Após ser indiciado por tentativa de golpe, Bolsonaro ataca Moraes e diz que vai esperar seu advogado para fazer mais comentários
Polícia Federal entregou relatório com indiciamentos para o Supremo Tribunal Federal. Ex-presidente foi indiciado pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Por g1 — Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quinta-feira (21) após ter sido indiciado pela Polícia Federal por três crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Bolsonaro conversou com o repórter do portal "Metrópoles" e depois postou a entrevista em seu perfil na rede social X.
Bolsonaro optou por atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator do caso.
"O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", disse o ex-presidente.
Mais adiante, na entrevista, Bolsonaro afirmou que vai esperar orientações do seu advogado para fazer mais comentários sobre o indiciamento. O conteúdo do indiciamento ainda está sob sigilo.
"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", completou o ex-presidente.
Relatório da PF
O relatório da PF foi entregue ao STF nesta quinta.
Também foram indiciados o general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Alexandre Ramagem, chefe da Agência Brasileira de Inteligência no governo Bolsonaro e mais 33 pessoas.
Agora. o relator, ministro Moraes, vai analisar o material e enviá-lo para a Procuradoria-Geral da República, que vai decidir se apresentará denúncias contra os envolvidos. Se o STF acatar as denúncias, os investigados viram réus.
O indiciamento ocorre no inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.
Desde o ano passado, a PF investiga a tentativa de golpe de Estado e iniciativas nesse sentido que ameaçaram o país entre 2022 e 2023, após Lula ter sido eleito — vencendo Bolsonaro nas urnas — e até pouco depois de ele ter tomado posse.
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20 de nov de 2024 às 17:40
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PF indicia 37 pessoas no inquérito do golpe de Estado; o que dizem os indiciados
Ex-presidente e seu candidato a vice na eleição de 2022 vão responder por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. General Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Valdemar da Costa Neto foram indiciados pelos mesmos crimes.
Ainda não há processo judicial, e citados ainda não são réus. PF afirma que grupo tramou um golpe e cogitou assassinar autoridades, em 2022, para evitar a posse de Lula e Alckmin.
PF indiciou 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa. Entre eles, Jair Bolsonaro, ex-ministros, generais e ex-assessores.
Policiais concluíram que há elementos que apontam que o político do PL teria cometido três crimes. Dois deles foram incluídos no Código Penal por uma lei de 2021, que fixou a punição para os ataques à democracia.
Relatório com os indiciamentos foi enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, material deve ser enviado para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Investigação da Polícia Federal foi notícia em jornais e veículos dos EUA, Europa e América do Sul. Além do ex-presidente, outras 36 pessoas foram indiciadas nesta quinta-feira (21).
PF apresentou o relatório com os indiciamentos ao STF; relator, Moraes deve enviar documentos à PGR, que decide se denuncia citados.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi ouvido nesta quinta-feira (21) por Alexandre de Moraes. Delação, que corria risco de ser anulada caso Cid não fizesse esclarecimentos, foi mantida pelo STF.
Escola fica em Paranã e atende crianças e adolescentes do 6º ao 9º ano. A Polícia Militar disse que soube do vídeo nesta quinta-feira (21) e que vai investigar a conduta dos policiais envolvidos.
Lula fez comentário ao abrir discurso no Planalto, em evento sobre rodovias. Na terça, PF prendeu cinco suspeitos de articular golpe de Estado em 2022, incluindo assassinato de autoridades.
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