Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 12 de Setembro de 2019 l Ano XIV l nº 892 50,00
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África do Sul e campanha eleitoral em Moçambique
Violência
diabólica
2 | zambeze Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | destaques |
Sangue mancha primeira
semana da campanha eleitoral
Esta é a realidade que se vive, um pouco por todo o país,
desde que, a 31 de Agosto, iniciou a campanha eleitoral, no
entanto, tudo indicava que as coisas seriam, desta vez, finalmente, diferentes. É que o ambiente que caracterizou a pré-
-campanha eleitoral foi, de longe, o melhor que se registou
desde que, em 1994, Moçambique começou a realizar eleições
para a escolha de deputados da Assembleia da República e
Presidente da República. Um recuo ao passado: Em 1994, o
ambiente foi marcado pelo retorno à violência, na verdade,
o retorno à Marrínguè, por parte do então líder da Renamo,
Afonso Dhlakama.
Esta ameaça carregava o
sentido de retorno à guerra,
num contexto em que, apesar
do relativo sucesso do desarmamento e desmobilização
de significativos efectivos da
Renamo, a sociedade ainda estava militarizada, com muitos
pontos do país ainda cheios de
minas terrestres.
Regressamos ao passado
Em 1999, o ambiente foi
marcado por grandes disputas
em torno da legislação eleitoral
que esteve na origem do fiasco
eleitoral que caracterizou as
eleições autárquicas de 1998,
as primeiras em Moçambique.
O espectro de retorno à guerra também foi nota dominante
que, para além do então líder da
Renamo, tinha adeptos como o
saudoso deputado David Aloni;
Manuel Pereira; Jeremias Pondeca, entre outros.
Em 2004, o ambiente pré-
-eleitoral foi marcado, entre
outros, por: emergência de
Armando Guebuza que, espevitado pelo susto eleitoral da
Frelimo em 1999, percorreu o
país para reanimar as bases do
partido, dando forma daquilo
que, mais tarde, ficou conhecido como o Guebuzismo; pelo
efeito Montepuez e Manuel
Pereira, ambos do lado da Renamo; e pela disputa em torno
da integridade dos cadernos
eleitorais entre o STAE e as
missões internacionais de observação eleitoral, com particular destaque para a missão da
União Europeia.
Em 2009, o ponto mais alto
do Guebuzismo – o ambiente
pré-eleitoral foi marcado, entre
outros, por: “...se baterem, batam também...” que, em círculos eleitorais como Gaza, essa
aparente directiva Guebuzista
se manifestou em forma dos
famigerados grupos de choque – grupos de jovens instrumentalizados para a prática de
violência contra a oposição,
particularmente contra o emergente MDM, mas menos contra a Renamo; e a exclusão do
MDM que, na altura, estava associado a uma ideia de partido
que representava a juventude,
promoveu tensão político-eleitoral, particularmente em torno
da Renamo que, perante, na
altura, o enfraquecimento momentâneo do seu líder, receava
perder o estatuto de oposição
oficial. Lembrar que a face visível da exclusão do MDM foi
António Chipanga, veterano
vogal da CNE, ligado ao partido Frelimo, com a sua célebre
frase “o vento tudo levou”: argumentando que era um vento
maligno que fizera desaparecer
partes dos processos dos candidatos do MDM na Assembleia
da República.
Em 2014, o ambiente de
pré-campanha foi marcado,
entre outros, pela violência
militar que só veio a terminar
através do Segundo Acordo
de Paz, assinado entre o então
Presidente da República, Armando Guebuza, e o então líder
da Renamo, Afonso Dlhakama,
a 5 de Setembro de 2014; a realização de campanha eleitoral
fora do período eleitoral, por
parte do candidato da Frelimo,
Filipe Nyusi, enquanto o líder
da Renamo estava nas matas,
aguardando pela assinatura do
Acordo de Paz para a sua saída;
a radicalização da linguagem
por parte do líder da Renamo
irritado pela possibilidade de
perder a eleição para um candidato a quem chamava de miúdo, em referência à Filipe Nyusi. Na verdade, foi nesta eleição
em que Afonso Dlhakama mais
mostrou a sua irritação por não
estar a conseguir transformar,
em poder político, a sua popularidade e carisma. Compreendeu que, apesar de ter eleitorado, lhe faltava a máquina
para converter o eleitorado em
poder.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | destaques | zambeze | 3
Tudo podia ser diferente
Em 2019, as coisas aconteceram de forma diferente, com
o ambiente a ser mais favorável
para uma campanha eleitoral
pacífica.
Todos os partidos comprometeram-se, através do código
de conduta aprovado pela CNE
em 2013 (Deliberação n.º 61/
CNE/2013), em trabalhar no
sentido de evitar e prevenir a
violência política no decurso
da campanha eleitoral, quer ela
venha dos adversários, quer venha dos próprios partidos políticos (alínea a) do artigo 2).
No dia anterior ao arranque
da campanha, o presidente da
Comissão Nacional de Eleições
(CNE), Dr. Abdul Carimo, fez
uma exortação aos concorrentes no sentido destes se absterem de comportamentos de má
conduta e violência eleitoral,
considerando este como momento de festa.
A assinatura do recente
Acordo de Paz e Reconciliação entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder
da Renamo, Ossufo Momade,
ocorreu num ambiente de reconciliação nacional, apesar
de, quase ao mesmo tempo, ter
nascido a Junta Militar, liderada por Mariano Nhongo, que
contesta a liderança de Ossufo
Momade e a legitimidade do III
Acordo de Paz e Reconciliação
de Maputo.
Porém, apesar deste ambiente de mais cordialidade
entre os principais líderes políticos, a violência tem sido a
nota dominante da primeira
semana da campanha eleitoral.
Os mais de 600 observadores
do CDD e da Comissão Episcopal de Justiça e paz da Igreja
Católica (CEJP), posicionados
estrategicamente nas partes
mais recônditas dos distritos de
todo o país, relatam incidentes
de intolerância política, particularmente contra funcionários públicos, destacadamente
professores que participam de
campanha eleitoral da Renamo.
Isto não é novo: no passado, os
professores que, por um lado,
tenham resistido às retenções
forçadas de contribuições para
o partido Frelimo, na fonte,
através das estruturas locais
das Finanças e que tenham aparecido nas actividades político
eleitorais da Renamo, por outro
lado, foram transferidos, contra
a sua vontade e em clara violação da lei, para localidades
longínquas das suas casas.
Alguns casos paradigmáticos de
violência
Desconhecidos incendiaram entre 31 de Agosto e 03 de
Setembro três residências, sendo todas pertencentes aos delegados distritais do Movimento
Democrático de Moçambique
(MDM), nas províncias de
Tete e Manica. O primeiro caso
aconteceu no distrito de Changara (Tete), onde, no primeiro
dia da campanha eleitoral, os
malfeitores atearam fogo a uma
residência e um celeiro de milho. Os dois casos subsequentes ocorreram no distrito de
Macossa (Manica), concretamente no posto Administrativo
de Nhamangua, entre os dias
02 e 03 do corrente mês, tendo ocorrido o segundo incêndio
na região de Dunda, a escassos
quilómetros da sede daquele
Posto Administrativo.
Três residências foram incendiadas e um reservatório de
água destruído, todos pertencentes a membros da Renamo
no posto Administrativo de
Maniamba, distrito de Lichinga, província de Niassa. Até ao
presente momento, de acordo
com a informação de observadores, o caso já foi denunciado
à polícia, mas ainda não houve
nenhum detido em conexão
com o caso.
Agressão Física
A agressão ao professor
de História, ensino primário,
Aristides Assuba Domingos da
Conceição, junto com a sua esposa, Raina Feliciano Leão, no
distrito de Derre, província da
Zambézia, na noite do dia 05 de
Setembro, depois de o casal ter
recebido uma delegação da Renamo junto com o seu Cabeça-
-de-Lista naquela província, o
Manuel de Araujo, trouxe ao
conhecimento público a barbaridade da violência eleitoral em
Moçambique.
As vítimas se encontravam
na sua residência, quando na
calada da noite foram atacados
por um grupo composto por
três indivíduos que desferiram
golpes de catana sobre a cabeça
do professor Aristides Assuba
Domingos da Conceição. Isto é
claramente uma mensagem aos
professores de todo o país para
se absterem de apoiar os partidos da oposição, particularmente a Renamo. Isto é contra
a lei. É contra a democracia e
vai no sentido contrário da paz
e reconciliação nacional.
Envolvimento de menores na
campanha
Os partidos políticos têm
estado a envolver menores nas
suas actividades de campanha
eleitoral. Tal é o caso das províncias de Tete e Inhambane,
concretamente nos distritos de
Mágoè e Mabote respectivamente, onde menores de idade
têm participado de forma activa nas campanhas eleitorais em
pleno período lectivo.
A legislação eleitoral moçambicana é omissa sobre o
envolvimento de crianças nas
actividades de campanha e propaganda eleitoral.
Duas crianças atropeladas
Uma menina que aparenta
4 anos de idade, segundo os
observadores, foi atingida por
uma carinha, caixa aberta, que
servia a caravana da Frelimo,
no distrito de Metarica, província de Niassa, no dia 5 de Setembro.
Os correspondentes dizem
que a viatura ia em alta velocidade e ao descrever uma
curva, de uma estrada estreita,
descontrolou-se e foi atingir a
criança. O carro carregava pessoas trajadas de camisetas do
partido Frelimo.
No distrito de Mutarara,
vila sede de Nhamayabwe,
província de Tete, uma menina
aparentando 11 anos de idade
que acompanhava a caravana
do partido Frelimo foi atropelada por uma viatura que fazia
transporte de passageiros do
posto administrativo de Charre
para a vila sede de Nhamayabwe, segundo relatam observadores.
Depois do atropelamento,
o motorista da viatura tentou
fugir e foi interpelado pela polícia de trânsito, com ajuda dos
motociclistas. Ainda em Tete,
no distrito de Doa, os observadores registaram imagens de
crianças acompanhando a caravana da Frelimo.
(CDD/redacção)
4 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Sala da Paz preocupada com
aumento dos casos de violência
A Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta,
Sala da Paz, alertou que, pelo
menos no Distrito do Dondo,
Província de Sofala, foram
registados dois casos onde um
membro do partido Frelimo e
outro do partido Renamo foram espancados até a morte.
Esta informação foi
tornada pública
durante uma Conferência de Imprensa que aquela
plataforma da sociedade civil
convocou para apresentar as
constatações da sociedades
civil em relação aos primeiros
dez dias da Campanha eleitoral, para as eleições de 15
de Outubro próximo, tendo
salientado que, ao longo dos
primeiros dias, foram registados dois casos de assassinato
na Província de Sofala, de
Dondo.
“A vandalização, destruição de cartazes e confrontos
entre caravanas tem sido um
dos factores impulsionadores
da violência e intolerância política que já levou à detenção
de pelo menos 33 apoiantes
e simpatizantes dos partidos
Frelimo, Renamo e MDM”,
disse na ocasião, Fernanda
Lobato, Porta-voz da Sala da
Paz, para quem outra nota dominante da campanha eleitoral, que constitui ilícito, é de
os partidos, com destaque aos
com representação Frelimo,
Renamo e MDM, estarem a
afixar panfletos eleitorais em
lugares inapropriados nomeadamente em instituições públicas como tribunais, escolas, postos de saúde e serviços
distritais e em locais de culto,
sinais de trânsito, incluindo
monumentos, “numa clara e
flagrante violação do artigo
33 da lei eleitoral”.
No entender da Sala da
Paz, este aspecto pode ser
resultante da fraca sensibilização por parte dos partidos
políticos aos seus membros e
simpatizantes sobre os locais
onde se pode afixar os panfletos e material de propaganda.
Outro aspecto que inquieta
a Sala da Paz, neste processo, eleitoral prende-se com a
presença de menores de idade
nas marchas de caravanas de
quase todos os partidos políticos portando material propagandístico e nalguns casos
a destruírem material de propaganda de partidos políticos.
“Face as evidências de
intolerância política, a Sala
da Paz tem estado a interagir
com os partidos e com a política para que estes actos não
se multipliquem e não tenham
carácter retaliatório”, disse
Lobato, ajuntando que, paralelamente, a estes casos evidentes de violência também
constatou-se que há partidos
políticos que tendem a se vitimizar, propalando informações de suposta violência mas
que, no entanto, não mostram
evidências factuais.
No que tange à segurança
nas zonas de conflito armado,
a Sala diz ter registado com
preocupação, no dia 2 de Setembro, um ataque bárbaro,
protagonizado por insurgentes militares no distrito de
Muidumbe, onde um cidadão
foi surpreendido, atacado e
esquartejado por insurgentes em Chitunda. Outro caso
registou-se no distrito de Mocímboa da Praia, onde cinco
indivíduos tentaram atacar um
cidadão que, defensivamente,
terá atingido mortalmente, um
dos insurgentes, com recurso
a uma flecha.
Outra questão problemática e preocupante prende-se
com as constantes ameaças à
paz, protagonizadas pela Junta Militar da Renamo, num
contexto em que decorre a
campanha eleitoral, sendo que
no dia 4 de Setembro, quatro
viaturas foram atacadas por
um grupo armado na região
do Púnguè, limite entre os
distritos de Gorongosa e Nhamatanda (província de Sofala). A Sala da Paz receia que
estas acções venham a inibir a
realização plena e ordeira da
campanha eleitoral, e venham
a afectar o dia de votação,
caso não haja uma solução.
A Sala da Paz mostra-se
ainda preocupada com a qualidade dos manifestos eleitorais difundidos ao longo da
campanha por os considerar
aquém daquilo que era de se
esperar nos tempos actuais.
“Analisados os manifestos
e as promessas feitas pelos partidos políticos fica a percepção
de que os mesmos abordam as
promessas eleitorais de forma
ampla e vaga, carecendo de
uma explicação clara do plano da sua operacionalização.
Percebe-se um défice de conhecimento sobre a importância de manifestos eleitorais”,
lamentou Lobato, durante a
apresentação do informe da
Sala da Paz e acrescenta que
“os partidos primam mais por
oferecer camisetas, capulanas
e panfletos atendo-se apenas
a explicação da melhoria de
qualidade de educação, saúde,
agricultura, infra-estruturas,
criação de empregos e consolidação da paz”.
Outro aspecto que inquieta
a Sala da Paz é a instrumentalização da paz para fins eleitoralistas. Segundo esta Plataforma da Observação Eleitoral
Conjunta, não há necessidade
de os partidos políticos condicionarem a paz ao vencer ou
não as eleições, “uma vez que
os moçambicanos almejam
a Paz independentemente de
quem ganha ou não eleições”.
Para que o processo eleitoral seja íntegro, em que todos se revejam e sintam-se
integrados no processo democrático e, por conseguinte,
contribuírem para a consolidação do Estado de Direito
Democrático, a Sala da Paz
recomenda aos diversos actores políticos com enfoque
para a Frelimo, Renamo e
MDM para orientarem os seus
simpatizantes e membros a
pautarem por uma postura de
Lei, removendo aos panfletos
afixados em locais proibidos;
a adopção de uma postura
de tolerância políticas nas
províncias de Gaza, Manica,
Tete, e Nampula; a imparcialidade para a actuação da PRM,
redobrando esforços para a redução de número de casos de
violência, que têm tendência a
atingir níveis alarmantes nos
últimos dias, e a necessidade
de se discutir a possibilidade
de proibição, por Lei, do envolvimento de crianças nas
actividades de campanha eleitoral, na próxima revisão da
Legislação Eleitoral.
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Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | Destaque | zambeze | 5
Filipe Nyusi alerta a juventude na Zambézia
A época de mão estendida acabou
O candidato da Frelimo à Presidência da República, Filipe Nyusi, revelou, na província de Zambézia, que, caso vença
as próximas eleições, vai criar mais postos de empregos para
a juventude moçambicana. Para tal, Nyusi anunciou que o
seu governo estará orientado para criar emprego através da
criação de incentivos fiscais para o sector privado, também
prometeu um Fundo para o primeiro emprego e ainda alocar
10% do Orçamento Geral do Estado para o sector da agricultura, onde disse que prevê empregar cerca de três mil jovens
no Projecto Sustenta.
Depois de trabalhar na província de Sofala,
o candidato da
Frelimo, Filipe
Nyusi fez campanha eleitoral na província de Zambézia,
onde escalou os distritos de
Quelimane, Nicoadala, Murrupula, Milange, Gurué e Alto
Molócuè.
No distrito de Quelimane,
Filipe Nyusi orientou um showmício no campo primeiro de
Maio, onde uma enorme moldura humana se fez presente.
Nyusi disse aos zambezianos que depois do dossier da
paz, assinado com a Renamo,
o seu foco e do seu próximo
governo será de criar mais postos de empregos para jovens e
trabalho para todos os moçambicanos.
Aliás, Nyusi disse que os
seus críticos questionam como
ele vai criar emprego para os
jovens moçambicanos nos próximos cinco anos da sua governação caso seja eleito, tendo explicado que os mesmos
deviam perguntar como ele e
o seu governo conseguiram
pagar salários num contexto de
crise económica, de ciclones,
secas e de guerra que fustigaram o país, não esquecendo o
corte de ajuda externa ao Orçamento Geral do Estado.
“Está a chegar a hora exacta
da juventude, estamos a montar
agora o projecto do primeiro
emprego, porque quando vocês
vão pedir emprego vos exigiam
três anos de experiência, agora
pedem cinco anos. Mas quando
reuni com os enfermeiros em
Chimoio e, com professores
em Inhambane, mais de 85%
eram jovens e não tinham tido
o primeiro emprego, então nas
empresas (privadas) vamos instituir um fundo para o primeiro emprego”, prometeu Filipe
Nyusi.
Paralelamente, Nyusi justificou que também vai dar incentivos as empresas privadas
que vão recrutar jovens que
nunca trabalharam.
“As empresas que vão nascer e onde privilegiarem a jovens, vamos deixar isso bem
claro, essa empresa deve ter
vantagens, porque estará a absorver jovens que estão a ter o
primeiro emprego, é preciso incentivar isso”, disse Nyusi.
Para Nyusi as suas promessas de criação de emprego para
a juventude moçambicana, no
geral, e zambeziana, em particular, são exequíveis e não são
meras falácias, tendo dito que
“é melhor prometer e fazer,
porque prometer cada um pode
e é muito fácil”.
Projecto Sustenta para
Zambézia
“Agarrem a palavra, o governo será orientado para o resultado, nesse caso, orientado
para o emprego, tudo que vamos fazer, para todos os sectores será para garantir o emprego”, explicou Nyusi.
