Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 19 de Setembro de 2019 l Ano XIV l nº 893 50,00
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trimestral semestral ANUal
Queremos
os cabecilhas
do terror
Campanha eleitoral
Ao ritmo da
felicidade
Trabalho do SERNAP resulta
Apenas três dos indultados
em 2018 voltaram à cadeira
Promessas de paz fazem eco da Frelimo
2 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | destaques |
Em busca de refúgio
População sitiada na zona costeira
de Macomia morre no mar
Segundo escreve o Centro de Integridade Pública (CIP),
milhares de pessoas estão sitiadas nas aldeias da zona costeira
de Macomia, sem poder se comunicar com a vila-sede distrital
por via terrestre. Para buscar refúgio em zona mais segura,
a população está a usar embarcações precárias para navegar
pelo Oceano Índico até à vila sede do distrito de Mocímboa da
Praia, que fica mais a norte.
No sábado passado foi reportado
o primeiro caso
de morte por
naufrágio de um
casal que buscava sair de Quiterajo para uma zona mais segura, usando um pequeno barco de pesca. Não foi possível
apurar a identidade dos malogrados mas se trata de residentes do Posto Administrativo de
Quiterajo, a mesma que sofreu
um grande ataque por insurgentes na semana passada.
“As pessoas queriam refugiar-se em Mocímboa da Praia,
usando um barco, porque os
insurgentes deixaram claro, depois do ataque, que iam voltar
e não queriam os encontrar em
Quiterajo se não carbonizavam-
-os”, informou uma fonte. No
raio de cerca de 50 quilómetros
que separa a vila-sede de Macomia à costa não há circulação
de pessoas nem de viaturas civis devido aos ataques.
Assim, a população que se
encontra a residir nessa zona
está a usar o mar para chegar
à zonas mais seguras. Desde o
dia 31 de Agosto, só uma vez
se fez a campanha em Quiterajo, pela Frelimo, organizada
pela Directora de Serviços de
Educação de Macomia. No
mesmo dia, houve o ataque
dos insurgentes. Promessas de
campanha de Filipe em Cabo
Delgado incluem acabar com
os insurgentes.
O candidato da Frelimo à
presidência da República, Filipe Nyusi, trabalha desde sábado na província de Cabo Delgado, sua terra natal e alvo de
ataques de insurgentes. Nyusi,
que é o actual Presidente da
República, fez várias promessas em sete distritos por onde
passou, incluindo acabar com
os insurgentes… se for reeleito.
Pemba foi o primeiro distrito visitado por Nyusi. O candidato da Frelimo aterrou de um
jacto executivo vindo das cerimónias fúnebres do presidente
Robert Mugabe no dia 14 de
Setembro e dirigiu um comício
popular no campo 25 de Setembro.
Na ocasião, o candidato da
Frelimo pediu um minuto de silêncio em memória às vítimas
da tragédia ocorrida no campo
25 de Junho de Nampula no
passado dia 11 de Setembro.
Aos eleitores de Pemba, o candidato da Frelimo prometeu
atrair mais investimentos para
gerar mais emprego e incentivou à produção agrícola.
No dia seguinte, Nyusi seguiu de helicóptero, para Chiúre. Num comício realizado no
distrito de Chiúre no dia 15 de
Setembro, o candidato da Frelimo prometeu dialogar com os
insurgentes que têm atacado alguns distritos da província mas
exigiu que esses mostrassem a
cara. Ainda no mesmo distrito,
o candidato da Frelimo prometeu expandir a rede de energia
eléctrica.
Depois de Chiúre, Nyusi
viajou de helicóptero para Namuno, tendo chegado às 11h00
a localidade de Milipone, onde
foi recebido por membros e
simpatizantes da Frelimo. Em
Namuno, Nyusi prometeu
construir uma estrada que
liga o distrito e Montepuez,
expansão da rede eléctrica,
melhoramento das rodovias,
ampliação de unidades sanitárias, construção de escolas
e outras infra-estruturas caso
seja reeleito no próximo quinquénio.
De Namuno, Nyusi seguiu
para Montepuez na companhia de Valigy Tualibo, candidato a Governador de Cabo
Delgado, tendo chegado às
15h00 onde orientou mais um
comício no campo da empresa Plexus. Na ocasião, Filipe
Nyusi prometeu a recuperação de algumas estradas e
conclusão das obras Montepuez-Ruassa como também
a construção de hospital de
referência dando prioridade
ao emprego para jovens de
Montepuez. Segunda-feira
(16 de Setembro), o candidato da Frelimo deslocou-se
para dois distritos alvos de
ataques, Mocímboa da Praia e
Muidumbe. Em Mocímboa da
Praia, vila onde iniciaram os
ataques dos insurgentes a 5 de
Outubro de 2017, Nyusi prometeu acabar com os ataques
caso seja reeleito.
Depois Nyusi seguiu para
o distrito Muidumbe, na localidade de Muatide concretamente no posto administrativo de Miteda. Aqui Nyusi
prometeu criar emprego para
jovens, construir um hospital
para o distrito, tendo interagido, depois, com comerciantes locais. Por volta das
14h, Nyusi deixou o distrito
de Muidumbe e percorreu 40
quilómetros para o distrito de
Mueda, sua terra natal, onde
era aguardado na sede do partido a partir das 7h00.
Nyusi foi recebido pela
população local. Estudantes
não tiveram aulas porque os
professores e outros funcionários do aparelho de Estado
foram mobilizados para receber o candidato da Frelimo.
Entretanto, ontem, enquanto
Nyusi descansa e se prepara
para fazer campanha na província de Niassa, a Primeira-
-dama Isaura Ferrão, está em
Nonge, 25 quilómetros da vila
de Mueda, pedindo votos para
o partido e seu esposo.
Candidato da Renamo a deputado da AR detido em Gaza
Foi detido segunda-feira (16),
no distrito de Mandlakazi,
Gaza, Heique Maria António Sitoe, candidato da Renamo a deputado da Assembleia da República
pela província de Gaza. A detenção aconteceu após o mesmo ter
publicado em sua página de Facebook uma mensagem a criticar a
má actuação da Polícia durante a
campanha eleitoral.
“A campanha em Mandlakazi está a ser manchada pela má
actuação da polícia. Membros
dos partidos políticos estão a ser
ameaçados pela Polícia, facto
este que deixa claro que a polícia é da Frelimo”, escreveu na
sua página de facebook no dia
15 de Setembro. Em entrevista
ao Boletim, o cabeça-de-lista da
Renamo em Gaza, Mouzinho
Gama, disse que seu colega foi
detido acusado de abuso às autoridades depois de ter feito duras
críticas a PRM na sua página do
Facebook.
Mouzinho Gama disse que a prisão de Heique Sitoe foi legalizada pelo Tribunal Judicial do Distrito de Mandlakazi. A detenção
de um candidato a deputado da
Assembleia da República viola
a lei eleitoral (art. 15, da Lei n.
2/2019, de 31 de Maio) que estabelece que nenhum candidato a
deputado da Assembleia da República pode ser sujeito a prisão
preventiva a não ser em caso de
flagrante delito por crime doloso punível com pena de prisão
maior.
Os membros da Renamo dizem-
-se agastados com a actuação da
polícia e recusam ser escoltados
durante as actividades da campanha no distrito de Mandlakazi,
devido a sua inacção diante de
casos de perseguição por membros pela Frelimo.
Por criticar a Polícia
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | destaques | zambeze | 3
Nyusi sobre Cabo Delgado
Queremos os cabecilhas dos ataques
O candidato do partido Frelimo para as próximas eleições
gerais, Filipe Nyusi, defendeu no município de Mueda, Cabo
Delgado, que o seu governo está a caça dos financiadores dos
ataques bárbaros, mais concretamente no distrito de Mocímboa da Praia. Segundo Nyusi, apesar dos referidos ataques,
Moçambique tem tudo para dar certo. Por isso, disse estar
também já em forja a lei do conteúdo local e um fundo soberano ideal para o nosso país com vista a potenciar o desenvolvimento económico e a distribuição da riqueza nacional.
Aprovíncia de
Cabo Delgado
vestiu-se de vermelho a rigor
para receber seu
“filho”, que por sinal também é
candidato da Frelimo para mais
cinco anos na ponta vermelha.
Em Cabo Delgado, Filipe Nyusi escalou, em campanha eleitoral, a paradisíaca cidade de
Pemba, distrito de Muidumbe,
vila municipal de Mueda, Montepuez e Mocímboa da Praia.
Aliás, sabe-se que o grupo
de malfeitores tem estado a intensificar os ataques bárbaros,
sobretudo, no distrito de Mocímboa da Praia.
A propósito dos ataques
armados de supostos grupos
terroristas, Filipe Nyusi explicou que o governo da Frelimo
está a apertar o cerco e seu foco
actualmente é de identificar os
mandantes que financiam ataques macabros numa das mais
ricas províncias do nosso país.
“Vamos cuidar desses,
porque eles estão a desafiar o
povo moçambicano, um povo
que nem é nocivo, mas nós não
queremos guerra, queremos
paz e para melhorarmos a nossa vida precisamos de trabalho
e mais trabalho”, disse Nyusi.
Segundo Filipe Nyusi, a
Frelimo lamenta os assassinatos que estão a ser protagonizados por esses malfeitores nesta
região.
“O governo está determinado, está a trabalhar e vai continuar a trabalhar, mas processos
desses levam tempo, porque
precisamos de apanhar quem
manda e quem dá dinheiro para
esses perturbarem a ordem e
tranquilidade da província de
Cabo Delgado”, garantiu Nyusi.
Conforme explicou Nyusi,
a cada dia que passa, as Forças
de Defesa e Segurança (FDS)
começam a compreender melhor o modus operandi e sobretudo como é “que eles actuam,
estamos, a nos organizar para
fazer frente a esses que desafiam ao povo moçambicano”.
“As acções que estamos a
levar a cabo na região de Mocimboa da Praia estão a ajudar
a suavizar, porque a população
local nos diz por onde é que
eles vão, eles continuam a fugir
porque estamos a trabalhar”,
defendeu Nyusi.
Distribuição da riqueza nacional só com Lei de conteúdo local
Por outro lado, Nyusi falou
dos investimentos que o governo está a encaixar no projecto
da exploração do gás nacional,
tendo defendido que o modelo
de distribuição da riqueza nacional não passa por distribuir
dinheiro por cada moçambicano.
Nyusi disse que aceitou
concorrer por mais um mandato porque quer trabalhar para
potenciar os recursos naturais
para gerar riqueza para o povo
moçambicano.
“Sobre a distribuição da
riqueza dos recursos naturais
para os moçambicanos, os
candidatos da oposição aprenderam com o programa da Frelimo. As pessoas aproveitam
para dizer que a riqueza de Moçambique não está a servir ao
povo moçambicano”, disse.
Segundo Nyusi, as escolas
e os hospitais que “estamos a
construir, a provisão da água e
da energia, o dinheiro veio dos
recursos naturais aqui de Moçambique, sobretudo, nos últimos cinco anos que não recebemos nenhum apoio dos nossos
amigos”.
“A produção da riqueza
de que se fala no entender do
partido Frelimo, não consiste
em distribuir dinheiro por cada
moçambicano, mas a riqueza
nacional se distribui pagando
salários aos professores, aos
enfermeiros, construindo escolas, hospitais ou, quando
houver desastres naturais, dar
assistência e apoio aqueles que
não tem nada nessa altura”, explicou Nyusi.
De acordo com Filipe Nyusi, os salários estão a ser pagos
com o carvão de Moatize, com
projecto da energia de Cahora
Bassa, com o algodão e gergelim de Montepuez , amendoim
de Chiure, com a pesca de camarão de Sofala. “Estamos a
distribuir a riqueza de igual
forma para todos os moçambicanos”, disse.
“Quando se fala da distribuição da riqueza, grande parte
das pessoas estão a se referir ao
gás natural da bacia do Rovuma, mas esquecem que estão
a fazer barulho antes da hora,
porque este gás ainda não está
a ser exportado, estão a pensar
que haverá roubo e essa distribuição irá ser feita da mesma
maneira que está sendo feita
com outros recursos”, desabafou Nyusi.
Em relação a este projecto
de gás natural, o governo da
Frelimo entende que a primeira
coisa que está a pensar é blindar a legislação moçambicana.
“Significa que aquele que
está a explorar o gás deve seguir a regras estipuladas pelo
governo moçambicano. Blindamos essas leis para defender
interesses de moçambicanos”,
revelou Nyusi.
Adiante, Nyusi disse “organizamos, em Palma e em
Pemba, a conferência com essas empresas sobre o conteúdo
local no sentido de beneficiar
aos moçambicanos. Muitas
empresas moçambicanas estão
a se registar é outra forma de
distribuição da riqueza, porque
essas nossas empresas vão ganhar dinheiro e vão empregar
mais moçambicanos”.
“A Nigéria está há mais de
60 anos a explorar o petróleo,
mas só aprovou, há pouco
tempo, a lei de conteúdo local”, exemplificou Nyusi.
“Nunca ouvimos que na
Tanzânia, nos Estados Unidos, na Rússia ou na Europa
que as pessoas fazem filas
para serem distribuídas dinheiro, distribui-se riqueza
dando oportunidades para o
trabalho” sentenciou Nyusi.
De igual modo, Nyusi
revelou que o governo da
Frelimo está agora a conceber aquilo que se chama de
Fundo Soberano.
“Estamos a escolher
o melhor modelo e ideal
para Moçambique, porque
há países que escolheram
um Fundo que falhou, andaram a guardar dinheiro
mas quando estavam em
crise gastaram o dinheiro e
não fizeram nada. Quando
se fala de distribuição de riqueza no nosso país, falam
da exploração do gás, esse
modelo para nós não vai servir” , explicou Filipe Nyusi.
DÁVIO DAVID
4 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
Nyusi tranquiliza bases da Renamo em Morrumbala
O candidato da Frelimo,
Filipe Nyusi, convidou aos
homens militares da Renamo estacionados no distrito
de Morrumbala, província da
Zambézia, a aderir com urgência ao processo de DDR
em curso no país. Nyusi disse
ao eleitorado de Morrumbala que, se votarem nele (desta
vez), ninguém os vai ameaçar,
igualmente, tranquilizou aos
homens armados da Renamo
naquela parcela do país assumindo que o processo de DDR
é pacífico e não haverá nenhuma retaliação, porque a Assembleia da República já aprovou a
lei de Amnistia Militar.
O candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, namorou as bases
da Renamo em Morrumbala,
durante o seu showmício. Nyusi justificou que “em Morrumbala, não votamos como queríamos, porque tínhamos medo,
mas, agora, vimos numa fase
em que não há nenhum homem
que ameaça outro homem”.
Conforme recordou Nyusi,
quando ele foi pedir votos em
Morrumbala em 2014 “dissemos dêem-nos oportunidade para contribuirmos para o
nosso país e dissemos que, na
nossa cabeça, a palavra que cabia era a paz, disseram-me que
sim, que queriam ter paz, porque aqui perto tem base de homens armados, e então mandei
gente para ir a essas bases para
conversar, e gente daquele partido que tem armas junto com
os do governo conversaram e
disseram que a população de
Morrumbala quer paz”.
“Estou aqui para dizer a população de Morrumbala que não
deve esperar pela população de
Namacurra, Nhasunge, Chinde
para votar (na Frelimo) e para
resolver problemas de Morrumbala, deve ser a própria população de Morrumbala a votar na
Frelimo e no seu candidato”,
apelou Nyusi.
Nyusi disse ainda que, quando disseram que estavam a ser
intimidados e ameaçados, trabalhou pela paz e todo Moçambique ficou em paz, por essa razão
tranquilizou “não há ninguém
que vai vos ameaçar, alguns podem aproveitar isso - como vocês andam sempre com medo - e
dizer votem em mim, se não votarem vou fazer isso, ninguém
vai vos fazer nada, votem com
consciência para termos mais
escolas, fábricas e machambas,
não atrasem o desenvolvimento
de Morrumbala”.
Filipe Nyusi disse ainda
que ele e o seu partido querem
desenvolver a vila de Morrumbal, tornando-a como Mocuba,
Alto-Molocuè. “Um dia esta
vila deve ser uma cidade e município, dêem-nos tempo para
fazermos”, exortou Nyusi.
Nyusi tranquiliza bases da
Renamo
Paralelamente, Nyusi frisou
que continua a trabalhar juntamente com a liderança da Renamo. Aproveitou a ocasião, para
exortar aos homens da base da
Renamo para entregarem as armas, registarem-se. “Nós estamos a organizar um pacote para
a sua reintegração, que só se
está a demorar por conta deles
[homens da Renamo] próprios,
“ destacou Filipe Nyusi.
Nyusi tranquilizou ainda
que o processo de DDR é pacífico e não vai acontecer nada
de anormal. “Eu submeti na
Assembleia da República, a
Lei da Aministia, que significa
perdoar tudo aquilo que aconteceu no passado , venham não
percam tempo e não sejam
mais uma vez enganados”, disse Nyusi. DÁVIO DAVID
Província de Maputo
Nova Democracia conquista
simpatia do eleitorado
A Nova Democracia escalou, sábado último, na província
de Maputo, os bairros do distrito de Manhiça, posto administrativo de Xinavane e de Magude, tendo a população manifestado confiança no partido. Na Manhiça, destacou-se pela
realização do showmício que contou com a presença de Refiller Boy, candidato à AR, na província de Gaza, de quem a
população quis ouvir declarações em torno do manifesto.
Apesar da chuva miúda que
se fazia cair, o
povo manteve-
-se no local,
emprestando ouvido para ouvir
programas alternativos que respondam necessidades pontuais
que incidem sobre o distrito.
Foi durante o showmício que o
líder da ND, Salomão Muchanga, teceu primeiras palavras
para namorar o eleitorado.
Os deputados, acentuou
Muchanga durante a sua intervenção, não podem continuar no parlamento apenas para
acomodar-se, mas para tomar
decisões criativas, que produzam soluções para o povo moçambicano.
A Nova Democracia, fundamentou Muchanga, significa inclusão nacional, justiça
social. Sublinhou que este é o
momento dos moçambicanos,
sobretudo os jovens, juntarem-
-se para resgatar a dignidade
do parlamento, no sentido de
que seja uma plataforma que
tenha sensibilidade em relação
às questões fundamentais do
povo: o emprego, habitação,
transporte, acesso à água, energia. “ Isto só é possível, se votarmos na ND”.
O povo moçambicano,
acrescentou Muchanga, deve
ser o centro das decisões do Estado moçambicano, um Estado
que se reencontra com os direitos humanos, preparado para o
cidadão.
“Estamos a falar de um momento histórico na vida nacional, é um momento em que a
função social e política do povo
moçambicano é centrada nas
decisões ao nível parlamentar.
Estamos a falar, não apenas
da presença física, mas uma
presença que represente mais-
-valia, o atendimento das questões particulares dos jovens,
mulheres, adultos e idosos,
porque é preciso que sejamos
sinceros, o nosso parlamento
só está preocupado com as regalias dos dirigentes, quando
as crianças estudam debaixo
das árvores, quando o emprego está privatizado, salários de
fome, basta de miséria colectiva”, disse Muchanga.
“População declara voto a ND”
Xinavane
O posto administrativo de
Xinavane continua com problemas graves de vária ordem, desde sistemas de abastecimento de
água, oscilação de energia, vias
de acesso, entre outros.
Foi no bairro Filipe Samuel
Magaia, posto administrativo de
Xinavane, que a população manifestou a necessidade de uma
alternativa credível aos vários e
sucessivos programas falhados
do governo no poder.
A população chegou mesmo a dizer: “basta, acabou essa
coisa de dizermos ao partido no
poder, não se preocupe, pode
descansar, nós aqui vamos votar em ti, já nos cansamos deste
partido, há muito nos esqueceu.
O nosso voto será para a proposta da ND”.
“Não se justifica o agravamento do custo de vida, os preços dos produtos de primeira
necessidade cada vez mais a observar uma subida astronómica,
onde está o Presidente da República? Não há emprego aqui
no distrito, nossos filhos não
estudam, o que nos levaria a votar novamente neste partido?”,
questionou a população.
Na sede do posto administrativo de Xinavane, membros
influentes de partidos, incluindo no poder, iam revelando sua
simpatia para com a ND, sob
pretexto de que o líder do partido teve sempre histórico interventivo na causa do cidadão.
A caravana prosseguiu até
ao distrito de Magude, onde
também escalou alguns bairros
da vila sede do distrito.
Na província da Zambézia
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 zambeze | 5
Egídio Plácido
| Destaque |
Formação profissional nas prisões começa a produzir resultados
Apenas três dos indultados em
2018 regressaram aos calabouços
Em Dezembro de 2018, durante o informe anual sobre
o Estado Geral da Nação, o Presidente da República, Filipe
Nyusi, anunciou o perdão de penas a 1.498 condenados, assegurando que os mesmos haviam beneficiado da medida por
terem mostrado estar no caminho da ressocialização. Volvido
um ano e nove meses, apenas três reclusos dos que se beneficiaram do indulto voltaram a cometer crimes e reconduzidos
aos estabelecimentos penitenciários.
De acordo com
o Director de
produção do
Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), Rodolfo Cumbana, a redução dos níveis de
reincidência criminal deve-se
fundamentalmente as actividades de reabilitação que os
condenados beneficiaram durante o período da reclusão.
“Aferimos isso com muita
certeza de que a actividade
de reabilitação está a trazer
resultados aceitáveis. Os indivíduos que beneficiaram de
indulto tiveram essa formação técnico profissional e foram sensibilizados para não
praticar crimes. O trabalho
educa o homem”, começou
por explicar Rodolfo Cumbana.
