Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 22 de Agosto de 2019 l Ano XIV l nº 869 50,00
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Sai às quintas
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Onde a nação se reenc
e
ontra
z Comercial
Ditadura nas
matas da Gorongosa
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Eu sou o
presidente!
Revoltosos não são grupo qualquer
Querem distrair as eleições
Foram excluídos do acordo da Paz
Mazoio & Ca. mamaram
suor dos trabalhadores
2 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | destaques |
O presidente do Conselho de Administração (PCA) do INSS
encontra-se detido desde a última quarta-feira, na sequência do
processo 31/11/P/2019, que investiga os crimes de corrupção,
peculato e falsificação. A prisão de Mazoio, conhecido como um
cidadão simples e afável, surpreendeu meio mundo, mas já era
sabido, ao nível do INSS e dos meios judiciários, que, dependendo das circunstâncias, da investigação da justiça, a qualquer
altura poderia estar tramado!
E
mbora parte da
imprensa tenha-se
referido ao facto
de Mazoio ter sido
detido quando viajava em missão de serviço, na
verdade, o PCA do INSS regressava da província de Manica onde esteve a trabalhar por
alguns dias. Tinha, sim, marcada para dois dias depois (domingo), a partida à província de
Tete, onde estaria a trabalhar
esta semana.
À chegada ao aeroporto
Internacional de Mavalane,
elementos do Gabinete Central de Combate à Corrupção o
aguardavam no exterior, tendo
apenas tido tempo de despedir-
-se dos seus acompanhantes,
pois minutos depois, quando
ia partir para a sua viatura, fora
interpelado e recolhido imediatamente aos calabouços.
Ainda na tarde desta segunda-feira, recolheu à cadeia, o
antigo Director Geral do INSS,
Baptista Machaieie, acusado
igualmente no mesmo processo. Machaieie, que faz parte do
grupo de estudantes moçambicanos formados em Cuba, já
foi Secretário-Geral da Assembleia da República.
Um assunto da antiga direcção
Com a prisão de Maria Helena Taipo, acusada de desvio
de fundos do INSS, era previsível, mais dias, menos dias,
que alguns antigos e actuais
gestores da Segurança Social
poderiam parar na cadeia, comprovado ser impossível que a
antiga Ministra do Trabalho
pudesse sozinha tirar dinheiro
daquela instituição.
Aliás, no processo que ditou
a sua reclusão, Taipo é suspeita de ter recebido subornos de
100 milhões de meticais para
favorecer empresas de construção civil e do sector gráfico
em contratos com a Segurança
Social.
Os factos remontam a 2014,
quando Helena Taipo era ministra do Trabalho e nessa
qualidade tutelava o Instituto
Nacional de Segurança Social
(INSS).
Para o caso em que são
acusados Mazoio e Machaieie,
segundo uma fonte da Administração da Justiça, há fortes
indícios do envolvimento de
Maria Helena Taipo, tendo em
conta que os grandes negócios
do INSS, todos tinham o seu
aval.
Aliás, os casos OPWAY,
CR Aviation, em que o INSS
foi burlado vários milhões de
meticais, demonstram de forma inequívoca, os contornos
em que eram feitos os saques
no INSS, cujas comissões pagas para facilitar os negócios
chegavam a milhões e outras
bonanças peculiares.
Para o caso CR Aviation,
das irregularidades constatadas
pelo Ministério Público, aquando da instauração do processo
n.º 89/PCM/2017, com vista
a apurar a existência de possíveis infracções de natureza
criminal, constavam infracções
relacionadas com a falta de sujeição do memorando à fiscalização do Tribunal Administrativo, falta de apresentação,
pela CR Aviation, de planos de
recuperação dos investimentos
realizados pelo INSS e concessão do valor à CR Aviation sem
qualquer deliberação do Conselho de Administração do INSS.
No caso OPWAY, o INSS
celebrou com a instituição
um contrato de compra e venda de um imóvel no valor de
1.544.400.000,00 meticais,
Teia de corrupção no INSS montada por Helena Taipo desmorona
Baptista Machaieie segue
Francisco Mazoio nos calabouços
em Setembro de 2014, tendo desembolsado durante a
vigência do contrato, 1.330.
131.308,00mts, não obstante
tratar-se de um contrato “chave
na mão”, ou seja o pagamento
devia ter sido feito depois da
conclusão da obra.
As batalhas para recuperar
os milhões “comidos” no INSS
Quando a actual Ministra
do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo,
assumiu as suas funções, logo
se apercebeu que as coisas no
INSS não estavam bem. Foi
este o mote que a incitou a desencadear um conjunto de reformas, com incidência para a
moralização na utilização dos
milhões dos trabalhadores moçambicanos.
A par deste trabalho, Diogo mandou parar a execução
de um conjunto de negócios
celebrados sob o beneplácito
de Helena Taipo, que estavam
a lesar o INSS em milhões de
meticais. Foi a partir destas decisões que entrou em choque
com os sindicatos mafiosos que
comiam no INSS.
É quando chegam ao público os casos CR Aviation,
OPWAY, este último que solicitava ao INSS o pagamento de mais de mil milhões de
meticais pela paragem que sofreu a execução do contrato,
um aumento de 186% do valor
inicial, cabendo nos termos da
Lei, em situações similares, o
incremento de apenas 25%.
Embora o Tribunal tenha
dado provimento ao pedido
da OPWAY, o INSS interpôs
recurso alegando que a mesma viola de forma clara o Regulamento de Contratação de
Empreitada de Obras Públicas
e Fornecimento de bens e Prestação de Serviços ao Estado.
Conselho da Administração
demarca-se de Mazoio
Entretanto, através de um
comunicado de imprensa recebido pela nossa redacção, os
membros do Conselho de Administração, da Direcção Geral
e funcionários do INSS dizem
ter tomado conhecimento da
detenção judicial, na sexta-
-feira passada, do seu PCA,
Francisco Mazoio, no quadro
das investigações levadas a
cabo pelo Gabinete Central de
Combate à Corrupção.
O comunicado diz que
“estando ainda o processo a
desencadear-se ao nível das
instituições de administração
de justiça, a quem cabe, em última instância, dar a conhecer
os factos de acusação, e respeitando o princípio da presunção
da inocência legalmente estabelecido na Constituição da
República de Moçambique, o
INSS aguarda com serenidade
pelo desenrolar dos acontecimentos para que, num momento oportuno, possa dar os
esclarecimentos julgados necessários”.
