domingo, 13 de outubro de 2024

ENCHIMENTOS - EXISTEM

 

ENCHIMENTOS - EXISTEM
"Não se deve acusar sem provas", bem como há um princípio consagrado na Lei Civil que estabelece a necessidade de, quem alegar um facto, ter de apresentar as respectivas provas.
Após o acto eleitoral de 2019, fui várias vezes a Chibuto, pelas bandas do Império de Gaza e, numa das ocasiões, um militante ferrenho de um certo partido político, que era meu constituinte numa disputa judicial, com uma terceira pessoa, quando nos metemos no dossier sobre como haviam corrido as eleições de 2019, foi quando, pela primeira vez, ouvi de um protagonista o termo "enchimento de urnas" e o termo "a polícia rouba", em alusão as interferências da polícia no suposto salvamento de urnas, de possíveis actos de agitadores; aquele meu constituinte dizia que nalguns casos, a polícia, intencionalmente, provocava confusão, para justificar, em jeito de protecção das urnas, a sua recolga e sumisso com elas e, mais tarde "não se sabia" o que era feito, até à hora do escrutínio.
Nas Eleições autárquicas de 2023, nesta rede, também escolhi e contei um episódio no qual alguém com parentesco muito chegado a mim, relatou-me muito indignada que tiveram necessidade de, à calada da noite, do dia da votação, terem sido transportadas as primeiras urnas, com boletins já escrutinados, para irem reforçar a contabilidade eleitoral de um concorrente a presidente de um município vizinho, que estava a perder eleições na sua autarquia, lá pelas Terras da Boa Gente. Para isso, foram precipitadamente escolhidas urnas das mesas nas quais certo candidato tinha tido bons resultados, a fim de se ir salvar o autarca do município vizinho e, tendo as mesmas sido transportadas por uma unidade temida da polícia, à sua chegada no município de destino, houve um apagão geral no fornecimento de luz, para que, a entrada da viatura contendo urnas com votos importados, não desse nas vistas.
No mesmo ano, precisei de sentar com um protagonista que fora presidente de uma assembleia de voto, numa das autarquias da Província de Gugunhana, para eu entender como é que, no dia das eleições, era possível fazer da fome ou da fartura alimentar, um meio para desvirtuar a verdade eleitoral mas, este truque, já ouvira, contado anos antes, por um presidente de uma assembleia de voto, que fora trabalhar na parte insular da Cidade de Maputo, a dizer que, os partidos da oposição, sem meios por aí além, tomam parte em eleições e, no dia da votação, pagam o preço de não terem condições logísticas para proverem comidas e bebidas em tempo útil aos seus MMV's. Nisso, quem tem esses meios, em tempo, faz chegar comida que, regra geral era servida num local que ocultava a visibilidade às mesas de voto, cada MMV desse partido, saía para ir comer um frango ou prego bem recheado e cheiroso e, o MMV cujo partido político não tivesse provido comida em tempo útil, ficava a ser torturado pela fome e, pior quando a comida é bem cheirosa, para alguém com fome.
É nesse cenário que por volta da tarde, aparecia alguém cheio de "bondade" a convidar os MMV's famintos, para irem comer.
Fome é fome, até poderiam fingir alguma resistência, à moda de uma mulher quando estiver a ser conquistada por um homem entretanto, os mesmos, acabavam cedendo, à singela generosidade. Levantavam-se para irem matar fome e, é nesse intervalo que tudo acontecia.
Também pôde conversar com MMV's de assembleias de voto nas quais "calhava", todos, serem de um mesmo partido político...aqui, a festa era de outro nível e, dava daqueles casos em que o número de votantes era superior ao número de eleitores inscritos para determinada mesa de votação.
Este ano, fiquei a saber que os MMV's que trabalharam, pelo menos em muitas assembleias de voto, na Cidade de Xai Xai, não caíram na tentação de aceitarem abandonar as mesas de votação, para irem comer.
Disseram-me que, mesmo com fome e sede, pareceram pessoas doutrinadas para não aceitarem as generosas ofertas para irem trincar uns bons frangos e pregos, fora da assembleia onde decorria a votação e, diz-se que isso, poderá traduzir-se nos resultados finais referentes a Cidade de Xai Xai.
A coisa mais aterradora neste assunto de ir votar, foi-me relatada por um antigo secretário de uma embaixada deste nosso país, num desses países da África Austral, onde os cidadãos moçambicanos votam, o qual, pessoalmente, confidenciou-me que, num desses processos eleitorais, com os seus próprios punhos ou mãos, introduziu numa nas urnas, mais de 300 bolentins de voto e, dizia que, naquele posto de votação, na diáspora, os votantes mais honesto tinham sido aqueles que apenas introduziram 50 bolentins na urna, cada um.
Essas revelações, fazem acordar do sono profundo, qualquer um.
Voltando ao solo pátrio, muitas semanas antes da votação, eu escrevi que numa das províncias com autarquias, no pleito de 2023, houve necessidade de se ir abrir, à calada da noite, após o encerramento das urnas, uma empresa que faz trabalhos gráficos, para que a mesma pudesse fazer a impressão de bolentins de voto, verdadeiramente falsos, que eram votados, a favor de determinado candidato, ainda quentes, à saída da máquina e introduzidas em urnas trazidas para o efeito e, dia seguinte eram levadas para se fazer o seu escrutínio.
Outro truque que se usa no dia da votação, é o da circulação de dinheiro vivo que, é entregue na hora, em jeito de compra de consciência dos MMV's e, se até Judas Escariote não resistiu à tentação do dinheiro, será que um simples MMV, regra-geral, desempregado, de um dos países mais pobres do Mundo, há-de ter resistência bastante ao dinheiro? Enquanto o STAE anda em salamaleques para pagar os miseráveis valores destinados aos MMV's, há pessoas voluntariosas que andam e distribuem dinheiro, na hora, sem delongas...
É isto e muito que focou por contar, que todos os que já tiveram a oportunidade de tomarem parte directa nos actos eleitorais sabem.
Em todos estes e outros casos, AS ELEIÇÕES FORAM LIVRES, JUSTAS E TRANSPARENTES.
Todas as reações:
Constantino Pedro Marrengula, Andre Jorge Chifeche e a 16 outras pessoas
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