Conforme ajuntou ainda Filipe Nyusi, o referido projecto
não vai falhar, caso não haja
perturbação da paz social, onde
prevê que cerca de “três milhões de jovens terão que entrar
em emprego com essas condições que estamos a criar”.
“Aqui na província da Zambézia, dissemos vamos dinamizar o Projecto Sustenta que
foi uma boa experiência para
alguns distritos de Nampula, a
ideia é replicar por todas províncias, porque é um projecto
sustentável e viável”, defendeu
Nyusi.
“Queremos meter mais de
três milhões de moçambicanos
ou de famílias no projecto sustenta e isso vai aumentar o trabalho, porque quando estive em
Caia expliquei a diferença entre
emprego e trabalho. O trabalho
podemos criar com facilidade
nós próprios, cada um de nós,
por isso, o projecto sustenta vai
ocupar grande parte de jovens”,
justificou Nyusi.
Filipe Nyusi explicou ainda
que o dinheiro para abrir novos
postos de empregos para a juventude virá dos investimentos
directos que estão a ser celebrados, aliás garantiu que durante
os cinco anos do seu mandato
esteve a mobilizar investimentos.
“Investimos tempo para
mobilizar recursos para agricultura, para energia, para
infra-estruturas, há investimentos, vocês assistiram a assinarmos alguns e ainda assinaremos
outros neste ano. Esses investimentos vem também pela
confiança e seriedade que eles
vêem, ninguém aposta numa
pessoa ou num sistema que não
é sério”, defendeu Nyusi.
Para agricultura, Nyusi prometeu que 10% do nosso Orçamento de Estado será alocado
para agricultura.
“O próximo governo que
vamos criar estará orientado
a criar emprego, como agora
estamos orientados para paz
e mobilização de investimentos, todos os dias só se assina
acordos de investimento e são
investimentos privados e directos, não é aquele modelo que
estávamos habituados de investir na caixa geral do Estado,
onde muitas vezes havia pouca
transparência.Vamos trabalhar
com o sector privado, porque
o privado é que emprega mais,
a este privado vamos dar facilidades para ele continuar a investir mais, porque vai empregar a minha juventude e depois
vamos cobrar imposto para
podermos investir nas escolas e
nos hospitais em todo o país”,
acrescentou Filipe Nyusi.
Nyusi disse, ainda durante o
seu showmício, que a época de
estender a mão para pedir ajuda
externa acabou alegadamente,
porque quem “dá dinheiro as
vezes, dá quando quer e as vezes exige algo em troca que não
temos”.
DÁVIO DAVID
Está a chegar
a hora exacta
da juventude, estamos a
montar agora o
projecto do primeiro emprego,
porque quando
vocês vão pedir
emprego vos
exigiam três
anos de experiência, agora
pedem cinco
anos
6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad
A moderação no luxo
Algumas reticências quanto à paz
O Mundo sempre teve, em
todas as eras e locais, gente relativamente mais abastada. Sempre
houve gente rica e também gente
pobre.
Vivemos actualmente um
período em que a distinção entre
ricos e pobres, portanto, o fosso
entre estas duas classes, se está
tornando cada vez maior por
cada dia que passa.
Sem dúvidas que é de todo
impossível, aliás nem pode ser
natural, que se tente criar uma
sociedade com uma única classe,
como no passado se tentou com
a implantação de regimes que se
pretendiam igualitários, designados socialistas ou comunistas, o
que falhou redondamente, pois
tal nunca poderia acontecer.
Segundo o Al-Qur’án, alguns
de entre nós os humanos foram
elevados acima dos outros na
subsistência e na capacidade
financeira.
Todavia, a situação da pobreza à nossa volta exige de nós
alguma moderação nos nossos
gastos no luxo, por forma a que
as poupanças resultantes dessa
moderação sejam partilhadas
com os desfavorecidos.
Para ilustrar, tomemos um
exemplo como o que se segue:
Suponhamos que alguém,
usando dinheiro seu, ganho de
forma honesta e lícita, pretende
adquirir um carro luxuoso. Primeiro, ele escolhe a marca e o
modelo da viatura pretendida.
Escolhido o carro de sua preferência, tem por exemplo duas
opções: na primeira ele tem pela
frente um modelo equipado com
um motor de alta potência, para
além de outros equipamentos
extra de que raramente fará
uso. Na segunda opção tem
um modelo com alguns equipamentos extra, semelhantes
aos que apetrecham a viatura
da primeira opção, mas com
algumas funções a menos, e um
motor de média potência, portanto, de menor performance,
mas que, com toda a segurança e
comodidade desenvolve velocidades que atingem os 200 kms/
hora, uma velocidade perigosa e
que contraria a Lei, diga-se em
abono da verdade. A diferença
de preços nas duas opções é de
quase USD 5.000,00.
A moderação exige de
nós, que nos contentemos neste
mundo temporário. Se se adquirir o carro menos luxuoso, os
USD 5.000,00 que se poupam
podem ser usados para se erguer, por exemplo, casas para os
pobres, ou mesmo para se adquirir alimentos para centenas
de pessoas esfomeadas. E aliás,
se prestarmos atenção à nossa
volta, veremos que existem
milhares de pessoas esfomeadas,
cujo futuro é incerto. Pessoas
que não sabem onde ir buscar
algo para matar a fome.
O exemplo atrás descrito
é aplicável a outro tipo de gastos, como nos acabamentos das
moradias que erguemos, nos
cortinados que nelas aplicamos,
nos mobiliários e outros artigos
de uso pessoal que decoram os
seus interiores.
Se se pautar pela sobriedade não se vai de alguma forma
privar do luxo, mas mesmo
assim poupar-se-ão milhares de
meticais que podem ser colocados à disposição daqueles que
não sabem quando é que terão a
sua próxima refeição condigna.
Hoje as pessoas estão mais
preocupadas em adquirir os
prazeres mundanos.
É recomendável que se
evite a extravagância em cerimónias de casamento, ou gastos
em coisas proibidas, pois as consequências dos excessos durante
o casamento podem provocar
outros problemas sociais.
O ser-se comedido nos
gastos pode permitir grandes
poupanças, que podem ser partilhadas com os desfavorecidos.
Poderá alguém imaginar
quanto poderia ser partilhado
com os desfavorecidos se toda a
riqueza gasta no ilícito, ou a que
é desperdiçada em casamentos
faustosos fosse poupada?
Enquanto o rico poderia
continuar a viver no luxo e
conforto, grandes somas de
dinheiro estariam disponíveis
para aliviar o sofrimento dos
necessitados, e também para
projectos sociais.
Perante estas realidades,
será que por vivermos abastados
as nossas consciências não nos
pesam quando despendemos
milhares de dólares em coisas
fúteis?
Estas avultadas quantias
gastas em coisas desnecessárias,
se fossem doadas à gente esfomeada para adquirir comida, ou
a algum doente sem posses para
se submeter ao tratamento médico de que desesperadamente
necessita, não seria melhor?
Devemos olhar para além
do nosso horizonte de conforto.
Existem pessoas que estão vendendo a sua fé devido à fome,
crianças em idade escolar, que
por vezes não conseguem ir à
escola, de tão fracas que estão
devido à fome, pois muitas
delas acabam chafurdando em
contentores de lixo à procura de
algo com o que matar a fome.
O luxo material pode
trazer algum conforto ao corpo,
mas alimentar um esfomeado,
proporcionar abrigo à uma
família desprovida de tecto,
vestir uma criança que só tem
andrajos a cobrir-lhe o corpo ou
praticar quaisquer outros actos
de generosidade, trará imensa
tranquilidade e paz aos nossos
corações, e um conforto inimaginável na nossa Vida do Além.
Hoje, as crises sucedem-
-se, envolvendo a nossa gente.
Temos que responder a essas
situações. Afinal, qual é a nossa
obrigação moral e social?
A riqueza que possuímos
é uma dádiva divina, e os ricos
têm que gastá-la de forma a que
Deus fique satisfeito com eles.
Para além disso, os ricos têm
de cumprir com a sua obrigação
de pagar a esmola e a caridade.
Se cada um de nós pensar
desta forma positiva e evitar o
egoísmo e a ganância, muito
do sofrimento social poder-se-
-á aliviar.
De contrário, a sociedade
será assolada por uma constante
intranquilidade.
Emanuel Banze
A paz é um produto universal, o bem mais procurado em
todos os cantos do mundo. Para
obtê-la, o homem só precisa
nascer e viver em um ambiente
livre de todas as formas de violência, onde o amor, o respeito
e a empatia sejam fenómenos
abundantes nas relações inter-
-pessoais. Paz significa certeza
do equilíbrio social, do compromisso com o cumprimento
dos direitos e deveres do homem. Paz é paz, é uma bandeira branca sem manchas, um
país sem corruptos, sem armas
e sem ameaças de guerra.
Com esse breve intróito,
quero dizer que a tranquilidade
não se resume apenas ao calar
das armas, é preciso desfazer-
-se delas e abraçar o objectivo
comum de lutar por um Moçambique uno e indivisível. Ou
seja, enquanto houver armas
nas mãos de pessoas revoltadas, estaremos andando às voltas no deserto buscando a paz
prometida e não a encontraremos.
O Governo e a Renamo
arranharam as jubas, suaram
os casacos e chamaram os vizinhos e amigos para, mais
uma vez, testemunhar a volta
do sossego, mas este revela-se
como uma pura utopia. Pois,
continuamos na corda bamba,
na incerteza do que vai acontecer amanhã, uma vez que as armas se calaram, mas não foram
arrumadas. Discursos ameaçadores vão sendo ecoados nas
Midias por cidadãos nacionais.
Isto não é paz. Nunca há-de vir
a ser.
Hoje é Mariano Nhongo,
amanhã será o fulano, depois o
beltrano. Por fim, resolver problemas partidários usando armas vai virar moda. E quem sai
prejudicado nisso é a própria
Renamo que, numa altura pré-
-eleitoral, mostra sinais claros
da falta de união entre os seus
simpatizantes e quer devolver o
país a um clima de tensão.
A este ritmo, corremos o
risco de assistir à assinatura dos
quartos (por que não quintos?)
acordos de paz, sempre definitivos, e cheirando à pólvora,
situação que aumenta a profundidade do buraco no qual o país
está a afundar.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | opinião | zambeze | 7
A importância de uma formação contínua
TINFANELO TAVUMHUNU (Direitos Humanos)
O fenómeno da globalização
mundial é um facto incontornável que já se vive há bastante
tempo. Em qualquer actividade,
seja ela financeira, comercial,
cultural, ambiental, legislativa
ou educacional, exige que as
pessoas estejam integradas num
mercado global onde a competição e a concorrência estejam
fortemente marcadas. Os legisladores das normas rodoviárias,
os formadores do ensino da condução automóvel e os motoristas
não podem, de igual modo, fugir
ou alhear-se destas realidades
cada vez mais exigentes da universalização.
Actualmente, aquele que detém o conhecimento consegue
sempre obter vantagens. No entanto, convém considerar que
este tipo de exigência não é de
hoje, foi assim desde há centenas de anos e, nos tempos que
correm, apenas é imprescindível
possuir um maior conhecimento
para qualquer um poder afirmar
a sua diferença e, consequentemente, vencer. É por esta razão
que não basta conseguir uma
profissão ou formação técnica
inicial, a especialização profissional tornou-se extremamente
importante.
O enorme desenvolvimento
tecnológico a que se tem assistido nos últimos anos tem sido
acompanhado, ao nível das escolas, pela criação de novas áreas
de conhecimento e de formação
profissional, nomeadamente,
em institutos e universidades.
Veja-se, por exemplo, o caso
da Engenharia (e não só) em
que, actualmente, existem mais
especialidades do que havia há
uns vinte anos atrás. O mesmo
se verifica no ensino da condução automóvel que corresponde
à nossa actividade. Noutros países, o ensino de especialização
na profissão de motorista diversificou bastante, seja para transportar cargas perigosas, crianças
e passageiros, conduzir ambulâncias, ser motorista protocolar,
conduzir defensivamente, entre
outras especializações. Embora
ainda estejamos de certo modo
atrasados a este nível, a globalização vai-nos exigir um esforço
redobrado para recuperarmos o
retardamento em que nos encontramos.
Há uns anos atrás, quase que
todas as pessoas que faziam a sua
formação técnica e enveredavam
por uma dada profissão, viviam
até ao final da sua vida profissional sem sentirem a necessidade
de se actualizarem, no que concerne à sua instrução de base. Por
exemplo, para se ser instrutor de
condução automóvel por toda
a vida, bastava ter dois anos de
experiência de condução. Actualmente, o candidato a instrutor
tem de possuir conhecimentos na
área da pedagogia, psicologia,
mecânica, electricidade, saúde,
direito civil, penal e contravencional, entre outros. Por outro
lado, sempre que surgir um nova
legislação rodoviária, aos instrutores de condução automóvel
devia-lhes ser exigido efectuar
uma especialização ou actualização. Nos países mais avançados,
após o início de uma certa actividade profissional, ocasional ou
periodicamente, são estabelecidos estágios, reciclagens ou actualizações, para melhorar o seu
desempenho profissional, tendo
em vista dotá-lo de uma permanente capacidade para ser cada
vez mais eficaz e competitivo.
Por estas razões, a situação
actual exige que um candidato
a motorista saiba escolher uma
instituição de ensino exigente e
capacitada, de modo a obter uma
formação especializada e de elevado nível nos diversos cursos
profissionais disponíveis. Só assim é que poderá existir a possibilidade de enfrentar com sucesso as exigências de qualificação
solicitadas, aquando da contratação por parte dos empregadores.
Para muitas empresas internacionais que operam em Moçambique, não basta que os candidatos
ao emprego apresentem o seu
diploma para serem admitidos.
Estes são submetidos a testes de
avaliação rigorosos para avaliar
o seu nível de competências perante os requisitos exigidos, uma
vez que sabem que no nosso país
ainda temos de melhorar a qualidade de ensino e combater a corrupção que existe na obtenção de
diplomas ou certificados.
A qualidade de formação apresenta-se hoje, mais do que nunca,
como um factor fundamental para
a produtividade e competitividade. De igual modo, esta realidade
remete-nos, a nós que exercemos
a actividade de formação, para a
crescente importância da ligação
que deve existir entre a qualidade
do ensino ministrado e as exigências das empresas empregadoras.
Quando o país não nos possibilita
estas actualizações ou especializações, devemos ir em sua busca
no exterior, se não quisermos ser
preteridos com a afirmação ou
convicção, que se começa a generalizar, de que o país não dispõe
de profissionais qualificados. Esta
crença de que os moçambicanos
não estão preparados, em muitos
casos, é injusta. O pior é que são
os próprios cidadãos e empresas
nacionais que, sem se informarem das capacidades existentes
no país, acreditam que só o que
vem do exterior é que é bom. Em
alguns casos, chegam a suportar
custos triplicados ficando, por vezes mal servidos, porque os formadores estrangeiros para além
de não dominarem na plenitude a
nossa língua, não possuírem um
conhecimento amplo das nossas
realidades, culturas e comportamentos, transmitem conhecimentos decalcados e adaptados aos
seus países que são impraticáveis
ou inadequados no nosso.
Por tudo o que abordamos
neste texto, é fácil entender que
uma formação contínua e especializada é de importância vital, quer
para os formadores, quer para os
formandos, uma vez que as tecnologias e as respectivas legislações
não param de evoluir.
*DIRECTOR DA
ESCOLA DE CONDUÇÃO
INTERNACIONAL
Moçambique é país dos extremos, raramente tem as coisas na medida certa! Mesmo a
natureza, numas vezes traz-nos
secas severas e noutras cheias
devastadoras! Mas nós próprios
também fazemos as coisas com
excessos! 1.Quem não se lembra
dos tempos em que o lobolo era
crime! De pulmões cheios, os
frelimistas bradavam: “Abaixo o
lobolo!”, mas porque é da tradição, não se podia e nem se pode
erradicar administrativamente,
continuava a ser feito, mas em
segredo, porque até se corria
o risco de se ser preso! Mesmo
a mudança de nome de lobolo
para gratificação não rebateu o
princípio revolucionário, segundo o qual, o lobolo coarctava a
emancipação da mulher! Estávamos num extremo! Hoje estamos
noutro, em que o lobolo já é mais
caro e feito com as notas que
têm efígie do próprio Samora,
paradoxalmente, o revolucionário que mais combateu o lobolo! Já é feito publicamente com
direito a fotografias, presentes e
até a uma transcrição no registo
civil! Ou seja, o lobolo ontem
deveras combatido, hoje virou
casamento tradicional reconhecido oficialmente! Extremos! 2.
Na efervescência da Revolução,
jurava-se que Moçambique seria
túmulo da burguesia, mas hoje se
se chega numa reunião da Frely e
gritasse: “Abaixo a burguesia!”,
se quisessem me responder sem
hipocrisias, muitos redarguiriam:
“Fusseki!”(Vai-te embora!), o
camarada Mano Guebas seria o
primeiro, não?! A ostentação de
riqueza ontem era crime, mas
hoje ser rico não é pecado! Não
são dois extremos opostos? 3.
Ainda na efervescência da Revolução, era contra-indicado rezar!
Os seminaristas da igreja católica
foram incorporados na tropa, os
locais de culto transformados em
salões de actividades culturais,
as escolas de formação de padres
nacionalizadas, os padres e outros
ministros, servidores de Deus,
ridicularizados; o dia de natal
foi vulgarizado, no princípio até
era dia normal de trabalho para
todos! Era um extremo! Depois
passou a haver tolerância de ponto só para os cristãos, mas porque
neste dia as pessoas faltavam quase todas ao serviço, a Frelimo rendeu-se e, nos princípios da década
80, passou a considerar o 25 de
Dezembro um feriado do dia da
família, mas noutro extremo, já
aceita que sim, 25 de Dezembro
é feriado nacional do dia de Natal
e da família!
Por aquelas alturas em que
se dançava xingomana nas salas de culto, era impensável que
o Papa da Igreja Católica, que a
Frelimo de Samora a hostilizava muito, pudesse ser recebido
com honras de Estado e a sua
visita ao país pudesse merecer
referência exaustiva em todos
os órgãos de informação do Estado, 3 meses antes, durante e
depois da sua chegada! Já eram
quase enfadonhos os programas
“Sumo pontífice” transmitidos
diária e repetidamente na Rádio
Pública, às vezes sem conteúdo
meritório, era só apresentar para
agradar, para “alguém” merecer
promoção no próximo mandato!