“O INSS reitera o seu comprometimento com o trabalho
realizado pelos órgãos de administração da justiça, visando
a explanação de todas as situações que se demonstrem contrárias à política de gestão do
Sistema de Segurança Social
obrigatória, garantindo, desde
já, a sua abertura para cooperar
com todas as instituições interessadas para o esclarecimento
deste caso”, pode ser lido no
documento.
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | destaques | zambeze | 3
Mais nove recolheram aos calaboiços
São 19 lesas-pátria que vêem
sol pelos quadradinhos
Nove arguidos acusados de envolvimento no escândalo das
dívidas ocultas foram detidos na última segunda-feira, passando a 19 o número de pessoas presas ao abrigo deste processo.
As detenções foram ordenadas pelo Tribunal Judicial da Cidade
de Maputo e seguem-se à dedução pelo Ministério Público, na
semana passada, da acusação definitiva contra 20 arguidos, incluindo dez que estão encarcerados desde o primeiro trimestre
deste ano. Da primeira lista dos constituídos arguidos consta o
nome de Manuel Chang, que já se encontra detido na África do
Sul implicado pela justiça norte-americana, que quer ser julgado em Moçambique. Dos 20 acusados, está em liberdade provisória mediante pagamento de caução, Elias Moiane.
E
ntre as pessoas detidas esta semana
consta Renato Matusse, antigo conselheiro político de
Armando Guebuza, presidente
da República de Moçambique
entre 2005 e 2015, que já tinha
sido constituído arguido desde
Fevereiro deste ano, mas que,
estranhamente, continuava a
gozar de liberdade. Tido como
o autor espiritual dos jargões
que Guebuza usava nos seus
discursos, Matusse andava nos
últimos dias, colado no circulo
de amizade de Filipe Nyusi, o
que lhe conferia uma certa protecção.
Além de Matusse, o Tribunal Judicial da Cidade de
Maputo ordenou a detenção
de Zulficar Ali Ahmad, Cipriano Mutota, Crimildo Manjate,
Mbanda Anabela Henning,
Khessaujee Pulchand, Simião
Mahumane, Naimo Quimbine
e Márcia de Caifaz Namburete.
Na acusação provisória de
Março, o Ministério Público
imputava a cada arguido detido
esta segunda-feira os seguintes
crimes:
Renato Matusse, 61 anos.
Recebeu USD 2 Milhões. É
acusado de quatro crimes: Corrupção para Acto Ilícito; Crime
de Associação para Delinquir,
Crime de Abuso de Confiança
e Crime de Branqueamento de
Capitais.
Cipriano Mutota, 61 anos,
oficial do SISE. Recebeu: USD
980 mil. É acusado de quatro
crimes: Crime de Abuso de
Confiança; Crime de Branqueamento de Capitais; Corrupção
Passiva para Acto Ilícito e Crime de Associação para Delinquir.
Crimildo Manjate, 38 anos.
Recebeu: 3.750.000 Meticais.
É acusado de três crimes: Crime
de Associação para Delinquir,
Crime de Abuso de Confiança
e Crime de Branqueamento de
Capitais.
Mbanda Henning, 43 anos.
Recebeu: 12.865.000 Meticais.
É acusado de três crimes: Crime
de Associação para Delinquir,
Crime de Abuso de Confiança
e Crime de Branqueamento de
Capitais.
Zulficar Ahmad, 46 anos.
Recebeu USD 100 Mil. É acusado de dois crimes: Crime de
Abuso de Confiança e Crime
De Branqueamento de Capitais.
Naimo Quimbine, 39 anos.
Recebeu: 5.682.907 Meticais.
É acusado de três crimes: Crime
de Associação para Delinquir,
Crime de Abuso de Confiança
e Crime de Branqueamento de
Capitais.
Márcia Caifaz Namburete,
47 anos. Recebeu: 50 mil Euros. É acusada de três crimes:
Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de
Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais.
Simione Mahumane, 46
anos. Recebeu: 872.500 Meticais. É acusado de três crimes:
Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de
Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais.
Khessaujee Pulchand, 37
anos. Recebeu: 13.480.000
Meticais. É acusado de três crimes: Crime de Associação para
Delinquir, Crime de Abuso de
Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais.
O grupo dos nove detidos
esta segunda-feira junta-se aos
outros 10 arguidos que estão
em prisão preventiva desde o
primeiro trimestre do ano.
As detenções ocorrem 10
dias depois de o Ministério
Público ter submetido a acusação definitiva ao Tribunal
Judicial da Cidade de Maputo. Neste momento, aguarda-
-se pelo despacho da juíza da
causa, Evandra Uamusse, que
vai anunciar quem vai a julgamento.
Apenas um dos 20 arguidos continua em liberdade, depois de ter pago caução e pelo
facto de a justiça considerar o
seu papel menor no caso.
O Ministério Público moçambicano acusa os arguidos
de associação criminal, chantagem, corrupção passiva,
peculato, abuso de cargo ou
função, violação de regras de
gestão e falsificação de documentos.
A justiça imputa ainda aos
implicados os crimes de uso
de documentos falsos, posse
de armas proibidas e branqueamento de capitais.
Entre os arguidos detidos
no início deste ano incluem-
-se Ndambi Guebuza, filho do
antigo presidente moçambicano Armando Guebuza, e a secretária particular deste, Inês
Moiane, e antigos dirigentes
dos Serviços de Informação e
Segurança do Estado (SISE).
O caso está relacionado
com as garantias prestadas
pelo anterior executivo moçambicano, entre 2013 e 2014,
a favor de empréstimos de
dois mil milhões de euros para
as empresas Ematum, MAM e
Proindicus.
A operação dirigida pela
Procuradoria-Geral da República de Moçambique levou à
detenção no primeiro semestre
deste ano de Gregório Leão,
ex-director geral do Serviço
de Informações e Segurança
do Estado – SISE; António
do Rosário, braço direito de
Gregório Leão, PCA das três
empresas EMATUM, MAM
e Proindicus e quadro sénior
da “secreta moçambicana”
responsável pela inteligência
económica; Inês Moiane, secretária pessoal de Armando
Guebuza, quando o Estado
avalizou os empréstimos; Teófilo Nhangumele, alegado promotor de todo este esquema de
corrupção, através da criação
das três empresas e da contratação de financiamentos e de
Bruno Tandane, operativo do
SISE e tido como amigo próximo do filho mais velho de
Armando Guebuza.
