quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Uma Paz Envenenada

Uma Paz Envenenada
Por Sérgio Cossa
O Acordo de Paz a ser assinado hoje pelo presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade, tanto pode ser motivo de festejo como de preocupação.
O acordo parece não levar em conta as pontas soltas que Ossufo Momad ainda tem por resolver na sua organização. Vemos-lhe sem tacto para resolver as suas diferenças com a dissidência lideradas por Mariano Nhongo. Prefere esconder- se na adjectivação: “são desertores..são indisciplinados”. Esquecendo-se que os dissidentes são em última análise um teste a sua própria liderança. São apenas o reflexo da sua estratégia para consolidar o poder, depois da sua eleição no último congresso. Tal como os dissidentes que preferiram debandar para o MDM, depois de um mal gerido conflito com algumas delegações políticas.
Ao chegar ao chegar aos palcos do acordo com pontas soltas, Ossufo Momade presta um grande favor a Filipe Nyusi que não poupa esforços para entrar nos anais da história como o “ obreiro da paz efectiva”. Nem que para isso, ele e os seus seguidores tenham que esquecer-se que Nyusi também começou um conflito armado ou hostililidades, e perseguiu Afonso Dlhakama como poucos já o tinham feito. Nyusi está simplesmente a devolver um paz que um dia combateu.
E promessa de que ambos irão combater os”inimigos da paz” é um declaração extremamente bélica quando se quer que o espírito de paz domine a atmosfera. É preciso encontrar espaço para Mariano Nhongo e seus fiéis nos acordos que se assinam. Ou numa adenda a estes. Porque de outro modo, a paz continuará a ser sempre um presente envenenado. Já outras vezes oferecida aos moçambicanos.
Comentários
  • Eduardo Domingos Infelizmente poucos pensam assim. O acordo na mesa representa a nova entrada no ciclo de violencia pois é assinado no ambiente atipico e perigosissimo.
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  • Antonio A. S. Kawaria Mas também quando há quem promete matar a paz como se se fica. Eu avisei. Há que sermos inteligente. Mano Eduardo Domingos, um dia te perguntarei
  • Helio Cristiano Celestino Eu sempre alertei sobre o erro de não levar em conta as inquietações do general Nhonga.
  • Aurélio Madzibaba Bull Mais uma bolada mal feita. Talvez pior que a das dívidas ocultas
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  • André Thomashausen Eduardo, em que mesa? Ninguém pode ver e ler esse acordo. Existe? E segredo porquê?
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  • Eduardo Domingos Professoe André André Thomashausen está na mesa oculta, so os deuses podem ve-lo.
  • Jossias Ramos Desde sempre foram ocultos. Aliás, Desde Dhlakama em vida, a Renamo Moçambique (e a FRELIMO? - Não. Só a Renamo) negou o envolvimento de OUTROS (partidos políticos como MDM ou extra-parlamentares, organizações da Sociedade civil, etc).
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  • Jossias Ramos Para mim, nem a Renamo Moçambique (a tua, mano Eduardo Domingos, aquela NÃO UNIDA, a de Dlhakama) muito menos a Frelimo estão interessadas numa VERDADEIRA paz e RECONCILIAÇÃO NACIONAL. Porque escondem muita coisa, depois das matanças que têm feito ao povo sofredor, para finalmente se perdoarem entre si. O que, na verdade interessa-ALIÁS, DESDE SEMPRE INTERESSOU, AS DUAS PARTES- é partilha de TACHO.
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    • Eduardo Domingos Essa renamo unida de ossufo momade é que está interessada na verdadeira paz e reconciliaçao ou vendeu a renamo Moçambique, a minha.
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    • Jossias Ramos Para mim, ninguém. Nem a 'Santa Frelimo' nem a Renamo Moçambique, nunca estiveram interessados, mano
      A Renamo, no tempo de DHLAKAMA já conseguiu fazer rever a Constituição e outras Leis, sempre negando a opinião de terceiras partes (nacionais, particu
      larmente). Mas sempre que lhe DRIBILARAM resultados eleitorais apareceu a reclamar ao PÚBLICO. Portanto, TODOS esses estão interessados no TACHO. Para eles, O RESTO É MESMO RESTO.
    • Oreste Muatuca Jossias Ramos, um caso para dizer que a frenamo faz de nós seus instrumentos de prazeres desconhecidos.
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    • Jossias Ramos Nem mais.
    Escreve uma resposta...

  • Aurélio Madzibaba Bull Será que não estou atento ou é um facto!
    Desde que começou esta coisa de acordo de paz nunca ouvi o OM a falar do Dhlakama. 
    Será que é egoísmo? 

    Será que faz parte da bolada apagar o nome daquele que foi grande dor de cabeça(de recordar qie foi atrás dele para conversar depois de quer matá-lo) de um dos assinantes do acordo? 

    Gostava eu de ter a resposta ou de estar enganado

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