Quem diria que a nossa Frelimo
podia admitir que o Papa pudesse
abençoar Moçambique! Samora
dizia que “deus” era ele mesmo
que libertou Moçambique! Aquele todo tempo que durou a missa
papal, Samora o teria abocanhado
para dar um comício e nos prometer que brevemente liquidaria
os bandidos armados e erradicaria o subdesenvolvimento! Uma
ova! Utopia para o carraças pá!
Pronto! Ontem, estávamos num
extremo, hoje estamos noutro em
que a missa duma igreja, outrora
muito hostilizada, já dá direito a
um feriado nacional e transmissão em directo na Rádio e TV
públicas, num Estado laico! Fazer o quê? Moçambique é país
dos extremos, quando não é 5 é
500,se fosse de vidro já se teria
partido por conter água ora muito
quente, ora muito fria!
Sobre o Ambiente Rodoviário Cassamo Lalá*
Se Moçambique fosse recipiente de vidro já se teria
partido por conter água ora muito quente, ora muito fria!
Ontem hoje e amanhã Marcelino Silva – marcelinosilva57@gmail.com
Veja-se, por
exemplo, a dissonância entre
os discursos do
Presidente da
Renamo Ossufo Momade, do
porta-voz Manteigas e da Chefe da Bancada
do partido na
Assembleia da
República sobre
o caso Nhongo.
Estamos perante
mais um espectáculo deprimente a juntar-se a
muitos outros já
assistidos num
passado muito
distante.
8 | zambeze Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Como é do domínio público,
o Conselho
Constitucional
(CC) anunciou
recentemente o chumbo do
recurso a si submetido pela
Renamo na sequência da reprovação pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) da
exigência da desqualificação
dos candidatos da Frelimo a
governadores para as províncias de Manica, Niassa, Maputo e Nampula.
Os candidatos que a Renamo não quer ver a concorrerem são Francisca Tomás
que é candidata a governadora da província de Manica.
Ela foi recenseada em Niassa
onde exerce actualmente a
função de governadora. Júlio Parruque é, actualmente,
governador de Cabo Delgado
e é nesta província onde foi
recenseado. É candidato para
a mesma função, mas para a
província de Maputo. Manuel Rodrigues pretende ser
eleito governador de Nampula, apesar de ter sido recenseado em Manica onde é
actualmente governador. Por
último, está Judite Massange
que quer ser eleita governadora de Niassa. O seu registo
como eleitoral foi efectuado
em Nampula.
O pedido da Renamo
baseava-se no facto de anterior Lei Eleitoral, aprovada em 2013, indicar que
todo o candidato a ser eleito
para exercer funções públicas (deputado, membro da
assembleia provincial e de
assembleia da cidade, entre
outras funções resultantes de
eleição) só podia exercer o
acto de votar e de ser eleito,
se estivesse recenseado e residisse na província onde tal
acto iria ocorrer. Entretanto,
a referida lei foi revogada
em 2015. Especialmente o
capítulo referente a obrigatoriedade de residência para
quem requerer ser eleito para
aqueles cargos se, neste caso,
para o cargo de governador
de província. Assim sendo,
os candidatos atrás referidos,
podem sim, concorrer. Caberá, depois, aos eleitores decidirem pela sua sorte.
Foi no cumprimento das
suas obrigações de fiscalizadores finais dos processos
eleitorais que CC “pegou”no
recurso da Renamo. Após
minuciosa verificação, não
encontrou razões para decidir
de acordo com a pretensão do
partido de Afonso Dhlakama.
Chumbou a petição tendo a
decisão sido vertida em acórdão de 28 de Agosto último.
Sublinhe-se, em jeito de contextualização, que a Renamo
havia recorrido da decisão
da CNE de 17 de Agosto,
socorrendo-se do artigo 165
da Lei Eleitoral. Como acima
foi referido, o referido instrumento está “fora de uso”.
Até porque para se estar nessa situação, os deputados da
Renamo contribuíram para
isso ao terem se juntado aos
seus colegas da Frelimo e do
MDM na aprovação da nova
redacção da nova Lei.
Foi assim que numa das
passagens do acórdão do
CC, pôde-se ler que “esta é
a solução legal e corresponde à nova, expressa e inequívoca vontade do legislador moçambicano, aprovada
por consenso e aclamação
no dia 4 de Abril de 2019”.
Repare-se neste “aprovada
por consenso e aclamação”.
Quer isto dizer que os deputados da Renamo, no dia 4 de
Abril de 2019, juntaram-se
aos seus colegas da Frelimo
e MDM e em uníssono disseram “aprovada”.
Perante esta inequívoca
verdade, ocorre-me colocar
algumas perguntas aos meus
concidadãos, deputados da
Renamo: conheciam, caros
irmãos, o verdadeiro significado e as consequências
futuras da lei que estavam a
aprovar? Entre vocês existe alguém com capacidade e
conhecimentos técnicos para
interpretar correctamente o
espírito e a letra das leis que
aprovam? Os vossos porta-
-vozes (por exemplo o Manteigas e o activíssimo Venâncio Mondlane), preparam-se
(entenda-se compulsam os
instrumentos que orientam as
matérias aprovadas em sede
do parlamento) antes de irem
aos órgãos de comunicação
social reclamar “isto e aquilo?
Já muitos falaram da falta
de preparo da Renamo, principalmente, quando se trata
de casos sérios. Já muitos
falaram de incoerências monumentais, recorrentemente
patenteadas nas abordagens
sobre os mais variados assuntos, quer internos, assim
como extra-muros. Veja-se,
por exemplo, a dissonância
entre os discursos do Presidente da Renamo Ossufo
Momade, do porta-voz Manteigas e da Chefe da Bancada do partido na Assembleia
da República sobre o caso
Nhongo. Estamos perante
mais um espectáculo deprimente a juntar-se a muitos
outros já assistidos num passado muito distante.
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Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá,
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Colaboradores: Dávio David e Elton da Graça
Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544
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| opinião |
Depois da CNE agora foi o Conselho
Constitucional a chumbar a Renamo em
mais um espectáculo deprimente
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 zambeze | 9
Estamos actualmente num momento muito relevante para o
nosso futuro próximo: há poucos dias teve início a campanha
eleitoral e a 15 de Outubro, com os resultados eleitorais, começa,
certamente, uma nova etapa da nossa história. Esta campanha
começou com uma nova situação, que todos desejavam: o acordo
de paz. Após vários acontecimentos imprevistos, como a morte do
líder Afonso Dhlakama e a nomeação, num congresso, do novo
líder da Renamo, Ossufo Momade, não havia a certeza de que se
pudesse alcançar.
Mais uma vez, agradecemos aos dois artífices do acordo, o Presidente Nyusi e o líder da oposição Ossufo Momade, por podermos realizar eleições em paz entre todos os cidadãos, e este seria
um grande reconhecimento ao trabalho e ao diálogo dedicados,
durante anos, por todos os participantes neste acordo. Da mesma
forma, deveríamos prestar um reconhecimento especial a todos os
cidadãos que perderam a vida neste conflito inútil e realizar estas
eleições num clima de amizade e boa vontade, sem incidentes, sem
confrontação, em suma, sem violência.
Não podemos ver os partidos que defendem posições políticas
diferentes das nossas como inimigos, eles são apenas adversários
na disputa política e obviamente devemos considerá-los nossos
irmãos, pois somos todos moçambicanos. Muitas vezes falamos de
democracia, queremos e pedimos mais avanços democráticos. No
entanto, quando algo afecta os nossos interesses, como a concorrência política entre partidos, entre outras coisas, nós preferimos
pôr de lado a democracia conseguida e que nos permite eleger os
nossos Governantes, através de meios pouco democráticos para
obter as vantagens que queremos.
Quaisquer que sejam os resultados destas eleições, temos de
demonstrar a nós próprios e à comunidade internacional que somos um povo de paz, de coexistência e de colaboração com aqueles
que dela necessitam, como ficou patente na terrível situação após
a passagem dos ciclones Idai e Kenneth. A violência não nos ajudará a crescer como sociedade, nem a criar um ambiente positivo,
económico ou social para todos nós e para as gerações futuras.
Seremos capazes de desfrutar de uma campanha eleitoral e
de eleições sem qualquer tipo de violência e em paz entre todos
nós? A primeira semana tem mostrado o contrário. A violência
parece ter tomado conta de alguns integrantes das caravanas de
campanha eleitoral.
Ao nosso entender, este não é e nunca foi o caminho que se
deva percorrer. Ao agir de forma violenta em processos que deviam ser pacíficos estão a tentar deitar por terra o processo de
paz irreversível que todos nós estamos a saborear. As eleições não
devem mais constituir foco de guerrinhas desnecessárias. Devem,
sim, constituir um ponto central da construção da nossa jovem
democracia. Portanto, aqui fica o repto. Podemos honrar o nosso
país, Moçambique? Devemos todos, sim, todos.
Editorial
Moçambique recebeu na semana finda, com pompa e circunstância, o dirigente máximo da Igreja Católica e ao mesmo tempo
Chefe de Estado do Vaticano, o senhor Jorge Mario Bergoglio, o Papa
Francisco, um dos homens mais influentes do planeta.
Embora seja a quarta vez que se desloca ao continente Africano,
é a primeira vez que o Sumo Pontífice visita um país da Região Austral de África, pelo que foi confirmada a presença de vários crentes
vindos de países limítrofes de Moçambique.
Longe de toda a euforia do momento, caracterizada pelas movimentações corriqueiras de um país que recebeu o líder religioso mais
poderoso da terra, das missas, apelos, conselhos ou admoestações,
há necessidade de efectivamente fazermos uma análise profunda do
quão foi importante, partindo dos ganhos que Moçambique teve. Para
iniciar, no campo da exaltação da nossa moçambicanidade, temos
de reconhecer a vital importância do trabalho realizado pelo Presidente da República Filipe Nyusi para permitir a vinda de Francisco
à nação moçambicana.
Foi exactamente no mês de Setembro de 2018 que, durante uma
visita ao Estado do Vaticano, Filipe Nyusi convidou o Papa Francisco a visitar Moçambique, um gesto bastante comum de centenas de
líderes que passam por aquele lugar, mas que só poucos conseguem
que os seus pedidos sejam aceites, tal como foi o caso do nosso Presidente da República.
Ao conseguir trazer Francisco à Moçambique, Nyusi comprovou
à todos que duvida(va)m da sua capacidade governativa, que é homem de falar pouco e trabalhar muito. Aliás, a questão do dossier da
Paz, que a Igreja Católica tem apoiado há décadas, teve um desfecho
favorável longe da mediatização comum.
E são estas as cartas jogadas por Nyusi, quando trata de assuntos
de grande dimensão: Silêncio, trabalho, dedicação. Quando todo
mundo menos espera, os resultados começam a aparecer.
Para o caso da visita do Papa Francisco à Moçambique, não há
outra explicação para a sua materialização que não seja, para além
da vontade e disponibilidade do Sumo Pontífice, a capacidade de
transformar situações complexas em soluções simples, que é a característica peculiar de Nyusi.
O desfecho que teve o assunto das hostilidades militares, com
a assinatura do respectivo acordo, não foi ignorado, decerto, no
momento do balanceamento de Francisco sobre viajar ou não. Ele,
franciscano que é, valoriza os esforços dos que abrem a sua mão para
os outros que merecem mais do que tem.
A visita do santo Padre revela-se oportuna, pois coroa de forma
magistral os esforços para a consolidação da paz em Moçambique,
levados à cabo pelo Presidente da República em coordenação com
o líder da Renamo.
Há que dar mérito ao trabalho incrível que Nyusi tem mostrado
na componente da diplomacia dos corredores, garantindo à todos os
moçambicanos, independentemente das suas convicções políticas,
sociais, ideológicas, que é possível sonhar um Moçambique que pega
em suas dificuldades e as transforma em oportunidades.
Os ensinamentos transmitidos pelo Papa Francisco não poderiam
ter sido dados em melhor momento. Passa pouco mais de um mês
que Nyusi deu aulas de como se produz a paz e reconciliação, sem
necessidade de grandes alaridos. Bastando ter vontade de dizer ao
outro irmão que somos todos moçambicanos e podemos construir
o nosso país da melhor forma possível. Foi esta lição de grande valor
humanista que foi ressalvada pelo Papa no Zimpeto.
Reconheço, por via desta a grandeza da liderança, que temos no
país e tenho orgulho desta nação estar a trilhar por caminhos que
finalmente nos motivam a acordar e levantar a cabeça para quaisquer
desafios, cientes de que como país demos certo!
Da ressaca da visita do Papa
ao reconhecimento de Nyusi
| opinião |
Honrar Moçambique é
respeitar os resultados
eleitorais!
Fabião Carapau
Osvaldo Gonçalves
O propósito desta crónica
(que esperamos tenha alguma
graça) é, antes de mais, convidar o leitor para uma reflexão
sobre um tema que toca a todos:
a escrita da Língua Portuguesa. Quando nos rimos porque
alguém comete um erro grave
de ortografia, somos tentados a
culpar tudo e todos, em particular o sistema de ensino, sem nos
darmos conta, muitas vezes, das
falhas que cometemos ao fazer
tais críticas.
As redes sociais são terreno
fértil para o cometimento desse
tipo de falhas e para as respectivas capicuas. A moça, posta uma fotografia em que está
acompanhada da colega na festa
de formatura do ensino superior
com a seguinte legenda: “Mição
comprida”. Foi mais dura a tarefa de percebermos o que a rapariga queria dizer. Porém, mais
grave ainda foi lermos o comentário de um dos críticos de plantão: “So deus nó comando”.
Em tempos, noutra postagem, um rapaz congratulava-se
por ter terminado o ensino médio e acrescentava: “Faculdade
Agustinhu Netu mim aguarde”.
Num dos comentários, um internauta escreveu: “Conheço bem
o... Isso é feiki news”. Já lemos
coisas bem piores, mas, como
é óbvio, não vamos aqui reproduzi-las, afinal, este é um jornal
para a família.
Discordamos por completo
daqueles que dizem ter os erros
de ortografia a ver com o facto
de escreverem em português, o
que se torna mais difícil por não
ser a sua língua materna. O problema é que não podem fazê-lo
de outro modo, simplesmente
por não pescarem nada nalguma língua nacional. Nem falar,
quanto mais escrever...
Reproduzir em texto o linguajar das pessoas não é tarefa
fácil. Alfredina Nery, graduada
em Letras, mestre em Psicologia da Educação e assessora
pedagógica de duas prefeituras
no Brasil, num artigo intitulado
“Língua escrita e oral - Não se
fala como se escreve” (https://
educacao.uol.com.br), usa um
comentário do escritor e humorista Jô Soares para a revista
“Veja”, na introdução do tema,
que diz assim:
“Pois é. U purtuguêis é
muinto fáciu di aprender, purqui
é uma língua qui a genti iscrevi
ixatamenti cumu si fala. Num é
cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri
cumu é qui si iscrevi algumas
palavras. Im purtuguêis não. É
só prestá tenção. U alemão purexemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada.
Até nu espanhol qui é parecidu,
si iscrevi muinto diferenti. Qui
bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi
iscrevê.”
A professora refere que “em
todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de
outro”. Longe de nós defendermos uma “ditadura da língua”,
mas, partindo do princípio de
que “A grafia é uma tecnologia
de comunicação, historicamente criada e desenvolvida na sociedade humana, e basicamente
consiste em registar marcas num
suporte” (https://pt.wikipedia.
org), julgamos ser de bom tom
cada um cuidar-se ao máximo
para não sair por aí a dar pontapés na gramática e na ortografia.
Notamos que muitas vezes,
quando alguém se refere ao calão e à gíria angolanos, inclui
expressões linguísticas que, a
nosso ver, vão muito além de
simples erros de português para
expressarem sentimentos reais,
profundos, tão reais e profundos
que o domínio que se tem da língua não permite alcançar.
Colocar num mesmo pote
termos como piteu, kikuaxi,
tungo, kibua, ou mesmo formas
mais complexas, como caular,
gamar, galar e frases completas
(e até complexas), como “se dar
encontro” com alguém ou ter ido
a casa deste e “lhe encontrar não
estava lá” não nos perece curial.
O pensamento cresce com o
domínio da língua, mas esta, sobretudo se nos for imposta, nem
sempre é capaz de reflectir por
palavras o pensamento na sua
plenitude. “No dia dos acontecimentos, você viu o acusado?” –
interroga o juiz. “Ver só, eu não
lhe vi. Se dei mesmo encontro
com ele!” – responde a testemunha. Num cenário hipotético, a
expressão tanto pode servir à defesa, para confirmar que fulano
estava noutro sítio que não o local do crime, como à acusação,
que é mesmo essa a pessoa de
quem se fala.
Entretanto, é-nos difícil
aceitar que se atribuam as culpas
da deficiente formação em Língua Portuguesa apenas aos estudantes. Quando um licenciado
escreve com gritantes erros de
ortografia, as pessoas deviam
perguntar não apenas como conseguiram atingir esse patamar,
mas quem permitiu que tal acontecesse.
In Jornal de Angola
Erros de ortografia
10 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Odia 4 de Setembro de 2019 será
escrito com letras de ouro na
vida de povo
moçambicano, pois foi neste
dia que recebemos umas das
visitas mais importantes, com
a chegada do Papa Francisco a
Maputo, capital da República
de Moçambique.
Eram quase 19 horas, quando o Papa Francisco passou de
um dos locais mais privilegiados onde o Chefe da Igreja Católica iria passar.
Estivemos na esquina da
Av. Eduardo Mondlane e Av.
Julyus Nyerere, para acenar
juntamente com os residentes
da Polana e da Sommershield,
quando iria cruzar para a Av.
Kwame Nkrumah, onde fica a
Nunciatura Apostólica, ao lado
da Igreja de Santo António da
Polana.
Foi uma sensação inolvidável, aquelas que sentíamos, ao
corresponder ao aceno do Santo Padre, no “seu” Papa-Móvel,
aquele carro que fora recebido
no dia anterior em Maputo.
Nesta deslocação o Sumo
Pontífice, sem papas na língua, chamou a atenção – diria
– orientou para que a Igreja Católica em Moçambique, fizesse
parte da solução dos problemas
e não “inclinar-se” – para uma
das partes.
Quantas vezes nós escrevemos que as “Cartas Pastorais”
da Igreja Católica não podem
ser publicadas na véspera das
Eleições e, mais grave ainda,
com referências como “tem de
haver ALTERNÂNCIA de Poder em Moçambique.”