4 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Porta-voz da Renamo, José Manteigas contra-ataca
Junta Militar é uma agenda
para distrair as eleições
- A Renamo verdadeira está com Ossufo Momade
O porta- voz da Renamo, José Manteigas, defende que não
é verdade que a ala militar da Renamo não tinha sido envolvida nos debates que culminaram com o Acordo de Cessação das
Hostilidades Militares e o de Paz e de Reconciliação de Maputo
com o governo moçambicano. De acordo com Manteigas, qualquer pessoa que se auto-intitule presidente da Renamo, além
do general Ossufo Momade, não se identifica com a verdadeira
Renamo e nem a Renamo se identifica com ela.
De acordo com
o porta-voz da
Renamo, a propalada Junta
Militar da Renamo é uma agenda de distracção do principal foco da Renamo, nesse caso, as eleições de
15 de Outubro próximo.
Em contacto telefónico,
nesta terça-feira, Manteigas
disse que a verdadeira Renamo está com o general Ossufo
Momade que por acaso está em
digressão pelo norte do país.
General Ossufo Momade diz
que “não foi comprado”
Em comício público em
Nampula, o líder da Renamo,
Ossufo Momade, garantiu ao
seu eleitorado estar comprometido com a paz efectiva no país,
tendo inclusive dito em alto e
bom som que não foi comprado
porque não era nenhuma capulana.
Entretanto, José Manteigas
disse, em entrevista exclusiva
ao Zambeze, que todo o processo de negociação do novo
Acordo de Paz foi acompanhado pelo Estado Maior General
das forças residuais da Renamo
que ainda está em Gorongosa.
“As nossas forças residuais,
através do Estado Maior General, acompanharam e viveram
todos os momentos que culminaram com os acordos, tanto da
Cessação das Hostilidades Militares e também da Paz e Reconciliação de Maputo, daí que
não faz sentido dizer que os militares não foram envolvidos”,
desmentiu Manteigas.
Conforme recorda Manteigas, depois da morte do presidente Afonso Dhlakama, a
Comissão Política da perdiz
reuniu-se no dia 5 de Maio e
nomeou o actual presidente,
Ossufo Momade, como coordenador da Comissão Política e
depois das exéquias fúnebres a
mesma Comissão Política Nacional da Renamo consciente
de que estava num momento
crucial das negociações com o
governo decidiu que o coordenador devia passar a viver no
Estado Maior General da Renamo, em Gorongosa e foi o que
aconteceu.
Ossufo Momade viveu em
Gorongosa por volta de um ano
e alguns meses, nesse período
todo, segundo Manteigas, esteve em contacto permanente
com os políticos da Renamo e
com os militares.
“Não é verdade que os militares não foram envolvidos,
porque na verdade todos os
militares estiveram lado-a-lado
com Ossufo Momade até a assinatura dos acordos”, disse
Manteigas.
Por outro lado, sobre o
controlo das armas na posse
da Junta Militar da Renamo, o
porta-voz da Renamo disse que
este assunto é da responsabilidade da própria Junta Militar,
porque “como já dissemos, os
nossos companheiros que estão a aparecer, apartaram-se
das forças residuais da Renamo, portanto, cabe a eles saber
se controlam ou não as armas.
Aquilo que é da obrigação da
Renamo, ela está a fazer, e
por isso estamos focados neste
momento nas eleições, porque
a Renamo quer ganhar as eleições e governar bem em 2020”.
“A Renamo verdadeira está com
Ossufo Momade”
“A Renamo é esta dirigida
pelo Ossufo Momade, que foi
eleito no congresso em Janeiro
deste ano, qualquer outro que
se auto-intitule presidente, essa
pessoa não se identifica com
a Renamo e a Renamo não se
identifica com ela, porque a
eleição dos órgãos do partido,
nomeadamente o presidente do
partido, a Comissão Política
Nacional, o Conselho Nacional
do Partido, todos esses órgãos
são eleitos pelo congresso que
aconteceu de 15 a 17 de Janeiro
de 2019”, explicou Manteigas.
As organizações do partido
Renamo, ainda segundo Manteigas, estão a funcionar em
pleno, prova disso, entende,
é que Ossufo Momade, neste momento, está a fazer uma
digressão pelo país, começou
pela província de Nampula, em
Nacala-Porto, foi a Mossuril, a
Ilha de Moçambique, e agora
está em Malema num comício
popular, depois vai a Monapo,
a Nampula e depois para a província de Cabo Delgado, Niassa e Zambézia.
A Renamo “jura de pés juntos” que quer ganhar as eleições presidências, legislativas
e das Assembleias provinciais
e, nesta senda, não deve estar
distraída com agendas que não
tem nada a ver com o próprio
partido.
“A Renamo está num processo negocial, neste momento,
está a decorrer o processo de
DDR das forças residuais da
Renamo e todos os militares
estão na expectativa de serem
enquadrados neste processo, é
o que está a acontecer, a nossa agenda é essa, ter um desfecho positivo do processo de
DDR daí que a todo momento
exortamos para que o governo
moçambicano e a comunidade
internacional criem todas as
condições para se efectivar esse
desiderato comum”, asseverou
José Manteigas.
José Manteigas explicou
ainda ao Zambeze que de igual
modo, a bancada parlamentar
da Renamo, na Assembleia da
República, estava a par do conteúdo do actual Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, de Paz e de Reconciliação
de Maputo.
“A Renamo é una e indivisível, a bancada da Renamo é
uma entidade do partido, sem a
Renamo não existiria a bancada parlamentar da Renamo daí
que todas as deliberações que
a bancada toma é sob orientação do partido na pessoa
do seu presidente, o general
Ossufo Momade, e tudo que
é orientação política é disseminada por todo órgãos do
partido, incluindo a bancada
parlamentar da Renamo, não
é e nem seria de salutar que a
bancada parlamentar da Renamo não estivesse a viver sobre
o desenrolar das negociações
que culminaram com os acordos”, disse Manteigas.
| destaques |
DÁVIO DAVID
A Renamo é esta
dirigida pelo Ossufo Momade,
que foi eleito no
congresso em
Janeiro deste ano,
qualquer outro
que se auto-intitule presidente,
essa pessoa não se
identifica com a
Renamo e a Renamo não se identifica com ela.
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | Destaque | zambeze | 5
Sentencia Elias Dhlakama
Junta Militar não é grupo qualquer!
- Quem reivindica é porque tem um ressentimento na sua alma.
