ele. Nós primeiro pedimos estas condições para que ele participasse. Há processos que seguem e procuram o candidato. Há processos contra o partido podemos. Queremos que estas perseguições sejam anuladas para que, de facto, possamos sentar na mesa e discutir na presença do Venâncio” referiu, durante uma conferencia de imprensa, hoje, em Maputo.
MZNews - 03.12.2024
Posted on 03/12/2024 at 12:48 in Eleições 2024 Gerais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
02/12/2024
Angola-USA: As cidades que marcam a história comum
Há poucos dias foi colocado à venda em Angola um vasto terreno de 6,5 hectares por 4,855 milhões de dólares que, segundo o anúncio, pode ser subdividido em 22 lotes para construção de habitações.
O terreno está, na verdade, situado em Angola à Beira do Lago, uma subdivisão da cidade de Angola situada “numa das mais belas praias da zona ocidental de Nova Iorque...em posição perfeita para cumprir a procura de uma vida serena e de luxo”
Angola à Beira do Lago ( Angola by the Lake) situa-se nas margens de um dos maiores lagos do mundo, o Lago Erie, que banha, entre outros, o Estado de Nova Iorque e onde está a localidade de Angola, a cerca de 35 quilómetros da cidade de Buffalo, que, segundo se diz, tem boas praias embora sejam elas totalmente inacessíveis no inverno
Angola, NY, USA, é na verdade uma das muitas localidades americanas com o nome de Angola, resultado das ligações históricas entre os dois países marcadas pela escravatura, embora em poucos dos casos isso seja já por diversas razões, resultado da apropriação do nome por alguns dos seus fundadores.
O próprio Presidente Joe Biden poderá informar ao seu homólogo angolano João Lourenço, que no seu Estado natal de Delaware há duas localidades com o nome de Angola
Os escravos angolanos
Historiadores concordam que dos cerca de 350.000 escravos que chegaram ao que são hoje os Estados Unidos, o maior número era proveniente do que é hoje Angola, principalmente do norte do país e de Cabinda, vendidos a esclavagistas europeus por dirigentes de grupo étnicos como os Vili (do Reino do Luango) e os reinos de Kassange e Matamba.
Marco a assinalar onde em 1619 chegaram os primeiros africanos em Virgínia. Eram angolanos.
Na verdade, os primeiros africanos a chegarem a esta parte do mundo foram 20 angolanos desembarcados no que era então a colónia britânica da Virgínia em 1619 e onde anos mais tarde, em 1739, eclodiu uma das maiores revoltas de escravos, liderada por angolanos nas margens do rio Stono e cujo líder Jemmy (adulteração de Jaime) era proveniente do reino do Kongo,.
Mas os locais onde esses escravos angolanos trabalhavam passaram a ser conhecidos em muitos casos pelo local de onde eram provenientes os escravos e uma contagem feita pela Voz da América revela 12 localidades em diferentes partes dos Estados Unidos com o nome de Angola.
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Posted on 02/12/2024 at 19:05 in Angola - Cabinda | Permalink | Comments (0)
Os últimos Dias da US e a Carta de Renúncia de Mikhail Gorbatchev [Elementos de Autocrítica]
ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
(Edward Shavarndnadze) – “Isto é o advento da ditadura! Eu, declaro com plena consciência; ninguém sabe e como será essa ditadura, quem será o ditador ou quais serão as suas directrizes, mas quero dizer uma coisa; eu renuncio faço isso em protesto contra a ditadura”.
(Edward Shavarndnadze) – “Depois de mim falou Gorbatchev. Ele disse; isso não é verdade, não há ameaça se houvesse uma ameaça verdadeira porquê Shavarndnadze saberia disso e eu não! Mas, minha fonte era confiável, sabem porquê! Porque eu era Ministro dos Assuntos Exteriores e 30 a 40% dos Diplomatas do Ministério trabalhavam para a KGB. Eles sabiam tudo e naturalmente me informaram e Gorbatchev não queria acreditar em mim”.
O endurecimento do regime em Moscovo fez com que os comunistas conservadores dos Estados Bálticos partissem para o ataque, houve manifestações nas ruas de Vílnius e Rígha pedindo que seus Países permanecessem no bloco Soviético entravam em conflito com os separatistas a tensão aumentava.