Explicamos sempre que
quem deve fazer a “ALTERNÂNCIA” é o povo moçambicano e não orientar através da
Igreja Católica, para que não
se vote neste ou naquele: “fazer parte do problema” é ajudar
a resolver os problemas e não
atiçar os ódios, como amiúde
temos verificado.
Esperemos que a mensagem do Santo Padre tenha calado bem fundo nos prelados
moçambicanos, quando diz que
o padre tem de ser humilde.
Também cai por terra,
aquela de que a visita devia
ser adiada, porque estamos no
ano eleitoral para que não haja
“aproveitamento político”.
Mas depois da Recepção as
diversas reuniões que o Sumo
Pontífice orientou, no dia 5 de
Setembro de 2019, na “Ponta
Vermelha”, com o Presidente
da República, com os diversos
dirigentes dos órgãos do Estado
e de Soberania, do Corpo Diplomático, etc., com a Juventude no “Pavilhão de Maxaquene”, na Sé Catedral de Maputo,
bem como na missa no Estádio
de Zimpeto, com os diversos
dirigentes da Igreja Católica, as
mensagens por ele proferidas
deveriam, em nosso modesto
entender, ser reproduzidas em
livros (livros de bolso) e postos à venda nas livrarias, nas
igrejas, nas entradas dos Museus por toda esta bela “Pátria
Amada”, como uma forma de
perpetuar o ensinamento para
as presentes e futuras gerações.
Da mesma maneira ser reproduzida em CD’s para ser
posto à venda e o valor possa
ser canalizado às obras de caridade.
Estes ensinamentos vão virar a “cabeça” dos nossos jovens rumo ao trabalho e a luta
pelo bem-estar. “Perseverar”,
“persistir”…
Os exemplos sobre a luta
que a juventude deve empreender dados pelo Papa Francisco
no “Pavilhão de Maxaquene”,
de Eusébio da Silva Ferreira,
que não obstante as diversas
adversidades pelas quais passou pela morte prematura do
seu pai, vivendo com a mãe,
nem com isso deixou de ver
o mote, “persistindo”, “perseverando” e, assim, ser um dos
melhores jogadores do mundo,
assim como a Maria de Lurdes
Mutola (Maria Mutola) que
“persistindo” atingiu os picos
da fama com a conquista de
“Ouro” no Mundial de Atletismo, na corrida dos 800 metros.
Proximamente voltaremos
ao assunto, desta inolvidável
visita, do Papa Francisco.
• Fazer livrinhos de bolso das diversas mensagens do Sumo Pontífice em Moçambique e pô-las à venda nas Livrarias, nas Igrejas, nos Museus, etc..
PAPA FRANCISCO: Igreja que se insira
nas aspirações do povo moçambicano…
Ma p u ta d as Francisco Rodolfo
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | NACIONAL | zambeze | 11
Vaticina Nova Democracia:
O passado chegou ao fim
A Nova Democracia (ND), movimento de cidadãos para
mudar Moçambique, escalou, último sábado, alguns bairros
da cidade da Matola, com destaque para o mercado Santos
e o bairro de Intaka, para namorar o eleitorado, expondo a
intensão de resgatar o parlamento como espaço sensível às necessidades do povo.
Privilegiando o contacto
interpessoal, a ND foi aclarando seu objectivo em concorrer
nas legislativas, nas próximas
eleições, visando assaltar a Assembleia da República, que “há
muito deixou de discutir assuntos próprios do povo”.
“O passado chegou ao fim”,
acentuou Salomão Muchanga,
líder daquela formação política, dirigindo-se aos vendedores
do mercado Santos, município
da Matola, preocupado com a
neutralidade com que caracteriza o parlamento, infestado das
disciplinas partidárias, regalias,
em detrimento dos problemas
que enfermam a nação.
Muchanga defendeu, durante sua interacção interpessoal,
que o seu manifesto se baseia
em políticas de empregabilidade, incidindo sobre a camada
juvenil, políticas que tragam
soluções do transporte, acesso
à educação, entre outras áreas
de desenvolvimento social.
Para Muchanga, chegou o
tempo de os moçambicanos fazerem uma “nova história”, um
“novo Moçambique”, um país
de inclusão social, de progresso e de justiça social. O Estado,
argumentou para os vendedores daquele mercado, deve ser
compatível com as preocupações do cidadão, não um Estado ausente.
“O que nos faz concorrer as
eleições é querer transformar
o parlamento num espaço que
discute, aprova leis, políticas
públicas que favoreçam o cidadão comum nas várias vertentes, desde o emprego, passando
pela habitação, transporte, vias
de acesso, água, energia”
No entanto, sublinhou, durante a interacção, ser fundamental que os moçambicanos
afluam em massa e votem na
mudança, na ND, um partido
determinado a lutar como verdadeiro agente da democracia,
incluindo o combate cerrado
à corrupção, o que, segundo a
Nova Democracia, poderá alavancar o país e a vida dos moçambicanos.
“Vemos um grupinho de
pessoas que abocanhou todas
as riquezas, portanto, é preciso
lutarmos, e não é só uma questão de esperança, mas sim de
confiança, que o futuro é agora,
e vamos fazer as coisas acontecerem. Não será fácil, mas nós
decidimos fazer, porque o que
é bom para o povo é bom para
Moçambique”, defendeu Muchanga.
“Nova Democracia pede voto do
movimento rastafári”
Já no bairro de Intaka, a ND
dirigiu-se ao movimento dos
rastafáris, sob pretexto de defender políticas de inclusão social. Ao grupo aquela formação
política esclareceu haver necessidade de se reagir perante o
governo actual de exclusão.
“Valorizarmos aquilo que
é a nossa cultura, por isso decidimos aproximar a este movimento, porque sabemos que
tem questões específicas que
mereçam a nossa solidariedade como movimento, merece
a nossa compreensão para que,
no nosso combate diário, façamos parte de um mesmo ideal.
Isto é que nos mobiliza a virmos e ouvirmos da comunidade
o que nos pode dizer neste momento de avanço e de mudança.
Temos dito que a esperança
não pode morrer e a confiança
que temos é que o futuro é agora, temos de transformar a vida
da nossa sociedade. Estamos a
falar da nossa luta por um país
de inclusão”, arrematou Muchanga.
LUÍS CUMBE
12 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Nyusi apela a não retaliação de alvos sul-africanos
O diabo regressa a África do Sul
A África do Sul vive, desde o domingo passado, uma
verdadeira personificação do
diabo na terra. Matar tornou-se regra desde que seja
contra um estrangeiro, de
preferência negro. A xenofobia regressou e com mesma
tónica: matar todo cidadão
trabalhador estrangeiro. Matar todo cidadão estrangeiro
que mantém em pé a melhor
economia africana.
Ac o n d e n a ç ã o
vem de todos
os lados. Todos
condenam mas
ninguém, efectivamente, toma alguma medida drástica para com a nação
sul-africana. Todos falam mas
ninguém age. A humanidade
está inerte contra um dos maiores crimes contra a humanidade
que o mundo uma vez experimentou.
Marcos Abílio, transportador internacional, diz que
o governo sul-africano nada
faz para reverter a situação, se
não apontar a imigração ilegal
como factor para o ressurgimento da onda de violência
contra estrangeiros.
A nossa fonte lamenta as
imagens exibidas nas redes
sociais que mostram carros
incendiados, lojas a serem arrombadas e, o mais curioso,
um cidadão estrangeiro a ser
queimado sob olhar impávido
da polícia. “Afinal, que país é
esse cuja polícia não defende a
população independentemente
de este ter ou não um vinculo
de nacionalidade?”, questiona.
Aponta o nosso entrevistado que é preciso intervenção da
União Africana e Comunidade
do Desenvolvimento da África Austral (SADC), aplicando
sanções severas a este país,
pois a África do Sul sem outros países não é absolutamente
nada. Marcos Abílio explicou
ainda que a violência na África do sul está a prejudicar não
apenas o negócio dos estrangeiros naquele país, como também
destrói o património que pertence aos sul-africanos.
”O estrangeiro, ainda que
abandone a terra do rand, não
vai carregar consigo a loja de
volta ao seu país”, salientou a
fonte.
Marcos Abílio disse ainda
que muitos países anglófonos,
sobretudo a Nigéria, Zâmbia
e Zimbabwe, estão a retaliar a
esta violência através da destruição de alguns estabelecimentos sul-africanos, todavia,
questiona a pacificidade de
Moçambique e associa ao facto
do consumo de remédio de lua
que obrigatoriamente somos
dados quando crianças.
”Ou é pelo facto de termos
sido por Portugal ou deve-se ao
remédio da panelinha. Somos
muito pacíficos ” disse.
A culpa é dos Nigerianos,
Somalis e Etíopes…….
Nelson Paulo é transportador na rota Maputo-Nelspruit
e não lhe falta opinião para
descrever a onda de violência
na África do Sul. Para o nosso entrevistado a violência não
está a atingir moçambicanos.
As vítimas, segundo ele, são
nigerianos e etíopes. “Estes irmãos africanos estão a destruir
a juventude através da venda
de substâncias psicotrópicas”,
disse. Os vídeos exibidos nas
redes sociais, ainda segundo a
fonte, são antigos, daí que há
um aproveitamento para poder
sujar imagem daquele país.
“Não estão a lutar contra
os moçambicanos, há pessoas
já identificadas o que acontece
é que os moçambicanos estão
com medo” disse.
Os nigerianos, etíopes e
somalis estão na África do Sul,
mas ao invés de comercializarem produtos legais, disse,
usam as lojas para o contrabando de drogas ilícitas e a polícia
quando os cidadãos denunciam
nada faz, o que levou a população a ter que recorrer aos seus
métodos para responsabilizar
os infractores.
Nelson Paulo acrescenta
que a violência não se resolve com violência. O problema
prende-se ao facto de não haver
responsabilização dos contrabandistas de drogas.
“As leis devem ser rígidas
e acabar com a corrupção nas
fronteiras que dão entrada à
África do Sul”, sugeriu
Sem negócio!
Na praça internacional da
baixa, vulgo Mozdalta, é notória a presença de viaturas sem
passageiros nas rotas com destino a Joanesburgo, Pretoria e
Gauteng. Fonte daquele local
revelou que nenhum motorista
aceita sair até as províncias em
alusão por temer violência.
Américo Balate entende
que como transportador o seu
negócio está afectado. Não há
passageiros que pretendam ir a
estes lugares cada vez violentos, as rotas preferidas do momento são as de Nelspruit.
“Penso que se esta violência continuar, os preços de produtos vindo da África do Sul
poderão disparar, atendendo ao
facto de que Moçambique depende muito da África do sul,
ninguém quer ver sua viatura
incendiada”, sublinhou.
Como transportador o meu
negócio está sendo afectado
dado que não há passageiro e,
se não houver uma intervenção, os preços poderão disparar
dado que dependemos da África do Sul para importações.
Em Durban e Joanesburgo,
os nigerianos são inúmeros. A
presença destes incomodam os
sul-africanos de que são vítimas desta violência.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | NACIONAL | zambeze | 13
Cerca de quinhentos
moçambicanos em fuga
O ministério dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação
apontou, na terça-feira, que há
cerca de 500 moçambicanos
afectados pela nova onda de
ataques contra estrangeiros na
África do Sul. As autoridades
prepararam um centro para receber os que pretendam voltar
ao país.
Centenas de migrantes continuam a fugir da nova onda de
violência xenófoba na África
do Sul, que começou há mais
de uma semana. Há cerca de
500 moçambicanos afectados e
um primeiro grupo deveria ser
acolhido na segunda-feira.
Geraldo Saranga, porta-voz
do ministério dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação,
apelou aos moçambicanos para
não retaliarem e para privilegiarem o diálogo. “Isto é uma
política que privilegia uma
gestão pacífica dos conflitos. O
governo está preocupado, está
a fazer o que deve fazer para
acolher os seus filhos que estão
numa situação de grande dificuldade neste momento”, disse,
acrescentando que a violência
xenófoba na África do Sul não
fere as relações dos dois países. Brito Samora, do Sindicato Nacional de Trabalhadores
OTM, lançou um veemente
apelo ao envolvimento das diplomacias africanas para ajudar a estancar a onda de ataques. “O que neste momento
estamos vivendo atenta contra
os princípios africanos, contra
os tratados africanos, contra a
Carta Africana”, afirmou.
As autoridades moçambicanas prepararam um centro
de trânsito para acomodar os
que pretendem voltar ao país,
no distrito de Moamba, na
província de Maputo, com infra-estruturas, água e produtos
de higiene. O mais recente balanço das autoridades sul-africanas indica que 12 pessoas
morreram vítimas de xenofobia naquele país, incluindo um
estrangeiro, cuja nacionalidade não foi divulgada.
O governador provincial
de Maputo, Raimundo Diomba, reconhece a gravidade
da situação que envolve moçambicanos na África do Sul,
mas diz que “não deve haver
retaliação contra cidadãos sul-
-africanos e seus bens em Moçambique”.
Por seu turno, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA)
alerta que os empresários
moçambicanos perdem diariamente, em média, cerca de
três milhões de dólares, devido
à paralisação das suas actividades, na sequência da violência
na África do Sul.
Entretanto, a antiga primeira-ministra e actual presidente
da Mesa da Assembleia da Câmara de Comércio de Moçambique, Luísa Diogo, diz que as
autoridades sul-africanas devem acabar com esta onda de
xenofobia, “que viola os protocolos regionais, para além
de que vivemos num mundo
global”. Elton da Graça
Nyusi apela a não retaliação de alvos sul-africanos
O Presidente da República,
Filipe Nyusi, apelou aos cidadãos moçambicanos a não retaliar contra alvos de interesse sul-africanos no território
moçambicano. Nyusi garantiu
que o seu governo já tomou
medidas necessárias para permitir o repatriamento voluntário de cidadãos moçambicanos
da vizinha África do sul.
Filipe Nyusi interrompeu
a sua campanha eleitoral, nesta terça-feira, para falar à nação. Na sua locução, o chefe
de Estado garantiu, no distrito
de Alto Molócuè, província da
Zambézia que o seu governo
vai acompanhar permanentemente a responsabilização
criminal dos autores da xenofobia na vizinha África do sul.
Filipe Nyusi disse ainda
que o governo moçambicano
tem acompanhado com muita
tristeza e preocupação o recrudescimento da onda de xenofobia e violência que assola a
vizinha África do Sul. perpetrada contra cidadãos estrangeiros, maioritariamente do
continente africano, incluindo
do nosso país.
“Tomamos conhecimento de que a 5 de Setembro de
2019 em um dos bairros de
Joanesburgo, cerca de 500
nossos concidadãos moçambicanos foram despojados dos
seus bens precisando de abrigo e alimento na sequência de
actos de violência. Esta onda
de xenofobia está a chocar
milhões de pessoas em todo
o mundo e surgem pronunciamentos de repúdio de todos os
quadrantes”, garantiu Filipe
Nyusi.
De acordo com Presidente
Filipe Nyusi, mesmo conscientes de que esta acção não
representa maneira de estar
do povo e do governo sul-
-africano: “queremos de forma veemente condenar estes
actos xenófobos e em fase dos
acontecimentos, o governo da
República de Moçambique
está a seguir permanentemente
a situação”.
Nyusi disse a primeira medida foi de manter contacto
permanente com as autoridades competentes da África do
sul para compreender e assegurar apoio aos cidadãos moçambicanos em risco.
“Instrução ao Alto Comissariado de Moçambique
e rede de missões consulares
para fazer o levantamento
exaustivo da situação e prestar apoio necessário. Criação
de condições para o repatriamento voluntário e imediato
aos cidadãos moçambicanos
directamente afectados pela
onda de violência”, assegurou
Filipe Nyusi.
De igual modo, o governo
de Moçambique confirma que
há contactos com Organização Internacional para as Migrações que já se prontificou
a colaborar no processo de
repatriamento voluntário de
cidadãos moçambicanos.
“Instrução ao Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades através do Comité
Técnico Operativo de Emergência com vista a desencadear acções para prestar assistência aos moçambicanos em
situação de vulnerabilidade
para que sejam repatriados.
Operacionalização do Centro
de Macuanza do distrito de
Moamba para acolher provisoriamente a todos moçambicanos repatriados voluntariamente da África do Sul,
antes de serem encaminhados
às suas zonas de origem nas
províncias de Maputo, Gaza.
Inhambane, Manica e outras”,
disse Filipe Nyusi.
Por fim, o chefe de Estado
exortou ao povo moçambicano a manter a “serenidade” e
se abster de retaliação contra
alvos de interesses da África
do sul, Alegadamente, porque
“ somos um povo com valores
próprios, com sentido de solidariedade, tradicionalmente e
internacionalmente respeitadores e, desta forma, estaremos a promover uma África
integrada e solidária com seus
próprios cidadãos e com os de
outros continentes em paz em
prosperidade através do trabalho árduo de todos os seus
filhos”. Dávio David
14 | zambeze Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
José Matlhombe Zoom
| NACIONAL |
Caso Barloworld Equipamentos Moçambique
Director geral usava documentos falsos
para exercer actividade profissional
No âmbito do
controlo da legalidade laboral, a Inspecção
Geral do Trabalho realizou uma actividade
inspectiva no dia 17 de Julho
de 2019 à Empresa Barloworld
Equipamentos Moçambique,
Limitada, sita na Avenida da
Namaacha/EN2, na Matola,
Província de Maputo, em cumprimento das suas atribuições
nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo 259 da lei nº 23/2007, de
1 de Agosto, no final da qual
apurou como resultado, entre
outras infracções, a admissão
ilegal de 1 trabalhador de nacionalidade estrangeira, exercendo as funções de Director
Geral, de nome Mark Gavin
Meyer Kruger.
De acordo com a Nota/Ref.
nº 640/024/DNIC/2019, de 8
de Agosto, da Direcção Nacional de Identificação Civil, o Bilhete de Identidade pertencente
ao cidadão Mark Gavin Meyer
Kruger, de nacionalidade sul-
-africana, foi obtido de forma
fraudulenta usando Assento de
Nascimento falso, o que constitui crime previsto e punido
pelos artigos 535 e 542 do Código Penal aprovado pela Lei nº
35/2014, de 31 de Dezembro.