Elias Dhlakama, irmão mais novo do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama e candidato derrotado para sucessão
do seu irmão na presidência do partido Renamo, é uma das vozes, ao que tudo indica, que faz eco as reivindicação da auto-
-denominada Junta Militar da Renamo que, no passado sábado,
supostamente destituiu o actual presidente do partido, eleito
democraticamente, Ossufo Momade. Dhlakama (Elias) diz que
o grupo liderado por Mariano Nhongo, estacionado em Gorongosa, não é um grupo qualquer e, por isso, devem ser ouvidas as
reivindicações.
E
lias Dhlakama explicou a nossa reportagem que os
últimos acontecimentos que marcam o partido Renamo podem
ser interpretados de diversas
maneiras e em função da pessoa que o faz, sem avançar com
mais detalhes.
Para Dhlakama, a autoproclamada Junta Militar não é um
grupo de simples desertores
como designou o porta-voz da
Renamo, José Manteigas. Este
grupo, segundo a fonte, representa os filhos de uma casa que,
em algum momento, se rebelam contra o seu pai por alguma razão, o que é normal.
“Se os filhos não respeitarem aos pais, este tem a obrigação moral de procurar todos
os canais para poder perceber a
razão dessa falta de respeito e
não os humilhar publicamente”, disse a fonte.
Questionado sobre as supostas obrigações que a Renamo vem tendo no acordo definitivo de paz, Elias Dhlakama
é categórico ao afirmar que
não tem em sua posse o documento do acordo. Aliás, a fonte
entende que o que foi deixado
transparecer nas redes sociais
foram abraços e apupos entre
as duas partes. Contudo, assume, o sumo do acordo como tal
não foi lido ou seja nem todos
tiveram acesso ao documento
para uma interpretação lúcida.
O partido Renamo, disse,
deve encontrar uma solução
para pôr fim ao diferendo que
se vive entre o grupo liderado
pelo Mariano Nhongo e outra
parte pelo presidente Ossufo
Momade.
“Eu ainda não sou deputado
da Renamo o que não me dá o
direito de me pronunciar sobre
os acontecimentos que marcam aquela formação política”,
sublinhou, acrescentando que
o presidente Ossufo Momade
tem um desafio para a resolução dos problemas internos que
tendem a se arrastar para uma
situação difícil de se gerir.
O candidato derrotado à
liderança da perdiz termina a
conversa nos seguintes termos:
“quem reivindica é porque tem
um ressentimento na sua alma”.
Refira-se que, na última semana, a autoproclamada junta
militar da Renamo organizou
uma conferência na serra da
Gorongosa, concretamente nas
matas de Piro, onde culminou
com a eleição do general Mariano Nhongo para a presidência
da junta militar da Renamo.
Entretanto, o líder do partido Renamo disse a comunicação social, quando questionado sobre a junta militar, que
aquele grupo pertence a perdiz
e são filhos daquela casa tendo
minimizado o tom arrogante
do porta-voz da Renamo, José
Manteigas. Elton da Graça
Mariano Nhongo ameaça “arrebentar” o país
O presidente interino da Junta Militar da Renamo, Mariano
Nhongo, considera infundado o processo de Desmilitarização,
Desarmamento e Reintegração da força residual da Renamo
por não espelhar as exigências que o falecido líder da Renamo,
Afonso Dhlakama, por isso pode não ser respeitado tal como
aconteceu com o Acordo de Paz de 1992.
Mariano Nhongo faz duras
ameaças a liderança da Renamo e ao governo moçambicano, chegando a afirmar que,
caso estes prevaleçam com a
ideia da desactivação das bases
da Renamo e desarmamento,
poderá ser rebentado no país
um novo conflito armado.
“Fui eleito esta segunda-
-feira como presidente interino
da Junta Militar e presidente do
partido Renamo”, disse Mariano Nhongo, acrescentando que
a votação havida no congresso
que culminou com a sua eleição esta semana não significa
que é um presidente tribalista, mas sim um líder de todos
moçambicanos que se identificam com os ideais da Renamo
e do seu falecido líder Afonso
Dhlakama e que vão sendo beliscados pela nova liderança de
Momade.
Nhongo entende ser obrigação de todos militares da Renamo se identificarem com os
ideais da Junta Militar por esta
ser uma causa justa. “Qualquer
militar que não se identificar
com a Junta Militar, sendo da
Renamo, este estaria a violar os
princípios”, afirmou.
“Ossufo Momade deve
parar de ser manipulado pela
comunidade internacional por
causa do dinheiro, pois estes
junto com o Presidente da República, tem o propósito de nos
arrancarem as armas, caso essa
ideia prevaleça o país vai rebentar”, avisou, acrescentando
que a questão de enquadramento dos homens da Renamo em
vários ramos das forças de defesa e segurança (FDS), ainda
não está claro, mas este (Ossufo Momade) precipitou-se em
assinar o acordo que mais beneficia a ele (Ossufo), olhando
para as regalias que este dispõe,
em detrimento da força residual
da Renamo que foi discriminada.
”O presidente da perdiz foi
comprado e com a minha eleição deverá renunciar a presidência, não vamos sair do mato
sem nada”, asseverou, tendo
acrescentando que Ossufo Momade e Filipe Nyusi não querem democracia e, caso teimam
em recolher as armas na posse
da auto proclamada Junta Militar, esta vai ripostar.
Questionado sobre quantos
homens e armamento a junta
dispõe, Mariano Nhongo disse ter um exército considerável para que possa responder a
qualquer tentativa de retaliação
que advir quer do governo ou
da nova liderança de Ossufo.
O suposto presidente da Renamo nega a autoria de alguns
tiroteios que se verificaram, há
dias; acrescentando que a Junta
Militar não representa ameaça
ao povo moçambicano, apenas
quer reivindicar aquilo que vem
sendo violado desde a assinatura do Acordo de Paz.
Negociação com líder da
Renamo
Mariano Nhongo não pretende abrir nenhum espaço de
negociação com o actual líder
da Renamo. “Com Ossufo, não
vamos negociar, porque ele já
não é presidente”, afirmou.
A Junta Militar diz que o
combinado com o falecido líder
da Renamo, Afonso Dhlakama
não está sendo cumprido, se
não apenas os dez homens que
foram integrados nas forças de
defesa e segurança que, no seu
entender, estão a ser escravizados.
