Brooklyn, 2 de Dezembro de 2019. Jean Boustani: não culpado!
Mas haverá mesmo caso para alguma culpa? Há mesmo lesados? E se há caso para culpa e há lesados, então quem é o culpado?
Estas para mim são questões relevantes a sugerir que o veredicto do júri de Brooklyn, antes de encerrar o caso das “dívidas ocultas” em Moçambique, abre um novo capítulo na saga.
Imagino que o material de Brooklyn vai dar matéria-prima para alguns PhDs em matéria de direito e justiça. E a matéria é tão complexa para se dar a opiniões de leigos nessas disciplinas (ou ciência). E como tal, eu deixo as tecnicalidades da mesma para especialistas da área.
Agora, assim, de homem comum como eu (em matéria de leis e sistemas de justiça), tenho que:
1) O assunto em Brooklyin era justiça americana a acusar o Jean Boustani de ter praticado actos que lesaram investidores americanos e violaram a integridade do sistema financeiro e práticas de negócios admissíveis em áreas jurisdicionais protegidas por lei americana. O Juri disse que o homem não é culpado de nada disso. O Júri não justifica porque chega a essa conclusão (nem tem que). Quem justificou porque o homem não deveria ser declarado culpado foram os advogados dele e o homem ele próprio. Por isso, agora, quem quer entender por que razão o júri o declarou não culpado tem que ir pentear todos os argumentos da defesa. Alí se achará a razão da absolvição. Porque durante o julgamento demos mais atenção aos argumentos da acusação, que foi derrotada. Lição a aprender. É preciso compreender bem o caso e as suas partes todas.
1) O assunto em Brooklyin era justiça americana a acusar o Jean Boustani de ter praticado actos que lesaram investidores americanos e violaram a integridade do sistema financeiro e práticas de negócios admissíveis em áreas jurisdicionais protegidas por lei americana. O Juri disse que o homem não é culpado de nada disso. O Júri não justifica porque chega a essa conclusão (nem tem que). Quem justificou porque o homem não deveria ser declarado culpado foram os advogados dele e o homem ele próprio. Por isso, agora, quem quer entender por que razão o júri o declarou não culpado tem que ir pentear todos os argumentos da defesa. Alí se achará a razão da absolvição. Porque durante o julgamento demos mais atenção aos argumentos da acusação, que foi derrotada. Lição a aprender. É preciso compreender bem o caso e as suas partes todas.
2) Para nós em Moçambique, Brooklyin continua a ser muito relevante. Por duas razões:
• PRIMEIRO, porque muitas das coisas que foram reveladas em Brooklyn fornecem pistas para a investigação do mal maior que foi causado ao povo moçambicano tanto pelo Jean Boustani, como por outros comparsas dele, moçambicanos e não moçambicanos. Porque a ilibação do Jean Boustani nos Estados Unidos da América não é em relação os crimes (que eu acredito) que foram cometidos contra Estado Moçambicano. É em relação aos crimes que era acusado de ter cometido contra o Estado Americano.
• PRIMEIRO, porque muitas das coisas que foram reveladas em Brooklyn fornecem pistas para a investigação do mal maior que foi causado ao povo moçambicano tanto pelo Jean Boustani, como por outros comparsas dele, moçambicanos e não moçambicanos. Porque a ilibação do Jean Boustani nos Estados Unidos da América não é em relação os crimes (que eu acredito) que foram cometidos contra Estado Moçambicano. É em relação aos crimes que era acusado de ter cometido contra o Estado Americano.
• SEGUNDO, Brooklyin continua muito relevante para nós também porque as relevações feitas lá, inclusive por ele próprio, o Jean Boustani, incriminam alguns moçambicanos, se não pela lei de lá, muito provavelnente pela lei de cá. Alguns desses são por isso procurados pela justiça americana. A não ser que esta venha agora a desistir destes! A não acontecer tal desistência, se calhar agora é altura de esses Moçambicanos ganharem coragem de ir lá para os Estados Unidos da América entregar-se e limpar o seu nome como acontece agora com o nome de Jean Boustani (perante a lei americana!). Por exemplo, os tais co-conspiradores. São co-conspiradotes em quê, se o conspirador-em-chefe (ou originador da conspiração) não é culpado de nada?! (Lá nos EUA, note-se). Estou muito curioso! Far-nos-iam um grande favor, esses moçambicanos, francamante! Porque das coisas de que eles são acusados, ficamos todos sujos como país, e individualmente em todo o mundo o moçambicano agora é desconfiado como um grande caloteiro. Mais do que nunca, agora interessa-nos que, por exemplo, o Governo deixe o Sr. Manuel Chang ir da África do Sul para os Estados Unidos, provar a sua inocência lá.
Custa terminar sem mencionar o papel do Sr. Adriano Maleane e do Governo Moçambicano no seu todo, na defesa do Jean Boustani. Com a sua obstinação (assistida por conselheiros financeiros e legais internacionais de intenções duvidosas), esse mentiroso e o governo que serve prestaram um grande serviço à defesa de Jean Boustani. Porque na minha modesta opinião uma das peças que poderá ter contribuído imensamente para a ilibação do Jean Boustani terá sido o facto de que o Governo de Moçambique, com o Sr. Maleane como principal agente dessa operação de defesa, fez tudo por tudo para garantir que os detentores dos Eurobonds da EMATUM são pagos, seja a que custo fôr, e mesmo agindo em contradição com uma decisão do Conselho Constitucional. Isso ajudou a fazer cair por terra um dos argumentos principais da acusação, nomeadamente a de que esses caloteiros lesaram interesses de investidores americanos. Como há lesados se o Governo Moçambicano está a pagar?! - perguntariam legitimamente o Jean Boustani e a sua equipa de defesa!
Um grande golpe de mestre, esse dos nossos trapaceiros! Muito certamente na mira de que eles próprios, assim, caiam fora da alçada da lei americana.
É por isso que se diz que o polícia nunca se vai adiantar ao ladrão! Este está sempre passos à frente!
Portanto, nós os moçambicanos somos mais uma vez provados ser grandes estúpidos nesta matéria: roubados mas a pagar para a liberdade dos que nos roubaram!
Oxalá o novo capítulo me venha a provar errado!
Agh!...
Agh!...
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