A nossa fonte acrescentou
que o trabalho de reabilitação
que se realiza nos estabelecimentos prisionais, um pouco
por todo país, está dividido
em três linhas, nomeadamente, a formativa, educativa e
produtiva ou económica.
Na actividade educativa,
explica a fonte, a base está
estabelecida e orientada através do diploma ministerial
130/2002, que cria o ensino
no sistema prisioneiro. Nesse contexto, foram criadas as
escolas secundárias dos estabelecimentos prisioneiros de
Maputo, Mabalane Nampula e a Escola Secundária do
Estabelecimento prisioneiro
feminino de Ndlavela, na
Matola. Com a excepção de
Mabalane, todos outros estão
operacionais e leccionam de
primeira a 12ª classe e também o ensino e reabilitação
de adultos.
As aulas de 1ª a 12ª classes são assegurados por professores do sistema nacional
de educação, e são anexas às
escolas públicas, enquanto a
educação de adultos são os
próprios reclusos que dão aulas uns aos outros.
“Por outro lado, temos
áreas formativas de saber fazer, o ensino técnico profissional com formação na área
de serralharia, mercenária,
serralharia mecânica, electricidade auto e geral. Depois
temos as actividades económicas que se inserem na produção agro-pecuária”, disse a
fonte.
Rodolfo Cumbane disse que nem todos os reclusos têm o direito de serem
submetidos a formação, por
questões de segurança e por
razões comportamentais.
“Não estabelecemos os
parâmetros de um terço de
pena para a área de educação.
Entrou, pode ir directo a Escola. Diferente das áreas económicas que pressupõe tirar
os presos para área de produção. Exige-se o cumprimento
de 1/3 da pena, o bom comportamento e a idoneidade pública do recluso. É um regime
de semi-liberdade, porque se
podem movimentar”, disse.
“Ensinar a fazer significa
que estamos a preparar as pessoas para por em liberdade.
Esse indivíduo ganha liberdade e tem formação e, ao voltar
para a sua comunidade, deve
ter em conta que vai poder
desenvolver actividades que
aprendeu na penitenciária. Ele
vai-se inserir na comunidade.
Dificilmente, ele vai voltar a
delinquir. A formação é boa
por isso que dizemos que a
formação é uma actividade
totalmente útil”, acrescentou.
Ociosidade é mãe da criminalidade
Entretanto, umas das grandes bandeiras do sector de prisão têm a ver com a redução
de crimes dentro dos estabelecimentos prisionais. A nossa
fonte explicou-nos que umas
das medidas tomadas passam
por evitar, sempre que possível, a ociosidade dos reclusos.
“A ociosidade prisional
pressupõe surgimento de
bandos nos estabelecimentos
penitenciários. Se um indivíduo não tem nada a fazer tem
maior tempo para engendrar
malandrices e as malandrices
muitas das vezes aparecem
porque não temos nada a fazer. Mesmo numa instituição
normal se não temos muitas
actividades para ocupar as
pessoas vão produzir fofoca
aqui e acolá”, disse Rodolfo
Cumbane tendo acrescentado
que “em qualquer parte do
mundo a ociosidade prisional é grande problema para
a reincidência criminal porque os delinquentes ao invés
de aprender coisas úteis vão
aprender malandrices”.
A saída, segundo o nosso
entrevistado, “é colocar mais
condenados a desenvolver actividades produtivas nos campos abertos. A igreja também
participa na reabilitação dos
condenados. Temos muitas
igrejas a prestar serviços de
culto. É uma forma de reabilitação. Vão usando o cérebro
daqueles indivíduos e eles estão com uma actividade útil.
Eles quando vão dormir estão
cansados”.
Mabalane é estabelecimento
piloto
Entretanto, dos três estabelecimentos Penitenciários
regionais existentes no país,
nomeadamente, Mabalane (sul), Manica (centro) e
Nampula (norte), o director
de produção do SERNAP
disse que o de Mabalane, na
província de Gaza, funciona
como estabelecimento piloto.
Segundo a fonte, em Mabalene foi montado um sistema tecnológico de irrigação
de ponta. Um sistema de rega
de pivô central usado para
múltiplas culturas. Pressupõem que todo ano a penitenciária de Mabalane não pára
de produzir, porque tem conduções agri-ecológicas e tem
equipamento para o efeito.
“Há dias tivemos uma visita da ministra da Educação,
porque queria ver a funcionalidade daquele sistema. Saiu
de lá satisfeita e consumiu o
feijão que é produzido. Tivemos também a visita da sua
excelência governadora de
Nampula ao centro aberto
onde produzimos arroz. Ficou admirado pela qualidade
de trabalho que está sendo
feito lá.
A fonte diz ainda que para
a SERNAP as actividades
agro-pecuárias nos estabelecimentos penitenciários são
de vital importância.
“Primeiro colocamos os
homens a produzirem seu
próprio alimento. Um pai
não pode pedir comida fora.
Tem de saber produzir seu
alimento. Por outro lado, a
produção de alimentos no estabelecimento penitenciário
vai propiciar a melhoria da
qualidade da dieta nutricional.
É o que está ocorrer neste momento. Quando dizemos que
produzimos qualquer quantidade de arroz num sítio, aquele arroz não vai para a venda.
É para o consumo daqueles
indivíduos. Portanto, é para a
melhoria da dieta alimentar.
Neste momento, ainda não estamos a produzir para redução
de custos mas sim estamos a
trabalhar para a melhoria da
qualidade da alimentação”,
disse a fonte.
Entretanto, a fonte lança
um apelo para toda sociedade
para acarinhar o trabalho desenvolvido pelo seu sector.
“A sociedade civil tem a
obrigação de encorajar e acarinhar o sistema penitenciário,
porque os delinquentes que
nós temos saem da sociedade.
Os delinquentes é a própria
sociedade que os cria. Portanto, a sociedade deve também
colaborar no processo de reabilitação porque o sistema
penitenciário ao devolver por
via de soltura daquele indivíduo deve tido como útil para a
sociedade”, finalizou.
6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
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É d o m i n g o à t a r d e
(15.9.2019)!... A Campanha
Eleitoral vai à velocidade
de cruzeiro nestes dias que
faltam.
Decorridos 15 dias, a
estória vai rezar que os moçambicanos, não obstantes
as vicissitudes que se colocaram nestas 2 semanas, estão
a escrever uma linda página
na Democracia na África e
no Mundo.
Depois do “Acordo de
Paz Definitiva e Duradoira” em que foi protagonista
o Presidente da República,
Filipe Jacinto NYUSI e o
General Ossufo MOMADE,
Presidente da RENANO, é
do nosso modesto entender
que está “enterrado definitivamente o machado de
guerra” nesta pátria amada.
Esta Pátria de Heróis
que nem a violência de que
está sendo vítima a população de Cabo Delgado faz
vergar. Por isso, a Frelimo “deliberou” dedicar a
quase totalidade das suas
marchas de campanha,
neste domingo (15.2.19),
às manifestações de condenação dos “bárbaros”
ataques nalguns distritos
da rica província nortenha,
provocados por “gente sem
rosto”.
Sobre a “Campanha Eleitoral” há muitos actores a
entrar no terreno, sobretudo
alguns partidos que só depois de receberem os fundos
“reforçaram” a compra de
material de propaganda,
para vender o seu peixe.
É assim em democracia:
“é o povo quem ordena…”.
Não como algum clérigo
que anda aí em entrevistas
“encomendadas” que quer a
“alternância” à sua maneira,
à força, ignoram que em eleições a regra é: “um homem,
um voto”.
Mas sobre a campanha
eleitoral em curso, alertamos aos partidos políticos
e grupos de cidadãos que:
é necessário “ensinar”
que o governador não é
eleito para não confundir
o eleitor…
Na realidade, muitos
dos que vão votar pela
primeira vez, sobretudo jovens, podem chegar à mesa
da votação ficar com aquela
de que vão ver a cara do
governador provincial no
“Boletim de Voto”, quando
na realidade é no “Boletim
da AP – Assembleia Provincial” simbolizado pelo
Partido ou Grupo que se
vai votar. Logicamente, de
onde provém a figura de
“Cabeça-de-Lista”*…
Os porta-vozes da CNE
(Comissão Nacional de
Eleições), Paulo Cuinic,
e do STAE (Secretariado
Técnico de Administração
Eleitoral), Cláudio Langa,
naquele seu estilo característico, deveriam, em nosso
modesto entender, insistir
na questão do “Cabeça-de-
-Lista” que está na realidade no “Boletim de Voto”
do seu partido ou grupo
e não separadamente.
Dir-me-ão que o “Eleitor” vai receber explicação
do Presidente da Mesa,
todavia, não esqueçamos
que, quando nos dirigimos
à cabine de voto, é como
um aluno quando vai à
prova escrita.
É daí que alguns “eleitores” vão à cabine e dobram o “Boletim de Voto”
e colocam em branco (para
pessoa iletrada, sobretudo,
julga que o seu sentimento
foi manifestado, com a
presença e meter o papel
dobrado). É desta forma
que temos grande número
de “Boletins de Voto” em
branco, em cada processo
eleitoral, já que o autor tem
estado destas as primeiras
Eleições Multipartidárias
como Delegado de Lista ou
Delegado de Candidatura.
Os partidos ou grupos
que concorrem, nem sempre vão a estes detalhes,
daí o descalabro de maior
percentagem de votos em
branco em todo o país,
sobretudo em zonas onde
a população não tem meios
como televisão.
Obviamente, apelamos
que todos actores insistam
que: o Governador Provincial é votado na lista
do seu partido ou grupo
(“Cabeça-de-Lista”).
N.A. – 1. Constitui uma
grande manifestação de
pesar o velório realizado
no dia 13.9.19 na Igreja de
Santo António da Polana,
pelas 9 horas e funeral no
Cemitério de Lhanguene
às 13 horas, em homenagem a Maria Esperança
Chadraca de Mendonça,
depois da morte ocorrida
às 23 horas do dia 10. Na
altura, foram apresentadas mensagens bastante
comoventes do trabalho
que Esperança Chadraca
realizou, quer nos Serviços Sociais do Banco de
Moçambique, quer no seio
da Igreja Católica entre
outros. Recordemos que
Esperança Chadraca, foi
esposa no nosso amigo
C angela de Mendonça,
então Governador da Província de Nampula, mais
tarde Director Geral da
ROMON (Rodoviária de
Moçambique Norte) e ROMOS (Rodoviária de Moçambique Sul), tendo sido
nomeado pelo Presidente
Samora Moisés Machel,
para Director Nacional
de Protocolo de Estado.
Aos filhos: Carla, Laura,
Esperança, Alberto Júnior
e Joaquim, apresentamos
os profundos sentimentos
de pesar. Requiem in pace,
Esperança.
2. – Também constituiu
uma expressiva manifestação de pesar, a cerimónia
realizada na Paróquia Santos Mártires de Uganda em
missa de corpo presente,
no dia 13.9.19, pelas 10
horas e funeral às 14 horas
no Cemitério de Michafutene, em homenagem a
ELSA MARIA ELIAS DA
CÂMARA JONAS, depois
do falecimento ocorrido
no dia 10 no HCM. Na
altura, foram lidas várias
mensagens, que deixaram
a igreja, totalmente lotada,
num profundo silêncio,
porquanto a Dr.ª ELSA, era
pessoa de muito prestígio,
quer entre colegas da UP
- Universidade Pedagógica, quer no seio familiar
e amigos, quer na igreja.
Elsa Jonas é esposa de
Lourenço Jossias, Director
do semanário MAGAZINE (Independente), que
se publica em Maputo. À
família Jonas e Manhique
os nossos sentimentos pela
inesperada perda. Requiem
in pace Dr.ª Elsa.
“Cabeça-de-Lista*” –
Se no futuro os juristas
não puderem arranjar designação directa para não
confundir o povo com esta
de “Cabeça de Lista”, quando
queriam dizer, neste caso
“Governador Provincial”.
É necessário “ensinar” que o Governador
não é eleito para não confundir o eleitor…
Ma p u t a d a s Francisco Rodolfo
• Governador provincial é votado na lista do seu partido ou grupo (“Cabeça de Lista”)
• Riquiem in pace Maria Esperança Chadraca de Mendonça e Elsa Maria Elias Câmada Jonas
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | opinião | zambeze | 7
Política Nacional de Mobilidade Urbana
Quando se fala de mobilidade, refere-se à capacidade ou condições de pessoas
movimentarem-se de um
lado para outro numa determinada área ou espaço geográfico. Este é um assunto
actual que preocupa os dirigentes e, principalmente,
o cidadão comum, este que
mais sente o problema e o
enfrenta no seu dia-a-dia.
Têm vindo a ser tomadas
algumas medidas públicas
no sentido de minorar os
grandes problemas inerentes à mobilidade dos cidadãos. Uma das provas pode
ser constatada num plano do
Governo que já existe, para
aumentar o número de autocarros, projecto este que foi
designado “Plano Mil”, se a
memória não nos falha.
A percepção que temos,
sobre este assunto, é a de
que a mobilidade urbana
está a ser encarada de uma
forma inversa, ou seja, estão a ser tomadas medidas
para melhorar as condições
de movimentação das pessoas sem, em primeiro lugar,
ter sido criada uma Política Nacional de Mobilidade
Urbana. Se na verdade esta
política já existe, temos de
concluir que não foi adequadamente divulgada, ou não
está a ser respeitada, ou ainda, não existe uma estratégia
de implementação, o que se
pode comprovar pelo facto
de, nalgumas iniciativas que
têm vindo a ser tomadas, estarem a ser cometidos erros
que numa política bem definida e já existente certamente não seriam permitidos.
Qual é a vantagem de se
elaborar e aprovar, em primeira posição, uma Política Nacional de Mobilidade
antes de se implementarem
certas decisões? É que este
tipo de Política estabelece
directrizes básicas para se
trabalhar neste âmbito, posicionando o interesse da população sempre em primeiro
lugar. Todos os órgãos ou
instituições ligados à problemática da mobilidade,
por exemplo, os Conselhos
Municipais, o INATTER, a
ANE, entre outros, quando
adoptassem medidas, teriam
de as aplicar no âmbito de
uma Política Nacional de
Mobilidade Urbana, que terá
sido traçada de modo a que
todas as iniciativas convergissem para o mesmo fim e
se complementassem.
Até agora, pelo que temos vindo a observar, parece-nos que as acções tomadas, quer no âmbito das
legislações, quer nos meios
circulantes ou quer ainda nas
infra-estruturas, restringem-
-se às iniciativas e obras de
carácter rodoviário, privilegiando apenas os automobilistas. Porém, os problemas
da mobilidade das pessoas
são de uma abrangência
maior, onde os interesses
dos pedestres e dos ciclistas, por exemplo, deviam
ter sido também contemplados. Basta lembrar que
30 a 40% dos trabalhadores
deslocam-se casa/serviço/
casa a pé, e não de autocarros, por não poderem suportar o custo dos transportes
públicos que lhes consome
entre 25 a 30% dos seus salários e, pelo facto de não
haver passeios disponíveis
nas vias públicas ou pistas
que lhes seriam reservadas,
estão todos os dias pondo
em risco a sua segurança
ao transitar nas faixas de
rodagem reservadas aos automóveis.
Se tivéssemos uma Política Nacional de Mobilidade Urbana adequada, ela
contemplaria ou incentivaria, por exemplo:
A melhoria dos passeios
para a circulação de peões; a
criação de ciclovias; a criação de parques (gratuitos) de
estacionamento nos arredores da cidade, junto das estações de transporte público;
a criação, nas vias públicas
existentes ou a construir, de
filas de trânsito reservadas
aos transportes públicos,
permitindo fluidez de tráfego para os autocarros, táxis
e ambulâncias; a diversificação de horários de início
de actividades laborais nas
instituições e empresas (em
vez de todos iniciarem o
trabalho às 8 horas); a descentralização dos Serviços
Públicos (Finanças, Postos
de Saúde, Notários), o que
evitaria a deslocação para o
centro da cidade à busca destes serviços; o aumento de
transportes regulares usando
linhas férreas, por exemplo,
comboios e eléctricos, estes
últimos que, nas zonas urbanas, fariam a ligação entre
os respectivos bairros (Alto-
-maé, Xipamanine, Malhangalene, Aeroporto,etc), que
actualmente só se pode fazer
usando táxis ou “chopelas”
para quem dispõe de capacidade financeira para tal.
Precisamos de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana que estabeleça
linhas ou balizas de orientação no que se refere a:
Planeamento urbano;
transporte colectivo e individual; políticas públicas que
façam, por exemplo, a conjugação de serviços a prestar às populações por parte
dos vários tipos de transportes públicos e privados ou
a criação de passes sociais
para minimizar o custo dos
transportes; uso de tecnologia avançada na organização
da mobilidade de pessoas;
Formação de técnicos especializados, uma vez que,
de nada servirá a tecnologia
disponível se não a saberem usar e se não existir um
quadro técnico capacitado
para analisar e gerir os fenómenos ligados à mobilidade das pessoas; Sistema
de avaliação e actualização
periódicas dos planos traçados com base em políticas
estabelecidas; e elaboração
de estudos. Por exemplo,
seria interessante estudar
para saber, que impacto têm
os engarrafamentos de trânsito na economia nacional,
considerando o tempo perdido para a produtividade,
o combustível que se gasta
nas imobilizações prolongadas dos automóveis e o
que isso implica nos negócios. Quantos por centos
isto pode representar no
PIB nacional?
Parece estar bem perceptível que podemos ir construindo estradas, e podemos
ir aumentando o número
de autocarros, mas se estas
benfeitorias não possibilitarem às populações melhor
acessibilidade aos transportes, o interesse público
não terá sido acautelado. Se
estes autocarros e estradas
que vêm crescendo, supostamente com a finalidade
de proporcionar a fluidez
no trânsito, o conforto e a
segurança das pessoas nas
vias públicas, continuarem
a não estar ao alcance do
cidadão comum, significa
que as políticas de mobilidade usadas estão erradas,
uma vez que estão apenas
para servir o enriquecimento de alguns, ou ao serviço
de outros interesses alheios
à causa principal. Fazer
uma política de mobilidade
urbana cujo benefício não
é acessível às populações
não tem cabimento. No nosso país, tudo o que poderia
facilitar ou melhorar a vida
das populações demora
muito a ser implementado,
e a mobilidade das populações não podia fugir à regra.
Sobre esta demora de os benefícios chegarem às populações, podemos apresentar
alguns dos questionamentos
por elas manifestados:
_ Cahora Bassa é nossa,
mas quando é que a electricidade será mais acessível à
população?
_ O país dispõe de muito
gás, mas quando é que este
produto será mais acessível
para as populações?
_ Estamos a construir
muitas estradas, temos até
a maior ponte de África,
temos o MetroBus e já temos muitos autocarros, mas
quando é que as populações
terão uma mobilidade mais
acessível?
Quando nos referimos à
importância de se criar, em
primeiro lugar, uma Política Nacional de Mobilidade
Urbana e uma estratégia
de implementação, antes
de avançar-se com certos
empreendimentos, era para
serem evitadas situações
como as seguintes:
_ Parece não fazer sentido a divulgação por parte
do Conselho Municipal de
Maputo, quando anunciou
que vai criar ou já criou um
aplicativo para horários dos
transportes públicos nos diferentes destinos, se antes
não se garantir que haverá fluidez de trânsito nos
transportes públicos para
que possam cumprir os tais
horários divulgados pelo referido aplicativo;
_ Parece não fazer sentido que as pessoas desalojadas das cidades, para permitir a construção de estradas
e outras obras de arte, sejam
colocadas em locais longínquos, sem garantir postos
de saúde, escolas, e principalmente sem infra-estruturas rodoviárias e transporte,
uma vez que tal procedimento contraria o princípio
de facilitar a mobilidade
para as populações.
_ Parece não fazer sentido ter-se alargado a Estrada
Nacional nº 1 para permitir
acesso e saída facilitadas
à cidade de Maputo, bem
como ter-se reabilitado a
Av. da Marginal e, nestas
estradas, não se ter contemplado uma fila de trânsito
reservada aos transportes
públicos.
_ Parece não fazer sentido continuar a melhorar
somente os transportes e
pouco ou nada fazer para
melhorar a mobilidade dos
peões, que já nem sequer
podem usar os passeios;
Esta é a nossa análise,
visão e contribuição em relação ao tema deste escrito,
que certamente vale o que
vale, uma vez que reconhecemos que a Mobilidade
Urbana para os cidadãos é
um assunto muito complexo. Opinamos sem o objectivo de apenas criticar
ou de fazer criar a impressão de que tudo está mal, o
que não constitui verdade,
até porque merece-nos um
apreço muito especial o trabalho que vem sendo desenvolvido, por exemplo, pela
Agência Metropolitana de
Transportes em Maputo.
*DIRECTOR DA ESCOLA DE CONDUÇÃO
INTERNACIONAL
Sobre o Ambiente Rodoviário Cassamo Lalá*
8 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
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Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido
e Luís Cumbe
Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá,
Francisco Rodolfo e Samuel Matusse
Colaboradores: Dávio David e Elton da Graça
Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544
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zambeze.novomedia@hotmail.com
| opinião |
Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad
A diversidade na criatura de Deus
Deus criou inúmeras espécies,
tanto no reino animal como no
vegetal e no mineral, o que naturalmente revela a Grandeza do
Seu Poder, bem como a perfeição
criativa que Lhe é inerente.