Ainda segundo Mariano
Nhongo, a governação de Ossufo não é aceitável pelo facto deele ter entregado as armas sem
que alguns aspectos relativos ao
DDR estivessem detalhados. A
fonte diz que dentro de dias vai
convidar os deputados da perdiz
para as matas de modo que se
crie uma comissão para entrar
em negociações com o governo
e, possivelmente, assinar-se um
novo acordo. Elton da Graça
6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad
A questão do comportamento
Há quem p ens e
que nós somos
um país atrasado, supostamente
porque não dominamos nem a ciência, nem a
tecnologia, ou porque não temos
prédios altos, largas avenidas,
grandes indústrias, etc.
Mas quer parecer que a ausência de conhecimento no domínio
da ciência e da tecnologia, da
construção de largas avenidas ou
arranha-céus nas nossas urbes não
deve constituir parâmetro para a
determinação do nosso nível de
desenvolvimento.
A realidade é que, na questão
do comportamento, uma parte do
nosso corpo está paralisada, daí
que muitas das nossas faculdades
não emirjam, por forma a nos
movimentarmos correctamente.
A nossa sociedade parece-se mais
com um bairro onde a energia
eléctrica se interrompeu, estando
mergulhada em trevas. Portanto,
tem que se reparar os órgãos que
impedem que a energia chegue
convenientemente aos pontos
onde ela é necessária, não bastando ficarmo-nos pela lamentação.
É necessário que se eliminem as
causas da nossa “avaria”, revertendo a situação para as suas bases
naturais.
Hoje em dia, os maus hábitos
espalharam-se nas pessoas, e
ninguém se importa, pois fazemos
vista grossa propositadamente, o
que já se tornou algo natural e
parte da nossa vida, concorrendo
sobremaneira para que ninguém
valorize a palavra.
Damos pouca importância
ao brio e à perfeição no trabalho,
e subvertemos os conceitos das
coisas, pois o bem tornou-se mal
e vice-versa, a ignorância tomou
o lugar da sabedoria e vice-versa.
Já ninguém tem a noção de responsabilidade.
A questão do comportamento
é séria. Não se pode construir um
edifício sem que haja fundações
sólidas, da mesma maneira que
não se pode edificar a personalidade humana sem um comportamento são e sem um carácter
firme.
O comportamento é um conjunto diversificado de virtudes e
tradições que dão vida aos povos,
e se permitirmos que esse conjunto
se danifique, não podemos esperar
mais, senão coisas desagradáveis
no nosso dia-a-dia.
Em muitos países do chamado III Mundo, onde o nosso está
incluso, vemos lixo nas ruas, nas
casas, nas roupas e também nos
corpos das pessoas. Confrontamo-
-nos com o caos e a confusão na
circulação de pessoas e no tráfego
rodoviário, com o desleixo na
compra e venda de tudo o que seja
vendável, seja roupas, utensílios
diversos, e comidas.
As pessoas tornaram-se egoístas, esquecendo-se dos princípios
gerais de convivência social e dos
direitos do próximo. Perde-se
imenso tempo a discutir e a difundir futilidades que apenas levam
à preguiça, tanto mental como
física, e também no passatempo
em coisas que não trazem nenhum
benefício.
Difundem-se falsidades no
que deveriam ser notícias de interesse público. Cada um lembra-se
apenas de exigir os seus direitos,
mas não cumpre com os seus deveres. Revela-se falta de perfeição
naquilo que se pode fazer, rudeza
na fala e na acção, e insulto na discussão. A pouca cortesia que possa
eventualmente existir é apenas invólucro, pois de conteúdo nada tem, e
quando é praticada no domínio das
relações públicas é apenas por alarde.
A hipocrisia colectiva domina
o comportamento geral, particularmente em ocasiões festivas como
o casamento, em que se gastam
avultadas somas em banquetes e
na compra de jóias, roupas, brindes, etc., etc.
Causa profunda tristeza ouvir-
-se falar de eleições fraudulentas,
em qualquer que seja o país. Tristeza não apenas porque alguém
irá usurpar um cargo a que não
tem direito, o que por si só já é
um crime, mas sobretudo porque a
fonte dessa tristeza é a mentira e o
falso testemunho que vão passando calma e descaradamente, bem
perante os nossos olhos, sendo
aceites com tanta facilidade, tanto
pelo cidadão comum, como por
destacadas figuras da sociedade.
A disseminação de práticas
fraudulentas nas sociedades do
Terceiro Mundo enfraqueceu-as
bastante e abalou a confiança
nelas. Um dos muitos efeitos perniciosos desse enfraquecimento
é a não-aceitação por parte de
muitas universidades de renome,
de diplomas emitidos por instituições de países do Terceiro Mundo.
Encontramos outro exemplo nos
consumidores que se abstêm de
adquirir produtos manufacturados
nesses países porque têm reservas
relativamente à sua qualidade.
A corrupção passeia a sua
classe em tudo o que é instituição,
ao ponto de agora os corruptos não
se envergonharem e nem mesmo
se incomodarem quando os seus
nomes são citados nos órgãos de
comunicação social.
Será que esta situação nos
honra?
A situação geral dos nossos
jovens deixa muito a desejar. A
proliferação do divórcio, os vícios,
a droga, a prostituição, a promiscuidade, a devassidão e muitos
outros males, acabam ofuscando
algum mérito que ainda possa
eventualmente existir em nós.
O comportamento não é algo
que possa ser adquirido através
da leitura ou da escrita, mas sim
é algo que se adquire com grande
sacrifício, transferindo-se de geração para geração, dos grandes
para os pequenos. A marcha deve
continuar até que se vençam os
obstáculos e eliminem-se os males.
As religiões podem desempenhar um papel importantíssimo
para o êxito nessa grandiosa tarefa.
Nas escolas, os professores
podem também reduzir a tortuosidade social, corrigindo os erros
com amor e carinho, fazendo com
que as crianças de hoje sejam os
heróis de amanhã.
O comportamento é uma
linguagem universal que todos os
povos, independentemente das
suas convicções religiosas entendem e valorizam, pois ninguém
respeita o mentiroso, o traidor, o
malcriado, o hipócrita, e o que não
honra a sua palavra.
Egídio Vaz
Tudo o que consegui
ver no vídeo mais badalado da noite anterior é de aldeões com
fome e precisando de
uma urgente ajuda humanitária.
A Unicef pode já subir até Piro,
Cheringoma, Província de Sofala
para vacinar as crianças; a Cruz
Vermelha e até INGC podem subir
para abastecer os necessários nutrientes e subsídios alimentícios.
