Tenho vindo a escrever algumas notas sobre o mau jornalismo em Moçambique, não tanto por via da crítica de alguns textos mal escritos mas, sobretudo por conceitos perversos associados (mal) à liberdade de imprensa.
Entre esses conceitos avulta a liberdade de insultar tudo e todos, a liberdade de utilizar uma linguagem de barraca em textos publicados em órgãos de comunicação social para gáudio de alguns para quem os fins justificam sempre os meios.
Porém, dei de caras com uma crónica escrita por um conceituado jornalista da Carta de Moçambique chamado Juma Aiuba, crónica que, padecendo dos vícios já anteriormente referidos, acrescenta um pormenor que é, verdadeiramente, um pormaior.
Escreve o autor a certo passo da sua crónica:
“Esquece-se o “doutor” que ele é jurista e os outros jornalistas; que o “doutor” foi “aprender” e os outros trabalhar. Portanto têm metodologias, abordagens, expectativas e interesses totalmente diferentes. O “doutor” foi aprimorar conceiros técnicos de Direito, enquanto que outros foram descodificar os conceitos e relatar factos no “dialecto” do povo.”
Juma Aiuba escreve normalmente com humor e ironia (o que até me dá gosto apreciar) e dissertava sobre um texto publicado no facebook pelo jurista Elísio de Sousa sobre o julgamento de Brooklyn.
Quando ele refere explicitamente que o jornalista e o jurista têm métodos e abordagens diferentes e que compete ao jornalista “relatar factos no “dialecto” do povo” está redondamente enganado ou quer fazer de nós parvos.
Por detrás de todo este debate estão os textos do CIP escritos por Borges Nhambirre a partir de Nova Iorque e divulgados pela Carta de Moçambique.
Nesses textos, o enviado do CIP defraudou sistematicamente os leitores apresentando como factos provados as declarações do arguido Boustani que mencionavam indivíduos moçambicanos. Só para dar um exemplo da forma como o julgamento foi reportado: Juma Aiuba recebeu um milhão de dólares (título da notícia) e no corpo da notícia dizia que Boustani tinha declarado que Juma Aiuba tinha recebido um milhão de dólares. Esta foi a informação factual que foi transmitida. E o jornalista não deve omitir os factos. Mas como esta notícia não faz qualquer sentido, o título nunca poderia ter sido este. E o corpo da notícia tinha que evidenciar logo à partida que o Boustani não apresentou nenhuma prova do que estava a afirmar.
O problema é que o Juma Aiuba não se chamava Juma Aiuba. Chamava-se Filipe Nyusi. Assim já foi possivel atropelar tudo e todos.
Mas o nosso cronista dá a entender que o jornalista que está a reportar um julgamento não tem que ser um especialista em direito. Basta-lhe ser uma espécie de altifalante que faz chegar as vozes do julgamento ao novo no “seu dialecto”.
Nada mais errado e aqui reside o fulcro do problema. O jornalista é um profissional formado para informar com base em princípios deontológicos e éticos e observa na sua conduta os valores universais da liberdade, da democracia e do respeito pelos direitos humanos. Mas o jornalista não é um “tudologista”. Pode ser especializado em determinada área do conhecimento mas nada o obriga a conhecer todas as áreas. Neste contexto, quando o jornalista é chamado a pronunciar-se sobre determinada matéria que não domina, deve estudar, deve falar com quem entende dessa matéria para poder informar correctamente.
Se o jornalista vai acompanhar um julgamento em Brooklyn tem que conhecer as regras do funcionamento do respectivo tribunal e as normas do direito local que são aplicáveis.
A crónica de Juma Aiuba comprova que para alguns que se dizem jornalistas a sua profissão é assim tipo lançador de papaias.
Mas não é. E não tem nada a ver com as ideais políticas do jornalista. Tem a ver com o seu profissionalismo. Para dar um exemplo pertinente, as minhas ideias políticas estão muito longe das ideias políticas dos jornalistas da revista norte-americana TIME Magazine. Mas eles são todos verdadeiros profissionais. Por isso gosto muito de ler a TIME.