Quando falamos de diversidade na criação de Deus, temos de
ter presente que isso em si prova
inequivocamente a Sua Unicidade,
pois toda a criação, por muito
diferente que seja, tem algumas
semelhanças com outra em vários
aspectos.
Por exemplo, o Homem, o
animal, os insectos, etc., todos
eles têm o cérebro na cabeça, onde
também se localizam dois olhos,
duas orelhas, um nariz e uma boca.
Todos têm pele, peito, barriga,
coração, etc. Movimentam-se,
respiram, alimentam-se e defecam.
Todos se reproduzem, e em
cada um há um sinal que testemunha que Quem o criou, o
distinguiu do outro, e deu-lhe
personalidade, é o Único Deus.
Ele nos ordena a reflectirmos
nos Seus sinais e na diversidade da
Sua criatura, conforme consta no
cap. 10, Vers. 101 do Qur’án:
“Olhai tudo o que há nos Céus
e na Terra”.
Também encontramos o Cap.
45, Vers. 4 – 5:
“Certamente, nos Céus e na Terra há (muitos) sinais para os crentes.
E na criação de vós próprios e dos
animais que Ele espalha, há sinais
para um povo convicto (na crença)”.
E sobre as cores, consta no Cap.
16, Vers. 13:
“E (pôs à vossa disposição) tudo
o que na Terra vos (multiplicou e)
espalhou de diferentes cores. Certamente, nisso há sinais para um povo
que aceita conselho”.
Ele colocou nos nossos olhos
lentes especiais através das quais
vemos tudo colorido. Imaginemos
os tempos idos, quando as fotos e
as imagens na TV eram todas a
preto e branco.
Deus diz no Qur’án, Cap. 39,
Vers. 21:
“Acaso não reparastes que Deus
faz descer água do céu, e fá-la penetrar (e jorrar) como fontes na terra?
Depois com ela produz plantas de
cores diferentes”.
Se vires um jardim, ou andares
por um campo cultivado, ou então
visitares uma aldeia, aí aperceber-
-te-ás do Poder de Deus, bem
como da perfeição nas coisas por
Si criadas. Veremos campos com
vegetação predominantemente
branca, outros com vegetação
vermelha, outros de cor verde,
etc., etc., etc.
Bom seria se todo o Humano, em presença de uma flor se
recordasse do seu Senhor, pois
na contemplação das suas pétalas
aperceber-se-á que elas concentram
mais do que uma cor, com uma
beleza que nem o maior artista
plástico seria capaz de pintar.
A diversidade de cores no mel
também é um outro sinal. Deus
diz no Cap. 16, Vers. 69 do Qur’án:
“Do seu ventre (isto é, da abelha)
sai uma bebida (mel) de diferentes
cores”.
Um outro sinal encontramos
nos Humanos e nos animais.
Consta no Cap. 35, Vers. 27 - 28
do Qur’án:
“Acaso não reparais que Deus
envia água (incolor) do céu, com a
qual produzimos frutos de diferentes
cores? E de entre as montanhas há
(algumas de) linhas brancas e vermelhas, de cores diferentes. E outras
extremamente negras; E também
de entre as pessoas, os animais e os
rebanhos, há cores diferentes”.
Se reflectirmos sobre como todos os Humanos, sendo descendentes de um único Pai – Adão – e uma
única Mãe – Eva – que tinham uma
única cor de pele, criados no início
da espécie humana, perguntar-nos-
-emos como é que os seus netos,
bisnetos e trisnetos adquiriram
cores de pele diferentes das deles.
Não há dúvidas que tal indica um
Grande Poder, pois todas as qualidades que os filhos adquirem dos
pais são transmitidas através de
cromossomas que o sémen transporta. Será que o esperma de Adão
tinha todas essas cores?
Sobre a diversidade, falemos de:
Povos - Consta no Qur’án, Cap.
49,Vers. 13:
“Ó gente! Nós vos criamos a
partir de um par de macho e fêmea,
e vos constituímos em povos e tribos”.
Deus na Sua infinita vontade
quis que houvesse povos diferentes,
e apesar de cada um desses povos
ser distinto e representar uma
sociedade específica, eles são obrigadas a relacionar-se com outros
povos, pois ninguém pode viver
de forma isolada.
Línguas - No Vers. 22 do Cap.
30 do Qur’án, consta:
“E entre Seus sinais está a
criação dos Céus e da Terra, e a diversidade de vossas línguas e cores”.
Não obstante Adão em vida
se tenha expressado apenas numa
única língua, os Humanos, seus
descendentes, não se expressam
todos numa única língua. Falam
línguas diferentes, e cada língua
é suficiente para expressar os
anseios, as vontades e os pensamentos de cada povo.
Impressões digitais - Encontramos no Qur’án, Cap. 75, Vers.
3 – 4:
“Acaso o Homem (descrente)
julga que jamais juntaremos seus
ossos (novamente, após a morte)?
Aliás, somos capazes (até mesmo) de reconstituir as pontas de
seus dedos”.
Isto demonstra o Grandioso
Poder de Deus, pois Ele não só
pode juntar os ossos de cada
indivíduo
após estarem desconjuntados,
como também pode reconstituir as
suas impressões digitais, mesmo
sendo diferentes de pessoa para
pessoa.
Qualidades no sémen e no
óvulo - No Cap. 76, Vers. 2 do
Qur’án consta:
“Certamente, Nós criamos o
Homem de uma gota misturada
(isto é, mistura de fluídos sexuais
de homem e mulher)”.
Sabores nas frutas – Sobre as
frutas temos no Cap. 13, Vers. 4
do Al’Qur’án:
“E na Terra há regiões vizinhas,
e jardins de videiras e plantações,
e tamareiras partilhando a mesma
raiz, e de raízes diferentes regadas
pela mesma água, embora fazemos
algumas delas melhores que outras
no sabor (e na qualidade)”.
E também no Cap. 6, Vers. 141:
“É Ele quem cria jardins com
(plantas) trepadeiras e não trepadeiras, as tamareiras, as plantações
cujos frutos são variados (no sabor
e na aparência)”.
Do dia e da noite – Deus diz
no Qur’án, Cap. 3, Vers. 190:
“Certamente na criação dos
Céus e da Terra, e na alternância da
noite e do dia, realmente há sinais
para os dotados de inteligência”.
E também no Cap. 10, Vers. 6:
“Certamente, na alternância da
noite e do dia, e no que Deus criou
nos Céus e na Terra, há sinais para
um povo que O teme”.
Nenhum Humano consegue
alcançar a dimensão da Grandeza
de Deus, por muito inteligente que
possa ser, e nenhuma caneta ou
livro conseguem descrevê-la.
Observemos a seguir mais algumas das Suas Grandezas, alguns
dos Seus Sinais.
Deus diz no Qur’án, Cap. 35,
Vers. 12:
“E não são iguais os dois mares
(isto é, tipos de água), uma é potável, doce, agradável de beber, e outra
é salgada, amarga”.
Consta ainda no Cap. 30,
Vers. 54:
Deus é Quem vos criou (num
estado) de fraqueza, Em seguida
deu força depois de fraqueza; Em
seguida deu fraqueza e cabelos
brancos (isto é, velhice) depois de
força”.
A diversidade é um sinal de
Deus. Glória Àquele que mantém
os Céus e a Terra, nos quais se
revela o Seu poder sobre todas
as coisas.
Glória Àquele que quando diz
a algo “seja”, de imediato, seja o que
for, lhe obedece.
Todas estas diversidades permitiram que o Mundo fosse presenteado com a beleza que ostenta.
E não obstante as diferenças que
nele encontramos, até mesmo nas
religiões e na forma de pensar e
agir da cada um, temos que respeitá-las e conviver com elas, pois só
assim é que o Mundo estará bem.
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 zambeze | 9
O povo está traumatizado em tempo de campanha. O entusiasmo do processo eleitoral vigente encontra momentos
de desmaio por causa dos ataques terroristas nalgumas vilas e
lugarejos da nortenha província de Cabo Delgado. Temos que
admitir que estes ataques dos últimos tempos representam um
salto qualitativo que não pode ser minimizado, de tal forma
que se tornam conversa de esquina nos dias de hoje, sendo
este um mal que vem desestabilizando o equilíbrio social e
económico nacional, incarnado na propagação do terror que
implica uma psicose de insegurança pela perversidades dos
ataques.
Os moçambicanos, mais concretamente a população que
reside nestes lugares, tem sabido resistir contra o terror, mas
não basta. É preciso no entanto mandar para bem longe a
ideia de que se trata apenas de vinganças,mas assumir que se
trata de uma verdadeira guerra sem quartel, onde tudo indica
que o objetivo é reivindicar algo do qual não se pode falar,
porque na verdade, para os analistas, as explicações para os
ataques são claramente insatisfatórias.
Por causa desta incerteza, tem sido difícil identificar e
neutralizar os malfeitores, ou pelo menos reduzir a ofensiva
criminosa destes loucos, se assim os quisermos apelidar,
que a cada dia acentuam os seus actos bárbaros, abalando a
confiança da sociedade e acentuando a ruptura de consensos democráticos básicos, uma vez que estes ataques podem
degenerar em ataques contra cidadãos estrangeiros. Admitamos. Famílias inteiras estão enlutadas pela estupidez dos
que matam em nome da fé, ou movidos por razões outras,
incompatíveis com o momento histórico de Moçambique, ou
seja a busca pela paz efectiva.
Dizem as crόnicas que o terrorismo é questão mundial.
Espalha o pânico em todos os cantos do planeta. Desafia
governos a encontrarem meios de se prevenir das agressões.
Acções mais enérgicas são essenciais a fim de conter os cobardes. Às nações se impõe a necessidade de criar uma rede
de inteligência para deter potenciais suspeitos de alinhamento
com a barbárie. Independentemente da nacionalidade, credo
ou etnia, a paz precisa ser construída. No enfrentamento do
terror, não pode haver concorrência. As alianças são indispensáveis, pois não existe outro meio de garantir a segurança
a todos os cidadãos. Os ataques terroristas estão voltando-se
para locais que, mesmo que sob forte vigilância, são vulneráveis aos ataques de indivíduos dispostos a matar. É um desafio
a mais para as forças policiais do mundo todo. Cá entre nόs.
Os moçambicanos hão-de encontrar uma forma de superar
esta etapa. Basta dar a mão à esperança!
Editorial
A campanha eleitoral está ao rubro. O engajamento da população aos comícios da Frelimo demonstra de forma inequívoca
a aceitação que o partido e seu candidato possuem, um
reconhecimento de que, independentemente de alguns erros
do passado, os muitos acertos do presente os tornam a única
esperança do povo moçambicano, não há melhor do que eles.
O que temos notado nesta campanha é o particular pragmatismo de Filipe Nyusi em esmiuçar as linhas gerais do seu
manifesto eleitoral. Está tão patente, em cada promessa que
lança, o rastilho que une a esperança da acção, da realidade, a
materialização verbal de um projecto de melhorar a vida dos
moçambicanos.
Um dos aspectos que salta à vista no manifesto, é a centralidade na promoção do trabalho e emprego principalmente para
a juventude, um grupo que há muito anseia escutar palavras e
ver acções que o coloca na centralidade das políticas públicas
em Moçambique.
Se olharmos na linha cronológica da governação de Nyusi,
encontramos algo interessante sob o ponto de vista de prioridades. Em 2014, durante a campanha eleitoral, prometeu tudo
fazer para trazer a paz em definitivo para o seu povo, e foi o que
fez ao assinar, recentemente, com o líder da Renamo, Ossufo
Momade (depois de, surpreendentemente, se ter encontrado
com o falecido Dhlakama, na Serra de Gorongosa).
Portanto, primeiro paz, depois tranquilidade na economia,
nos investimentos nacionais, o que em última instância garante
a criação de mais postos de trabalho para a juventude, que representa um número considerável de moçambicanos, mas que
tem reclamado maior atenção por parte dos decisores. Afinal,
sempre foi uma questão de estratégia e prioridade. Bem-haja.
Não há dúvidas de que é uma promessa que será realizada, se
tomarmos a realidade que o manifesto 2015-2019 nos mostrou,
desde o combate à corrupção, melhoria da qualidade de vida
dos cidadãos através da alocação de serviços públicos cada vez
mais próximo aos moçambicanos, o retomar da economia, a
descentralização que conferiu mais poder aos governos locais,
entre muitas outras conquistas.
Neste caso, como cidadão atento aos fenómenos políticos,
desprovido de politiquices, apenas olhando no ângulo da razão,
não tenho dúvidas de que Frelimo e Nyusi nunca estiveram
em melhores condições de ganhar as eleições como nesta,
compreendendo as promessas que lançam para o consumo
de todos. Tem um manifesto rico em ideias e, mais do que
isso, tem o candidato mais graduado em termos de trabalho,
um verdadeiro antídoto oportuno contra a dor de cabeça que
os demais falaciosos candidatos nos fazem sentir quando nos
vendem o peixe podre.
Daí que, sem reservas, endosso o meu voto a Nyusi e a Frelimo sem nenhum problema de consciência tendo em conta tudo
o que anteriormente descrevi, pois não há como fazer diferente,
principalmente nestas eleições em que a maioria dos candidatos da oposição só atrapalha mais do que ajuda, avaliando a
dissonância gritante que geram quando a música é conceber
e falar de um projecto sério para Moçambique desenvolver.
Mais não disse.
Emprego para Juventude:
Uma boa nova do manifesto
da Frelimo
| opinião |
Muphengula
Govelane "Canto da Cigarra"
Ataques terroristas:
a etapa que é preciso
saber superar!
Ontem hoje e amanhã Marcelino Silva – marcelinosilva57@gmail.com
O final do mês de Agosto e
o princípio do mês de Setembro ficarão na história como
momentos que marcaram pela
negativa, mais uma vez, a vida
de milhares de imigrantes, especialmente negros de alguns
países africanos que demandam a África do Sul à procura
de melhores condições de vida,
uma vez que nas suas terras de
origem as possibilidades de
uma vida social e económica
estável “estão fora de questão”,
por razões de natureza diversa.
Com efeito, mais uma vez,
cidadãos sul-africanos desencantados com as suas próprias
condições de vida, que estão
degradadas em consequência
da estagnação da economia e
por causa de outros factores,
descarregam as suas frustrações sobre os imigrantes, especialmente negros provenientes
de países como Moçambique,
Zimbabwe, Malawi, Nigéria, só para citar estes. Nessa
saga, destroem os bens dos
infelizes imigrantes, matam,
ferem, espezinham e pisoteam
os desgraçados. Ao procederem como procedem, fazem-no
em jeito de retaliação, já que
entendem que os estrangeiros
visados estão a roubar os empregos e as oportunidades de
negócio que “legitimamente”
lhes pertencem. Um argumento
falacioso como é bom de ver;
pois, como é do domínio público ninguém,lá na África do Sul,
proibe os nacionais de pedir
emprego, por exemplo nas minas, nas farmas, nas empresas
de construção, etc, ou de abrir
qualquer tipo de negócio.
Diz-nos a história que,
segundo o Banco Mundial a
África do Sul é um país com
uma economia considerada de
renda média alta A economia
do país é também considerada
a segunda maior do continente,
atrás apenas da de Nigéria, e a
25ª maior do mundo. São estes “perfomances” que fazem
dele o país mais apetecível para
muitos cidadãos que não encontram melhores condições de
vida nos seus países, neste caso
concreto alguns cidadãos de
Moçambique, Zimbabwe, Somália, Malawi e mesmo Nigéria. Sublinhe-se entretanto que
o êxodo dos estrangeiros para a
terra do rand remonta a muitas
décadas. Aliás, foi, e continua
a ser graças a participação dos
imigrantes que o país cresceu
economicamente até atingir os
patamares em que se encontra
hoje.
Xenofobia o que é?
De acordo com alguns
dicionários de língua portuguesa, xenofobia significa
aversão a pessoas ou a coisas
estrangeiras.O termo é de origem grega e se forma a partir
das palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo).
Pode-se também caracterizar
a xenofobia como uma forma
de preconceito ou ainda como
uma doença, um transtorno psiquiátrico. A xenofobia manifesta-se geralmente através de
ações discriminatórias e ódio
por indivíduos estrangeiros. Ou
ainda por intolerância e aversão
por aqueles que vêm de outros
países ou que manifestem diferentes culturas.
No caso em apreço, a onda
de xenofobia que de tempos a
tempos “varre” diversas regiões da África do Sul vitimando moçambicanos, nigerianos,
zimbabweanos, malawianos,
etc, é recorrente e demonstra
que as raízes do problema continuam intactas. Aliás, vários
analistas, tanto sul-africanos,
assim como dos países de origem das vítimas, são unânimes
num ponto:os promotores da
violência contra os estrangeiros
(negros) são movidos aparentemente por medo de perder
os seus status social e sua
identidade; receiam também
a possibilidade de perder vantagens na área económica a
favor do estrangeiro; têm pavor a possibilidade de perder
a oportunidade deter acesso
a a empregos a favor do estrangeiro. Aponta-se também
como catalisadores da onda
de violência xenófoba, uma
insuficiente informação intercultural, o que faz com que
o estrangeiro seja visto como
uma ameaça.
Numa análise antropológica mais aprofundada, a xenofobia pode tabém derivar
também da ideia de que o “não-
-nacional”representa algum
tipo de ameaça à identidade e
aos direitos individuais do cidadão nacional. Esta percepção
pode conduzir ao exacerbamento do sentimento de de nacionalismo. Chegados aqui pode-se aferir que o discurso do
Rei Zulu, de Março de 2015, de
que os estrangeiros eram culpados do aumento da criminalidade e que por isso deviam deixar
o País, pode ter contribuído
para agravar os sentimentos já
nada simpáticos em relação aos
imigrantes.
Perante uma realidade que
parece ter vindo para ficar –
lembre-se que desde o fim do
Apartheid, o mundo já assistiu
várias edições xenófobas, umas
mais violentas mais do que as
outras, importa, na minha modesta opinião, direccionar as
análise para a seguinte direcção: porque é que os nossos
concidadãos, assim como os de
outros países, decidem abandonarem os seus países indo
sujeitar-se, recorrentemente, a
uma vida de risco, de incerteza e de medo permanente? E,
sobretudo, quais os caminhos
a seguir, para inverter o actual
ciclo?
Xenofobia na RAS: Que ilações tirar?(1)
10 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
TINFANELO TAVUMHUNU (Direitos Humanos)
Hoje em dia parece que em
todo lado faz-se jus ao ditado
que diz: “Favor não compra
pão”!
Até em locais onde outrora era impensável que alguém
pudesse exigir alguma gratificação, hoje se o cidadão não
“soltar” voluntariamente, é
cobrado“coercivamente”!E se
der pouco, é olhado de esguelha ou enxovalhado! Numa das
morgues, quando os familiares
dum defunto iam levantar o
cadáver, o cangalheiro cobrou-
-lhes“gratificação”! Aqueles,
estando desprovidos de valores, lá soltaram uma nota de
vinte meticais, mas o raio do
insensível almocreve ripostou: “Ah! Se não têm dinheiro,
pronto! Aproveitem esses centavos para comprarem flores!”
Será que os almocreves ignoram que a morte bate a porta
sem nos ter dado tempo de organizar dinheiro seja para o que
for? Porquê tanta insensibilidade e desumanidade?!
Na escola, são poucos os
professores que podem reprovar um aluno, tendo ele ou os
seus pais a possibilidade de soltar mola...
Na polícia e na justiça é o
que já sabemos... O povo chega
a crer que a justiça é só para os
pobres e que só são presos os
pilha galinhas! Mesmo quando
se prendem os graúdos, malta
Taípo, Ndhambini, Gregório
etc., o povo pensa que é simples teatro para impressionar
os doadores e lhes fazer esquecer as dívidas ocultas do mano
Guebas...
O terreno que dantes era
simplesmente oferecido, hoje
custa os olhos da cara, apesar
de a lei continuar a dizer que a
terra não se vende...
No primeiro recenseamento
geral da população os recenseadores não receberam nem um
“tusto”, mas os de hoje até fazem greve quando o INE (Instituto Nacional de Estatísticas)
demora soltar a mola!
Mas o que terá feito os moçambicanos de hoje ficar então
diferente sdos de ontem que até
iam a ceifa de arroz no Chókwé
sem exigir nada em troca? Será
a carestia da vida? Pode ser!
Mas os dirigentes de hoje de
repente também começaram a
ficar muitíssimo diferentes dos
de ontem! Os de ontem podiam
tachar sim, mas limpavam a
boca, para dar a entender ao
povo que o país era pobre! Até
malta mano Guebas ontem ia
aos comícios de Samora trajando caqui! O povo, mesmo
desconfiando que pelo menos o
dirigente camarada mano Guebas não podia ter só caqui no
seu guarda-fatos, mas por causa do temor ao SNASP,fingia
acreditar! Outrora, o dirigente
que deixasse a barriga crescer,
Samora “dava carolo”, como
quem diz:” Maluco, assim o
povo vai perceber que a pobreza deste país só está no nosso
discurso! Tira esse bucho!”
Hoje, todo povo, incluindo os
voluntariosos fervorosos chefes de quarteirão, já quer dinheiro! Porquê? Porque alguns
(muitos) dirigentes de hoje taxam e não limpam a boca! Andam todos gordos, já ninguém
repreende os barrigudos! Eles,
os seus filhos, concubinas, enteados, etc. são ricos para o
carraças! Andam em carros luxuosos, fazem ralis, “grifam”
maningue... Por conseguinte, o
povo já percebeu que a pobreza
deste país só está na narrativa
frelimista, porque se na verdade Moçambique fosse assim
tão pobre, onde é que os nossos dirigentes iriam buscar a riqueza que ostentam paradepois
exortarem a nós outros para
consentirmos sacrifícios?! Sendo assim, o povo sentenciou:
“Que se lixem esses gajos! Se
ser rico não é pecado, vamos lá
todos ficar ricos!”. Para voltarmos aos bons tempos “Samorianos”, onde nem tudo custava dinheiro, reinava o amor
ao próximo, alguns dos nossos
actuais dirigentes devem deixar
de “fanar” e ostentar riqueza!