Este cidadão estrangeiro
foi integrado nesta empresa
sem a devida comunicação ao
Ministro que superintende a
área do trabalho ou a quem este
delegar, o que constitui violação ao disposto no artigo 8 do
Regulamento dos Mecanismos
e Procedimentos para Contratação de Cidadãos de Nacionalidade Estrangeira aprovado pelo
Decreto nº 37/2016, de 31 de
Agosto.
Nos termos do nº 1 do artigo 27 do Regulamento já mencionado, a Inspecção Geral do
Trabalho suspendeu o cidadão
estrangeiro mencionado do seu
exercício da actividade laboral
naquela empresa, em virtude da
sua admissão não estar em conformidade com a lei e com os
procedimentos aplicáveis, violando os princípios plasmados
na legislação laboral e demais
leis vigentes no país.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 |Publicidade| zambeze | 15
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16 | zambeze | centrais | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Segundo Papa Francisco
Não se pode pensar o futuro numa sociedade violenta
• “ Não posso seguir Jesus, se a ordem que promovo e vivo é «olho por olho, dente por dente” – Papa Francisco na sua homilia no
Estádio Nacional do Zimpeto
Nem a chuva e muito menos a temperatura baixa que se registou
na manhã da passada sexta-feira, 06 de Setembro, foram suficientes
para demover os cerca de 60 mil fiéis que encheram por completo
o estádio nacional do Zimpeto para participar da missa conduzida
pelo Sumo pontífice Papa Francisco. Desde as primeiras horas da
sexta-feira, a região do grande Maputo registava um movimento
não habitual. Afinal, vários fiéis, de várias confissões religiosas,
provenientes não só de todo o país, mas também de alguns países
da região, queriam ouvir a palavra de Deus eivada de esperança,
paz e reconciliação.
A missa do Papa Francisco
foi um acto de fé cristã plena, de
adoração do Senhor, de acção de
graças, de exaltação e pedido oratório de bênção divina. Ninguém
desmaiou, não saíram espíritos
malignos de ninguém, não foram
pedidos envelopes de dinheiro e
nem ofertas castas para cura de
doenças, milagre financeiro, quebra de espíritos de morte, pobreza,
desemprego, solteirice, harmonia
conjugal e familiar, de divórcio,
de bebedeira, roubo, corrupção,
demónios e nem outras coisas
parecidas.
O Papa não se entronou de
profeta e nem de espírito de cura
e eliminação de maldades da vida.
Ele agiu como homem e servo de
Deus, encomendando a Deus os
pedidos, os doentes, as vontades,
desejos e a esperança de paz e
progresso de Moçambique. Pediu
para não se praticar a injustiça política, económica, social, cultural
e ecuménica, o que é paz plena.
Pediu a Deus e a Cristo para darem amor, paz e progresso ao país.
“Queremos que reine a paz nos
nossos corações e no palpitar do
nosso povo. Queremos um futuro
de paz. Queremos que «reine em
vossos corações a paz de Cristo»
(Col 3, 15), como justamente dizia a carta de São Paulo. Ele usa
um verbo que vem do mundo do
desporto e faz referência ao árbitro
que decide as coisas discutíveis”,
considerou Francisco na sua
homilia.
Acompanhe na integra o texto
da homilia do Santo Padre
“Amados irmãos e irmãs!
Ouvimos no Evangelho de
Lucas uma passagem do Sermão
da Planície. Depois de escolher
os seus discípulos e ter proclamado as Bem-aventuranças, Jesus
acrescenta: «Digo-vos a vós que
me escutais: “Amai os vossos inimigos”» (Lc 6, 27). Uma palavra
dirigida hoje também a nós, que
O escutamos neste Estádio.
Di-lo com clareza, simplicidade e firmeza, traçando uma senda,
um caminho estreito que requer
algumas virtudes. Porque Jesus
não é um idealista, que ignora a
realidade; está a falar do inimigo
concreto, do inimigo real, que
descrevera na bem-aventurança
anterior (6, 22): aquele que nos
odeia, expulsa, insulta e rejeita
como infame.
Muitos de vós podem ainda
contar, em primeira pessoa, histórias de violência, ódio e discórdias;
alguns, em sua própria carne;
outros, de alguém conhecido que
já não está; e outros ainda pelo
temor de que feridas do passado
se repitam e tentem apagar o caminho de paz já percorrido, como
em Cabo Delgado.
Jesus não nos convida a um
amor abstracto, etéreo ou teórico,
redigido em escrivaninhas para
discursos. O caminho que nos
propõe é o que Ele percorreu
primeiro, o caminho que O fez
amar aqueles que O traíram, julgaram injustamente, aqueles que
O mataram.
É difícil falar de reconciliação,
quando ainda estão vivas as feridas causadas durante tantos anos
de discórdia, ou convidar a dar
um passo de perdão que não signifique ignorar o sofrimento nem
pedir que se cancele a memória ou
os ideais (cf. Exort. ap. Evangelii
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | centrais | zambeze | 17
Segundo Papa Francisco
Não se pode pensar o futuro numa sociedade violenta
gaudium, 100). Mesmo assim, Jesus convida a amar e a fazer o bem.
E isto é muito mais do que ignorar
a pessoa que nos prejudicou ou
esforçar-se por que não se cruzem
as nossas vidas: é um mandato
que visa uma benevolência activa,
desinteressada e extraordinária
para com aqueles que nos feriram.
Mas Jesus não fica por aí; pede-
-nos também que os abençoemos
e rezemos por eles; isto é, que o
nosso falar deles seja um bendizer,
gerador de vida e não de morte,
que pronunciemos os seus nomes
não para insulto ou vingança, mas
para inaugurar um novo vínculo
que leve à paz. Alta é a medida
que o Mestre nos propõe!
Com tal convite, Jesus - longe
de ser um obstinado masoquista
– quer encerrar para sempre a
prática tão usual – ontem como
hoje – de ser cristão e viver sob a
lei de talião. Não se pode pensar o
futuro, construir uma nação, uma
sociedade sustentada na «equidade» da violência. Não posso seguir
Jesus, se a ordem que promovo e
vivo é «olho por olho, dente por
dente».
Nenhuma família, nenhum
grupo de vizinhos ou uma etnia e
menos ainda um país tem futuro,
se o motor que os une, congrega
e cobre as diferenças é a vingança
e o ódio. Não podemos pôr-nos
de acordo e unir-nos para nos
vingarmos, para fazermos àquele
que foi violento o mesmo que ele
nos fez, para planearmos ocasiões
de retaliação sob formatos aparentemente legais. «As armas e a repressão violenta, mais do que dar
solução, criam novos e piores conflitos» (Ibid., 60). A «equidade»
da violência é sempre uma espiral
sem saída; e o seu custo, muito
alto. Há outro caminho possível,
porque é crucial não esquecer que
os nossos povos têm direito à paz.
Vós tendes direito à paz.
Para tornar o seu convite mais
concreto e aplicável no dia-a-dia,
Jesus propõe uma primeira regra
de ouro ao alcance de todos –
«como quereis que os outros vos
façam, fazei-lho vós também»
(Lc 6, 31) – e ajuda-nos a descobrir
o que é mais importante nesta
reciprocidade de trato: amar-nos,
ajudar-nos e emprestar sem esperar nada em troca.
«Amar-nos»: diz-nos Jesus. E
Paulo traduz isso como «revestir-
-nos de sentimentos de misericórdia e de bondade» (Col 3, 12). O
mundo desconhecia – e continua
sem conhecer – a virtude da misericórdia, da compaixão, matando
ou abandonando ou deficientes e
idosos, eliminando feridos e enfermos, ou divertindo-se com os
sofrimentos dos animais. Também
não praticava a bondade, a amabilidade, que nos move a considerar
o bem do próximo tão querido
como o próprio.
Superar os tempos da divisão
e violência supõe não só um acto
de reconciliação ou a paz entendida como ausência de conflito,
supõe o compromisso diário de
cada um de nós ter um olhar atento e activo que nos leva a tratar os
outros com aquela misericórdia e
bondade com que queremos ser
tratados; misericórdia e bondade sobretudo com aqueles que,
pela sua condição, rapidamente
acabam rejeitados e excluídos.
Trata-se de uma atitude, não de
débeis, mas de fortes, uma atitude de homens e mulheres que
descobrem que não é necessário
maltratar, denegrir ou esmagar
para se sentirem importantes; antes pelo contrário... E esta atitude
é a força profética que o próprio
Jesus Cristo nos ensinou ao querer
identificar-se com eles (cf. Mt 25,
35-45) e ao mostrar-nos que o
serviço é o caminho.
Moçambique possui um território cheio de riquezas naturais
e culturais, mas paradoxalmente
com uma quantidade enorme da
sua população abaixo do nível de
pobreza. E por vezes parece que
aqueles que se aproximam com
o suposto desejo de ajudar, têm
outros interesses. E é triste quando
isto se verifica entre irmãos da
mesma terra, que se deixam corromper; é muito perigoso aceitar
que a corrupção seja o preço que
temos de pagar pela ajuda externa.
«Não seja assim entre vós»
(Mt 20, 26; cf. vv. 26-28). Com as
suas palavras, Jesus impele-nos a
ser protagonistas de outro trato:
o do seu Reino. Aqui e agora, sementes de alegria e esperança, paz
e reconciliação. O que o Espírito
vem a impelir não é um activismo
transbordante, mas, antes de tudo,
uma atenção prestada ao outro,
reconhecendo-o e valorizando-o
como irmão até sentir a sua vida
e a sua dor como a nossa vida
e a nossa dor. Este é o melhor
termómetro para descobrir as
ideologias de todo e qualquer tipo
que tentam manipular os pobres e
as situações de injustiça ao serviço
de interesses políticos ou pessoais
(cf. Exort. ap. Evangelii gaudium,
199). Só assim poderemos ser,
no lugar onde nos encontrarmos,
sementes e instrumentos de paz e
reconciliação.
Queremos que reine a paz nos
nossos corações e no palpitar do
nosso povo. Queremos um futuro
de paz. Queremos que «reine em
vossos corações a paz de Cristo»
(Col 3, 15), como justamente dizia a carta de São Paulo. Ele usa
um verbo que vem do mundo do
desporto e faz referência ao árbitro
que decide as coisas discutíveis: E
disse: «que a paz de Cristo seja o
árbitro em vossos corações». Se
a paz de Cristo é o árbitro nos
nossos corações, então quando
os sentimentos estão em conflito
e nos achamos indecisos entre
dois sentidos opostos, «façamos o
jogo» de Cristo. A decisão de Cristo manter-nos-á no caminho do
amor, na senda da misericórdia,
na opção pelos mais pobres, na
salvaguarda da natureza. No caminho da paz. Se Jesus for o árbitro
entre as emoções em conflito do
nosso coração, entre as decisões
complexas do nosso país, então
Moçambique tem garantido um
futuro de esperança; então o vosso
país cantará «a Deus, com gratidão
e de todo o coração, salmos, hinos
e cânticos inspirados» (Col 3, 16)”.
18 | zambeze | nacional | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Mais um projecto de certificação das PME’s
Sector produtivo exige certificação
efectiva para indústria extractiva
A Confederação das Associações Económicas (CTA)
e a Fundação para Melhoria
do Ambiente de Negócios
(FAN) lançaram, esta semana,
o Programa Nacional de Certificação de Empresas (PRONACER-2019/2024), visando,
essencialmente, assegurar a
participação efectiva e sustentável das PME’s, nos grandes
projectos em Moçambique,
com destaque para a indústria
de carvão, petróleo e gás natural. Entretanto, alguns sectores empresariais questionam
a viabilidade do projecto, uma
vez que as PME’s, já ostentam
identidade nacional com o
selo Made in Mozambique,
no entanto, continuam aquém
dos padrões de qualidade exigidos por estes grandes projectos.
Afragilidade das
PME’s em poder fornecer
bens e serviços
de qualidade
exigida ao nível das muilti-
-nacionais no país limita a
sua participação efectiva na
exploração de oportunidades,
com destaque para o sector da
indústria de carvão, petróleo e
gás natural.
A obtenção de certificação
tornou-se fundamental para
que empresas locais participem na cadeia de provisão de
diversos produtos. No entanto, alguns representantes das
PME’s questionaram, durante o encontro de lançamento
do programa, a relevância do
selo Made in Mozambique,
visto que não agrega credibilidade a padrões internacionais.
O Governo criou o selo
com o objectivo de dar visibilidade, distinguir, acrescentar
valor e tornar os produtos e
serviços nacionais, os preferidos do consumidor, tornando
cada empresa como identidade nacional.
No entanto, o sector produtivo questiona as valências
do INNOQ, uma instituição
que também não reúne competências para uma certificação que garanta conteúdos
alinhados às exigências particularmente de projectos da
indústria extractiva, desde
o ramo petrolífero, gás e de
outros grandes projectos em
Moçambique.
“Governo acusa sector privado de violar padrões do selo
Made in Mozambique”
Respondendo as perguntas
do sector privado, Ragendra
de Sousa, Ministro da Indústria e Comércio, organismo
autor do selo, diz que a marca
continua digna de excelência, no entanto, o governante
acusa o sector privado de ter
corrompido o selo, violando
uma série de exigências a se
observar.
O governo diz que o selo
Made in Mozambique apenas atesta que o produto foi
produzido em Moçambiquee
e não clarifica sobre a qualidade do produto, diferente da
certificação de qualidade que
actua em função de uma norma específica.
“A Made in Mozambique
é uma ideia esplêndida, mas
nós próprios corrompemos e
não vamos culpar a ninguém,
somos nós que começamos a
dar Made in Mozambique às
toneladas.
No entanto, se ao INNOQ
faltar certificação, havendo
cooperação, por exemplo,
com a Alemanha, então o alemão virá certificar e vai embora, porque queremos uma
cooperação institucional, para
que cada falha que o INNOQ
tiver, tenha uma instituição
que venha e suporta, e nesse
suportar o “Know-how” vai
ficar”.
“É preciso desenvolver valores
que agreguem credibilidade”
Vale
De acordo com Márcio Godoy, director-geral da Vale, é
preciso que as empresas nacionais desenvolvam ferramentas
que agreguem credibilidade,
no sentido a demonstrar que os
produtos ou serviços a prestar
atendam padrões internacionais, sem mínimo de riscos.
Trata-se de um desafios
que, segundo Gody, remete à
necessidade de acções de capacitação de empresas nacionais,
uma boa gestão interna, qualidade e boa governação, para
além da certificação das PME’s
locais.
“Este processo de certificação é parte fundamental para
todo o empresário que quer ter
uma empresa saudável, porque
vai abordar aspectos de uma
maneira geral e vai ter uma
nova visão no sentido de ser
competitivo, eficiente, e mais
ainda lucrativa, porque estas
empresas poderão prestar serviços não só a uma empresa,
mas a várias outras.
A partir do momento que
se presta um serviço de qualidade, certificado, o mercado
desta empresa é o mundo, não
é a Vale, Anadarko, mas estará
aberta para o mundo”, argumentou.
“É preciso capitalizar oportunidades” Munir Sacoor
Em entrevista ao Zambeze,
Munir Sacoor, que opera no
ramo de electrificação, indicou que a actual conjectura do
sector industrial, urge capacitar
as PME’s, com vista a desenvolverem potencialidades face
às oportunidades alinhadas às
fases de desenvolvimento de
projectos da indústria nacional.
No entanto, Sacoor, entende seja fundamental que as
PME’s saibam identificar e capitalizar estas oportunidades, a
exemplo da implementação do
PRONASCER, uma janela visando essencialmente habilitar
as PME’s, no sentido de agregar credibilidade nos produtos
e serviços a fornecer o sector
industrial.
Falando particularmente do
ramo de energia, a nossa fonte
diz que este, nos últimos anos,
tem registado resultados estimulantes, ao notar-se aposta
qualidade de energia, o que não
era possível há anos atras.
“Porque antes se verificava
deficiência no sector de energia eléctrica, não havia muita
qualidade, portanto, o projecto
PRONASCER, é mais um passo indicativo de que as PME’s
poderão prover mais qualidade na prestação de serviços e
bens a grandes projectos em
Moçambique”, argumentou
Sacoor.O projecto PRONASCER – 2019/2024 deverá ser
implementado num período de
seis anos, abrangendo empresas de diversos sectores e, com
foco na indústria de carvão, petróleo e gás natural, nesta fase
de piloto.
Pelo menos 200 empresas
serão capacitadas em diferentes áreas de actividade, em todo
o país, sendo a certificação
feita com a comparticipação
das empresas beneficiárias em
50% do valor total da mesma,
através de um processo competitivo. Finda a fase piloto, uma
avaliação do programa será
feita no sentido de tirar lições
apreendidas das boas práticas.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 zambeze | 19
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O Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC)
alerta que Moçambique se tornou num corredor de grandes volumes de
substâncias ilícitas, principalmente, heroína, defendendo uma maior cooperação internacional para a prevenção desse mal.
“Após melhoria das capacidades
de aplicação da lei marítima pela vizinha Tanzânia e no Quénia, apreensões recentes sugerem que um grande
volume de produtos ilícitos está a ser
agora traficado por Moçambique”,
declarou César Guedes, representante
do UNODC no país.
César Guedes manifestou preocupação em relação ao tráfico de
substâncias ilícitas em Moçambique,
quando falava durante o “Seminário
sobre formulação de um plano estratégico contra o crime organizado
transnacional, droga e terrorismo”.
A costa moçambicana, prosseguiu, é cada vez mais usada como
um corredor importante para a heroína proveniente do Afeganistão e em
trânsito para outras regiões do mundo. “O trânsito da heroína pelo país é
identificado como um grande desafio
e tem potencial para promover o mercado local”, frisou César Guedes.
Para estancar a utilização do território moçambicano como corredor de
produtos ilícitos, o país deve apostar
na intensificação da cooperação regional e internacional. Nesse sentido,
o representante da UNODC elogiou a
parceria recentemente firmada entre
Moçambique, Tanzânia e África do
Sul para o combate ao tráfico de drogas como um passo em frente. César
Guedes manifestou a disponibilidade da sua organização na formação,
assistência técnica e aconselhamento para a formulação de políticas de
combate à criminalidade transnacional organizada.
Combate ao terrorismo
O Gabinete das Nações Unidas
contra a Droga e o Crime (UNODC)
exortou ainda Moçambique a adoptar
políticas de prevenção contra o terrorismo e outras formas de crime transnacional, proporcionando oportunidades aos jovens para não aderirem à
violência.
“É preciso pensar em formas de
Segundo a ONU
Moçambique é corredor de
grandes volumes de droga
ajudar Moçambique a desenvolver políticas de prevenção como resposta primária
contra estas ameaças”, afirmou Masood
Harimipour, responsável pelo Departamento de Prevenção do Terrorismo do
UNODC.