Afinal, estamos em paz.
Não se pode pensar em mais
nada senão num programa de
assistência humanitária de curto
prazo, com vista a compensar
aqueles aldeões de anos de privação.
Tudo o resto que está a surgir
não passa de problemas internos
da Renamo que seguramente serão
bem resolvidos. Mas para que isso
seja possível, as autoridades devem
agir na mobilização pública e na
disponibilização de meios de sustento aos que necessitam.
A linguagem de zanga e violência é própria de quem está
consciente de que do outro lado
da floresta abunda a fartura e
querem também eles participar
do regabofe.
Eu olho na eleição desse indolente como um bom sinal. Nada
caótico que lidar com vespas sem
colmeia. Assim, pelo menos a
Renamo tem com quem organizar
o discurso. Mas será nos próximos
dias que descobriremos quem são
essas formigas que carcomem por
dentro as maiores conquistas do
povo e põem em causa a unidade
nacional. Será dos comentários e
posição da Bancada da Renamo
que poderemos identificar o Diabo
por dentro; a cabeça do polvo.
Estou informado de que para a
realização da conferência, Nhongo
e seus membros contaram com
ajuda do grupelho derrotado no
Congresso que elegeu Ossufo
Momade. De resto, nada surpreendente.
Os problemas da Renamo não
são de todo inusitados. A morte de
um cacique cria sempre um caos.
Há muito que reconciliar: contas,
património institucional, favores,
acomodações, etc. Não é fácil num
contexto onde há pouco tempo
para pensar e o concurso pelo
poder parece ser a única coisa que
os sobrevivos sabem fazer.
Ontem vimos um vídeo onde
parte dos militares liderados por
Nhongo se autoproclamaram a
verdadeira Renamo. Mas “é de
total ingenuidade assumir que por
causa daquele gesto tolo, todos
os militares estejam do lado do
Nhongo e que Ossufo Momade
não tem nenhum apoio de parte
desses mesmos militares que,
contando, são 5200” .
Só para recordar que, de tudo
que me recordo do discurso de Paz
de Ossufo Momade foi a menção
ao “Estado-maior” da Renamo
liderado por Tomothy Maquinze,
o verdadeiro estratega e líder militar de Afonso Dhlakama, nunca
trocado por Momade quando
chegou ao poder.
Não há dúvidas que as sementes desta confusão estão na forma
como Ossufo Momade distribuiu
o poder quando chegou, tendo
encostado uns e marginalizado
outros. Dizem que é normal em
política, mas se calhar, a dosagem
e o contexto fazem toda diferença
e tem implicações no resultado.
Todavia, eu acredito e estou 100%
seguro que tudo isto vai acabar
bem.
O que vimos ontem não é
progresso. É movimento. Tu podes
passar dia todo a baloiçar. Não vais
para lado nenhum. Para fazer um
progresso, alguém deve cortar as
cordas do baloiço para caíres um
pouco longe. Nhongo não está a
fazer guerra muito menos está a
prepará-la. Está a contestar uma
liderança e aproveita-se do momento actual de Paz para envolver-
-nos a todos nós com um discurso
chantagista. Afinal, são as únicas
armas e trunfos que têm.
Não confundir movimento com progresso
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | opinião | zambeze | 7
PAZ – Oxalá agora seja de vez (2)
TINFANELO TAVUMHUNU (Direitos Humanos)
Ontem hoje e amanhã Marcelino Silva – marcelinosilva57@gmail.com
Chega de fake news nos jornais! Terminem
lá nas redes (anti) sociais!
Engana-se quem pensa que o
fenómeno fake news (notícias falsas)
é coisa das redes (anti) sociais, pois
até em jornais conceituados às vezes
aparecem! Daí que em Maputo,
em tão curto espaço de tempo,
realizaram-se 2 seminários para se
debater esta calamidade social que
se abateu sobre nós, epidemia que
se diz que em período eleitoral até
pode criar conflitos por manipular
consciências e condicionar o sentido
de voto!
Não é que a circulação de notícias
falsas seja algo totalmente novo, mas
outrora, dada a inexistência das
TIC’s, a sua propagação restringia-se
a meios diminutos! Por exemplo, no
tempo colonial, nalguns subúrbios
de Maputo às vezes se ouvia falar
dum papão que dava pelo nome de
“Guguisseka”, que se dizia estar dentro de alguma loja, pronto a tragar
qualquer criança que fosse dar nas
imediações! Falso! Era truque dalguns cantineiros para tirar clientela
ao outro e atraí-los para si! Depois
vieram os tempos da revolução! Aí
inventava-se fake news para cada
dia da semana! A gloriosa Frelimo,
na efervescência da revolução,
chamava fake news de boato, tendo
acabado por o qualificar por crime
que podia ser punido até com umas
valentes chicotadas, tudo isso para
desencorajar os “fakenewseiros”!
Mas com os ventos da democracia
parece que tal lei caiu em desuso,
a não ser assim, mais da metade
dos nossos jovens internautas já
teriam o rabo enrugado de tanta
sova que mamariam dos milicianos
de Samora por andarem a veicular
mentiras a toda hora! Infelizmente,
a alguns colegas meus, jornalistas,
também lhes teriam sido atrofiadas
as nádegas com o chamboco, porque
também às vezes propalam... boatos!
Num dos seminários sobre fake
news, organizado pela Lusa e Savana, um dos académicos referiu que
na faculdade onde era docente, no
curso de Jornalismo, ensinavam-se
as técnicas de aferição da veracidade duma notícia! Fiquei com
pena daquele docente que pensa
que os jornalistas bombardeiam o
público com notícias falsas porque
“coitados” não dominam a técnica
de aferição! Para já não conheço que
técnica é essa, mas até onde sei, a
veracidade duma notícia, para além
de qualquer outra técnica, pode ser
aferida com o cruzamento paciente
das fontes! Muitas fake news que
aparecem nos jornais mostram
claramente que o jornalista não teve
falta de domínio de técnica alguma,
teve, mas é, excesso de preguiça de
ouvir e cruzar as fontes! Às vezes o
jornalista mente contradizendo uma
notícia anteriormente publicada
pelo seu próprio Jornal, isto significa
que até tem preguiça de ler o jornal
para o qual escreve! Assim sendo,
que tipo de técnica se pode ensinar
a um indivíduo destes para deixar de
nos intoxicar com mentiras?! Para
não se pensar que falo por falar, cito
um exemplo simples, dum jornal de
renome, que a propósito da morte
do decano músico Gabriel Chiau,
em duas edições diferentes, deu-nos
duas datas diferentes do seu nascimento! Quem já nasceu duas vezes?