Desse modo o povo acreditará
que o país é pobre e que nem
tudo deve custar dinheiro! Aqui
fica uma singela homenagem a
Samora ! Bayethy Samora, será
que Moçambique ainda será túmulo da burguesia?!
Que se lixem esses gajos! Se ser rico não é pecado,vamos lá todos ficar ricos!
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | opinião | zambeze | 11
Nova Democracia em Gaza
Detenção de “Refiller Boy”
populariza sua campanha
A população da cidade de Chokwé, inconformada pela detenção ilegal do Refiller Boy, cabeça-de-lista da Nova Democracia, na província de Gaza à AR, amotinou-se no comando
distrital de Chokwé, exigindo que as autoridades soltassem
aquela figura, uma vez a polícia não tinha provas para explicar o crime de que era acusada.
Depois das autoridades policiais soltarem o
cabeça-de-lista
da Nova Democracia, Félix Silva, mais conhecido por Refiller Boy, o partido escalou os bairros daquela
urbe, numa caravana bastante
concorrida pela população, desejando testemunhar a libertação do filho da casa.
Falando ao Zambeze, a advogada do caso da detenção do
Refiller Boy, disse que houve
graves violações da lei. Aliás,
não havendo provas concretas
que justificassem a detenção,
a polícia foi obrigada a soltar a
vítima.
A lei eleitoral diz que os
candidatos não podem ser detidos, durante o período que decorre a campanha eleitoral, os
45 dias, que antecedem a eleição, salvo casos que o candidato seja encontrado em flagrante
delito, a cometer crime, cuja
moldura penal corresponde à
pena de prisão maior.
“Logo a prior, a detenção
do candidato não observou
esta lei, num país democrático,
como se canta. Portanto, foi
revista a situação dele e absolveu-se, porque se viram irregularidades”, indicou a advogada.
O candidato a AR, pelo
partido ND, não tem dúvida de
que se trata de perseguição promovida pelo partido no poder,
que se sente ameaçado ao notar
uma campanha com manifesto
eleitoral que vai de encontro
àquilo que são as preocupações
do povo.
Refiller Boy foi detido, também apreendidas suas viaturas,
quando apresentava a queixa
à polícia contra membros do
partido Frelimo que atacaram a
sua caravana, em plena campanha, no posto administrativo de
Chilembene.
Tudo começa quando grupo
de membros do partido Frelimo, encabeçados pelo secretário distrital da OJM, braço da
Frelimo, atacou a caravana da
Nova Democracia, no posto
administrativo de Chilembene,
em que quebraram a viatura do
Refiller Boy. Depois daqueles
terem tentado, sem sucesso,
inviabilizar a campanha, o partido ND tratou de denunciar
agressões dos supostos membros e simpatizantes da Frelimo às autoridades policiais do
comando distrital de Chokwé.
A polícia solicitou ao Refiller Boy e sua comitiva para
que depusessem em relação ao
ataque sofrido, entretanto, ao
chegar a esquadra, membros da
ND são detidos acusados das
agressões de que denunciavam,
uma clara situação de instrumentalização da polícia.
Inesperadamente, a polícia
lavrou auto onde afirma não ter
detido ninguém, na sequência
das escaramuças, embora Refiller Boy tivesse estado sob
custódia policial.
O cantor “Refiller Boy”,
tido como um dos melhores
cantores da província de Gaza,
também conhecido pelas suas
músicas de crítica social para
os políticos moçambicanos, decidiu aventurar pelo mundo da
política.
“Queremos levar problemas de
Gaza à AR”
Segundo a fonte, as suas
músicas trazem mensagens que
os deputados deviam levar a
Assembleia da República, uma
vez que retratam problemas
quotidianos pelos quais passa
o povo.
Por outro lado, entende a
fonte que a província de Gaza
não desenvolveu porque as
pessoas que deviam levar os
problemas do povo à AR nada
fizeram, desde vias de acesso, o sector da agricultura,
que apesar de ser considerado
base da economia do país e de
alimentação, foi esquecida,
tomando como exemplo o regadio do baixo Limpopo, não
capitalizado.
“Se prestaram bem atenção, teriam visto que a estrada
Macia/Chokwé não merece ser
uma EN206, com tanta cova
que dá uma pena ir a uma cidade. No tempo de Samora
Machel, éramos o celeiro da
nação, porque Chokwé produzia”
“São estes pilares que quero defender na AR. O trabalho
de um deputado não é ir a AR
para bater palmas ou dormir, é
ir falar dos problemas do povo
para serem resolvidos. Para
quem conhece meu reportório
musical já sabe que só faltava
oportunidade para poder proclamar deputado da AR”.
LUÍS CUMBE
Tem início no primeiro semestre do próximo ano e com a
duração de um ano, o primeiro
inquérito nacional sobre o impacto do acesso a energia sustentável, revelou recentemente
o Director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas do Instituto Nacional de Estatística
(INE), Dr. Adriano Matsimbe.
Trata-se de uma operação estatística que tem como objectivo
principal a recolha de dados
que contribuam para o conhecimento sobre o acesso e impacto da energia sustentável junto
dos Agregados Familiares em
Moçambique. A informação
a ser recolhida irá contribuir,
por outro lado, para a chamada
“iniciativa Energia Sustentável
para Todos”, inscrita nos Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas.
A realização da iniciativa,
que conta com o financiamento da NORAD – Agência Norueguesa de Desenvolvimento,
está a cargo do INE e conta com
a participação do Ministério
dos Recursos Minerais e Energia e da Empresa Pública Electricidade de Moçambique. Entre outros objectivos a alcançar,
destaca-se o desenvolvimento e
fortalecimento das capacidades
do INE nos capítulos técnicos e
de recursos humanos, a criação
de bases que contribuam para
melhorar a planificação das actividades do sector baseada em
evidências, cujo objectivo final
é facilitar o acesso a energia
sustentável em todo o país.
Espera-se, por outro lado,
que os dados a serem recolhidos venham a contribuir para
a criação de uma plataforma
de informação que facilite a
alocação de recursos de forma
economicamente rentável e de
acordo com prioridades definidas, bem como contribuir para
facilitar a medição do nível do
acesso à energia sustentável e o
seu impacto no desenvolvimento económico e no bem-estar
das comunidades.
A anteceder o inquérito, foi
realizado recentemente, nos
Distritos de Xai-Xai e de Limpopo em Gaza, um pré-texte,
enquadrado na preparação de
um inquérito piloto destinado
a avaliar a operacionalidade de
todo conjunto de instrumentos
desenhados para medir o impacto do Acesso a Energia Sustentável.
Refira-se que o acesso as
energias renováveis constitui
o sétimo objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
e da agenda 2030 das Nações
Unidas. O cumprimento deste
desafio requerer actividades
coordenadas de monitoria e
avaliação do impacto de implementação dos projectos ligados
à energia.“No caso particular
de Moçambique, a Agencia
Norueguesa para o Desenvolvimento (NORAD) tem participado activamente no apoio
às iniciativas governamentais
e do sector empresarial de electrificação e acesso a energias
renováveis e sustentáveis nas
comunidades”, referiu o Director de Estatísticas Sectoriais e
de Empresas do INE, adiantando que no quadro do apoio do
organismo norueguês, foi assinado um Memorando de Entendimento no qual figura entre
outros objectivos, a realização
do Inquérito sobre o Impacto
do Acesso à Energia Sustentável em Moçambique em 2020.
(M. Silva)
INE realiza inquérito
sobre impacto da
energia sustentável
12 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
Denuncia a Amnistia Internacional
Ataques ensombram período eleitoral
A Amnistia Internacional
publicou, nesta terça-feira,
um briefing sobre direitos
humanos para todos os partidos e candidatos que participam no acto eleitoral em
Moçambique, após revelar
um catálogo chocante de abusos perpetrados contra defensores dos direitos humanos,
activistas, jornalistas e outros
membros da sociedade civil
ao longo dos últimos anos.
Obriefing, designado Virar a página! Um manifesto de direitos
humanos para
os partidos políticos moçambicanos e para os seus candidatos,
descreve em pormenor dúzias
de exemplos de proeminentes
activistas da sociedade civil e
jornalistas que são confrontados
com actos de intimidação, assédio e violência devido ao seu
trabalho, no período que antecede as eleições de 15 de Outubro.
“Em Moçambique, quem
desafia o governo sofre consequências devastadoras, incluindo raptos, detenções arbitrárias
e ataques físicos. Quem denuncia, fá-lo por sua própria conta e
risco,” disse Deprose Muchena,
Director Regional da Amnistia
Internacional para a África Austral.
“Os dirigentes da sociedade
civil, jornalistas, os defensores
dos direitos humanos e os activistas estão a enfrentar mais riscos à medida que o país se aproxima do dia das eleições. Este
briefing dá conta de um padrão
de violações dos direitos humanos que todos os partidos políticos e candidatos devem levar a
sério e ao qual se devem opor no
momento em que vão às urnas.”
Assédio e intimidação
No rescaldo das eleições
municipais de Outubro de 2018,
os dirigentes de organizações da
sociedade civil, os defensores e
activistas dos direitos humanos,
entidades religiosas e comunicação social foram vítimas de
assédio e intimidação, tendo
inclusivamente recebido ameaças de morte pelo seu papel na
monitorização e divulgação dos
resultados após o acto eleitoral.
Receberam mensagens
ameaçadoras, avisando-os que
“tivessem cuidado” e que os
seus “… dias estão contados”
só por fazerem o seu trabalho.
Alguns foram inclusivamente
ameaçados de que “desapareceriam sem deixar rasto”. Foram
acusados de contribuírem para
a derrota do partido no poder,
a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), por
colocarem pessoas a monitorizarem as mesas de voto e publicarem resultados eleitorais ao
vivo e em directo.
Dois jornalistas foram ameaçados por publicarem informações relacionadas com as
eleições nas redes sociais na
Província de Tete, tendo o director do semanário Malacha
recebido ameaças de morte por
ter publicado resultados eleitorais na página do seu jornal no
Facebook.
Execuções extrajudiciais, desaparecimento forçado, tortura e
outros maus tratos
Andre Hanekom, um empresário sul-africano, morreu
num hospital em Pemba em
Janeiro de 2019. Hanekom foi
atingido no braço e no estômago e raptado em Agosto de 2018
por quatro homens encapuzados
e armados com AK’47 no distrito de Palma, província de Cabo
Delgado. Ficou detido pelas forças de segurança do Estado em
circunstâncias misteriosas e foram negadas visitas de familiares durante a sua detenção, apesar de um juiz ter considerado a
sua detenção ilegal e ordenado
a sua libertação provisória sob
fiança. Durante a sua detenção
pelos militares, Hanekom terá
sido alegadamente sujeito a tortura e a outros maus tratos.
Em 27 de Março, atiradores
desconhecidos raptaram Ericino de Salema, um advogado de
direitos humanos e comentador
político, no exterior dos escritórios da União Moçambicana
de Jornalistas em Maputo. Os
homens agrediram-no, partiram-lhe os braços e as pernas,
tendo-o posteriormente abandonado na estrada, deixando-o
como morto. Salema, uma voz
crítica bem conhecida no país,
foi avisado pelos homens de que
“fala demais” e que queriam
dar-lhe uma lição. Antes do ataque, tinha recebido telefonemas
ameaçadores de indivíduos não
identificados.
Ataques a pessoas, detenções e
prisões arbitrárias
Ataques brutais na Província
de Cabo Delgado por um grupo
extremista local conhecido localmente como ‘Al-Shabab’ são
responsáveis pelo menos por
200 mortes e forçaram milhares
de pessoas a fugir de suas casas
desde Outubro de 2017.
Os ataques têm continuado
apesar de uma forte presença
militar nas zonas afectadas. A
província passou a ser uma zona
interdita a jornalistas, investigadores, académicos e organizações não-governamentais, e
muitas pessoas que têm tentado
aceder à zona têm sido detidas
arbitrariamente pelas forças de
segurança sem mandados de
captura.
Por exemplo, o jornalista
Amade Abubacar passou quase
quatro meses em prisão preventiva no início deste ano por ter
noticiado os ataques e a população em fuga.
Enquanto esteve detido,
Amade foi sujeito a maus tratos,
incluindo 12 dias em regime de
incomunicabilidade numa prisão militar, sendo-lhe negada
a visita de familiares e não lhe
tendo sido prestados os cuidados médicos devidos. Enfrenta várias acusações, incluindo
“instigação pública com uso de
meios informáticos”.
Em 30 de Junho de 2018,
Pindai Dube, um jornalista do
Zimbabué, que trabalhava para
a eNCA, uma estação de televisão de notícias independentes com base em Joanesburgo,
na África do Sul, foi detido em
Pemba enquanto fazia investigação na província de Cabo
Delgado. Foi acusado de espionagem e libertado após três dias,
sem qualquer acusação. Não se
sabe ao certo qual a razão pela
qual as forças de segurança não
permitem a ninguém o acesso
àquela zona.
Supressão da liberdade de
expressão, associação e reunião
pacífica
Nos últimos cinco anos, as
autoridades têm intensificado
a repressão dos direitos à liberdade de expressão, reunião
pacífica e associação.
Em 18 de Janeiro de 2019,
Fátima Mimbire, defensora
dos direitos humanos e, à data,
investigadora no Centro de Integridade Pública (CIP), recebeu mensagens intimidatórias
e ameaças de morte através
das redes sociais. Os ataques
começaram depois de a sua
organização ter lançado uma
campanha denunciando uma
medida do Governo moçambicano que visava o reembolso de US$ 2 mil milhões em
empréstimos que tinham sido
secreta e ilegalmente obtidos
para criar três empresas públicas. Militantes destacados
da FRELIMO tinham andado
a instigar violência contra ela
nas redes sociais, incluindo a
deputada Alice Tomás, que
apelou a que Fátima fosse
“violada por 10 homens fortes e energéticos que lhe dêem
uma lição.”
Em 2 de Dezembro de
2017, um atirador ameaçou
matar Aunício da Silva, um
jornalista de investigação e
director do IKWELI, uma publicação semanal da cidade de
Nampula, no norte de Moçambique. O atirador acusou da
Silva de publicar artigos que
manchavam a imagem de um
político local. Da Silva continuou a receber ameaças de
morte através do telemóvel e
por SMS pelas investigações
que fez sobre o tráfego ilegal
de recursos naturais, pessoas
e estupefacientes, bem como
sobre alegações de corrupção,
fraude eleitoral e apropriação
de terras.
Em 23 de Julho, o Conselho de Ministros emitiu um decreto que obriga os jornalistas
e a comunicação social ao pagamento de taxas proibitivas
de acreditação e licenciamento
para a imprensa local e internacional que queira dar notícias sobre o país.
“À medida que Moçambique se aproxima das eleições
que terão lugar dentro de menos de um mês, os partidos
políticos e candidatos que as
disputam têm de se comprometer com uma cultura de respeito pelos direitos humanos
e traçar um plano concreto de
construção de uma sociedade
respeitadora dos direitos,” disse Deprose Muchena.
“O respeito integral pelos
direitos humanos de todas as
pessoas deve ser a nova pedra
angular do Moçambique pós-
-eleições. Tudo o que seja menos não é aceitável.”
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | NACIONAL | zambeze | 13
Ex-director do Credit Suisse mamou 5.7 milhões de dólares
O cidadão inglês Surjan
Sing, ex-director na instituição
financeira internacional Credit
Suisse, pode ter recebido, pelo
menos, 5,7 milhões de dólares
americanos no esquema de lavagem de dinheiro associado
às “Dívidas Ocultas” de Moçambique.
Singh assumiu a culpa, semana passada, num tribunal de
Brooklyn, Nova Iorque.
Na audiência, Singh admitiu ter recebido “milhões de
dólares de comissões ilegais”,
mas não especificou o montante que permitiu a sua facilitação do empréstimo do Credit
Suisse a Moçambique.
Contudo, o juiz William
Francis Kuntz disse-lhe que
enfrenta a confiscação de 5,7
milhões de dólares, facto que
Singh reconheceu.
O antigo executivo está
em liberdade sob fiança e teve
permissão para regressar a
Londres, onde mora, devendo
comparecer ao tribunal sempre que solicitado.
O acordo entre ele e o tribunal está selado.
Singh é o terceiro ex-
-funcionário do Credit Suisse
a aceitar a culpa na lavagem
de dinheiro, depois da búlgara Detelina Subeva e do neo-
-zelandês Andrew Pearse.
Os três, em conluio com
Jean Boustani, da empresa naval Prinvivest, de Abu Dabi, e
altos funcionários do Governo
moçambicano beneficiaram
de mais 200 milhões de dólares desviados de empréstimos
feitos para alegadamente para
a pesca de atum e protecção
costeira.
Da parte moçambicana, o
acusado mais mediático é Manuel Chang, ex-ministro das
Finanças e deputado, detido
na África do Sul, a pedido dos
Estados Unidos e que aguarda
a sua extradição para o Moçambique ou Estados Unidos.
A próxima audição para
a decisão da extradição de
Chang será a 16 de Outubro.
(VOA)
Segundo a Economist
Acordo é importante para a credibilidade
A Economist Intelligence
Unit (EIU) considera que o
acordo de reestruturação da
dívida soberana de Moçambique é um “marco importante para a credibilidade”
mas alertou que os casos judiciais sobre os empréstimos
podem trazer complicações.
“Reestruturar a dívida soberana é um marco importante
para melhorar a credibilidade
de Moçambique junto dos investidores e permitir o acesso
da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos aos mercados de
capitais”, lê-se numa análise ao
acordo alcançado a 9 de Setembro com os investidores.
Na nota enviada aos clientes pelos peritos da unidade de
análise da revista britânica The
Economist, e a que a Lusa teve
acesso, alerta-se, no entanto,
que “apesar do processo de reestruturação em curso, os empréstimos mais avultados continuam
por resolver, e podem complicar
a completa normalização da relação com os credores”.
Os portadores de títulos
soberanos de Moçambique
aprovaram a reestruturação da
dívida de 726,5 milhões de dólares (656 milhões de euros) que
teve origem na empresa pública
Ematum, anunciou o Governo a
9 de Setembro.
“A proposta foi aprovada
por meio de uma deliberação
escrita dos obrigacionistas detentores de 99,5% do valor
agregado do capital das notas
existentes em dívida”, lê-se
em comunicado do Ministério
da Economia e Finanças, que
adianta que o voto favorável
“inclui o Grupo Global de Obrigacionistas de Moçambique”,
que representa 68% dos títulos
e que já tinha declarado apoio
à proposta, restando chegar aos
75% de votos favoráveis para a
reestruturação ter efeito - fasquia que foi superada.
“A resolução escrita entrará
em vigor após a satisfação das
condições de liquidação e espera-se que a distribuição inicial
dos direitos ocorra no dia 30 de
setembro de 2019”, acrescenta o
comunicado.
Regresso aos mercados
Para a EIU, “Moçambique
precisa de regressar aos mercados internacionais para angariar fundos para a sua participação nos projectos do gás” que
prometem mudar a economia
do país, e já em Julho adiou a
angariação de 3,2 mil milhões
de dólares para garantir a entrar no projecto de 20 mil
milhões operado pela Anadarko.
“Adiar a emissão de dívida vai ajudar a reduzir o risco
e pode resultar em melhores condições”, consideram
os analistas, concluindo que
“quando o Governo começar
a receber receitas da exploração do gás natural liquefeito,
vai estar em melhores condições de pagar as dívidas,
conseguindo mais facilmente
acomodar taxas de juro mais
elevadas”.
O caso das dívidas ocultas está relacionado com as
garantias prestadas pelo anterior executivo moçambicano,
durante os mandatos de Armando Guebuza, a favor de
empréstimos de cerca de 2,2
mil milhões de dólares (dois
mil milhões de euros) para as
empresas públicas Ematum,
MAM e Proindicus.
A justiça moçambicana
e a justiça norte-americana,
que também investiga o caso,
consideram que parte desse
dinheiro foi usada para o pagamento de subornos a cidadãos moçambicanos e estrangeiros. (Lusa)
Dívidas ocultas
14 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
José Matlhombe Zoom
| NACIONAL |
Em 24 anos de existência
A Politécnica forma perto de
dez mil profissionais
Ao longo dos 24 anos da
sua existência, a Universidade
Politécnica já graduou um total
de 9.567 estudantes, dos quais
3.473 bacharéis, 5.367 licenciados, 225 mestres e 502 estudantes completaram cursos de
pós-graduação.
Para o próximo ano, o
maior estabelecimento privado
de ensino superior do país espera atingir e ultrapassar a marca de 10 mil graduados, conforme referiu o reitor, Narciso
Matos, no decurso da XXI cerimónia de graduação, ocorrida
no sábado, 14 de Setembro, em
Maputo.
Na ocasião, foram graduados 439 estudantes, sendo 407
licenciados e 32 mestres. Do
conjunto de estudantes licenciados de 23 cursos, 252 são
mulheres, o que corresponde à
maioria dos graduados.
“Estamos decididos a ser
e permanecer como uma das
melhores universidades de Moçambique”, disse Narciso Matos, assegurando aos presentes
na cerimónia que a instituição
está a trabalhar para ser uma
universidade ainda melhor em
2020, do que em 2019.