Masood Harimipour assinalou a necessidade de se atacarem as causas que
favorecem o terrorismo e outras formas
de terrorismo internacional, quando falava durante um “Seminário sobre formulação de um plano estratégico contra o
crime organizado transnacional, droga e
terrorismo”.
“Quando a prevenção é praticada e
não apenas apregoada é solução mais eficaz do que a reacção, vários estudos já
demonstram que essa abordagem é mais
eficaz”, declarou.
O terrorismo e a criminalidade transnacional, prosseguiu, já demonstraram
que nenhum país está imune à sua acção e
devem ser adoptadas políticas que desincentivem os jovens de aderirem a acções
de violência contra o estado, continuou.
“O terrorismo é um fenómeno internacional, uma ameaça que nenhum
país sozinho pode combater”, frisou
Masood Harimipour.
Nesse sentido, a organização promoveu recentemente uma acção de formação de magistrados, agentes da polícia e fiscais de fauna bravia e florestas
das províncias do norte de Moçambique, região a braços com uma onda de
violência já descrita como terrorismo,
nomeadamente na província de Cabo
Delgado.
20 | zambeze |desporto | Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Proibição dos jogos de azar no Uganda e Quénia
Um sinal do que está por vir?
Este jovem mercado africano de jogos de azar tem sido liderado por um número de países nos últimos anos, com a África do Sul, Nigéria, Quénia, Uganda e Tanzânia, largamente
reconhecidos como os mercados-líder do continente.
Graças a uma mistura de
florescentes pólos tecnológicos, aumentando o acesso online e o rácio de penetração de
mercado digital, assim como a
existência de métodos de pagamento viáveis para uma população “sem-banco”, as condições para promoção de um
mercado online têm estado propícias. No Quénia, as operadoras móveis cobrem quase 90%
da população, com mais de 46
milhões de pessoas a ter acesso
ao espaço digital.
Estas condições, aliadas a
uma jovem e crescente classe
média com enorme paixão por
desportos, fez do segundo continente mais povoado no planeta uma oportunidade atractiva
para os operadores do sector
dos jogos de azar, que visam a
expansão para além dos mercados tradicionais e, muitas vezes, saturados.
Contudo, depois de um consistente crescimento, ano após
ano, num certo número de mercados na região Subsaariana, os
problemas que afectam os seus
homólogos europeus surgiram
no mercado promissor.
Com a actividade em apostas assolando o continente e a
África Oriental em particular, o
Uganda foi a primeira nação a
agir em 2019. De acordo com
os mídia locais, David Bahati,
o Ministro de Estado das Finanças, “recebeu uma directiva
do presidente Yoweri Museveni para findar a licença dada às
empresas de apostas desportivas e jogos de azar.” Além
disso, para aqueles já registados, “não haverá renovação das
licenças quando estas expirarem”. Além de querer desviar
a atenção dos jovens das apostas desportivas e seu nefasto
impacto social, o Presidente
Museveni referiu especificamente a repatriação de lucros
pelas empresas estrangeiras,
em vez do seu reinvestimento
no Uganda como o motivo para
a proibição – uma causa com
a qual jurisdições vizinhas se
identificam.
O Quénia, país de grande
sucesso dos jogos de azar, foi o
seguinte mercado significativo
a tomar medidas, no entanto,
não tão severas quanto a proibição de novas e futuras licenças.
Em vez disso, a Comissão de
Regulação de Apostas e Atribuição de Licenças do Quénia
(BCLB) imitou medidas tomadas na Europa, em especial, na
Itália, focando-se na extensa
variedade de publicidade. De
acordo com declarações prestadas pelo BCLB, “a publicidade
em exteriores relativa às apostas, publicidade às mesmas via
qualquer rede social, publicidade a apostas entre as 6h da manhã e 10h da noite, assim como
o patrocínio de actividade em
apostas por parte de celebridades” será banida.
Enquanto a proibição no
Quénia foi provisoriamente
interrompida, os legisladores
estão de momento a considerar
emendas à regulamentação que
reformulariam as leis estatais
modernas relativas às apostas
impondo custos significativamente maiores aos operadores
dotados de licença. Ademais, a
decisão do Uganda continua em
vigor. Através destas acções,
ambas as jurisdições abriram
um precedente que ameaça espalhar-se e paralisar os promissores sinais demonstrados pela
indústria dos jogos de azar do
continente.
Porém, as medidas por parte
de dois dos relevantes mercados Subsaarianos levaram muitos elementos dessa indústria a
questionar tanto o grau de severidade como, e mais importante
ainda, a eficácia das decisões
legislativas. Com a proibição
dos jogos de azar regulamentados, existe um risco ainda maior
que mercados com legislação
clara sejam substituídos por jurisdições de legislação cinza ou
preta, ameaçando o consumidor
com perigos ainda maiores.
Ainda que esta seja uma
moda com potencial para pegar, com o aumento da procura
por parte dos jogadores e com
mercados regulados a oferecerem benefícios económicos
significativos para as economias
locais, podem os países perder
para o mercado negro um tão
elevado potencial de receitas?
Enquanto isto permanece
incerto, uma coisa é certa: de
forma a ser desenvolvido em
África um ecossistema de jogos
de azar sustentável e atractivo
para investidores, a indústria
deve aprender as duras lições
que mercados europeus mais
maduros e o resto do mundo já
tiveram.
Entre as outras questões
que necessitam de solução, o
vício nos jogos de azar e o excesso de publicidade têm de se
tornar numa real prioridade.
Verificações mais eficazes com
o programa “Conheça O Seu
Cliente”, medidas de restrição
de idade e educação devem estar em curso de forma a prevenir
os jovens consumidores de perseguirem irreais apostas cumulativas de elevado retorno. E,
por último, os enquadramentos
legais e fiscais devem ser mais
claros, modernos e consistentes
para beneficiar tanto as economias locais como as empresas
estrangeiras que operam em jurisdições africanas.
Com a empresa ICE já tendo
deixado a sua marca na África
em 2018, Outubro de 2019 verá
o regresso do único evento B2B
pan-africano de jogos de azar,
num momento crítico para esta
indústria. Com questões relativas à regulamentação, operação
e percepção dos jogos de azar o
ICE Africa 2019 trará novamente um fórum para que a indústria
enfrente estes desafios e defina
um caminho para a estabilidade
futura e sucesso capaz de realizar o gigantesco potencial deste
empolgante mercado.
*Produtor de Conferências
na ICE Africa
Daniel Tyler*
Qualificação para o Mundial de 2022
Mambas garantem vaga na fase de grupos
A selecção moçambicana
de futebol venceu, esta terça-
-feira, as Maurícias por 2-0,
qualificando-se para a fase africana de grupos da qualificação
para o Mundial de 2022, que se
realiza no Qatar.
O ‘delírio’ dos poucos
adeptos dos ‘Mambas’, que
compareceram no Estádio Nacional do Zimpeto em dia de
trabalho, veio logo aos cinco
minutos, num cruzamento em
que a bola sobrou para Clésio,
que empurra para a baliza sem
muitas dificuldades.
O domínio de Moçambique prevaleceu, com um meio
campo dominante, obrigando
as Maurícias a jogar na defensiva, o que culminou com um
único remate contra a baliza
dos ‘mambas’.
Apesar do apoio dos adeptos da selecção moçambicana,
na segunda parte, a selecção
moçambicana baixou as linhas
nos primeiros 10 minutos, permitindo uma maior pressão
das Maurícias.
Mas, nem por isso as Maurícias marcaram e, aos 60 minutos, foram os anfitriões que
quase marcaram o segundo,
num livre cruzado em que Ratifo cabeceou para fora, a poucos metros do travessão.
Com algumas alterações no
meio campo, Moçambique reassumiu o comando do jogo e,
com um remate enquadrado de
Witti, o guarda-redes dos forasteiros foi obrigado a ir buscar a bola bem colocada junto
no poste esquerdo.
Já perto do final, o árbitro
marcou uma grande penalidade a favor de Moçambique e
Gene, dos sub-23 do Sporting,
não falhou, marcando, em jogo
de estreia na selecção, o segundo golo dos ‘Mambas’, aos
81 minutos, para o ‘delírio’
dos moçambicanos.
A equipa da casa assumiu
o comando do encontro por
completo e esteve perto do
terceiro, por Ratifo, enquanto
as Maurícias não conseguiram
mais do que um remate enquadrado.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 |desporto | zambeze | 21
“Corrida Azul” em 2020
Organização pondera subir
fasquia para três mil participantes
A “Corrida Azul” registou, na sua terceira edição,
ocorrida recentemente em
Maputo, um recorde de participação, com perto de dois
mil atletas, entre nacionais e
estrangeiros.
P
oucas semanas após
o início das inscrições, já haviam
aderido cerca de
duas mil pessoas,
cifra que chegou a atingir 2.600
na véspera da realização. Deste
universo, participaram, efectivamente, na Corrida Azul,
perto de duas mil pessoas, nas
categorias de federados, populares, veteranos e portadores de
deficiência física.
De acordo com o director da prova, Azarias Samuel,
concorreu para esta proeza, a
introdução, pela primeira vez
em Moçambique, do registo
de participantes através de um
aplicativo para telemóveis, disponibilizado no Play Store e
Apple Store.
“Este aplicativo facilitou
e flexibilizou o processo de
inscrição de participantes nacionais e estrangeiros, pois podiam fazê-lo em qualquer lugar
e a qualquer hora”, sustentou
Azarias Samuel, acrescentando
que se trata de uma inovação
que colocou a “Corrida Azul”
nos patamares organizacionais
das corridas realizadas noutros
cantos do mundo.
Em termos técnicos, segundo indicou o director da prova,
tudo decorreu conforme tinha
sido programado: “Não houve
registo de acidentes, cumprimos com o horário e, sobretudo, tivemos maior participação
de atletas, daí que vamos propor ao promotor da iniciativa
um aumento no número de participantes, para três mil pessoas, na próxima edição”, frisou.
Num outro desenvolvimento, Azarias Samuel considerou
a Corrida Azul, promovida
pelo Standard Bank, em parceria com a Associação Moçambicana de Atletismo”, como
sendo a maior corrida da cidade nos últimos anos. O nosso
interlocutor enalteceu, por um
lado, o facto de o primeiro classificado ter feito o percurso de
21 quilómetros com a marca
de uma hora e três minutos, o
que se deveu, em parte, à boa
temperatura que se fez sentir na
altura.
“Apesar de residir na África
do Sul, o vencedor da corrida
em masculinos é moçambicano, sinal de que existem bons
atletas entre nós nesta categoria. O maior problema em
Moçambique é que não se
têm realizado frequentemente provas desta distância no
País”, referiu.
Jacinto Muthombene,
vencedor na categoria de veteranos masculinos, comentou que a prova foi muito
competitiva e requereu esforço e coragem: “Corri contra
adversários muito bem preparados e consegui ocupar
um lugar no pódio”, disse.
A terceira edição da Corrida Azul, segundo indicou,
introduziu um percurso de
21 quilómetros, contra 15 da
segunda edição, “daí que me
preparei afincadamente para
superar essa distância”.
“Parabéns ao Standard
Bank pela competição, sobretudo pela inovação tecnológica adoptada para a inscrição
de atletas, pois sai a ganhar
o banco e particularmente
o atletismo nacional”, concluiu.
Jovem estrela de apenas 21
anos diz que nem todas as pessoas
aguentariam ouvir e ler o que ele
tem de aguentar.
O racismo tem sido um dos temas mais quentes a gravitar em torno do futebol inglês. Os incidentes
repetem-se e, esta semana, em declarações à CNN, Tammy Abraham
confessou mesmo que teve dificuldade em gerir todo o assédio racial que
tem sido levado a cabo sobre si.
Segundo o explicado pelo jogador, a situação tornou-se tão tensa
que o jovem jogador, ao contar à sua
mãe, se assustou com a reacção desta.
“Lembro-me que falei no caso
[ameaças após falhar uma grande penalidade] com a minha mãe, ela estava muito sensível, estava a chorar.
Obviamente, não é agradável ver estas mensagens, especialmente quando o teu filho é o alvo”, começou por
referir o jovem jogador de 21 anos.
“Pessoalmente, tenho um carácter forte, não me afecta muito. Mas
acaba por afectar pessoas que não
têm a minha personalidade. Foi um
momento difícil, passei por muitas
emoções”, comentou, falando depois
sobre o dia em que falhou a referida
penalidade, frente ao Liverpool, na
Supertaça Europeia.
“Logo a seguir recebi o apoio dos
rapazes, do treinador e de toda a gente no Chelsea. Logo no dia seguinte,
[Lampard] chamou-me para saber
como estava. É bom poder contar
com um apoio assim quando estás
numa situação destas”, finalizou.
Jovem estrela do Chelsea confessa
perseguição racial nas redes sociais
22 | zambeze | Internacional| Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Mugabe sepultado ao lado dos
heróis nacionais em Harare
Os restos mortais de Robert Mugabe vão ser sepultados no Heroes Acre, monumento reservado aos heróis
nacionais e à elite política,
anunciou o governo do Zimbabwe, no início de vários
dias de luto pelo antigo Chefe
de Estado.
Segundo a Associated
Press, Mugabe, que morreu na
sexta-feira, aos 95 anos, em
Singapura, será sepultado no
National Heroes Acre, em Harare, local reservado aos que
fizeram grandes sacrifícios durante a guerra contra a minoria
branca, que governava o país,
e que dedicaram a vida ao desenvolvimento do Zimbabwe,
antiga Rodésia.
Leo Mugabe, sobrinho do
ex-Presidente e porta-voz da
família, citado pela agência
Associated Press, adiantou que
as datas do funeral e da chegada do corpo ao Zimbabwe
ainda não são conhecidas. “Os
preparativos ainda não estão fechados”, disse, através de uma
mensagem de texto.
Localizado numa colina e
projectado com o apoio de arquitectos da Coreia do Norte,
o local tem uma ampla vista
sobre Harare, é construído em
mármore e granito e ostenta
uma estátua de bronze de três
guerrilheiros combatentes pela
independência.
O ex-Presidente, que esteve no poder durante 37 anos, é
considerado por muitos como
um herói nacional, apesar de
décadas de governação que
mergulharam o país em grandes dificuldades económicas e
com informações de abusos de
poder e violações dos direitos
humanos. Mugabe foi forçado
a deixar o poder pelos militares, em Novembro de 2017.
A bandeira nacional está a
meia haste em todo o país, mas
não houve cerimónias públicas
a assinalar a morte de Robert
Mugabe, que recebeu elogios,
sobretudo de membros do seu
partido e dos militares.
O jornal “Herald”, crítico
de Mugabe quando ele foi forçado a renunciar e que expressou apoio à oposição, lançou
uma edição comemorativa, elogiando, num editorial, a “sua
postura intransigente em relação aos direitos dos africanos”.
Menos elogiosa foi a cobertura do jornal privado “Newsday”, que escreveu em título
“95 e fora”. “Apesar das suas
proezas intelectuais, o fracasso
de Mugabe em deixar o poder,
quando era hora, foi a sua grande ruína. Em resumo, ele foi
um libertador que virou vilão.
Os líderes precisam de saber
quando traçar a linha”, escreveu o jornal num editorial.
O ex-Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, morreu
aos 95 anos, num hospital em
Singapura, onde estava a receber tratamento médico há cinco
meses, cerca de dois anos após
renunciar ao cargo que ocupou
durante 37 anos.
Cabo-Verde facilita repatriamento de estrangeiros
O governo cabo-verdiano
acaba de regulamentar, em reunião de conselho de ministros,
a lei de retorno voluntário aos
países de origem dos cidadãos
estrangeiros em condições de
precariedade no arquipélago.
O projecto, que funciona desde 2015, já beneficiou até agora,
cerca de 64 imigrantes, sendo a
maioria originária da Guiné-
-Bissau, 27 pessoas, seguido de
São Tomé e Príncipe com 21.
Segundo apurou a VOA, junto da direcção geral da Imigração, o projecto que conta com o
apoio do alto comissariado para
as migrações abrange apenas os
imigrantes com mais de um ano
a viver em Cabo Verde, e que
estejam a atravessar situações
difíceis e de alguma precariedade.
A mesma fonte avançou que,
desde a entrada em funcionamento do programa, os homens
são os que mais beneficiaram
com o total de 26 imigrantes,
contra 20 mulheres e 18 crianças.
Na lista, a Nigéria surge com
14, Guiné Conacri e Brasil com
quatro cada. Costa do Marfim,
Cuba e Venezuela também viram os seus cidadãos contemplados.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | Internacional | zambeze | 23
No passado sábado, através do seu habitual meio de comunicação – o Twitter – o presidente Donald Trump anunciou
que a cimeira até aqui secreta entre os líderes da guerrilha
Talibã e o Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, prevista
para o fim-de-semana de 7-8 de Setembro em Camp David,
não teria lugar.
I
sto porque os Talibã,
num ataque suicida com
um carro armadilhado,
em Kahul, mataram 11
pessoas, entre elas um
soldado americano e feriram
várias dezenas.
“Depois do ataque, cancelei imediatamente o encontro
e parei as negociações de paz.
Que tipo de gente é que mata
tantas pessoas para fortalecer a
sua posição nas negociações?”
– escreveu Trump.
Há mais de um ano que o
representante americano, o general Zalmay Khalizad, vem
negociando, em Doha, capital
do Qatar, com os representantes dos talibãs. Foram, até agora, nove rondas intensas de negociações. Estas conversações,
em que o governo de Ghani
nunca participou, destinavam-
-se a criar condições para uma
retirada progressiva dos 14.000
militares americanos do país,
pondo termo a uma das mais
longas guerras em que os Estados-Unidos participaram.
Segundo o roadmap em discussão, cinco mil homens do
contingente norte-americano
retirariam nos 135 dias imediatos ao Acordo. Os restantes
9.500, mais os 8.500 de tropas
de países da NATO, fariam
uma retirada faseada nos meses
seguintes.
Deste modo, a Administração Trump esperava acabar
com uma guerra longa, que
já custou aos Estados Unidos
mais de 2.400 mortos militares
e que custa por ano 30 biliões
de dólares.
Do lado dos talibãs, esperava-se a garantia de que não
dariam asilo ou cobertura aos
movimentos extremistas do Estado Islâmico e da Al Qaeda e
que avançariam para conversações directas com o governo de
Kabul, possivelmente em Oslo.