(Algirdas Brazauskas: Primeiro Secretário do Partido Comunista Lituano 19[88]-19[90] )–“Haviam manifestações com 100.000 a 150.000 pessoas a vista da multidão se perdia no horizonte, alguns altos Oficiais me chamaram a Moscovo disseram: oferecemos o que for necessário para você sufocar esse movimento e eu respondia; eu não quero nada, eu não farei isso então essas ofertas terminaram”.
(Valery Boldin:Chefe de Gabinete de Gorbatchev e Pustschista) – “Em Vílnius, um Golpe estava sendo preparado; haviam Comandos aguardando apenas uma ordem de Moscovo e eles interviriam eu vi o Presidente Gorbatchev chamar Yazov Ministro da Defesa e dizer: quanto tempo isso vai durar? Porque não consegue lidar com esse bando de nacionalistas? E, Yazov respondia. Mikhail Gorbatchev, você é Comandante Supremo. Dê-me ordens por escrito e amanhã aquela torre de transmissão, tudo em volta não existirá, mais… Gorbatchev disse: minha palavra não é suficiente para você? Na verdade, ninguém queria se responsabilizar pelo derramamento de sangue”.
A consequência dessa indecisão nos mais altos escalões do Estado não demorou a acontecer; os Comandos de elite Alfa invadiram os edifícios públicos em Vílnius a [13] de Janeiro de 19[91] e atacaram os nacionalistas entrincheirados na torre da televisão. Houve [14] mortos e [700] feridos. Acontecimentos semelhantes ocorreram em Rígha, com [4] mortes.
Gorbatchev reagiu imediatamente facto raro nos líderes Soviéticos.
(Mikhail Gorbatchev) -“Lamento profundamente o desfecho trágico ocorrido recentemente na Lituânia e em Hígha e expresso os meus mais sinceros pêsames às famílias afectadas por essa tragédia”.
As notícias das mortes em Hígha e em Vílnius tiveram um efeito retumbante na US e no mundo Ocidental.
(Kasimira Prunskiere: Primeira-ministra de Lituânia 19[90]-19[91])-“Depois daqueles acontecimentos o Ocidente principalmente os Estados Unidos ficaram preocupados temiam que desestabilizassem não só aos Países orientais que se tornaram independentes recentemente, mas também, a própria US. Lembra dos comentários do George Bush, Margaretha Thatcher e de François Mitterand naquela época eles temiam que estes acontecimentos pudessem impedir a Perestróica de Gorbatchev, eles Gostavam de Gorbatchev contando que ele levasse a cabo a esperança que eles tinham em uma verdadeira democratização da US”.
[27] de Março de 19[91], então para dar mais um passo no longo caminha para a democracia e ganhar novamente o controle da situação o Presidente Gorbatchev decidiu organizar um referendo o primeiro até agora e o último na história do País. Perguntava a população, se a US deveria ser [signatária] dum novo tratado de União ainda por ser definido. [76%] das respostas foram positivas.
Posted on 02/12/2024 at 18:28 in Bernardo Gondola - Elementos de Autocritica, Opinião | Permalink | Comments (0)
Reunião da RENAMO na Matola marcada por agressões físicas entre os membros e a proibição da cobertura jornalística
A situação descrita na delegação política provincial da RENAMO, na cidade da Matola, reflecte um momento de grande tensão dentro da RENAMO, um dos principais partidos políticos de Moçambique.
Este tipo de conflito interno, especialmente envolvendo confrontos físicos, indica uma divisão significativa entre diferentes facções ou visões dentro do partido.
A decisão de barrar jornalistas, apesar do convite oficial, sugere que há questões delicadas sendo tratadas, que a liderança não deseja expor ao público.
A divisão entre os antigos guerrilheiros e a ala política provincial reflecte tensões sobre a liderança actual e o direccionamento do partido.
Os apelos por mudanças na liderança e referências ao “sonho de Dhlakama” indicam um descontentamento com o que alguns consideram um desvio dos princípios ou legado do antigo líder, Afonso Dhlakama.
A violência dentro da reunião sugere que as tensões atingiram um ponto crítico, com divergências que não estão sendo resolvidas por meios pacíficos.
A RENAMO tem uma história marcada pela sua transição de movimento guerrilheiro para partido político, e as tensões entre antigos combatentes e a liderança política têm sido recorrentes. O legado de Afonso Dhlakama continua a ser um ponto de referência importante para muitos membros, e qualquer percepção de afastamento desse legado pode gerar descontentamento.
A instabilidade interna pode comprometer a imagem e a eficácia da Renamo como oposição política.
Esses conflitos podem de certa forma impactar o equilíbrio político.
INTEGRITY – 02.12.2024
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