Para o efeito, segundo explicou, a Universidade Politécnica submeteu todos os seus
cursos a um processo completo
de auto-avaliação externa realizada pelo Conselho Nacional
de Avaliação de Qualidade do
Ensino Superior (CNAQ). “A
preparação, as conclusões e
recomendações deste processo
estão já a promover, com certeza, a melhoria dos nossos cursos”, frisou.
Num outro desenvolvimento, Narciso Matos indicou
que foi iniciado um processo
de revisão curricular, através
do qual todos os cursos serão
actualizados num processo de
consulta com professores, estudantes, graduados, empregadores e ordens profissionais,
nomeadamente a Ordem dos
Engenheiros de Moçambique, a
Ordem dos Advogados, Ordem
dos Médicos, Ordem dos Contabilistas e Auditores, Ordem
dos Enfermeiros, entre outras
agremiações.
Desde modo, espera-se
que, em 2021, os cursos sejam
actuais e melhor organizados
do que agora, razão pela qual
todos os professores estão a
ser submetidos à formação em
comunicação oral e escrita em
metodologia de investigação
científica, em pedagogia e psicologia da educação e em informática aplicada à educação
superior.
“Celebrem este dia e esta
meta. É fruto da vossa determinação. Lembrem-se de que
o conhecimento avança todos
os dias. Muito do que aprenderam no primeiro ano dos vossos cursos, hoje já precisa de
ser actualizado. Muito do que
o vosso certificado representa está ainda por ser, porque o
certificado significa, acima de
tudo, que vocês estão habilitados a continuar a aprender de
modo independente”, realçou
Narciso Matos.
Falando em representação
dos graduandos, Ludmila Rangel, referiu que a graduação impulsiona outras buscas e, acima
de tudo, abre novos horizontes
visando um futuro brilhante.
“Sempre acreditamos que
este dia chegaria, pois esforçamo-nos e buscamos, dia após
dia, condições para a concretização do nosso sonho. Mas
não foi um percurso apenas
de glórias, uma vez que houve
momentos em que fomos colocados à prova. Passamos por
momentos de aflição, desespero e noites em claro, ausência
no seio familiar, mas foi por
um bom motivo”, disse.
Cancro da mama
Uma “guerra” contra inimigo invisível
zamb
suplemento fem
e
inino
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As estatísticas mostram que o cancro da mama é o segundo mais frequente na mulher em Moçambique e em média registam-se 1.090 casos por ano, sendo a maior parte em
estado avançado da doença e com poucas possibilidades de
cura. Em termos absolutos, anualmente, Moçambique regista 20 mil novos casos de diferentes tipos de cancro, que
tem como consequência 17 mil mortes, sendo salvas apenas
três mil pessoas.
A nível planetário, os dados também não são animadores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), até 2020 serão diagnosticados mais de 1,2 milhões
de pessoas com cancro da mama por ano em todo o mundo
(correspondente a toda população da cidade de Maputo).
Tal número representa um aumento de 26% em relação ao
número de mulheres, que até 2007, tinham sido diagnosticadas com cancro da mama.
Para fazer face ao quadro negro do cancro da mama,
Moçambique tem adoptado alguns programas de prevenção, que passa em expandir a rede sanitária que visa a prevenção e tratamento da doença.
A título de exemplo, em Outubro do ano passado, a esposa do Presidente da República, Isaura Nyusi, lançou o
projecto “Outubro Rosa”, uma campanha de sensibilização
e rastreio do cancro da mama.
“Estamos a apostar nas medidas de prevenção. Nos últimos anos, o nosso governo, com apoio dos parceiros, tem
envidado esforços no sentido de expandir a rede sanitária
especificamente com programas de prevenção e tratamento
dos cancros de mama e do colo do útero”, disse a esposa
do PR.
O que as mulheres pensam
sobre o cancro da mama
Hoje em dia é quase impossível falar de algo tão real, que mexe com a sensibilidade de tantas mulheres e que preocupa o país e o mundo, sem que haja um conhecimento básico por parte da população
feminina.
O jornal Zambeze foi às ruas para perceber até que ponto as mulheres tem conhecimento sobre esta
doença.
Sheila Mahumane, jovem de 23 anos de idade, residente no bairro da Mafalala, cidade de Maputo,
deixou-nos de boca aberta ao despejar o conhecimento que possui em relação ao tema.
“Cancro da mama é um tumor que inicia como um nódulo no ceio e pode ser benigno ou maligno
dependendo de como vai actuar ou se manifestar no organismo de cada mulher. O tumor benigno normalmente é composto de nódulos pequenos que não causam tantos danos, com tratamento normal pode
ser eliminado já o maligno só pode ser eliminado por cirurgias correndo o risco de ter de se cortar a
mama ou mesmo perder a vida”, afirma.
Como forma de me precaver do cancro da mama faço o exame diário (apalpo a mama para ver se
tem um nódulo ou algo anormal no ceio), disse Sheila, acrescentando o que o cancro da mama pode ser
fatal quando descoberto num estágio mais avançado.
“Não tenho cancro da mama, mas conheço algumas mulheres que tem passado dias tenebrosos por
conta dessa doença indesejável e o conselho que deixo as mulheres que não sofrem do cancro da mama
é que controlem a sua saúde, através dos exames diários e para as que sofrem do cancro da mama desejo
muita força e que cumpram com o tratamento”, Sheila aconselha.
Marta Manuel, de 35 anos de idade, é vendedora no mercado Xiquelene (Praça dos combatentes),
vive no bairro Polana-caniço, uma senhorita bastante reservada e mesmo assim sentiu a necessidade de
dar a sua contribuição em relação ao assunto em questão.
16 | zambeze | suplemento femenino | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
Auto-exame da mama é fundamental
O auto-exame da mama deverá ser feito mensalmente para avaliar quaisquer alterações nas mamas.
Quando faz este exame, é importante lembrar que as
mamas são diferentes, de mulher para mulher, e que
podem surgir alterações, devidas à idade, ao ciclo
menstrual, gravidez, menopausa, ou à toma de pílulas
anticoncepcionais, ou outras hormonas. É normal sentir que as mamas são um pouco irregulares, e não lisas.
Também é comum que as mamas se apresentem inchadas e sensíveis, no período antes da menstruação.
Se notar algo não usual, durante o auto-exame da
mama ou em qualquer outra altura, deve sempre contactar um médico, logo que possível.
A melhor altura para realizar o auto-exame da
mama é aproximadamente uma semana depois da
menstruação (no fim do período menstrual). Se não
tem uma menstruação regular, deverá realizar, preferencialmente, o auto-exame sempre no mesmo dia de
cada mês.
Para realizar o auto-exame de forma correcta, deverá colocar-se de pé, em frente a um espelho, com os
braços caídos ao longo do corpo. É importante estar
relaxada e certificar-se de que pode fazer o auto-exame calmamente, sem interrupções.
• Compare as duas mamas, tendo em atenção a
forma e o tamanho. Não é invulgar que uma mama seja
maior que a outra. Verifique se as mamas apresentam
nódulos ou saliências; observe se houve alguma mudança no tamanho ou aspecto das mamas (como sejam
a formação de rugas ou pregas, depressões ou descamação da pele). Verifique se os mamilos estão normais
(ou, pelo contrário, se estão retraídos ou escondidos).
No mamilo, tente detectar a possível presença de nódulos, o aparecimento de algum tipo de secreção ou perda de líquido. Observe as mesmas características mas,
agora, com os braços em diferentes posições.
• Levante o braço esquerdo. Examine a mama
esquerda com a mão direita, pressionando com a ponta
dos dedos. Palpe a mama esquerda, de forma minuciosa
e calma. Comece pela extremidade exterior, realizando
movimentos circulares. Palpe toda a mama. Examine,
também, a área próxima da axila, passando pela clavícula, bem como a zona abaixo da mama.
• Pressione, suavemente, o mamilo e verifique
se existe algum tipo de secreção ou perda de líquido.
• Repita os passos 2 e 3 mas, agora, na mama
direita.
• Repita os passos 2 e 3 nas duas mamas, deitada. Deve deitar-se de costas, com o braço sobre a cabeça e colocando uma almofada (ou uma toalha dobrada)
sob o ombro do lado da mama que vai examinar.
Esta posição é favorável a um bom exame da mama.
É importante, lembrar que o auto-exame da mama
não substitui a mamografia regular de rastreio.
O BancABC e a Business
Women Connect assinaram recentemente um memorando de
entendimento que visa a criação
de emprego e empoderamento
da mulher no sector bancário.
O objectivo do programa
Business Women Connect
(BWC) é aumentar as oportunidades económicas das mulheres
promovendo o uso efectivo de
produtos formais de poupança
e habilidades de negócios entre
mulheres de negócios ou agentes financeiras e promover o uso
efectivo de produtos formais de
poupança.
O BancABC através do seu
programa de fornecimento de
acesso a serviços financeiros
para a população, não bancária,
do país no âmbito da implementação da estratégia nacional de
inclusão financeira, dispôs-se
em apoiar o programa da BWC
que visa a inclusão financeira
feminina, formando mulheres
para tornarem-se agentes bancárias.
“Esta parceria celebramos
num contexto de um programa chamado Business Women
Connect, que é financiadopela
Fundação ExxonMobil e implementada pela TechnoServe que
a pouco mais de dois anos e
meio encontra se em funcionamento. Neste programa BWC,
formamos mulheres empreendedoras. Trata-se de mulheres
que têm pequenos negocios.
Por exemplo, pequenas mercearias, pequenos restaurantes,
salao de cabaleireiro, ect. Estas
mulheres são recrutadas e recebem uma formacao gratuita na
araea de educacao e lideranca
financeira. A intencao da Business Women Connect é ajudar
as mulheres a fazerem crescer
os seus negocios”, acrescenta
sarah bove, directora de programas na BWC
“Em parceria com provedores de serviços financeiros formais envolveremos pelo menos
200 mulheres de negócios para
ajudá-las a melhorar os seus
negócios e para se tornarem
embaixadoras de serviços de
poupanças eficazes para milhares de outras mulheres em Moçambique”, afirmou Jane Grob,
director da TechnoServe.
“Agora, o banco tem agentes bancários a operar em cinco províncias de Moçambique
e continua a procurar maneiras de desenvolver mercados
e segmentos de mercado não
bancarizados e capacitar mais
cidadãos a participar mais facilmente do desenvolvimento
económico das suas famílias,
comunidades, distritos, províncias e, eventualmente, o país
como um todo”, disse Tawanda
Munaiwa, Administrador Delegado do BancABC.
Jane Grob, referiu ainda que
o programa tem vindo a formar
mulheres empreendedoras em
educação financeira desde 2017
e já formou cerca de 220 mulheres e a meta é de até final de Fevereiro do próximo ano ter 350
mulheres formadas.
Numa primeira fase o projecto alcançou mulheres das
províncias de Maputo e Inhambane, actualmente pretende-se
alcançar mulheresda província
de Gaza, no distrito de Guijá”.
Recentemente a BWC graduou cerca de 100 mulheres.
BancABC e Business Women Connect
Oportunidades económicas da mulher ganham vitalidade
“O cancro da mama é uma doença que se manifesta através de uma ferida que surge no interior da
mama”, disse Marta.
“Nunca sofri desta doença, mas tenho o cuidado
de fazer as consultas ainda que não com muita frequência. Faço-as de seis em seis meses no hospital
que fica no meu bairro (Polana-caniço)”, acrescenta.
Aconselho a todas as mulheres que não sofrem
do cancro da mama a dirigirem-se ao hospital frequentemente para efectuar as análises e assim evitar
danos maiores no caso de um eventual surgimento
de algo anormal no seio. Para as que sofrem do cancro da mama, aconselho que dêem continuidade ao
tratamento e que cumpram com o mesmo”, aconselha.
Marta, com um pouco de receio, conta-nos um
episódio drástico de uma conhecida que perdeu a
vida há cinco anos, vítima do cancro da mama.
“ Tenho uma filha de 16 anos, tenho consciencializado sobre a existência do cancro da mama, e
da auto-análise para perceber a existência ou não de
algo estranho no seio, no entanto, ainda não levei-a
ao hospital para uma análise médica, acho que ainda
é cedo”, afirma.
Ao desenrolar da nossa entrevista, descobrimos
a senhora Elisa Mucavel, que carrega com ela uma
dor profunda pela perda da sua irmã vítima do cancro da mama.
Elisa Alexandre Mucavel, 47 anos de idade,
vive no bairro de Guava, distrito de Marracuene,
uma senhora sofrida, que comoveu a equipa do jornal Zambeze ao soltar as lágrimas após termos feito
a questão, o que e cancro da mama?
“Poderia definir essa doença como um nódulo
que aparece na mama, mas prefiro defini-la como
uma doença que roubou a vida da minha irmã”, lamenta.
Dona Elisa, afirma que sempre que ouve falar
sobre cancro da mama fica bastante sensível, pois
carrega marcas no seu coração e na sua mente, porque foi arrancada uma irmã que tanto amava.
“Minha irmã perdeu a vida, porque sofria do
cancro da mama. Ela descobriu a doença já numa
fase avançada o que levou a amputação da mama,
porém os danos causados foram grandes e, cinco
anos depois da cirurgia, perdeu a vida. Foi submetida a cirurgia em 1997 e veio a falecer em 2002”,
acrescenta.
Dona Elisa referiu que depois de ter a experiência da sua irmã, engaja-se em fazer a auto-análise
dos seios para evitar que a história se repita.
“O cancro da mama mata quanto não é tratado,
mas quando é tratado não mata e tem cura”, disse
dona Elisa.
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | suplemento femenino | zambeze | 17
Encontramos a dona Elisa Ximene nas famosas barracas do Museu, a cidade de
Maputo, uma mulher empreendedora e apaixonada pela cozinha.
Receita da Elisa Ximene
(Frango de coco)
Ingredientes
• Três (3) tomates maduros
• Três (3) dentes de alho
• Uma cebola
• Uma colher de sopa de raja amarelo
• Duas colheres de sopa de óleo
• Dois (2) cocos
• Um (1) franco
• Caldo ou sal(ao gosto)
Modo de preparar
Como primeiro passo, cortamos o tomate em cubos, a cebola em rodelas, pilamos
o alho e ralamos o coco. Colocamos as duas colheres de chá de óleo a aquecer na
panela, de seguida introduzimos a cebola e mexemos com uma colher de pão até
aloirar, passando para fase seguinte, adicionamos o alho pilado, uma colher de sopa
de raja amarelo, o tomate em cubos e deixamos a refugar por um período de 2-3
minutos. Após refogar a cebola com alho, raja e tomate, o passo a seguir é adicionar
o frango e rega-lo com o leite de coco. Depois é só deixar cozer por um período de
15-20 minutos. Por fim, adicionamos o caldo ou sal que baste, e deixamos ferver
por três minutos.
Essa receita de frango de coco pode ser acompanhada tanto com arroz ou Xima.
Bom apetite!
Ainda é muito difícil para a
maioria das mulheres reflectir e
falar sobre o prazer sexual. Algumas afirmam que sempre foram
ensinadas a chamar de menina, o
que na verdade é a vagina. Muitas
delas não tem nenhuma abertura
em casa para falar de sexo porque
isso acaba gerando um escândalo
e falta de respeito para com os
pais. O tabu da sexualidade feminina tem sido influenciado por
vários factores, como o social, o
educacional que a mulher teve
ou mesmo a sua personalidade, a
cultura até mesmo a religião.
Tânia Danilo, uma jovem de
20 anos de idade, estudante activista da AMODEFA (Associação
Moçambicana para o Desenvolvimento da Família). transmitiu-
-nos muito conhecimento e muita
segurança ao falar do assunto em
questão.
“Todos nós vivemos a nossa sexualidade, mas muita gente
não sabe o que é a sexualidade e
acaba exercendo a sexualidade de
forma inadequada e inconsciente”, afirma Tânia.
A sexualidade é a forma de
ser, estar, de cada um perante a sociedade. Cada um nasce
exercendo a sua sexualidade. Os
meninos ao nascer, quando estão
para urinar, e o pénis fica erecto, é
porque estão a exercer a sua sexualidade, os bebés quando estão a
mamar e fazem aqueles gestos de
pegar a cabeça, gestos de prazer,
estão a exercer a sua sexualidade.
Quando se fala de sexualidade muita gente corre para a
ideia de sexo, mas existem vários
contextos que englobam a sexualidade, acrescenta afirmando
que a sexualidade está ligada ao
comportamento, prazer, às nossas
crenças, aos nossos hábitos e costumes. A sexualidade vai muito
além de sexo.
A menina ao longo do seu
crescimento percebe que é diferente do rapaz. Ela também costuma ter hábitos diferentes dos
rapazes. Ao tornar-se mocinha,
ela começa a ter um pouco de
vaidade, passa a se arrumar mais,
procura estar bonita e quando
apaixona-se procura estar diferente, e especial para o rapaz de
que gosta.
“Quanto ao sexo, as mulheres
ainda são muito submissas aos
homens, aos parceiros, porque
amam muito, porque são muito
sentimentais e muitas vezes os
homens acabam usando isso contra elas”, lamenta.
Kátia Castro Machava, uma
simpática menina de 18 anos de
idade, residente no bairro central.
“Para mim, sexo é o contacto
mais íntimo entre um homem e
uma mulher. Falar de sexo não é
algo estranho, hoje em dia começa-se a ter uma vida sexual activa
muito cedo, por exemplo há meninas dos seus doze anos que já
realizam relações sexuais.
Nunca conversei sobre sexo
com a minha mãe. Conversamos
sobre casamento, constituir uma
família, mas não falamos concretamente sobre sexo, acrescenta
afirmando que sente-se mais a
vontade falar do sexo com seus
irmãos.
“Apesar de ainda ser nova e
não ter muita experiência sobre
sexo, aconselho a todas meninas
que tomem muito cuidado visto existirem muitas doenças que
podem ser contraídas através de
relações sexuais, por isso devem
usar o preservativo”, aconselha.
Diz ainda para que as mulheres tenham muita cautela antes
de envolverem sexualmente com
alguém, pois o facto de o homem
manter relações sexuais com a
menina não significa que ele a
ame e que a vai tomar á serio.
“Devemos manter relações
sexuais com o homem que amamos, com quem temos certeza
que será com ele que iremos casar
e constituir um lar”, refere.
“Minha mãe sempre falava
do sexo com certas reservas. Nunca conversei com ela sobre sexo,
e mesmo agora que sou maior de
idade e inclusive sou mãe, não
conversamos sobre isso. Conversamos sobre diversos assuntos,
mas sobre sexo não, ela nunca
sequer deu-me um conselho relacionado ao assunto”, acrescenta.
Liliana Carlos, jovem de 19
anos de idade, vive na cidade da
Matola. “Sexo para mim é o envolvimento mais íntimo entre um
homem e uma mulher. E esta deve
manter relações sexuais depois
do casamento, para a sua própria
dignidade”afirma, realçando que
muitas vezes as mulheres mantêm relações sexuais ainda no namoro e depois separam-se, o que
faz com que no fim das contas a
mulher já tenha mantido relações
sexuais com muitos homens, e
isto é muito feio.
“Aconselho as mulheres que
se valorizem e que se guardem,
isto para a sua própria dignidade.
Sexo deve ser feito com o homem
com quem iremos passar toda a
vida”, terminou.
Quebrando o
tabu da sexualidade
Feminina
Ginecologista alerta
Não durma com roupa interior
Na hora de ir dormir, nada de usar roupa interior: ou se usa apenas o pijama ou se usam as
ditas “cuecas da avó”. O alerta é dado pela ginecologista Alyssa Dweck que, ao jornal Mirror,
revela que a roupa íntima pode colocar a saúde
da pessoa em causa, especialmente se for justa
ao corpo e feita com materiais sintéticos.
Segundo a especialista, a roupa interior é o
habitat ideal para que as bactérias se multipliquem e armazenem, sendo o caso ainda mais
grave entre os homens e as pessoas que transpiram durante o sono. A humidade que se cria
torna-se propicia a casos de infecção, irritação e
comichão contínua na zona íntima.
No caso do sexo masculino, diz o médico
Brian Steixner, a proliferação bacteriana – provocada pelo suor e pelo calor causado pela cueca
ou pelo boxer – pode ter consequências a nível
de fertilidade.
Culinária
18 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
Maquilhagem, vulgarmente conhecida como make-up,
vira vício para as mulheres
moçambicanas. Em cada parada é notável o excessivo
número de mulheres que revelam a paixão que tem pela
maquilhagem.
Sheila, jovem de 29 anos
de idade, residente no bairro da
Munhuana,maquilhadoraprofis
sional no Beto’slook, abraça a
oportunidade para sobreviver
fazendo o que mais gosta.“Estou
no mundo da maquilhagem
há três (3) anos. Começo com
a minha careira profissional
como maquilhadora motivada
pela vaidade e curiosidade”,
afirmouSheila.
Referiu ainda que, desde
mocinha, sempre olhava para o
mundo da maquilhagemcom os
olhos apaixonados. Usava suas
amigas como tubo de ensaio e
com opassar do tempo foi descoberta no mercado de emprego
como uma jovem munida de
muito talento nas mãos.
“Amor à camisola é a maneira mais carinhosa que uso para
expressar o gosto que tenho pela
maquilhagem”, afirma. Sheila
assume que é possível viver
através desta actividade no país
devido ao fluxo elevado e valorização no mercado de emprego.
As mulheres têm aderido
muito a estes serviços. Também
explica que os profissionais de
maquilhagem devem usar produtos originais para fidelizar os
seus clientes e também evitar os
possíveis efeitos devastadores a
pele dos mesmos.