Nem Cristo! O mesmo Jornal num
dia disse que Chiau tem uma canção
chamada “mobilidade”, e noutro
disse que era “mabilidade”, em que
ficamos? Significa que escreveu
sem ter lido as edições anteriores...
Mais adiante diz que Chiau cantou
“Mpilumpfilu”! Nada! Quem canta
“Mpilumpfilu” é Maklin Comiche!
Um simples telefonema para Ismael
Mamudo da discoteca da RM evitaria esta fake news! Outro Jornal,
citando um grande amigo meu, já
propalou que a marrabenta advém
de orgia: a desfloração de mais
de 30 virgens, shissa! E que foi
fundada em 1949! Como fundada
em 1949 se já em 1945 estava a ser
gravada na África do Sul? Aliás, o
primeiro disco de Fany Mpfumo
data de 1947 e era a marrabenta
“Georgina”! Será esta uma hipótese
provável de um estilo primeiro ser
tocado, gravado e depois ser fundado? A RM tem estas informações
sabiamente arrumadas por Ismael
Mamudo, consultem! E a propósito
de “Georgina” de Fany Mpfumo,
meio mundo, induzido pelas fake
news, pensa que “Georgina” era a
menina dos seus sonhos, nada! Era
a mãe de Fany! Cada vez que morre
um guitarrista, lá estão as fake news
a dizer que morreu o melhor guitarrista! Se todos são os melhores, fico
sem saber o que significa melhor!
Por este andar vamos ser como
aquele partido que, bajulando o
seu ex-presidente, o qualificou de
“o filho mais querido do povo”!
Hoje está aflito, falta-lhe epíteto
para qualificar o actual presidente!
Mas o que teve o cognome de “o
filho mais querido do povo” devia
ter tido o de “o melhor vendedor
de patos”, pois conseguiu vender
28 milhões de patos e todos estão
bem depenados até hoje que apelo:
chega de fake news nos jornais,
consultem pacientemente as fontes!
Algumas fontes a consultar sobre música moçambicana: António Alves da Fonseca,
Domingos Macamo, Ismael Mamudo, David Abílio, Aurélio Le Bon, etc.
No último parágrafo
do texto anterior
alertava aos meus
compatriotas e todos quantos têm
acesso aos meus escritos, para a
necessidade e importância de uma
reintegração cuidada dos homens
e mulheres da Renamo, tanto do
ponto de vista social, assim como
do ponto de vista económico.
Pois, há que ter em conta que do
sucesso deste processo de reintegração depende o sucesso de todo
o empreendimento da pacificação
de Moçambique.
Veja-se esta verdade que chamo de facto 1: com todas as pompas e circunstâncias que foram
testemunhadas por milhões de
moçambicanos e por milhares
de líderes e cidadãos anónimos
de Leste a Oeste e de Norte a Sul
desta aldeia global que é o mundo de hoje, foram assinados dois
documentos importantíssimos
para a vida do País: o acordo de
cessação das hostilidades militares e o acordo de paz definitiva.
Aplaudimos os dois eventos e
fomos aplaudidos pelo mundo).
Desejamo-nos sucesso e fomos
desejados sucessos.
Veja-se a seguir, o que chamo
de facto 2: ainda antes da assinatura do acordo de cessação das
hostilidades militares, uma facção
da Renamo emergia “do nada”,
questionando a legitimidade da
actual liderança do movimento.
Na ocasião chamou a atenção de
quem a quis ouvir, que não concordava com a forma como o processo estava a ser conduzido pelo
novo chefe da Renamo. De vários
quadrantes fizeram-se ouvir vozes,
algumas das quais menorizando
as reclamações, chegando-se ao
ponto de classificar “por baixo”,
os reivindicadores, chamados de
indisciplinados, desertos, etc. Só
que estes persistiram na sua.
Consumada a assinatura do
acordo de paz definitiva, e, verificando que ninguém ligou patavina
as suas reivindicações, o grupo
decidiu avançar com a ideia de
eleger aquele que consideram que
defende os seus interesses. Felizmente, no seu menú de intenções,
dizem que não estão interessados
em reatar a guerra. E propõem-se
a negociar com o governo para
verem os seus interesses acomodados. UM SINAL QUE CONSIDERO BOM! ENCORAJADOR.
Chegados aqui, e socorrendo-
-me do que fui assistindo ao
longo dos últimos anos, que por
sinal teve como desfecho várias
tragédias, primeiro do conflito
de 16 anos e, segundo, do último
conflito, com os saldos que todos
conhecemos e desejamos que não
voltem a repetir-se, sou de sugerir
que o País – o seu governo, os
partidos políticos, as chamadas
organizações da sociedade civil,
a comunicação social e todos os
cidadãos, se irmanem no objectivo comum de pacificação do País
e acolham aqueles homens, que
estão, neste momento a serem
considerados por alguns como
desordeiros.
Entendo por isso, ser importante e urgente, perceber que não
é hostilizando-os que os acordos
sobre a cessação das hostilidades
militares e de paz e reconciliação
nacional assinados pelos ilustres
Presidente da República e pelo
Presidente da Renamo, trarão, por
si sós, a paz que tanto desejamos.
Por isso, e para começar,
entendo ser necessário convidá-
-los para uma “mesa redonda
ou quadrada”, para ouvir as suas
preocupações, para ouvir os seus
anseios, para ouvir as suas expectativas, para ouvir, inclusive, as
suas ideias sobre o que querem
do País. Lembro de resto, aos
caros leitores, que bastas vezes,
o Presidente da República, Filipe Nyusi, repetiu a ideia de que
ideias divergentes não podem
levar a que os irmãos se matem
uns aos outros. O que ele quis e
quer dizer com esta afirmação é
que não há nada que não se resolva. Defende por isso, o diálogo
como caminho privilegiado para
resolver as diferenças.
Ainda a propósito da hostilização, gostaria de alertar a
sociedade para o perigo de deixar
aqueles homens à deriva num
momento em que a norte do País,
em Cabo Delgado, assiste-se a
uma carnificina protagonizada
por grupos armados não devidamente identificados. Ou seja,
deixar os homens desavindos
com a Renamo “ao Deus dará”,
é oferecer, de bandeja, uma mais
valia para as intenções dos promotores dos ataques que matam
cidadãos e destroem bens naquele
ponto do País.
