quarta-feira, 30 de outubro de 2019

PRM admite baleamento de civil, detidos 98 cidadãos durante a votação e início do apuramento das Eleições Gerais

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Escrito por Adérito Caldeira  em 16 Outubro 2019 (Actualizado em 17 Outubro 2019)
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A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula admitiu que um civil “tentou arrancar uma arma de fogo a um agente da polícia e sem sucesso acabou sendo alvejado” mortalmente elevando para dois os óbitos no pleito desta terça-feira (15). Apesar destas mortes, dos muitos tiros que disparou para o ar, do gás lacrimogéneo que usou e das dezenas de ilícitos eleitorais que resultaram na detenção de 98 cidadãos a PRM avaliou que a votação e início da contagem de votos das Eleições Gerais decorreu “num ambiente de paz e de tranquilidade”.
“Tivemos um registo (de morte) em Angoche onde um indivíduo, no processo ainda de votação, tentou arrancar uma arma de fogo a um agente da polícia e sem sucesso acabou sendo alvejado, uma vez que os outros membros da polícia tiveram que intervir para garantir que este instrumento não se mantivesse em mãos alheias”, revelou o porta-voz no Comando Provincial da PRM em Nampula, Zacarias Nacute.
Foto de Adérito CaldeiraEntretanto a Sala da Paz, plataforma de observação eleitoral que agrega várias Organizações da Sociedade Civil moçambicana, reportou ter “constatado o baleamento mortal de uma pessoa na Escola Secundária São Vicente Paulo, em Nacala Porto”.
O porta-voz da polícia na Província da Zambézia, Sidner Lonzo, disse a jornalistas terem registado “alguns tumultos, cinco ilícitos eleitorais, concretamente nos postos de Nangumele em Mocuba, Sangariveira na área jurisdicional da 3a esquadra, no Luabo dois ilícitos e Regone no distrito de Quelimane. Dois casos em Mocuba, uma cidadã de 30 anos de idade foi encontrada na posse de cinco boletins (de voto) preenchidos e tentaram introduzir numa das urnas na EPC de Nangumele. Em Sangariveira foi encontrado um indivíduo também na posse de cinco boletins de voto já preenchidos, prestes para introduzi-los nas urnas”.
“Foi possível deter 26 indivíduos, 17 na Maganja da Costa estavam na assembleia de voto e tentaram perturbar a ordem colocando barricadas. Disparos aconteceram apenas no distrito de Nicoadala porque a população foi extremamente resistente e violenta, tendo em conta que usou paus e catanas, a nossa polícia efectuou alguns disparos para o ar e felizmente com isso conseguiu dispersar a população”, pormenorizou Lonzo.
98 detidos durante a votação e início do apuramento das Eleições Gerais
No distrito do Lago, na província do Niassa, a polícia indicou ter detido três pessoas suspeitas de agitação durante a contagem de votos, o porta-voz da corporação, Alves Mate” explicou que “populares, após a votação, aglomeraram-se nas assembleias de voto, exigindo a contagem na sua presença”.
Na Província de Tete, no Distrito de Macanga, dois simpatizantes do partido Renamo foram detidos na posse de uma arma de fogo após causarem distúrbios em algumas assembleias de voto no povoado de Catondo.
“Interceptamos os dois jovens de mota, mandamos parar, quiseram empreender uma fuga mas conseguimos neutralizar e descobrimos que tinham uma pistola municiada com uma bala na camara”, esclareceu o Comandante da PRM em Macanga, António Sinalo.
Foto de Adérito CaldeiraAinda durante a terça-feira (15), na Província de Gaza, a PRM registou um ilícito na Cidade de Xai-Xai, “quando quatro indivíduos tentaram perturbar o decurso normal do processo no bairro 11, no Distrito do Chókwè tivemos uma caso que envolve um número mais ou menos grande, esses indivíduos tentaram falsificar documentos para poderem-se identificar como delegados de mesa e tudo mais”, declarou o Comandante provincial, Feliciano Chongo.
Já o Comando da Polícia da República de Moçambique avaliou em Maputo, nesta quarta-feira (16), que “no geral o processo de votação em todo o território nacional decorreu num ambiente de paz e de tranquilidade”, no entanto sem mencionar nenhum óbito.
“Tivemos alguns ilícitos na EPC da localidade de Ilha de Inharingue onde cerca de 300 membros e simpatizantes do partido Renamo vandalizaram aquela escola e tentaram sem sucesso, graças à pronta intervenção da polícia, apoderar-se de nove urnas de votos e de seguida incendiaram cinco casas de construção precária. Desses indivíduos nove foram detidos, tidos como cabecilhas daquela situação”, disse ainda o porta-voz do Comando da PRM, Orlando Modumane.
Modumane precisou que na Cidade de Maputo foram registados sete ilícitos eleitorais, nas províncias de Nampula e Maputo registaram-se cinco e quatro ilícitos, respectivamente, tendo no entanto “as províncias de Gaza e Nampula registado o maior número de detidos, com 24 e 23, respectivamente”.

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