Antigo primeiro-ministro de Angola, Marcolino Moco afirmou, em Benguela, que a justiça angolana abandalhou o país por ter, alegadamente, "inventado um crime" que o general José António (Zé) Maria não cometeu, e defende o perdão dos crimes cometidos pela antiga governação.
O jurista fez esta declaração à imprensa à margem de uma palestra animada por si, promovida pela associação cívica OMUNGA, defendendo que a justiça se devia apegar às “arbitrariedades” supostamente cometidas. Marcolino Moco entende que o combate à corrupção não deve promover a injustiça de alguns em detrimento de outros.
O político, que insiste na denúncia de justiça selectiva, sugere o perdão dos crimes cometidos na anterior governação, à semelhança do que ocorreu na África-do-Sul com Nelson Mandela, argumentando que, se o país optar pela justiça punitiva, ninguém vai sobrar no MPLA, partindo do princípio de que não há ninguém no partido governante – além dele – que não tenha cometido ilicitudes decorrentes de gestão do erário.
Marcolino Moco, para quem a justiça foi paralisada durante 20 anos, realça que o general Zé Maria, como é conhecido, no exercício das funções como director do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), terá cometido várias arbitrariedades, mas considera “escandaloso” o facto de a justiça militar tê-lo julgado por um crime “inventado”. (Plataforma)
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