Não esqueçamos que a intervenção americana no Afeganistão deu-se depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001,
quando os Estados Unidos
retaliaram contra o que consideravam ser a base de Osama
Bin Laden e da Al Qaeda e
apoiaram a chamada “Aliança
do Norte”, que em poucas semanas expulsou os talibãs do
poder e ocupou Kabul.
Os acordos agora frustrados, aparentemente com grande alívio do governo de Kabul
(que se via como vítima do
negócio bilateral Washington-
-talibã) tinham gerado bastante oposição em Washington,
entre políticos democráticos e
republicanos. Na verdade, recordavam eles, já antes do 11
de Setembro os talibãs tinham
prometido controlar os terroristas da Al Qaeda e o seu líder
Osama Bin Laden.
A equação afegã é extremamente complexa. O país
nunca foi um Estado nacional,
é mais um conglomerado de
tribos, algumas guerreiras, que
no século XIX e no século XX
deram que fazer aos impérios
britânico e russo e mais tarde
aos soviéticos. E, depois, pelos
vistos, aos americanos. Neste
complexo de tribos, os talibãs
têm forte ligação à famosa ISI
– (Inter Services Intelligence),
a agência da intelligence paquistanesa que, desde os anos
oitenta, teve um papel decisivo
no conflito interno afegão. Diz-
-se que os negociadores talibãs
no Qatar iam recebendo indicações do QG do ISI em Islamabad.
A questão também é a própria fragmentação do Afeganistão e o consequente problema
da representação e legitimidade. Os talibãs, essencialmente,
são Pashtun, uma tribo sunita
que representa 40% da população e que defende uma linha de
islamismo puro e duro, rejeitada por outras etnias e também
pela parte da população mais
educada e urbanizada – especialmente pelas mulheres, que
não querem ser governadas
pela Sharia.
Para além deste problema,
há as consequências do princípio aberto pelas negociações
agora canceladas por Trump.
Se se negoceia com os talibãs,
porque não negociar, também,
com o Al-Shabab, a filial da
Al-Qaeda na Somália? Não seria abrir o precedente para os
grupos armados de que quanto
mais aterrorizarem mais terão a
ganhar? Um precedente perigoso também para a África subsaariana, onde vários países,
incluindo Moçambique, são vítimas de operações violentas de
grupos armados radicais.
Outro problema muito sério
é a droga. Para o Word DrugReport de 2018, o Afeganistão é o maior produtor de opióides do globo.
O que irá acontecer às
negociações?
Depois do cancelamento do
encontro de Camp David, o Secretário de Estado Mike Pompeo veio deixar uma mensagem
subtil de que, apesar da suspensão do encontro, as portas
poderão reabrir-se. Tudo isto
se dá nas vésperas das eleições,
marcadas para 28 de Setembro,
que os Talibã têm procurado
evitar.
A oposição ao encontro era
também significativa entre os
republicanos, com vários políticos do Partido Republicano repetindo que não se devia
confiar nos talibã nem fechar
acordos com quem não renunciasse à violência, lembrando
as inúmerasvezes em que os
talibãs já tinham garantido não
dar abrigo aos terroristas da Al
Qaeda – como quando eram
governo, antes do 11 de Setembro de 2001.
A Paz adiada de Donald Trump
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Jaime Nogueira Pinto
24 | zambeze | CIÊNCIA E TECNOLOGIA| Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Arqueólogos teriam
achado selo de Adonias
O objecto tem cerca de
2.600 anos e era usado para selar cartas. O selo tem a escrita
“pertence a Adonias, o mordomo real” e seu comprimento é
de apenas um centímetro.
A relíquia foi encontrada
durante escavações feitas nas
fundações do Muro das Lamentações, ponto importante
para os judeus por se tratar
da única parte ainda em pé do
chamado Terceiro Templo,
mais conhecido como Templo
de Herodes.
O selo seria de Adonias.
Acredita-se que este seria o
mesmo Adonias descrito no livro bíblico de I Crónicas, onde
ele é referido como filho do rei
Davi, o mais proeminente monarca judeu na Bíblia.
De acordo com a Fundação
Cidade de Davi, existem três
pessoas com o nome Adonias
na Bíblia, sendo o mais famoso um dos filhos do rei Davi.
No selo, Adonias é descrito como um mordomo real, em
hebraico “Asher al Habayit”.
Este posto seria de extrema
importância nos assuntos reais.
É com essa mesma designação
que José, filho de Jacó, foi referido ao se tornar governador
do Egipto, conforme o livro bíblico de Gêneses descreve.
Importância arqueológica
O achado surpreendeu os
pesquisadores israelitas. Eli
Shukron, um dos arqueólogos
da equipe, falou da importância do selo em entrevista ao
The Times of Israel.
“Depois de 2.600 anos,
você pega este selo que era
usado para selar cartas escritas há 2.600 anos pelo maior
ministro do reino. Isso é uma
coisa incrível [...] Isso faz meu
coração parar de tanta emoção”, disse Shukron.
Segundo Shukron, o selo
poderá resolver outros mistérios da história de Israel. Em
1870, uma sepultura com os
dizeres “mordomo real” foi
achada no país. Arqueólogos
querem agora saber se esta seria a sepultura de Adonias.
Russos encontram
‘iPhone’ de 2.100 anos
O estranho objecto foi achado ao lado do esqueleto de uma
mulher em uma tumba na área
de escavação de Ala-Tey, que
se localiza na República de
Tuva (Rússia) – local também
chamado de “Atlântida russa”,
por ficar coberta por água a
maior parte do ano.
O grupo de pesquisadores
apelidou a mulher do popular
nome russo de Natasha, enquanto seu acessório foi chamado de “iPhone”, relata The
Siberian Times.
O “dispositivo” tem aproximadamente o mesmo tamanho
que o telefone popular da Apple e até tem buracos na parte
superior e inferior, assim como
o famoso smartphone.
Os arqueólogos ficaram admirados com a fivela de cinto
parecida com iPhone de 2.100
anos de idade desenterrada de
uma sepultura da “Atlântida”,
na República de Tuva, mulher
antiga, da era Xiongnu, levou
um acessório elegante para a
vida após a morte.
O vídeo foi gravado por
Pavel Leus, um dos arqueólogos envolvidos nas escavações,
cujas expedições ao cemitério
Wing-Tey vem sendo feitas há
anos.
“O túmulo de ‘Natasha’ com
um ‘iPhone’ da era Xiongnu
ainda é um dos mais interessantes neste cemitério”, disse Leus.
Trata-se, no entanto, de uma
fivela de cinto de 2.100 anos
com 18 por 9 centímetros de
tamanho. A antiga peça é incrustada com pedras turquesa,
cornalina e madrepérola, e é
decorada com moedas chinesas
Wu Zhu.
Estas moedas ajudaram os
cientistas a datar o objecto em
2.137 anos, ano em que foram
cunhadas.
O arqueólogo informou que
a descoberta foi feita em 2016,
mas só agora decidiram torná-la
pública.
OVNI ou humanóide?
Misterioso objecto é visto
sobrevoando cidade suíça
O misterioso objecto “humanóide” agitou os conspiracionistas que assistiram ao vídeo publicado pelo canal Mavi
777 no YouTube, no qual mostra o misterioso objecto sobrevoando a cidade de Soleura, na
Suíça.
Nas imagens é possível notar o objecto cinza, composto
por um cilindro vertical e um
ponto no topo que seria a cabeça do humanóide, segundo o
tabloide Daily Star.
Entretanto, alguns dos entusiastas acreditam que o objecto seja um OVNI vertical
dotado de uma cauda.
“Sensacional! Um objecto
como um humanoide ou OVNI
está pendurado no ar!”, escreveu um entusiasta, que não escondeu a euforia.
Apesar dos diversos comentários e grandes expectativas criadas pelos conspiracionistas, os internautas
acreditam que o objecto tenha
sido apenas um balão de ar
quente.
Ninguém sabe ao certo o
que seria o misterioso objecto, entretanto, sabe-se que será
um bom motivo para discutir a
suposta presença de seres extraterrestres na terra.
Não estamos sozinhos
Alienígenas poderiam ter
visitado a terra no passado
O físico italiano e construtor do primeiro reactor nuclear,
Enrico Fermi, colocou pela primeira vez esse paradoxo, que
depois recebeu o nome dele,
perguntando: “Onde estão todos?” Desde então, os astrofísicos têm ponderado a questão,
discutindo que os alienígenas
tiveram muito tempo para aparecer, mas nós ainda não ouvimos nada deles.
Segundo a pesquisa liderada por Jonathan Carroll-Nellenback, cientista computacional no Centro de Computação
de Pesquisas Integradas da
Universidade de Rochester, nos
EUA, a vida alienígena inteligente poderia estar demorando
seu tempo para explorar a galáxia e dominar o movimento de
sistemas estelares.
O estudo apresenta uma
abordagem diferente da questão chamada de Paradoxo de
Fermi, que é a contradição
entre as altas estimativas da
probabilidade de existência de
vida e civilizações extraterrestres e a falta de evidências
disso. A questão é por que nós
ainda não encontramos sinais
de outra vida?
Os autores do novo estudo afirmam que os alienígenas
poderiam estar demorando seu
tempo por razões estratégicas.
“[…] uma das duas soluções. Ou ninguém sai do seu
planeta, ou nós somos na verdade a única civilização tecnológica na galáxia”, declarou
Jonathan Carroll-Nellenback
em uma entrevista ao Business
Insider.
Segundo ele, as estrelas
orbitam o centro da galáxia
com trajectórias e velocidades diferentes. As civilizações
alienígenas poderiam estar esperando que seu objectivo se
aproximasse.
Outro argumento é que se a
visita passada tivesse ocorrido
há milhões anos, agora os rastros disso poderiam já ter desaparecido.
É mesmo possível que os
alienígenas tenham passado
perto da Terra desde que nós
estamos aqui, mas decidiram
não visitar o planeta, mas isso
são só hipóteses.
Em todo o caso, cientistas
afirmam que nós não devemos
ficar desencorajados.
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 zambeze | 25
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Segunda semana da campanha
Frelimo, Renamo e MDM sensibilizam
eleitorado sobre processo de votação
Os três principais partidos, Frelimo, Renamo e
MDM, iniciaram a segunda
semana da campanha, rumo
às eleições gerais de Outubro próximo, escalando a
província de Maputo, mais
concretamente nos distritos
de Marracuane, Manhiça e
posto administrativo de 3 de
Fevereiro, priorizando a sensibilização do eleitorado sobre o processo de votação.
Luís Munguambe,
delegado distrital
e também presidente daquele
município, é quem
conduziu a caravana, sensibilizando o eleitorado a votar em
Filipe Nyusi, como candidato
certo para comandar destinos
do país, uma vez ter demonstrado, durante o primeiro mandato, vontade de trabalhar para
a melhoria de vida dos moçambicanos.
Privilegiando contacto interpessoal, entre alguns pontos
de maior aglomeração populacional, Luís Munguambe, foi
ostentando linhas gerais do manifesto da Frelimo para o próximo quinquénio, indicando que
o seu partido e seu candidato
inspiram confiança a um futuro
melhor e urge continuar com
projectos de desenvolvimento
social.
Dirigindo-se aos vendedores do mercado municipal
da Manhiça e arredores, disse
que, caso a Frelimo ganhe nas
eleições presidenciais, devera
melhorar mais ainda políticas
da actividade comercial, no
sentido de sanar o que continua
constituir inquietação àqueles
vendedores.
O delegado realçou alguns
avanços que aquele distrito conheceu como parte das
políticas do partido no poder
que incidem sobre os problemas da população, destacando
a melhoria de vias de acesso,
pavimentando principais acessos para dar maior mobilidade,
água e energia.
“Tencionamos ainda pavimentar mais vias de acesso, a
Frelimo tem orientado a criação de mais condições para os
mercados, como podem testemunhar, isto é parte daquilo
que é trabalho da Frelimo”, argumentou Munguambe.
“MDM promete governação intolerante a corrupção”
O Movimento Democrático
de Moçambique (MDM) escalou o posto administrativo 3 de
Fevereiro, mais concretamente
a zona da Palmeira, província
de Maputo, onde, para além de
contacto interpessoal, realizou
pequenos comícios e colagem
de panfletos.
O MDM apontou Daviz
Simango, que concorre a presidência da República como
candidato certo para dirigir Moçambique, através de
uma governação transparente
orientada no combate a actos
de corrupção.
De acordo com o MDM,
o seu manifesto eleitoral inclui planos de construção de
estradas melhoradas, promovendo escoação de pessoas e
bens, um pouco pelo país, para
além de políticas de melhoramento da vida das populações
daquela região do país, com
ainda graves problemas no que
refere a provisão de serviços
básico.
Renamo pede voto em
Marracuene
A Renamo escalou no nono
dia da campanha alguns bairros da vila sede do distrito de
Marracuane para vender o seu
manifesto eleitoral as próximas eleições gerais. A Renamo destacou-se pela sensibilização porta a porta, pedindo
ao voto do eleitorado.
Durante o comício do seu
candidato a presidente da Republica, Ossufo Momade,
apontou como o que vai merecer atenção do partido, o
sistema de educação acessível
aos moçambicanos. Segundo a
Renamo, tudo fará para que o
seu candidato chegue a ponta
“Azul” e dirigir os destinos
dos moçambicanos.
LUÍS CUMBE
26 | zambeze |ECONOMIA| Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
PIB com variação positiva no II Trimestre
O Produto Interno Bruto, a preços de mercado, apresentou
uma variação positiva de 2.3% no II Trimestre de 2019, comparado ao mesmo período do ano anterior. Esta informação
foi tornada pública esta segunda-feira pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE).
O desempenho da actividade económica, no período
em referência, é atribuído, em
primeiro lugar, ao sector terceário que cresceu em 3.5%,
com maior destaque para os
ramos de Transportes, Armazenagem, Actividades auxiliares
dos transportes, Informação e
Comunicações, com um crescimento na ordem de 6.7%, seguido dos ramos de Aluguer de
Imóveis e Serviços Prestados
às empresas com 4.7%.
Em segundo lugar, posiciona-se o sector secundário
com um crescimento de 2.1%,
induzido pelo ramo da indústria manufactureira com 3.7%
e o ramo de construção que
teve um crescimento de cerca
de 3.0%. Enquanto os ramos
de Electricidade, Gás e Distribuição de água situava com
menos 2.9%. O sector primário
registou um descréscimo na ordem de menos 0.6%, sendo que
contribuiram para tal, os ramos
da Agricultura, Pecuária, Caça,
Silvicultura, Exploração florestal e Actividades relacionadas
com -0.05% e Indústria Extractiva e Mineira com -3.5%. Entretanto, o ramo da pesca registou um crescimento na ordem
de 2.1%.
Peso de alguns sectores na
economia
O ramo da Agricultura,
Pecuária, Caça, Silvicultura,
Exploração florestal, Actividades relacionadas e Pesca,
tiveram maior participação na
economia, com um peso no
PIB de 24.7%, seguidos dos
ramos Transportes, Armazenagem e Actividades auxiliares
dos transportes, e Informação
e Comunicações, que tiveram
uma contribuição conjunta de
10.0%. Ocupa o terceiro lugar
o ramo do Comércio e Serviços de Reparação com 9.0%,
seguido do ramo da indústria
transformadora, com um peso
de 7.5%.
O ramo da Indústria de extracção mineira com um peso
de 6.5%, Administração Pública, Educação, Aluguer de
Imóveis e Serviços prestados as
empresas, e Pesca e Aquacultura com pesos de 7.8%, 5.6%,
4.7% e 1.6%, respectivamente.
Os restantes ramos de actividade tiveram em conjunto um
peso de 22.7%. (M. Silva)
Grafite no Norte
Desvalorização obriga
mina a reduzir produção
Uma das principais minas
de grafite no norte de Moçambique vai reduzir a produção
devido à desvalorização da
moeda chinesa e ao impacto da
guerra comercial entre China e
EUA.
“Embora seja uma decisão
difícil, acreditamos que esta
acção é do melhor interesse
dos accionistas para preservar
o valor a longo prazo”, salientou Shaun Verner, director
executivo da Syrah Resources,
empresa australiana que explora a mina de Balama, em Cabo
Delgado. A firma vai rever os
planos de actividade em Moçambique para que a operação
continue sustentável, acrescenta.
A produção e venda de grafite moçambicana no terceiro
trimestre foi de aproximadamente 45.000 toneladas e a
Syrah anuncia agora uma redução na produção para 15.000
toneladas por trimestre, devido
à queda do preço de venda de
grafite à China (principal cliente) de 457 para 400 dólares por
toneladas.
Esta queda no preço deve-
-se sobretudo à desvalorização
do yuan, moeda chinesa, mas
também às “tensões e tarifas
do comércio internacional, que
continuam a pesar no sentimento do consumidor”, lê-se no comunicado.
A procura por grafite está
em alta a nível mundial por ser
um componente usado em baterias, numa altura em que os
mercados de automóveis movidos a electricidade e de outros
produtos eléctricos, como as
aeronaves autónomas (popularizadas através da palavra
inglesa ‘drone’), estão em expansão.
A China é o maior consumidor e produtor mundial de
grafite natural, assim como importador relevante: no primeiro
semestre deste ano importou
105.000 toneladas de grafite,
75% das quais fornecido pela
Syrah, referiu a empresa.
A Syrah produziu mais de
100.000 toneladas de grafite
natural em 2018 e a mina de
Balama é apresentada como
a maior exploração de grafite
natural fora da China, direccionada para fornecer os mercados
tradicionais de grafite industrial
e os mercados emergentes de
tecnologia. (Lusa)
Trata-se de uma parte das
chamadas “dívidas ocultas”
do Estado. “A proposta foi
aprovada por meio de uma
deliberação escrita dos obrigacionistas detentores de
99,5% do valor agregado do
capital das notas existentes
em dívida”, lê-se em comunicado do Ministério da Economia e Finanças.
O voto favorável “inclui o
Grupo Global de Obrigacionistas de Moçambique”, que
representa 68% dos títulos e
que já tinha declarado apoio à
proposta, restando chegar aos
75% de votos favoráveis para
a reestruturação ter efeito –
fasquia que foi superada.
“A resolução escrita entrará em vigor após a satisfação
das condições de liquidação
e espera-se que a distribuição
inicial dos direitos ocorra no
dia 30 de Setembro de 2019”,
acrescenta o comunicado.