“A maquilhagem é linda mas
também tem suas consequênciasquando o uso da mesma é
frequente e excessivo, a pele
precisa respirar e nunca pode se
dormir com a maquilhagem no
rosto, antes de ir dormir é preciso
se fazer a remoção da mesma”,
recomenda.
Sheila afirma que o maior
fluxo de mulheres que procuram
pelos serviços de maquilhagem
regista-se aos finais de semana,
visto que são nesses dias que elas
recebem convites para casamentos, festas, até mesmo uma saída
com os seus parceiros para um
jantar e elas sempre procuram
estar diferentes do habitual.
É recomendável que o uso de
maquilhagemseja partir dos 20
anos de idade, embora hoje em
dia existam meninas de idade inferior que já estão nesse mundo
de make-up, acrescenta.
Tudo tem o seu custo, e no
mundo da maquilhagem não é
diferente. A nossa maquilhagem
parte do mais simples ao mais
complexo e a tabela de preços
varia de 800mt a 2.500mt.
Mas como se maquilhar?
Sheila explica:
Tal como a culinária, a
maquilhagem também tem seus
ingredientes: começando pela
base; gel das sombras ou lápis; concília; wiline; primier;
fixador; água de rosas;óleo;
wipe; corrector; pó; iluminador;
fixador.
Maquilhando-se passo a
passo:
Como primeiro passo é necessário fazer a limpeza facial
com a água de rosas; Hidratar
a pele com o óleo e 0assar o
primier.De seguida, passa-se
para a segunda fase que é fazer
o desenho das sombras ao gosto
e delineá-las com a concília para
deixa-las em 3D, como terceira fase limpa-se o rosto com
wipes para retirar o excesso e
imediatamente aplica-se a base
para esconder as imperfeições
no rosto. A quarta fase passa-
-se o corrector para desenhar
o formato do rosto e disfarçar
olheiras, o passo a seguir é passar
a famosa blush, pó, iluminador
e o batom, e por fim passamos
o fixador para garantir que a
maquilhagem não fique borrada
ou derreta facilmente.
Contudo, Sheila recomenda
que ao fazer a maquilhagem
preste-se atenção às cores. “A
escolha das cores deve ser de
Maquilhagem vira vício
acordo com o tom de cada pele”.
Optometrista explica os
cuidados a ter com a maquilhagem
Por toda parte deparamo-
-nos com mulheres maquilhadas.
Para além de ser uma actividade
profissional,maquiar-se é uma
rotina da mulher vaidosa que
conta com diversos cosméticos
para realçar a beleza do seu rosto.
Jonas José, especialista em
optometria,explica que uso de
maquilhagem constitui um factor
de risco para a saúde visual.
“A maquilhagem pode causar
blefarite que é a inflamação das
bordes das pálpebras, os sintomas
da blefarite são a comichão e numa
fase mais avançada pode causar
conjuntivite (os olhos ficam vermelhos e lacrimejam) ”, explica.
Para evitar contrair a blefarite,
recomenda que se façauma limpeza minuciosa nos olhos antes
de dormir, através do uso das
técnicas de remoção de maquilhagem nos olhos, que já passaa
explicar: “Use a comprensa fria
para tampar os olhos (mergulhe
a comprensa na agua fria) por
um período de 10-15 Minutos,
isto facilita o amolecimento dos
produtos usados para maquiar os
olhos, por exemplo o lápis que
serão fácil de retirar em seguida
com um cotonete mergulhado no
shapoomjhonson para limpar os
cílios, usar as técnicas de remoção
de maquilhagem é importante para
a retirada de partículas que podem
afectar os olhos”
Vê-se portanto, que hoje em
dia a maquilhagem virou moda,
uma febre total para as mulheres.
De tal maneira que algumas não
saem de casa sem maquilhagem no rosto, já outras preferem
usar maquilhagem em ocasiões
especiais, umas preferem uma
maquilhagem forte bem elaborada
e outras mais simples e discreta.
Mas o que muitas não sabem
é que até mulheres mortas são
maquiadas,são sepultadas com
maquilhagem no rosto.
No entanto, sepultar a mulher
com maquilhagem no rosto é uma
preferência da família, que se encarrega em deixar o rosto do seu
ente bonito assim a ser enterrado.
Trata-se de algo novo que ainda
não é muito praticado,embora já
se presenciamalguns casos nos
velórios.
| suplemento femenino |
Editor: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246
ou 84 771 0584
(E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com)
Produção: Ana Munguambe e Elsa Mutiana
Ficha Técnica
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | comercial| zambeze | 19
Zambeze.info disponível
Caro leitor, o leito do Zambeze está cada vez mais navegável.
Acompanhe, diariamente, as últimas notícias on line no seguinte
endereço: www.zambeze.info
20 | zambeze |INSÓLITO| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
Jovem perde memória a cada duas horas e
pensa que todos os dias são 11 de Junho
Riley Horner, uma jovem
norte-americana de 16 anos,
acorda todas as manhãs a pensar que é dia 11 de Junho. A
estudante, residente no estado
do Illinois, sofreu uma lesão
cerebral durante um baile após
ter sido alvo de um pontapé acidental na cabeça, o que faz com
que a sua memória seja redefinida de duas em duas horas.
Esta condição faz com que
a jovem não se lembre da data
em que está e que esqueça o que
estava a fazer há poucas horas
atrás. “Eu tenho um calendário
na porta do meu quarto e de
cada vez que eu olho para ele e
vejo que estamos em Setembro
fico muito baralhada”, disse em
declarações ao canal televisivo
WQAD.
A família de Riley continua
desesperadamente à procura
de respostas médicas depois
de lhes ter sido dito que não
há nenhuma causa clínica que
provoque esta condição. “Os
médicos dizem que não há
nada de errado. Não conseguem encontrar nada”, disse
Sarah Horner, a mãe da adolescente.
Enquanto isso, Riley reajustou a sua vida e as suas
tarefas diárias. Todos os dias
aponta num caderno várias notas e tira fotos com o telemóvel para se lembrar de coisas
básicas.
A história de Riley é frequentemente comparada ao
filme ‘O Feitiço do Tempo’,
de 1993, protagonizado pelos
atores Bill Murray e Andie
MacDowell. Na película, a
personagem principal revive o
mesmo dia repetidamente.
Anatomia
Investigação sobre
temperatura dos testículos
ganha prémio Ig Nobel
Uma investigação sobre a temperatura dos testículos
é um dos vencedores dos prémios Ig Nobel, atribuídos
às descobertas científicas mais estranhas do ano.
Os vencedores da 29.ª edição dos prémios Ig Nobel
foram anunciados semana passada, na Universidade de
Harvard, no Estado norte-americano do Massachusetts. O
galardão, entregue anualmente, visa “celebrar o incomum,
homenagear a imaginação e estimular o interesse das
pessoas na ciência, na medicina e na tecnologia”, destacando
investigações “que primeiro fazem rir e depois fazem pensar”
Na categoria de Anatomia, o primeiro prémio foi
para os especialistas em fertilidade Roger Mieusset,
Louis Boujan e Bourras Bengoudifa, pelo estudo
de 2007 “Assimetria térmica do escroto humano”,
publicado na revista “Human Reproduction”, que
mede a assimetria na temperatura dos testículos.
O estudo dividiu-se em três experiências: a primeira
envolveu oito homens, submetidos a quatro posições
corporais diferentes durante 15 minutos cada uma, com
e sem roupa; a segunda incidiu sobre 11 funcionários
dos correios, de pé durante 90 minutos seguidos; e a
terceira teve como alvos 11 motoristas de autocarros em
posição de condução durante igual período de tempo.
Depois de analisarem os valores recolhidos por
sensores estrategicamente posicionados, os cientistas
observaram uma “falta de simetria térmica” em ambos
os testículos. Em todas as experiências, concluíram
que o testículo esquerdo é mais quente que o direito,
mas apenas quando os homens estavam vestidos.
A diferença de temperatura pode contribuir para a
assimetria nos órgãos genitais externos masculinos.
Mieusset, co-autor da investigação e especialista
em medicina reprodutiva na Universidade de
Toulouse, é o inventor de uma cueca térmica que, em
algumas condições, funciona como contraceptivo.
Uma outra investigação sobre o mesmo tema sugere
que a temperatura a que os testículos são submetidos pode
afectar a fertilidade dos homens e concluiu que a qualidade
do esperma nos países ocidentais está em declínio.
Pizza contra cancro e máquina que troca fraldas
Entre as investigações destacadas na 29.ª edição dos
prémios Ig Nobel, saliente-se ainda a dos cientistas que
estudaram o prazer de aliviar a comichão e a dos que
analisaram o volume total de saliva produzido por uma
criança de cinco anos. Silvano Gallus levou para casa
o prémio na categoria de Medicina por descobrir que
comer piza pode proteger contra doenças (nomeadamente
cancro), mas apenas se for feita e comida em Itália. Iman
Farahbakhsh, do Irão, venceu o prémio de Engenharia
graças a uma máquina que troca a fralda dos bebés e
que foi patenteada nos Estados Unidos no ano passado.
Dois youtubers detidos dentro da
Área 51 dias antes da “invasão”
A dez dias do evento mundial marcado para
invadir a Área 51, dois youtubers holandeses entraram na base militar secreta norte-americana e
acabaram detidos, já depois de terem andado durante cinco quilómetros dentro do local.
É um dos locais mais misteriosos dos EUA,
associado a mitos e teorias da conspiração e
guardado por sistemas de segurança de alta tecnologia, como sensores de movimento e câmaras
de alta-definição, e militares armados e camuflados. Para muitos, a Área 51, no Estado do Nevada, é o local onde os governos norte-americanos
mantêm tecnologia extraterrestre e, para os mais
excêntricos, vida alienígena.
O mistério levou três páginas de Facebook
a criarem um evento nas redes sociais, marcado
para dia 20 de setembro, em que apela à invasão
do local - “Invadir a Área 51, Eles Não Nos Podem Parar a Todos”, em português.
Dez dias antes da data, dois youtubers desrespeitaram a sinalética de proibição presente na
entrada do espaço e invadiram-no. Ties Granzier
e Govert Sweep, de 20 e 21 anos, foram encontrados, na terça-feira, dentro da base, a quase
cinco quilómetros do portão de entrada. Foram
libertados no dia seguinte, sob pagamento de 500
dólares (453 euros) de fiança, anunciou a Polícia
do condado de Nye.
Os dois jovens produzem conteúdos virais
para o YouTube e são seguidos por milhares
de seguidores. Estavam dentro de um carro
quando foram abordados pela Polícia. Questionados sobre se tinham visto a placa que indica a proibição de entrada naquele território,
responderam que “sim”, mas que “queriam
ver o que havia nas instalações”.
Dentro do veículo, as autoridades encontraram câmaras de fotografar e filmar, um
telemóvel, um computador portátil e um drone. As investigações aos materiais revelaram
que os dois youtubers já tinham recolhido
imagens captadas no interior da base militar,
sendo que todos os vídeos e fotografias foram
depois apagados.
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 |desporto | zambeze | 21
“Quero encontrá-las”
Cristiano Ronaldo recorda mulheres
que lhe davam sobras no McDonald’s
Cristiano Ronaldo pode ter
muito dinheiro hoje, mas não
esquece aquilo por que passou.
Na entrevista que deu ao canal
ITV, o capitão da Selecção Nacional recorda os tempos em
que ia ao McDonald’s sem dinheiro.
Hambúrgueres
“Quando era miúdo, com
uns 12 anos, não tínhamos dinheiro. E vivíamos juntamente
com outros jovens jogadores
provenientes de outras zonas do
país. Era um período complicado, sem a família por perto.
Às 10 e tal 11 horas, tínhamos
fome e havia um McDonald’s
por perto. Pedíamos os hamburgueres que sobravam e uma
senhora chamada Edna, mais
outras duas raparigas, elas davam aquilo que sobrava. Espero que esta entrevista ajude a
encontrá-las. Queria convidá-
-las a jantar comigo, em Turim
ou em Lisboa. Quero poder devolver aquilo que fizeram por
mim. Nunca me esqueci desse
momento”.
Quanto vale
“Não sei quanto posso valer, mas sei que tenho muito dinheiro no banco. Se calhar não
devo dizer isso, mas é verdade
e não posso esquecer. Se tenho
17 carros, não vou dizer que tenho 2.”
Filho
“Espero que o Cristianinho
seja como eu, mas ele será o
que quiser. Sem pressão. Talvez um pouquinho só de pressão [risos]”
Recordes
“A minha obsessão pela vitória ajuda-me muito. Bater recordes é parte de mim. Eu não
persigo os recordes, eles é que
me perseguem. Sou viciado no
sucesso. E não acho que isso
seja mau. Motiva-me, se alguma coisa não te motiva não vale
a pena.”
Desporto recreativo
Jardim, ADV e A.
Kongolote na linha da
frente
As equipas de ADV cmc,
Jardim e Amigos Kongolote
lutam, neste momento, pelo
título e semana a semana
trocam-se na liderança da
tabela.
Semana passada houve goleadas protagonizadas
pelas equipas de Mafalala e
ADV cmc, que fizeram coisas raras nesta temporada, no
campeonato de veteranos da
cidade de Maputo, ao derrotar os seus adversários, na
26ª jornada, por cinco a zero
e seis a zero, ou seja, os Veteranos apanharam cinco a
zero e Luís Cabral aceitou
seis a zero.
Quadro dos resultados
Veteranos Unidos 0-5
Mafalala, Xipanipane
1-2 Círculo, Munna’s 0-1
Jardim, Matendene 1-2,
Choupal, Kongolote 0-0
Madgumb’s, ADV 6-0 Luís
Cabral, Sustenta 1-2 Amigos
Matola, Tsalala 0-1 Leões
Bravos, Eleven Main 3-3
Inhagóia, Amigos Kongolote
( ficou de fora).
Jogos da 27ª jornada
Leões Bravos x Matendene, Munna’s x Sustenta,
ADV cmc x Eleven Main,
Amigos Matola x Xipanipane, Jardim x Choupal,
Mafalala x Amigos Kongolote, Luís Cabral x Tsalala, Inhagóia x Kongolote,
Madgumb’s x Veteranos
Unidos e Círculo ( ficou de
fora).
José Matlhombe
Luta permanente na tabela classificativa
São quatro, as equipas que
lutam pelo título no campeonato de veteranos do bairro de
Hulene em Maputo, com os
Ressuscitados, detentores do
troféu de 2018, a comandar
a tabela classificativa com o
intuito de, novamente, serem
campeões mas, tem três equipas na perseguição que, também tem chancas de levantar
o canecão de 2019 ou, ficarem
na segunda posição, como são
os casos de Matsuva, Célula D
e Nova Luz pois, a diferença
pontual é mínima ou seja, de
dois com o segundo, três com o
terceiro e quatro pontos com o
quarto classificados. Assim, as
quatro equipas da frente, ainda
têm chances de meter na sua
vitrina a taça de campeão edição - 2019. No fim-de-semana
as quatro equipas voltaram a
vencer os seus adversários e
tudo ficou na mesma na tabela
classificativa.
Resultados da 17ª jornada
Ondas do Mar 2-1 Tigres,
Ressuscitados 5-2 Escorpião,
Veteranos 1-3 Célula D, Célula
H 1-2 Nova Luz, Matsuva 3-2
Cruzeiro, Nova Alianca 4-2
Célula A, Sporting - 1-5 Mavalane.
Jogos da 18ª jornada
Ressuscitados x Mavalane,
Célula A Nova Luz, Escorpião
x Célula H, Nova Alianca x
Veteranos, Tigres x Sporting,
Ondas do Mar x Cruzeiro, Célula D x Matsuva.
Classificação actual
Ressuscitados 39 pontos,
Célula D- 37, Matsuva - 36,
Nova Luz 35, Cruzeiro -28,
Ondas do Mar - 25, Mavalane - 21, Veteranos - 21, Nova
Alianca - 20, Tigres - 19, Célula H - 18, Sporting - 17, Célula
A - 11, Escorpião - 7 pontos.
Bairro de Hulene
22 | zambeze | Internacional| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
A repressão dos defensores dos direitos humanos na Rússia
aumentou desde o regresso de Vladimir Putin à presidência,
em 2012, o que tem um impacto devastador no trabalho dos
activistas, conclui a Amnistia Internacional num relatório
hoje apresentado.
“Cada dia
repre -
s e n t a
u m a
n o v a
ameaça para os defensores
dos direitos humanos”, refere
a investigadora Natalia Prilutskaya, da Amnistia Internacional da Rússia, sobre as
conclusões do relatório.
O documento - intitulado
“Unfair Game: Persecution
of Human Rights Defenders
in Russia Intensifies” (“Jogo
Injusto: Perseguição a Defensores de Direitos Humanos na
Rússia Intensifica-se”) -- expõe a existência de “um vasto
conjunto de decisões” adoptadas pelas autoridades russas
desde 2012 para “restringir,
obstruir ou interromper o trabalho dos defensores dos direitos humanos na Rússia”.
Este aumento da repressão
dos defensores dos direitos humanos de várias áreas -- desde activistas políticos, pelos
LGBT, pelo ambiente ou pela
região da Chechénia - tem tido
um “impacto devastador” no
trabalho na Rússia, conclui a
Amnistia Internacional.
Segundo Natalia Prilutskaya, as represálias aos
activistas passam por “serem
espancados por agressores
desconhecidos” ou por se tornarem “alvos de acusações ou
detenções por crimes que não
cometeram”.
Além disso, acrescenta a
investigadora, os activistas
vêem, cada vez mais, as suas
contas bancárias congeladas
e recebem multas “de valores
exorbitantes”.
Outros ainda passam a ter
“a família na mira da imprensa estatal intrusiva”, explica a
responsável da Amnistia Internacional.
De acordo com a organização, aqueles que protegem os
direitos humanos na Chechénia
e os activistas LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgéneros) estão entre os maiores
alvos das autoridades russas,
com “inúmeros ataques cruéis
registados”.
A Amnistia dá exemplos,
como o de Igor Kochetkov, de
São Petersburgo, cuja organização Russian LGBT Network
expôs crimes contra homossexuais na Chechénia e que
recebeu ameaças de morte em
Rússia “reprime mais” os activistas
dos direitos humanos com Putin
Janeiro passado através de um
vídeo que circulou nas redes
sociais.
“Até o momento, não há indicação de que a polícia tenha
efectivamente investigado o assunto”, aponta a Amnistia.
Um outro exemplo apontado é o de Oyub Titiev, líder do
Centro de Direitos Humanos do
Memorial da Chechénia”
“Desde que Oyub Titiev foi
preso por posse de drogas, uma
acusação motivada por questões políticas, o trabalho de
defesa dos direitos humanos
é quase impossível na Chechénia”, considera a organização.
De acordo com a Amnistia, muitos activistas deixaram de realizar actividades e
os poucos que ainda operam
fazem-no de locais remotos.
“Estas restrições tiveram
um impacto muito forte no
resto do Norte do Cáucaso”,
acrescenta.
Os defensores dos direitos
humanos na Rússia sempre
enfrentaram assédio, intimidação, ataques físicos e detenções arbitrárias, admite o
relatório sobre aquele país.
“Mas nos últimos anos, o
nível e extensão destas represálias aumentou significativamente, ao ponto de os activistas dos direitos humanos
arriscarem a sua reputação,
a sua liberdade e até a sua
vida”, aponta o documento.
“As autoridades russas
têm de se pronunciar sobre
estas violações e garantir que
os activistas são protegidos e
podem trabalhar sem medo de
serem perseguidos”, defende
a organização.
“Pedimos às autoridades
que acabem com as campanhas de represálias e difamação que se tornaram o seu
‘modus operandi’ e investiguem, de forma imparcial e
eficaz, todos os crimes cometidos contra defensores e activistas de direitos humanos”,
pediu Natalia Prilutskaya.
As autoridades devem “revogar as leis excessivamente
restritivas, que prejudicam
o trabalho das organizações
não governamentais (ONG),
e cumprir as obrigações internacionais de proteger aqueles
que protegem os direitos dos
outros”, apelou a responsável.
EUA garantem
Ataque contra Arábia Saudita
foi lançado de solo iraniano
Os Estados Unidos têm a
certeza que o ataque no sábado
contra a Arábia Saudita foi realizado a partir de solo iraniano
e que foram utilizados mísseis
de cruzeiro, indicou hoje um
responsável norte-americano à
agência France Presse.
A administração norte-americana está a preparar um dossier para provar as suas alegações e convencer a comunidade
internacional, nomeadamente
os europeus, na Assembleia-
-Geral das Nações Unidas na
próxima semana, adiantou o
responsável que não quis ser
identificado.
Instalações petrolíferas em
Abqaiq e Khurais, no leste da
Arábia Saudita, foram atacadas
no sábado, presumivelmente
por aparelhos aéreos não tripulados (‘drones’), levando a uma
queda para cerca de metade da
produção saudita de crude, à
volta de 5,7 milhões de barris diários ou cerca de 6% da
oferta global.
Embora o ataque tenha
sido reivindicado pelos rebeldes iemenitas pró-iranianos
Huthis, que regularmente
disparam mísseis balísticos
contra alvos no sul da Arábia Saudita e que atingiram
a infra-estrutura petrolífera
do reino em Maio e Agosto,
os serviços de informações
norte-americanos dispõem de
elementos que permitem localizar a origem dos tiros, precisou a mesma fonte.
Questionado sobre se Washington tem a certeza de que
os mísseis partiram de solo
iraniano, o responsável respondeu “sim”.