Entre esses conceitos avulta a liberdade de insultar tudo e todos, a liberdade de utilizar uma linguagem de barraca em textos publicados em órgãos de comunicação social para gáudio de alguns para quem os fins justificam sempre os meios.
Porém, dei de caras com uma crónica escrita por um conceituado jornalista da Carta de Moçambique chamado Juma Aiuba, crónica que, padecendo dos vícios já anteriormente referidos, acrescenta um pormenor que é, verdadeiramente, um pormaior.
Escreve o autor a certo passo da sua crónica:
“Esquece-se o “doutor” que ele é jurista e os outros jornalistas; que o “doutor” foi “aprender” e os outros trabalhar. Portanto têm metodologias, abordagens, expectativas e interesses totalmente diferentes. O “doutor” foi aprimorar conceiros técnicos de Direito, enquanto que outros foram descodificar os conceitos e relatar factos no “dialecto” do povo.”
Juma Aiuba escreve normalmente com humor e ironia (o que até me dá gosto apreciar) e dissertava sobre um texto publicado no facebook pelo jurista Elísio de Sousa sobre o julgamento de Brooklyn.
Quando ele refere explicitamente que o jornalista e o jurista têm métodos e abordagens diferentes e que compete ao jornalista “relatar factos no “dialecto” do povo” está redondamente enganado ou quer fazer de nós parvos.
Por detrás de todo este debate estão os textos do CIP escritos por Borges Nhambirre a partir de Nova Iorque e divulgados pela Carta de Moçambique.
Nesses textos, o enviado do CIP defraudou sistematicamente os leitores apresentando como factos provados as declarações do arguido Boustani que mencionavam indivíduos moçambicanos. Só para dar um exemplo da forma como o julgamento foi reportado: Juma Aiuba recebeu um milhão de dólares (título da notícia) e no corpo da notícia dizia que Boustani tinha declarado que Juma Aiuba tinha recebido um milhão de dólares. Esta foi a informação factual que foi transmitida. E o jornalista não deve omitir os factos. Mas como esta notícia não faz qualquer sentido, o título nunca poderia ter sido este. E o corpo da notícia tinha que evidenciar logo à partida que o Boustani não apresentou nenhuma prova do que estava a afirmar.
O problema é que o Juma Aiuba não se chamava Juma Aiuba. Chamava-se Filipe Nyusi. Assim já foi possivel atropelar tudo e todos.
Mas o nosso cronista dá a entender que o jornalista que está a reportar um julgamento não tem que ser um especialista em direito. Basta-lhe ser uma espécie de altifalante que faz chegar as vozes do julgamento ao novo no “seu dialecto”.
Nada mais errado e aqui reside o fulcro do problema. O jornalista é um profissional formado para informar com base em princípios deontológicos e éticos e observa na sua conduta os valores universais da liberdade, da democracia e do respeito pelos direitos humanos. Mas o jornalista não é um “tudologista”. Pode ser especializado em determinada área do conhecimento mas nada o obriga a conhecer todas as áreas. Neste contexto, quando o jornalista é chamado a pronunciar-se sobre determinada matéria que não domina, deve estudar, deve falar com quem entende dessa matéria para poder informar correctamente.
Se o jornalista vai acompanhar um julgamento em Brooklyn tem que conhecer as regras do funcionamento do respectivo tribunal e as normas do direito local que são aplicáveis.
A crónica de Juma Aiuba comprova que para alguns que se dizem jornalistas a sua profissão é assim tipo lançador de papaias.
Mas não é. E não tem nada a ver com as ideais políticas do jornalista. Tem a ver com o seu profissionalismo. Para dar um exemplo pertinente, as minhas ideias políticas estão muito longe das ideias políticas dos jornalistas da revista norte-americana TIME Magazine. Mas eles são todos verdadeiros profissionais. Por isso gosto muito de ler a TIME.
Admiro muito a diferença que existe de 2000 para cá. Erros crassos, sem investigação. Basta ouvir dizer que, zás. Já está a publicar. E a deontologia profissional? Quem e onde é são formados? Escrevem português misto;onde predomina o calão à mistura com algumas palavras inlesas e/ou brazileiras. Atropelam tudo e todos do tipo juro vata xava (juro que vão comprar) bem ou mal. Repito: onde e quem é que os forma?
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