Um acordo entre o executivo e o Grupo Global de
Obrigacionistas de Moçambique já tinha sido anunciado a 31 de Maio, mas, quatro
dias depois, uma decisão do
Conselho Constitucional moçambicano a anular a dívida e
garantias do Estado emitidas
a favor da Ematum, em 2013,
travou o processo.
O Governo considera agora que a decisão judicial não
colide com a sua obrigação
perante os mercados internacionais – apesar da contestação de associações da
sociedade civil e de algumas
figuras públicas.
Em causa estão títulos
(‘eurobonds’) no valor de cerca de 726 milhões de dólares à
taxa de 10,5% com maturidade em 2023 que Moçambique
deixou cair em incumprimento.
O valor da nova emissão
é de 900 milhões de dólares
(814 milhões de euros), com
maturidade a 15 de Setembro
de 2031 e remuneração de 5%
nos primeiro cinco anos e 9%
posteriormente.
A Ematum nunca chegou
a fazer a projectada pesca
de atum, actividade a cobro
da qual se endividou: é uma
das empresas públicas sob
investigação nos EUA e em
Moçambique por indícios de
corrupção no processo das
dívidas ocultas do Estado no
valor de 2,2 mil milhões de
dólares (quase dois mil milhões de euros).
Novas revelações têm
surgido e como forma de se
proteger face ao que possa vir
a ser conhecido, o Governo
moçambicano vai exigir uma
declaração de “boa fé” aos
portadores de novos títulos na
atual reestruturação.
Portadores de títulos
soberanos aprovam
reestruturação da dívida
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 zambeze | 27
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E se ao seu lado no avião
se sentasse um cavalo?
Chama-se Flirty e é um pequeno cavalo de assistência que
se juntou à dona durante um
voo da American Airlines, que
partiu do aeroporto internacional de Chicago.
Abrea Hensley não quis
deixar o seu companheiro para
trás e resolveu comprar um bilhete para Flirty, que teve direito a viajar pela primeira vez
num avião. O cavalo chamou
a atenção dos passageiros, que
ficaram surpreendidos ao ver
um animal daquele tamanho na
fila do check-in e, depois, num
lugar do avião.
“Havia um pequeno cavalo
na fila no dia 3 de Setembro
corrente no aeroporto e estou
curiosa”, escreveu a passageira
Amberley Babbage no Twitter,
com uma foto de Flirty ao lado
de Abrea no balcão do check-
-in.
Mais tarde, a dona do cavalo publicou no Instagram “flirty.the.mini.service.horse”, as
fotos que tirou durante o voo,
incluindo uma de Flirty com
um grupo de tripulantes de bordo. “Foram fantásticos, gentis e
muito animados por ver Flirty
no avião! Até os pilotos tiveram que sair para dizer ‘olá’”.
Abrea Hensley, de Bellevue, no estado de Nebraska,
EUA, disse à emissora de
notícias local KMTV 3, em
Fevereiro, que a maioria das
empresas na cidade natal dá
as boas-vindas ao Flirty, que a
acompanha ao cinema, às compras e até a consultas médicas.
Flirty, que tem uma página
popular no Instagram e uma
conta no Twitter, é descrito
pela dona como um “cavalo
de assistência psicológica e de
mobilidade” e, de acordo com
a American Airlines, é de facto
um animal de serviço treinado.
Abrea sofre de várias doenças,
incluindo depressão, transtornos de ansiedade, pânico e
stress pós-traumático.
No entanto, nem sempre o
Flirty é bem recebido. Abrea
disse à KMTV 3 que já foi expulsa de lojas duas vezes e que
foi “tratada muito mal” pelos
gerentes. Acrescentou ainda
que está a preparar acções legais contra os estabelecimentos.
Além de cães, os cavalos de
porte pequeno que são “treinados individualmente para trabalhar ou executar tarefas para
pessoas com deficiência” são os
únicos animais de assistência
que o Departamento de Justiça
considera protegidos pela Lei
dos Americanos com Deficiência. Assim como com qualquer
outro animal de assistência, as
empresas de atendimento ao
público devem permitir que
Flirty acompanhe a dona.
Um porta-voz da American
Airlines disse durante o programa de televisão Today Show
que estava feliz por ter o Flirty a bordo. “Reconhecemos o
importante papel que cães de
assistência treinados, gatos e
cavalos de porte pequeno podem desempenhar na vida de
pessoas com deficiência”.
Abrea revelou no Twitter
que, embora o voo com Flirty
tenha corrido bem, tentará fazer as viagens de carro, porque
é mais cómodo para o cavalo e
para os outros passageiros.
A doença misteriosa
que está a matar cães
na Noruega
Uma doença desconhecida
dos veterinários é responsável
pela morte de vários cães nas
últimas semanas por toda a
Noruega.
As autoridades norueguesas afirmam que 40 animais
começaram a apresentar sinais de instabilidade, vómitos, diarreia, sendo que alguns
acabaram mesmo por morrer.
Segundo a BBC, até ao
momento há a confirmação de
pelo menos 25 mortes. Os médicos veterinários que estão a
acompanhar a situação identificaram sangue nos intestinos
de alguns dos animais, um
elemento comum quando há
contaminação por salmonelas.
Os primeiros casos reportados aconteceram na capital,
Oslo, e os outros foram registados noutras 13 cidades. O
Instituto Veterinário da Noruega está a investigar se duas
bactérias encontradas nos cadáveres dos animais serão responsáveis pelas mortes.
Ole-Herman Tronerud,
porta-voz da autoridade de
segurança alimentar da Noruega, confirma que se trata
de uma “situação muito séria
para os cães”. Mas, até ao momento ainda não tem dados
suficientes para afirmar se se
trata de um caso isolado ou de
algum problema contagioso.
|INSÓLITO|
28 | zambeze | CULTURA| Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019
Histórias de mulheres guerreiras
contadas na Fortaleza
“UPCycles: Reescrever com Arquivos Audiovisuais” é o
título de uma exposição cinematográfica patente na Fortaleza
de Maputo, resultado da primeira Residência Criativa Audiovisual, uma iniciativa organizada pela Associação Amigos do
Museu de Cinema.
A mostra contempla sete
obras dos artistas seleccionados para esta primeira edição,
nomeadamente: os moçambicanos Eliana N’Zualo, Mariana
Carrilho, David Aguacheiro e
Marilú Mapengo Námoda; os
cabo-verdianos Ângelo Lopes,
Rita Rainho e Samira Vera-
-Cruz e a angolana Sofia Yala
Rodrigues.
Entretanto, Diana Manhiça,
artista audiovisual, realizadora,
produtora e curadora luso-moçambicana, uma das organizadoras e mentoras da iniciativa, disse que esta exposição
cinematográfica tem como
objectivo incentivar a criação
artística, a mobilidade e o intercâmbio entre artistas emergentes dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa
(PALOP).“Este é um projecto
que nasce daquilo que são as
propostas do museu do cinema
e tem como finalidade valorizar
e trabalhar a história de cinema da libertação dos povos,
arquivos, património audiovisual neste caso da residência
UPCycles”, disse Diana.
Este trabalho teve a curadoria de duas tutoras principais, a
moçambicana Maimuna Adam
e a portuguesa Ângela Ferreira,
coadjuvadas por uma equipa
técnica de apoio do projecto
Museu do Cinema.
A mostra, que será exibida
durante dois meses, teve um regime de desenvolvimento à distância, a que se seguiram dez
dias intensivos de finalização e
montagem. Os participantes foram orientados para a concepção e criação de obras multimédia, que “reciclem” imagens
do arquivo audiovisual destes
países e proporcionem novas
interpretações da História e
da Memória a elas associadas,
criando novas narrativas.
Eliana N’Zualo, moçambicana que participa nesta exposição com o tema de trabalho
“MARGENS”, na sala número
sete, conta a história de uma
mulher guerreira durante a luta
de libertação. “Trabalhei o arquivo da luta de libertação nacional de Moçambique, especificamente o papel da mulher.
‘‘Margens’’ porque percebo a
história como um tempo e porque as mulheres se encontram
basicamente na margem e não
num rio”.
A eleição do tema deve-
-se ao facto das mulheres não
serem referenciadas na história da luta de libertação. “São
poucas mulheres que são referenciadas, só aparecem como
enfermeiras, esposa de alguém,
mas nunca falam de si e por si”,
desabafou a fonte. Em suma, a
expositora Eliana N’Zualo diz
que com esta obra pretende localizar a mulher na história, no
tempo e no espaço.
Já a angolana Sofia Yala
Rodrigues tem como tema
“Oceano no silêncio”, onde
narra a história biográfica em
parte, mas também traz à ribalta a história do clube marítimo
africano, em forma de depoimentos extraídos do livro do
escritor Filipe Esaú. É um filme
de quatro minutos e abre a porta para as descobertas. “Utilizei
estes depoimentos para mostrar
como os trabalhadores fizeram
parte desta história de libertação e como foram importantes
na ligação dos jornais clandestinos”.
Por seu turno, a cabo-verdiana Samira Vera-Cruz, realizadora de cinema, documentário e ficção, participa com o
tema “Nosso”, que é resultado
de um projecto anterior que começou o ano passado, quando
esteve em Maputo, e descobriu
que existia uma comunidade cabo-verdiana no bairro da
Mafalala e acompanhou a dona
Conceição para retratar “as
consequências da fome de 47
em Cabo-Verde, quando houve falta de chuva durante treze
anos”.
Numa primeira fase, o objectivo era falar sobre as migrações forçadas dentro do continente africano para demonstrar
uma cultura típica de Cabo-
-Verde dentro do espaço da
Lusofonia.
Este projecto foi financiado pela Fundação Calouste
Gulbenkian, o programa é implementado pela Associação
Amigos do Museu do Cinema
em Moçambique (AAMCM),
uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2016, que
se dedica à pesquisa e comunicação sobre a(s) História(s) do
Cinema em Moçambique.
Alberto Mazanga
Eliana
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | CULTURA| zambeze | 29
Venita Março, 22 anos, estudante de Contabilidade e Gestão, reside no Bairro 25 e
Junho B, em Maputo. Desde a tenra idade,
dedica-se a actividade cultural como artesã.
Nos tempos livres ou por encomenda, produz
chinelos, sandálias, colares e todo o resto…
Iniciou a actividade com 15 anos de idade
por simples curiosidade, uma vez que, segundo conta, queria algo para fazer que não fosse
apenas ir a escola. Comprou o primeiro material, que foi uma linha de pesca e missangas
e o primeiro trabalho que fiz foi um colar que
não foi para venda, mas sim para o uso pessoal. Entretanto, foram-lhe surgindo pessoas que
gostaram do trabalho e pediam para que lhes
fizesse as mais peças. “No início, encontrei dificuldades para separar o valor do lucro e o valor da compra de materiais. Actualmente, por
estar a cursar Contabilidade e Gestão, consigo
fazer o estudo de viabilização dos custos e a
gestão dos recursos”.
O material usado é adquirido no mercado
Xipamanine e na Casa Fakir, dos quais constam linha de chambal, missangas pesadas,
plásticas, de madeira e de letras. “Nos chinelos podemos usar os denominados “Pipocas”,
retiro-lhes a parte de cima e fico apenas com
a base, uso a cola quente para poder afixar a
outra camada e as sandálias são feitas de linhas
específicas”.
A jovem artesã deseja que a arte no geral seja valorizada. “Penso que a arte não é
apenas desvalorizada pelos compradores, mas
também tem uma certa influência do próprio
artista, porque alguns vendem o seu trabalho
por valores baixos que as vezes não compensa
o tipo de material que foi usado e, por vezes,
alguns trabalhos exigem muito dos artistas,
mas por alguns verem que não há compradores, acabam vendendo por muito pouco”.
Silvino Miranda
Venita Março no
horizonte do artesanato
Durante a visita do Papa, o Instituto Nacional do Turismo,
INATUR, através do Ministério da Cultura e Turismo, MCT,
vendeu a imagem de Moçambique como um dos melhores destinos turísticos de referência a nível mundial.
Na ocasião, o titular da pasta da
Cultura e Turismo, Silva Dunduro, que falava
para jornalistas nacionais e estrangeiros em Maputo, durante
o jantar de gala, disse que este
gesto é uma saudação ao Santo
Padre em Moçambique e é uma
oportunidade para mostrar as
potencialidades culturais e turísticas que Moçambique possui. “Qualquer país que recebe
uma figura desta dimensão tem
de oferecer aquilo que é o melhor de si e o que um país tem
de melhor é a sua cultura diversificada”
A demonstração do vasto
mosaico cultural moçambicano como destino turístico de
referência consistiu numa exibição do bailado de quarenta
e cinco minutos de “Xilongo”,
da autoria de Cassimiro Nyusi,
um dos mais conceituados coreógrafos do país e um vídeo
promocional do Turismo, na
expectativa de que os jornalistas presentes, tanto os nacionais e estrangeiros, levassem
Moçambique para os olhos do
mundo. “Nós preparamos uma
sessão cultural que ao mesmo
tempo se mistura com a divulgação de Moçambique como
destino turístico, uma vez que
Maputo acolheu várias individualidades num só espaço. Então a ideia é mostrar e projectar
Moçambique de dentro para
fora, mostrando aquilo que somos” frisou Dunduro para mais
adiante salientar que a presença de mais de cento e oitenta
jornalistas internacionais no
solo pátrio era uma oportunidade única para promover o que
Moçambique tem de melhor no
Alberto Mazanga
turismo.
“Além deste rico reportório
sociocultural e histórico, Moçambique é também detentor de
riquíssimos recursos naturais,
pois possui praias paradisíacas
de águas cristalinas e quentes.
Durante todo o ano, recifes
de corais e espécies marinhas
raras, lagoas e arquipélagos
reconhecidos mundialmente,
podendo-se destacar Bazaruto
e Quirimbas. Integra ainda uma
rica biodiversidade com Parques e Reservas Naturais, onde
se pode destacar o Parque Nacional da Gorongosa, Reserva
Especial de Maputo e a Reserva Nacional do Niassa.”
Silva Dunduro explicou
ainda que o encontro da diversidade cultural é já reconhecido
mundialmente, tendo sido declarado pela UNESCO como
património oral e material da
humanidade, como, por exemplo, o Nyau e a Timbila em
2005. “Igualmente, foi proclamada pela UNESCO, em 1991,
a Ilha de Moçambique como
um dos depositários da história de Moçambique, de África,
e do mundo pelo facto de ter
sido um dos pontos através do
qual muitos povos se cruzaram,
quer para a Europa, a América,
a Ásia e outros, durante a escravatura.”
Moçambique possui mais
de 23 grupos étnico linguísticos que resultam da miscigenação dos povos Bantu, Asiático e
Europeu, conferindo-lhe, assim,
um riquíssimo património cultural intangível e tangível.
Refira-se que a cidade de
Maputo, Capital de Moçambique, é cosmopolita e concentra a
maior parte do mosaico cultural
do nosso país. Aqui, são visitados Museus, Galerias de Arte,
Feiras Gastronómicas, Monumentos e Centros de Interpretação, se podendo destacar o Museu Nacional de Arte, Museu da
História Natural, Fortaleza de
Maputo, Museu dos Caminhos
de Ferro, Catedral da cidade de
Maputo, Casa de Ferro, só para
citar alguns exemplos.
Durante a visita do Papa a Moçambique
Cultura e Turismo fizeram furor…
Quinta-feira, 12 de Setembro de 2019 | Zambeze RIR | zambeze | 31
Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2020 z
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Onde a naçã
Setembro, Nr. 1676 l Cell: 82 30 73 450
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Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2020
A campanha vai ao rubro. Passados cerca de doze
dias, o ambiente é contagiante e todos afinam pontarias
e recarregam baterias para
os próximos dias. O balanço
dos primeiros dias pinta um
retrato positivo e os partidos
concorrentes assumem este
protagonismo sem reticências. É o salve-se quem puder
num quadro onde quem dorme a onda leva. E, falando de
ondas, há uma onda gigante
de cor vermelha que avança a
toda velocidade. Basílio Monteiro é o timoneiro e partilha
maçaroca porta-a-porta.
Na senda da campanha da Frelimo, o destaque
vai as promessas feitas nos
distritos de Gurué, Milange e
Alto Molocué, na Zambézia,
onde o candidato Filipe Nyusi
comprometeu-se a criar condições que incentivem a produção, a reabilitação das infra-estruturas. Mas também garantiu
contribuir condignamente na
reintegração, dos homens armados da Renamo. Em caravana e bem servido por membros
e simpatizantes da Frelimo,
Nyusi - por onde foi passando
- explicava porque devem confiar nele e na Frelimo.
Depois de Gurué, Nyusi
partiu para Alto Molócuè. Lá,
também milhares de pessoas
foram para o comício popular
ouvir as promessas eleitorais
do candidato da Frelimo. Filipe
Nyusi falou do processo de paz
e convidou, mais uma vez, os
homens armados da Renamo a
sair das matas e prometeu criar
um ambiente de negócios para
atrair investimentos e assim
criar mais empregos para os jovens. Esta mensagem foi bem
recebida pelos jovens, uma vez
que, para além da agricultura e
função pública, rareiam outras
oportunidades de emprego nestas paragens.
A presença da Frelimo na
Zambézia serviu para aferir a
quantas vai a onda vermelha
lançada pelo Presidente Filipe Nyusi, na perspectiva dos
membros e simpatizantes deste
partido se empenharem não só
no momento actual, mas abarcando os desafios em que se alicercem os desafios vindouros,
uma vez que ele próprio assumiu continuar a trabalhar rumo
ao desenvolvimento.
Chefe da brigada partilha
maçaroca porta-a-porta
Enquanto o PR galvanizava as populações no incentivo
à produção, o chefe da brigada
central da Frelimo de assistência à província da Zambézia,
Basílio Monteiro, este trocou
impressões directamente com
o eleitorado, privilegiando o
contacto porta-a-porta e interpessoal, escalando diversas áreas residenciais, partilhando o sabor da maçaroca
num ritmo acompanhado de
um batuque de promessas
encarnadas nos feitos do
candidato Filipe Nyusi. No
cômputo geral, Pio Matos cabeça-de-lista da FRELIMO,
resume: “o trabalho eleitoral
vai bem, de uma maneira geral, está pacífico e os eleitores estão a aderir ao processo
com uma entrega notória e
acredito que continuará a ser
uma campanha eleitoral tranquila”.
Frelimo em alta voltagem na Zambézia
Basílio Monteiro partilha
maçaroca porta-a-porta
…enquanto isso Filipe Nyusi incentiva onda produtiva nos distritos
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