Também respondeu afirmativamente em relação à utilização de mísseis de cruzeiro,
recusando precisar o número de
mísseis utilizado.
O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou
hoje que o Irão parecia estar
por trás do ataque contra a Arábia Saudita, mas que queria
“saber com certeza quem é o
responsável”, adiantando pretender “evitar” um conflito.
Teerão tem rejeitado as
acusações sobre o seu envolvimento no ataque, que classificou de “insensatas” e “incompreensíveis”.
A Arábia Saudita (sunita)
combate desde meados de 2015
no Iémen os rebeldes Huthis,
apoiados pelo Irão (xiita), o
grande rival regional de Riade.
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | Internacional | zambeze | 23
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné
e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, depositou
na terça-feira no Supremo Tribunal de Justiça o dossiê de
candidatura às presidenciais de 24 de Novembro e mostrou-se
confiante na vitória.
Vindo directamente de um
périplo de uma
semana pelo interior do país,
para o Supremo Tribunal de
Justiça, em Bissau, Domingos
Simões Pereira defendeu que
acredita que será o próximo
Presidente guineense “pela resposta” que tem tido da população.
“Em todos os pontos onde
passei falei com pessoas humildes, pessoas que sofrem, falei
com mulheres que não conseguem mandar os filhos para escola, falei com gente que passa
fome, falei com gente que fica
no sol para poder vender o pouco que tem para sustentar a família. Com todos eles me comprometi ser um Presidente que
os represente”, disse Domingos
Simões Pereira.
O dirigente também disse
que pretende ser um Presidente
que irá emprestar a sua voz aos
desfavorecidos e predispor-se
para construir um país diferente
com todos.
“A partir do dia 24 de Novembro, vamos construir um
país diferente, um país em que
todos os guineenses vão estar
convocados para juntos abrirmos uma nova pagina”, observou Domingos Simões Pereira.
Questionado sobre se já tem
ideia de como resolver os problemas que identificou no país,
o candidato apoiado pelo PAIGC
respondeu que a Guiné-Bissau
tem soluções próprias.
“Este país tem remédio para
isso tudo, porque é um país viável basta que sejamos capazes
de colocar os recursos lá onde
eles são necessários, a favor dos
mais desfavorecidos”, defendeu
Domingos Simões Pereira, para
quem a pluralidade étnica não
deve ser vista como um problema, mas uma vantagem, disse.
O líder do PAIGC afirmou
ainda que está confiante na sua
vitória no dia 24 de Novembro.
“Estou confiante na vitória
porque confio no povo e sei que
o povo confia em nós”, declarou Domingos Simões Pereira,
sublinhando “ser evidente” a
diferença entre o seu discurso e
de outros candidatos “que não
conseguem ter uma retórica que
convoque os guineenses”.
Sobre o
acordo político que vai
ser assinado
ainda hoje
entre o Partido da Renovação Social
(PRS) e a
Assembleia
do Povo
Unido - Partido Social
Democra -
ta (APU-
- P D G B ) ,
este último
parceiro do
PAIGC no
actual Governo, Simões Pereira disse não pretender
comentar assuntos das outras
candidaturas.
Domingos Simões Pereira
defendeu igualmente que a sua
candidatura representa a estabilidade e a “garantia de que a Guiné-Bissau se vai reencontrar”, a
partir do dia 24 de Novembro.
Domingos Simões Pereira deposita
candidatura no Supremo Tribunal
Entrega de candidaturas para disputar a
liderança da UNITA começou
O principal partido da
oposição angolana, UNITA,
iniciou o período de entrega
de candidaturas à liderança
do partido, mas apenas dois
possíveis sucessores de Isaías
Samakuva assumem a candidatura.
Em declarações à
Lusa, o presidente
do grupo parlamentar da UNITA,
Adalberto da Costa Júnior, admite que a sua candidatura é uma “hipótese forte”
e acredita que a liderança do
partido do “Galo Negro” venha
a ser disputada por três a quatro
candidatos.
Outro candidato que já
anunciou a intenção de concorrer é o general Abílio Kamalata, que pretende desfazer
a “má imagem que a UNITA
ganhou nos últimos tempos” e
“consolidar princípios de respeito e de democracia e honrar
os compromissos que a UNITA
sempre assumiu”.
“Vou mesmo avançar, estou pronto para o embate”, disse o general, citado pela Voz da
América.
O novo presidente irá a
votos no congresso da União
Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
agendado para Novembro, mas
até lá terão de ser formalizadas
e aprovadas as candidaturas e
só se conhecerá quem irá disputar as eleições no dia 04 de
Outubro.
As candidaturas serão submetidas ao crivo da comissão
eleitoral, que vai avaliar o cumprimento dos requisitos até 30
de Setembro, um processo previsto nos regulamentos partidários.
Depois de cumprir quatro
mandatos à frente da UNITA,
Samakuva, de 73 anos, não
deverá recandidatar-se, tendo
declarado esta intenção publicamente. No entanto, notícias
veiculadas pela imprensa angolana deixaram no ar a possibilidade de uma nova recandidatura do líder, o que os
analistas acreditam que deixaria de fora outros aspirantes
ao cargo.
José Pedro Kachiungo,
que já foi a votos em 2011,
foi outro dos nomes anunciados como pré-candidato à presidência da UNITA. A Lusa
tentou saber se o deputado iria
formalizar a sua candidatura,
mas não foi possível contactar
o parlamentar.
A escolha do novo líder
vai ser decidida no XIII Congresso do maior partido angolano da oposição, que se
realiza entre 13 e 15 de Novembro, em Luanda.
24 | zambeze | CIÊNCIA E TECNOLOGIA| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
NASA pondera regresso à Venus da missão
baptizada em honra de Fernão de Magalhães
O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA
submeteu uma proposta para
regressar a Vénus, através do
programa Discovery, trinta
anos depois da missão Magellan, que foi baptizada em
honra ao explorador português Fernão de Magalhães.
Aproposta irá
competir com
cerca de uma
quinzena de
outras missões
potenciais, disse à Lusa a vulcanóloga e cientista sénior do
JPL Rosaly Lopes, que fez a
revisão do projecto, das quais
a NASA escolherá apenas uma
para voar.
“A missão Magellan foi a
primeira que mapeou a superfície e realmente viu abaixo das
nuvens de Vénus, que tem uma
atmosfera muito espessa”, explicou a cientista do laboratório
sediado em Pasadena, no condado de Los Angeles. “Antes
da Magellan, quase não se tinha
conhecimento da superfície de
Vénus”, acrescentou.
A nave, feita com componentes de outras missões, incluindo das Voyager, foi lançada a 04 de Maio de 1989 e
esteve activa até 13 de Outubro de 1994, momento em que
cumpriu a ordem de se despenhar na atmosfera venusiana.
Segundo Rosaly Lopes,
a comunidade científica tem
agora muito interesse em retornar a Vénus, “porque a Magellan foi uma missão muito
bem sucedida mas ela ainda
tem muitas coisas para descobrir”.
Originalmente denominada “Venus Radar Mapper”, a
missão de exploração do planeta vulcânico foi renomeada
“Magellan” (a versão inglesa
de Magalhães) em 1985, “porque foi a primeira missão justamente a fazer a circum-navegação de Vénus”, entrando
em órbita ao redor do planeta,
explicou Rosaly Lopes.A referência a Fernão de Magalhães,
que em Setembro de 1519 partiu na primeira viagem histórica de circum-navegação da
Terra, espelha a continuada
importância das descobertas
feitas pelo explorador português há 500 anos.
A viagem de Fernão de
Magalhães comprovou que o
planeta é redondo e mostrou
aos europeus que a sua dimensão era muito superior ao que
se pensava na altura, bases
científicas que hoje são postas
em causa por uma franja da sociedade que acredita que a Terra é plana.
Um retrocesso que “não
tem explicação”, disse Rosaly
Lopes. “Desde os últimos 500
anos nós temos tantas provas,
temos imagens da Terra feitas
do Espaço e basta entrar num
avião para ver a curvatura da
Terra”, afirmou, considerando
tratar-se de uma “moda”.
Entre os autodenominados
“flat earthers” há algumas personalidades conhecidas, como
a estrela da NBA Kyrie Irving,
o rapper B.o.B. ou a estrela da
MTV Tila Tequila. Em Junho,
o clube de futebol da terceira
divisão espanhola Móstoles
Balompié mudou de nome para
Flat Earth FC, por decisão do
ex-futebolista e presidente Javi
Poles, que acredita na teoria da
terra plana.
“Há pessoas que escolhem
acreditar em coisas sem sentido”, disse Rosaly Lopes. “Não
podemos convencer pessoas
que têm uma mente fechada”.A
NASA está agora a analisar as
propostas de novas missões e
deverá anunciar quais passarão
à próxima fase até ao final do
ano. Rosaly Lopes, que é co-investigadora de uma nova missão que vai estudar as luas de
Júpiter, acredita que o regresso
a Vénus acontecerá nos próximos dez a quinze anos. O JPL
em Pasadena está também a
trabalhar num novo Rover que
vai a Marte, Mars 2020.
Sistemas Solares Off-Grid lançados
em parceria com Vodacom
A Fenix International,
uma empresa de energia da
próxima geração e subsidiária
da ENGIE, abriu o seu sexto
mercado em Moçambique, visando facultar energia não poluente e serviços financeiros
inclusivos, num período de 3
anos, a 200.000 residências.
O lançamento de vendas
em Moçambique foi o último
passo na expansão da Fenix.
Sediada em Kampala, a empresa já conectou 500.000
clientes à energia solar em
Uganda, Zâmbia, Costa do
Marfim, Benin e Nigéria. A
título de subsidiária da ENGIE, as operações da Fenix
cresceram rapidamente, o que
permitiu expandir serviços de
energia off-grid e financeiros
para novos mercados, sendo
Moçambique o quarto novo
mercado, o qual foi aberto no
ano passado.
Luke Hodgkinson, Director-Geral da Fenix Moçambique, comentou: “Moçambique estabeleceu um objectivo
ambicioso com a sua iniciativa ProEnergia, o qual visa
facultar electricidade à 100%
da população até 2030. O país
representa um mercado ideal
para produtos solares off-grid,
com apenas 27% das residências, actualmente, conectadas
à electricidade e uma população altamente distribuída. As
operações da Fenix centrar-
-se-ão em abranger aos que
mais necessitam de acesso à
energia, especialmente, distritos do Norte do País e pessoas
que utilizam métodos dispendiosos, poluentes e perigosos
como, por exemplo, querosene e velas para iluminar as
suas residências.
Ao substituir as lanternas
alimentadas por combustíveis fósseis, os sistemas solares domésticos permitem
aos clientes, que estão fora
da rede eléctrica, iluminar as
suas casas com luzes LED não
poluentes, bem como carregar
os seus telefones e alimentar rádios, TVs, máquinas de
cortar cabelo e alto-falantes.
O último produto da Fenix,
o Fenix Power, é um sistema
de energia GSM que permite
à empresa determinar a utilização do produto e potenciais
problemas técnicos à distância,
melhorando assim a experiência do cliente. A Fenix é a primeira empresa solar de pagamento por utilização (PayGo)
em Moçambique a utilizar as
tecnologias da Internet das
Coisas (IdC) para reduzir custos e facultar tecnologia acessível e de alta qualidade aos
clientes de zonas rurais e outros consumidores finais.
A Fenix celebrou uma parceria com a Vodacom e a Vodafone M-Pesa SA para atender
aos desafios de distribuição,
conectividade e pagamentos
móveis que, no passado, deixavam os moçambicanos de zonas rurais mal servidos no que
respeita à produtos energéticos
acessíveis.
Luke acrescentou, “estamos felizes por celebrar esta
parceria com a Vodacom e a
Vodafone M-Pesa SA. Com a
sua marca, rede de distribuição
e plataforma de pagamento líderes no mercado, em combinação com os produtos de alta
qualidade e excelente atendimento ao cliente da Fenix,
iremos facultar energia não
poluente e inclusão financeira
de milhões de Moçambicanos
de zonas rurais. Após o estabelecimento destes alicerces, as
possibilidades de facultar outros produtos transformadores,
desde electrodomésticos ao
seguro de colheitas, são verdadeiramente infinitas.”
Gulamo Nabi da Vodafone M-Pesa SA acrescentou,
“temos trabalhado para desencadear o potencial do M-Pesa
para milhões de Moçambicanos nas zonas rurais com difícil acesso a serviços financeiros tradicionais. A Vodafone
M-Pesa SA, está entusiasmada
em trabalhar com a Fenix para
acessar essas áreas e facultar
uma plataforma de pagamentos fácil, rápida e segura aos
clientes, para que estes possam
iluminar as suas residências
com energia acessível e não
poluente. Isto está totalmente
alinhado com a nossa missão
de criar soluções móveis para
mudar as vidas dos nossos
Clientes.”
Sediada em Maputo, a Fenix irá operar em todas as províncias de Moçambique nos
próximos três anos. Embora as
vendas já tenham começado na
região sul, o próximo ponto de
entrada para investimento sera
a província de Nampula, antes
do final do ano. Esta decisão
é fundamentada pelo compromisso da Fenix em facultar
a sua solução às residências
mais necessitadas, nas zonas
mais recônditas de Moçambique. Para servir aos seus clientes no país, a Fenix irá formar
e contratar 150 profissionais
de vendas e marketing, atendimento ao cliente, diagnóstico
de produtos e logística a tempo
inteiro.
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 zambeze | 25
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Na Zambézia
MDM invade localidades vulneráveis nos
distritos de Gilé e Gurué
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na
província da Zambézia, faz um balanço positivo do seu trabalho de campanha nos distritos de Gilé e Gurue. Para o membro do MDM na Zambézia, José lobo, a sua formação política
tem estado a fazer campanha em localidades onde os outros
partidos dificilmente penetram para o contacto com o eleitorado.
Esta aposta pelo
eleitorado das
localidades, segundo nos conta
a fonte, é uma estratégia que está surtir efeitos
positivos atendendo e considerando que muitos eleitores daquela província estão a aderir
a mensagem que o MDM vai
divulgando nos lugares em que
passa.
Em localidades como a de
Namalo e Namicopo, no distrito de Gilé, José Lobo entende
que a pobreza ainda é extrema
dai que, o seu partido tem estado a interagir com os eleitores
para que no dia 15 de Outubro
votem no ”Galo” de modo que
possam ver a curto prazo seus
problemas resolvidos considerando que o MDM é a esperança do povo.
“São localidades cujas populações vivem de forma dispersa. O MDM tem optado por
concentrar as populações das
localidades, não só para explicar o nosso manifesto que se
resume na inclusão, como também para informar aos cidadãos que o voto é a única forma
de escolher ou retirar os nossos
representantes”, explicou.
José Lobo afirma que o
MDM já provou nas cidades
municipais cuja gestão esteve
em suas mãos que é competente e que pode governar este
país, eliminando as acentuadas
desigualdades sociais que as
populações atravessam em todas frentes. Os municípios da
cidade de Beira, Nampula e
Zambézia desenvolveram depois de muitos anos de sono
o que quer dizer que o MDM
quer o bem-estar do povo e é a
esperança para muitos.
Por exemplo, Lobo entende
que o distrito de Gilé é rico em
recursos minerais. Contudo, o
governo vendeu a fonte mineira
que servia de rendimento para
a população. Para o membro
do MDM, a população de Gilé
vive, actualmente, dependente da agricultura de enxada de
cabo curto o que não faz sentido atendendo que Gilé já devia
ter sido instalado uma indústria
para processamento daquilo
que é produzido.
“Produz-se muito gergelim e caju e, em contrapartida
não temos uma indústria para
o processamento da produção.
Na lógica científica, a indústria
deve estar perto dos centros de
produção para facilitar o escoamento dos produtos”, disse
acrescentando que o MDM
quer mudar a província da
Zambézia caso seja eleito.
Educação Cívica eleitoral
O membro do MDM disse,
num outro desenvolvimento,
que o seu partido tem estado a
dar continuidade ao trabalho de
educação cívica eleitoral para
evitar abstenções massivas no
escrutínio de 15 de Outubro.
”A província da Zambézia
olhando para sua extensão acredito pouco que o Secretariado
Técnico de Administração Eleitoral (STAE) tenha tido capacidade de fazer o trabalho de
educação cívica completo, até
porque o processo que antecedeu à educação cívica, que foi
o recenseamento eleitoral, foi
marcado por sabotagem, dado
que alguns mandatos foram movimentados para a província de
Gaza”, disse.
José lobo denuncia ainda
aquilo que chama de “maquinação da fraude” por alguns membros do partido no poder que, ao
invés de fazerem a campanha,
exigem cartões de eleitores aos
cidadãos com promessas não
muito claras.
”Estão a contactar cidadãos
a proceder a entrega de seus cartões de eleitores para a extracção
do número do eleitor, no sentido
de descobrirem quem ira votar
na oposição”, disse acrescentando que são pessoas identificadas. Contudo, as autoridades
nada fazem mesmo com as denúncias dos partidos políticos.
Relativamente ao distrito de
alto Mulocué, José Lobo afirma
que é uma região de disputa entre o MDM e a Renamo.
A Frelimo nesta região não
tem grandes chances a olhar pelos resultados das autárquicas
do ano passado. Aliás, a aparição do partido no poder, segundo a mesma fonte, é mínima.
“No dia 15 de Outubro antevejo
muitas surpresas, o eleitor compreendeu que a única forma de
se libertar da lenda dos 44 anos
de governação e a urna”, reaçou.
Caixa
Porta-Porta marca campanha do MDM na cidade de Maputo
O Movimento Democrático
de Moçambique (MDM), na
cidade de Maputo, diz haver
muita aceitação do seu manifesto por parte do eleitorado.
Segundo o membro do MDM,
na cidade de Maputo, Ismael
Nhacucue, na última semana o
partido trabalhou nos bairros de
Triunfo, Mafalala, Maxaquene,
Benfica, Chamanculo e Xipamanine.
A campanha porta-porta foi
a estratégia usada pelos membros do MDM nesta cidade para
namorar o eleitorado dos vários
distritos municipais.
”Estamos a um nível de
inserção dos 30%. No terreno
estamos a ter bons indicadores
e acredito que teremos bons resultados no dia 15”, disse.
O membro do MDM afirma
que os cidadãos só têm no número dois do boletim de voto
para mudar o rumo que o país
se encontra, pois o MDM é a
alternância desejada pelos moçambicanos.
“A mensagem que temos
priorizado no contacto com os
eleitores centra-se na luta cerrada contra a corrupção e eliminar
as injustiças sociais”, disse.
Elton da Graça
26 | zambeze |ECONOMIA| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
Indústria do gás
Programa de apoio à certificação de PME já iniciou
Cumprindo o compromisso assumido durante o lançamento do Seminário de Oportunidades Locais (SOL), em
Agosto do ano passado, na
cidade de Pemba, o projecto
Mozambique LNG, liderado
pela Anadarko, em parceria
com o Instituto para Promoção de Pequenas e Médias
Empresas (IPEME), iniciou
o programa de apoio à certificação de pequenas e médias
empresas (PME) no país.
Ocontrato para
apoio à formação de empresas
locais e ao desenvolvimento
de sistemas e procedimentos
necessários para certificação
foi adjudicado à Energy Works,
uma empresa moçambicana dedicada à implementação de padrões de gestão internacionais.
O Director Geral do IPEME, Claire Mateus Zimba,
afirmou que “com esta acção
voltada ao apoio estratégico
ao fortalecimento da estrutura
competitiva das PME nacionais
no acesso ao mercado, está-se a
responder com serenidade e de
forma concreta, por um lado, ao
memorando de entendimento
celebrado este ano com a Anadarko e, por outro, a cumprir-se
com um dos compromissos da
actual agenda governativa no
referente à inclusão empresarial local.
Estão lançadas as bases
para o arranque e implementação sustentável da verdadeira
qualificação empresarial, onde
a profissionalização na gestão
e modernização produtiva tem
no processo da certificação um
activo relevante para a contínua
melhoria da competitividade
das PME moçambicanas.
Steve Wilson, Vice-Presidente e Director Geral da Anadarko em Moçambique, disse:
“Este é um marco importante
nos nossos esforços visando o
empoderamento das empresas
locais no país e, evidentemente, isto só foi possível graças
ao apoio contínuo do Governo moçambicano em todo este
processo. Por isso, apraz-nos
anunciar que como culminar
do concurso lançado em finais
do ano passado, já adjudicámos o contrato à empresa que
irá apoiar no treinamento de
empresas moçambicanas para
a certificação em padrões internacionais, aumentar a sua
capacidade e competitividade
para acesso às oportunidades
oferecidas pelo projecto Mozambique LNG, bem como a
outras oportunidades existentes na indústria de petróleo e
gás, no geral”. “Nesta primeira fase, com a duração de 6 a
9 meses, iremos trabalhar na
capacitação e desenvolvimento
de 40 empresas moçambicanas,
sendo 20 em Maputo e outras
20 em Pemba, para um padrão
essencial para a certificação internacional ISO 9001 (Gestão
de Qualidade). Esperamos que
em 2020, estejamos em condições de implementar o programa completo, que contempla o
desenvolvimento das empresas
nos seguintes sistemas de gestão
de qualidade: ISO 45001 (Saúde e Segurança Ocupacional),
ISO 14001 (Gestão Ambiental)
e ISO 22000 (Gestão de Segurança de Alimentos), incluindo
outros padrões exigidos para
a prestação de serviços para o
projecto”, acrescentou Steve
Wilson.
Recorde-se que em Junho
passado, a Anadarko Moçambique Área 1, Lda. e seus parceiros
da Área 1 offshore anunciaram
a Decisão final de Investimento
(DFI) do projecto Mozambique
LNG. Em Agosto, o Presidente
da República, Filipe Nyusi, procedeu ao lançamento da primeira pedra para a construção da
instalação de GNL, e à inauguração da nova vila de Quitunda,
construída para albergar as famílias impactadas pelo projecto
em Palma.
O projecto Mozambique
LNG espera gastar cerca de 2,5
mil milhões de dólares americanos com empresas de propriedade moçambicana ou registadas
em Moçambique ao longo dos
cerca de 5 anos do período de
construção das instalações de
GNL.
Mphanda Nkuwa tem pernas para andar
O Ministério dos Recursos Minerais e Energia
apurou o consórcio Synergy
Consulting, Baker Mckenzie, Worley Parsons e HRA
Advogados, entidade que irá
prestar assistência técnica ao
Governo na elaboração da
estratégia da estruturação
legal e financeira do Projecto da Barragem de Mphanda
Nkuwa, soube o nosso jornal.
Aselecção resultou de um
concurso público lançado
em Março do
presente ano pelo Ministério
dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) que obedeceu
a procedimentos de “procurement” internacional, tendo
transcorrido duas etapas, nomeadamente a de manifestação
de interesse na qual participaram dezoito (18) entidades e
a segunda limitada a nove (9)
firmas pré-qualificadas.
O nosso jornal soube por
outro lado que o consórcio ora
seleccionado é constituído por
firmas com créditos internacionais, especializadas em estruturação financeira, técnica,
comercial e legal, com vasta
experiência na implementação
de projectos de infraestruturas
na área de energia em empreendimentos desenvolvidos na
base de “project finance”.
Resulta dos termos de referência do concurso público
que a entidade seleccionada
irá trabalhar com o Gabinete
de Implementação do Projecto
Mphanda Nkwua, prestando
assessoria de toda a natureza
requerida para viabilizar a actualização dos estudos técnicos
identificados como críticos e
para a selecção do parceiro estratégico que se deverá juntar
as empresas públicas EDM e a
HCB no desenvolvimento das
infraestruturas projecto.
A contratação do consultor
irá imprimir celeridade no processo de selecção do Parceiro
Estratégico para o desenvolvimento do empreendimento.
Mphanda Nkuwa apresenta-se como um projecto estruturante para o País, devendo
contribuir para responder ao
desafio do aumento da disponibilidade de energia para o
desenvolvimento económico e
social e para fazer de Moçambique um país de referência no
fornecimento ao mercado regional da África Austral.
A implementação deste
projecto irá gerar milhares de
empregos qualificados e não
qualificados, quer directos,
quer empregos indirectos e
constituirá um forte estímulo
para o empresariado nacional
industrial, comercial, agrícola e
de prestação de serviços.
De recordar que no passado
mês de Agosto o Governo concluiu os acordos de financiamento para o projecto da linha
de transporte a 400 kV ligando
Temane – Maputo, numa extensão de 560 km, que constitui a primeira fase da construção da espinha dorsal da
linha de transporte a ser usada para evacuação da energia
a ser gerada em Mphanda
Nkuwa.
A materialização de diversos projectos em curso em
Moçambique, tanto de geração como de transporte, que
incluem centrais hidroeléctricas e termoeléctricas a carvão e linhas de transporte de
energia, todos eles de dimensão regional, representa um
contributo na consolidação
da cooperação regional, bem
como no aumento das transacções de energia no contexto do mercado da SAPP.
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 |ECONOMIA| zambeze | 27
ZAMBEZE
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Comercial
Cimeira Financial Times
Há necessidade de se capacitar as
PME face à exploração do gás natural
A capital do país acolheu,
na semana passada, a quarta
edição da Cimeira Financial
Times em Moçambique, durante a qual o administrador
delegado do Standard Bank,
Chuma Nwokocha, defendeu
a necessidade de o país se focar na capacitação das suas
Pequenas e Médias Empresas
(PME) para que tirem, efectivamente, vantagem das oportunidades que se abrem com
a implantação dos projectos
associados à exploração do
gás natural na bacia do Rovuma, na província de Cabo
Delgado.
Este apelo surge
do facto de existir um défice de
participação deste
segmento de empresas no processo de desenvolvimento sustentável do País,
bem como na prestação de serviços e fornecimento de bens
aos grandes projectos.
É neste sentido que Chuma
Nwokocha aponta como prioridade a capacitação das PME
para que estas tenham acesso às
oportunidades existentes, não
só nos grandes projectos, mas
também nos mercados regional, continental e mundial.
“O financiamento é a parte
menos relevante, neste momento. O mais importante é ajudar
as empresas moçambicanas, em
particular as pequenas e médias
a adquirirem capacidades e conhecimentos, pois só assim é
que terão acesso às oportunidades criadas pelos projectos
da bacia do Rovuma”, disse
o administrador delegado do
Standard Bank.
Chuma Nwokocha defendeu, ainda, a contínua aposta na
agricultura, apesar do enorme
potencial que o País detém no
sector energético: “A agricultura contribui com 24 por cento
para o nosso Produto Interno
Bruto e é o maior empregador
da população moçambicana.
Ou seja, é um sector a ter sempre
em conta. Não podemos abandoná-los, só porque descobrimos o
gás”.
Chuma Nwokocha falava na
abertura da quarta edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, que, na sua opinião,
se afigura como uma excelente
plataforma de debate e de troca
de experiências sobre as melhores soluções para o futuro do
País.
“O Standard Bank sempre investiu no futuro de Moçambique,
onde está implantado há mais de
125 anos. Por isso, apoia a realização desta cimeira desde o primeiro momento. Estamos felizes
com a qualidade dos debates,
que vão, certamente, contribuir
para um crescimento sustentável
e inclusivo do País”, sublinhou.
A cerimónia de abertura foi
dirigida pelo ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, para quem o evento serve
de montra para as oportunidades
que o País possui em diversas
áreas, pois “a partir daqui é mais
fácil fazer saber que existimos e
que Moçambique é um bom País
para se investir”.
“Esta cimeira é uma plataforma que nos permite trocar
informações sobre as nossas potencialidades. A Financial Times
é uma publicação especializada
em assuntos económicos, com
inserção mundial, e é sempre
bom termos um evento desta
natureza aqui. Temos e fazemos
muitas coisas boas, mas não temos tido a capacidade de as fazer
chegar ao mundo, e as pessoas
que não conhecem Moçambique
começam, pelo menos, a ter informações a partir daqui”, disse
Adriano Maleiane.
Importa realçar que a quarta
edição desta cimeira teve como
tema “Construindo Resiliência
para um Crescimento a Longo
Prazo”, dada a necessidade e
pertinência do debate sobre reformas e soluções que possam
permitir um crescimento sustentável da economia, transformando os actuais desafios em oportunidades.
A tónica das apresentações
e dos debates esteve centrada na
diversificação da economia do
País e a introdução de reformas
com vista ao seu crescimento
sustentável, numa altura em que
o País se prepara para receber
grandes volumes de investimento associados à exploração
do gás na bacia do Rovuma, em
Cabo Delgado.
28 | zambeze | CULTURA| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
40 anos de carreira
Pedro Mourana expõe no
Espaço Cultural da Tmcel
Por ocasião dos 40 anos de carreira, o renomado artista plástico moçambicano Pedro de
S. Betrufe Mourana, de nome artístico PMourana, inaugura, na sexta-feira, 20 de Setembro,
em Maputo, uma exposição sob o tema “Eterno
Recomeço - 40 anos de peregrinação artística”.
Trata-se de uma compilação de valiosas
obras plásticas feitas ao longo de quatro décadas
de uma notável carreira artística, caracterizada
por uma criatividade ímpar, na forma de exprimir a paixão e as emoções, através da cultura.
A exposição, que estará patente durante 30
dias, no Espaço Cultural Moçambique Telecom
(Tmcel), localizado no IFT – Instituto de Formação das Telecomunicações, conta com o apoio
desta empresa de telecomunicações, inserido
no âmbito das suas acções de responsabilidade
social corporativa, visando estimular, fomentar,
preservar e divulgar o património artístico e cultural nacional.
PMourana, cuja primeira exposição ocorreu
em 1979, tem abordado várias temáticas, desenvolvendo diversas técnicas: “Nesta exposição,
as pessoas poderão ver a minha evolução em
termos de busca de temáticas, como também na
técnica aplicada. Abordo exaustivamente temas
de carácter social, sobretudo no que diz respeito
à mulher, pois é a partir dela que procuro abordar
a humanidade”, referiu o artista.
Quarenta anos de carreira, conforme enfatizou PMourana, são quatro décadas de escola, de
muita aprendizagem contínua. A ideia do artista
é juntar no mesmo espaço cerca de 40 obras de
arte, algumas das quais pintadas em 1983.
Sobre a parceria com a Tmcel, PMourana
contou que tudo começou a partir duma visita
que o presidente do Conselho de Administração
da Tmcel, Mahomed Rafique Jusob, fez ao seu
atelier, onde contemplou algumas das obras do
artista: “Estou feliz por esta parceria e acredito
que vai imprimir maior qualidade à minha exposição”, frisou.
Ainda a propósito da parceria, PMourana
considerou que as artes só podem desenvolver-
-se se o empresariado nacional apoiar, uma vez
que um artista isolado mesmo que tenha talento,
dom e potencial, se não tiver uma parceria institucional, um curador à altura, não pode singrar
na sociedade.
Importa realçar que PMourana já participou
em diversas exposições, tanto individuais como
colectivas, dentro e fora do País, onde abordou
temas que exaltam o amor, a mulher, a poesia, a
música e outros de intervenção social, focalizando assuntos inerentes à valorização do património cultural, à exaltação da diversidade cultural e
ao diálogo entre as artes, nomeadamente a pintura e a música.
Está patente, desde sábado, 14 de Setembro, no
Auditório do BCI, em Maputo, uma exposição colectiva de trabalhos manuais
de alunos do Centro Infantil
e Escola Pequenos Sábios,
intitulada “A Magia das Ciências”.
Como refere uma nota
da escola, pretende-se
com esta actividade que
as crianças desenvolvam
o pensamento crítico, rigor científico, capacidade
de observação, que saibam
reflectir, questionar, formular hipóteses, pesquisar,
analisar, resolver problemas, concluir, justificar,
entre outros. A directora
da escola, Fátima Valimamade, reiterou, na ocasião,
a importância da arte na
aprendizagem das crianças,
estabelecendo uma relação
directa com a ciência.
“As ciências levaram-
-nos a uma grande aprendizagem, à descoberta
de formas divertidas. Os
alunos sentiram prazer e
motivação na aquisição de
conhecimentos” – disse,
salientando que “a escola deve importar-se muito
mais, para além de transmitir conhecimentos de leitura
e escrita. Ela deve preparar
o aluno para a vida”. Já o
representante do BCI, Simão Nhambessa, referiu
o compromisso do Banco em continuar a apostar
em novos talentos que vão
emergindo ano-após anos,
o que faz augurar um futuro promissor para a arte e a
cultura.
“Assumimos desde
sempre uma postura de intervenção activa na valorização de causas como a que
hoje é aqui apresentada” –
disse. Fundado há 19 anos
e vocacionado para a infância, o Centro Infantil e Escola Pequenos Sábios tem
como objectivo fundamentar a prática pedagógica nos
seguintes eixos: educar,
brincar e cuidar. Refira-se
que a mostra pode ser vista, com entrada livre, até ao
dia 21 de Setembro.
Pequenos
Sábios expõem
“A Magia da
Ciência”
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Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | CULTURA| zambeze | 29
O Centro Cultural da
Universidade Eduardo
Mondlane, acolheu no
último fim-de-semana em
Maputo a estreia da primeira Ópera Moçambicana com o título “O Grito
de Mueda”.
O Grito de Mueda é
uma criação colectiva de
vários músicos e dramaturgos numa cooperação
entre moçambicanos e
argentinos. O objectivo
desta iniciativa é contar
a história do massacre de
Mueda numa só voz e de
forma livre.
Este é um concerto
que representa um marco fundamental no mundo das artes e cultura em
Moçambique, uma vez
que marca o nascimento
da música académica nacional.
Nó Boane da embaixada da Argentina em
Moçambique que falava
ao “Zambeze” depois da
realização de espetáculo,
no último fim-de-semana
em Maputo, salientou
que este é uma projecto
que iniciou através do
maestro argentino, Óscar
Castro há mais de dez
anos que “desde esta altura pensou em colocar
em cena a história de
massacre de Mueda em
colaboração com vários
artistas moçambicanos e
argentinos como forma
de construir um legado
na cultura dos moçambicanos,” disse.
Mais de oitenta artistas estão em envolvidos
na exibição da primeira
ópera moçambicana desde músicos, compositores, actores, instrumentistas.
“Narra a gestação,
desenvolvimento e resultado fatal da convocação
dos camponeses de Mueda, levada a cabo pelas
autoridades coloniais
portuguesas a 16 de Junho de 1960 e está ópera é uma, representação,
uma narração livre de um
facto histórico moçambicano que é um massacre de moeda, que é um
evento histórico para moçambique ”, esclareceu,
Nó Boane.
Por seu turno, Óscar
de Castro professor da
Universidade de Buenos
Aires, da Argentina e
professor convidado na
Escola da Comunicação
e Artes na Univerdade
Eduardo Mondlane, considera igualmente que “a
obra estreada neste sábado em Maputo constitui
um marco importante na
cultura dos moçambicanos, tendo em conta que
o Massacre de Mueda, foi
um dos mais marcantes
episódios da resistência
dos moçambicanos à
opressão colonial” disse
o professor.
A ideia de se fazer
uma opera moçambicana
nasce, segundo Óscar de
Castro numa interação
com estudantes universitários após a sua chegada ao solo pátrio “nessa
altura comecei a investigar no sentido de encontrar uma tema forte que
nos permitisse contar a
história dos moçambicanos, e foi a partir deste
prossuposto que escolhi
o tema massacre de Mueda, muito importante para
as independências e a reposição de alguns aspectos culturais,” explicou a
fonte.
Mas adiante questionado a fonte sobre a escolha do tema “Grito de
Mueda” o interlocutor
disse que “mudou-se de
nome de Massacre para
o Grito de Mueda porque
é uma palavra muito forte
e é como um começo para
as liberdades e para libertação deste país, portanto
a cena é uma interpretação livre deste país.”
Foi um evento de alegria, grande aprendizagem, um rebuscar da história da Moçambique. Foi
um grande ensinamento
sobre o processo de massacre de moeda.
“O Grito de Mueda”
foi escrita por Nilza Laice, sobre ideias de Óscar
Castro, Hortêncio Langa e Feliciano de Castro
Comé, todos professores
da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane.
Inspira-se em factos
verídicos narrados num
capítulo das memórias
de Domingo Pachinuapa. Com uma composição original, a música foi
criada por uma equipa de
compositores moçambicanos e argentinos: Edildo Cuna, Pedro Tinga,
Hortensio Langa, Edson
Uthui, Feliciano de Castro
Comé, Samuel Manhiça
Júnior, Luis Caruana, Ilidio Manhiça, Hugo César
de la Vega e Óscar Castro.
Este fim-de-semana a
ópera moçambicana volta aos palcos do centro
Cultural da Universidade
Eduardo Mondlane com
as entradas livres. Num
futuro próximo poderá ser
exibido nas províncias.
Alberto Mazanga
Alberto Mazanga
Elton Lalfy na primeira
pessoa musical…
Elton Bernado Bila de 21 anos, estudante do Nível médio, residente no
Bairro Triunfo, jovem músico, dos
géneros Kizomba, R&B e HIP-HOP.
Nome artístico Elton Lalfy
“Comecei a contar em 2010, descobri este talento através de um primo que
certa vez levou-me ao estúdio e perguntou-me se eu não queria cantar, e assim
foi. Comecei a minha carreira pelo Rap,
actualmente faço outros géneros musicais.
Faço parte de um grupo musical denominado “Death Boys”, formado em
2013, o grupo é composto por 4 membros. Como grupo em 2015 lançamos
uma EP, denominada “Life Style”, que
contém 5 faixas de géneros variáveis.
Seguindo a carreira a solo, está previsto o lançamento da minha EP, para
o ano de 2019, uma data por anunciar.
Para a gravação e captação das nossas
músicas contamos com o estúdio de um
dos membros do grupo.
O nosso primeiro show foi em 2014,
em que participamos no reality show
“Miss e Mister” entre escolas, no Cine
África, participamos igualmente no lançamento do Álbum “ Tesouro” do cantor Hot Blaze. Daí em diante tivemos
vários shows agendados.
Ao longo da carreira tivemos vários
constrangimentos, como grupo e como
fazedores de arte, como grupo houve
desavenças internas, como artistas, por
vezes não fazer parte do cartaz de um
show, os promotores não davam valor
as nossas atuações, as vezes éramos
convidados, mas nem sempre actuávamos.
Em 2018, Bruno, um dos responsáveis pela descoberta do cantor Messias
Marricoa, organizou um casting para a
busca de novos talentos. Fui apurado
para a segunda fase, mas não pude participar, por problemas pessoais.
O meu maior sonho é entrar para o
mercado da música, expandir o meu trabalho além fronteiras, ser reconhecido
e conseguir gravar mais vídeos. Como
grupo temos um vídeo lançado e o resto
são apenas participações.
Silvino Miranda
Primeira Ópera Moçambicana
narra a história do
“Massacre de Mueda”
ROX-Mazito encanta o
Publico do Centro Cultural
Franco-Moçambique
Foi na noite da última
sexta-feira que a trio constituído por artistas como
Rhodália Silvestre, Onésia
Muholove e Xixel Langa,
dividiu o palco na sala
grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano
num concerto musical intitulado ROX Mazito.
Segundo a representante do trio em conversa
com a nossa esquipa de
reportagem, este é um projecto de três mulheres artistas, criado em 2018, em
conversa de bar, com o intuito de fazer um show que
tinha como designação
noite das divas. “Tudo começou nesta actuação e fomos sugeridas para cantarmos juntas e criarmos uma
marca. Dado o sucesso e
satisfação nas actuações
ganhamos coragem para
continuar a trabalhar juntas para dar continuidade
a este projecto”, explicou.
Rhodália Silvestre, diz
que o espectáculo superou
as expectativas previstas
e projectadas. “Foi um
espetáculo, e é isto que
nos incentiva a trabalhar
como artistas, cada vez
mais, e este foi um show
que superou o primeiro
que tivemos há um mês no
big-brother e prometemos
não decepcionar os nossos
fãs”.
Cada uma destas artistas trouxe ao palco quatro
músicas individuais da sua
autoria, que foram interpretadas neste cruzamento
de vozes e algumas imitadas para animar a noite do
espetáculo.
Na mesma ocasião a
Rhodália Silvestre prometeu lançar o seu primeiro
álbum ainda este ano.
Já a jovem artista Onésia Muholove diz que o espetáculo foi um momento
único e esta marca “ROX”
veio para ficar na cultura
moçambicana. “Vamos
continuar a trabalhar e
cada apresentação será
diferente da outra. Estivemos muito bem no palco e
o público cantou a nossas
músicas”
ROX vem da junção
das iniciais dos nomes das
artistas: Rhodália, Onésia
e Xixel e Mazito, que significa vozes, traduzido de
Tsonga para Português.
O trio fazer-se-ia
acompanhar de uma banda
constituída por Stélio Zoe
na bateria, Euclides Carlos
na guitarra, Nicolau Cauaneque no piano, Samito
Tembe na percussão e Sérgio Mudjidji e viola-baixo.
Alberto Mazanga
Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | Zambeze RIR | zambeze | 31
Ver, ouvir... e não calar
Ângelo Munguambe Homenagem ao Ângelo de Oliveira
Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2020 z
Av. 25 de
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Onde a naçã
Setembro, Nr. 1676 l Cell: 82 30 73 450
o se reenc
l esmelifania2002@gmail.com
e
ontra
zl Maputo
E
Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2020
Meninos e meninas, rapazes e raparigas, velhos
e velhas. Nos dias de hoje, as empresas orgulham-
-se do que produzem. Para a EDM, as coisas não
são assim. Esta instituição sabotou, ou melhor meteu água ao retardar o processo produtivo do jornal
Zambeze. É assim: desde segunda-feira que a EDM
se envolveu em trabalhos demorados de remoção do
seu PT, na Av. 27 de Setembro para facilitar a vida
profissional da nova empresa vizinha, a Mahindra.
Tudo bem. Mas para actos do género, mandam
os manuais da boa educação empresarial, que aos
utentes dos serviços em causa, lhes deve ser dada
informação sobre a obra e as horas de reposição de
energia. Nada disto aconteceu. As instituições das
redondezas sentiram o efeito demolidor da falta de
energia. Quanto a nós, a edição e o fecho da edição
presente ficaram comprometidos, e a empresa gráfica, aplicou as devidas multas pelo atraso no envio
do material. Moral da baboseira: a EDM ganhou
dinheiro com o trabalho efectuado na empresa vizinha. Nós outros em especial o jornal Zambeze, ficamos a ver a banda passar, ou seja, duas empresas
uma com ganhos e outra (a nossa) com prejuízo.
Que asneira esta da EDM. Do tamanho dos buracos
que pululam pelas avenidas de Maputo conforme
ilustram as outras imagens. De permeio à patetice
profissional da EDM, dois jovens se guerreiam na
apetência pelo petisco da lavagem de viaturas. Ainda sobre a EDM. Em terra de empresa única, quem
tem o domínio da energia é rei!
EDM meteu água em vez de energia!
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