8 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
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Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido
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Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá,
Francisco Rodolfo e Samuel Matusse
Colaboradores: Dávio David e Elton da Graça
Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544
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| opinião |
Maputo-Cidade é o único “Circulo Eleitoral”
que os eleitores terão “2 boletins de voto”…
Ma p uta d a s Francisco Rodolfo
N o ú l t i m o d o m i n g o
(18.8.2019), fomos ao Nautilus,
esse (Café e Restaurante) bastante
concorrido, como habitualmente, com o Pedro para a habitual
cavaqueira.
Foi um domingo com frio,
mas para quem está na Polana,
a influência do mar deixa papalvo, pois, confunde os 25º graus
Célsius anunciados pelo INAM
(Instituto Nacional de Meteorologia), já que o ar quente da Baía
de Maputo, proporciona ambiente
agradável.
Foi deverás gratificante, ver às
esquinas das avenidas 24 de Julho
e Julius Nyerere, com passeios
quase que desertos, o que viria
a contrastar com o ambiente de
segunda a sexta-feira, sobretudo,
agora depois da inauguração do
Edifício do Ministério de Economia e Finanças pelo Presidente da
República, Filipe Jacinto NYUSI,
situado na Av. Julius Nyerere, onde
passarão a funcionar a “máquina”
que trata de economia e finanças,
comandada pelo Ministro dos
Dinheiros, Adriano Maleiane.
Vão tratar “tudo” que diz respeito ao pelouro de “Economia”
e “Finanças” num único edifício,
constituindo em economia do
tempo, não só para o Estado, mas
também e sobretudo para o utente.
-“Com que então hoje preferiu
assistir ao culto na “Assembleia de
Deus” da vulgo Pandora?...”
-Fomos com uma bisneta para
conhecer a cidade de Maputo,
vindo dos arrabaldes da Maxixe,
deixando a sua “Metodista Unida”
e elencamos a Assembleia de Deus
para ver o quão as igrejas estão
evoluídas em Moçambique!... –
digo ao Pedro, depois do nosso
habitual menu (chá com torrada
para ele e bolo de queque com
nozes para mim).
-“Então como católico que é
esteve na Assembleia de Deus?!...”
– questiona o Pedro.
-Nós na nossa família frequentamos todas (Católica, Anglicana,
Metodista, Universal, etc.), pois é
gratificante esta miscelânea e é,
por isso, que não há “guerra de
religiões em Moçambique”, com a
vantagem de o Estado ser laico!...
– explico.
-“Que serão das Eleições este
ano, com a educação cívica por
parte da CNE/STAE “à velocidade
de cruzeiro”… - provoca o Pedro.
-Falando da educação cívica
foi gratificante a aparição da dupla
do STAE do Distrito Municipal de
KaMpfumu, constituída Celestino
Selemane Rachide e Olga Paiva,
que irrompeu no fim do culto e
apresentados pelo Pastor e Líder
da Igreja Assembleia de Deus
(Pandora), Luís Manuel…
-“Quer dizer que a educação
cívica é realizada em todos os
locais, incluindo nas igrejas,
mesquitas e todos os locais de
culto!…”
-Nem mais, pois a dupla do
STAE Celestino Rachide/Olga
Paiva, depois de terem sido apresentados pelo Pastor Luís Manuel,
explicaram que os eleitores têm
o dever de estar no dia 15 de
Outubro de 2019 nas mesas de
votação…
-“…E mais?!...” – era o Pedro,
insistindo.
-O agente de educação cívica
Rachide deixou bem claro que na
Cidade de Maputo, o eleitor terá
dois “Boletins de Voto”, sendo
um para a eleger PR (Presidente
da República) e outro para eleger
(AR – Deputados da Assembleia
da República). Deixo claro que
nas outras províncias, haverá
três Boletins de Voto, para eleição
do PR, AR e mais outro para AP
(Assembleias Provinciais).
-“Está lançado o repto e fica
só na fofoca daqueles que querem
perpetuar que a CNE e STAE não
estão a realizar o “seu” trabalho a
contendo....” – diz o Pedro depois
de pagar a conta.
-Rachide e Olga acrescentaram que caso tenha perdido
o cartão leva outro documento
desde que tenha a fotografia e que
seja documento de identificação:
Bilhete de Identidade, Carta de
Condução, Cartão de Serviço,
etc.)…
Em nosso modesto entender
os partidos políticos deveriam
intensificar a “educação cívica”,
agora e quando iniciar a Campanha Eleitoral no dia 1 de Setembro
de 2019.
Por isso, há que condenar
aqueles comentaristas que escrevendo nos jornais e comentando
nas televisões, nas rádios, em vez
de promover a “educação cívica”,
optam pela política de que “tudo
anda mal”, há fraude. Quer desacreditar o trabalho “responsável”,
quer da CNE, do STAE e todos os
intervenientes: “Inventam uma
mega fraude…”
Alguns desses estão ameaçados com a PAZ DEFINITIVA,
porque algumas dessas ONG’s
terão de virar os seus objectivos
para coisas concretas e não para
“assistência” aos deslocados, que
o estado de “guerra” proporcionava, em financiamento em
dólares e euros.
Vamos todos explicar, vamos todos transformarmo-nos
em “Educadores Cívicos”, em
“Agentes de Educação Cívica”
para estas Eleições Gerais.
N.A. 1. – Constituiu uma
grande manifestação de pesar
o funeral realizado na quinta-
-feira (8.8.2019) em homenagem
a LINA GIMO BOANE, com
84 anos de idade. Na ocasião
foram apresentadas mensagens
dos filhos, do IPM (Igreja Prisbeteriana de Moçambique) e
da família Boane, enaltecendo
as qualidades humanas da falecida, bem como da Secretária
da OMM e do 1º Secretário da
FRELIMO Distrital de Manhiça,
que foi recentemente eleito. Lina
é irmã do nosso assíduo leitor
Boaventura Gimo Boane. À
família Boane, MAPUTADAS,
no teu ZAMBEZE apresenta os
sentimentos de pesar. Requiem
in pace LINA GIMO BOANE.
2. – Na edição n.º868, de
15.8.2019 do ZAMBEZE por
um lamentável lapso inserimos
um texto de Maputadas, publicado em 2017, com o título:
“Essa “malta” dona do dinheiro
pensa que os moçambicanos são
papalvos e queriam impingir-
-nos “gato por lebre”… Nyusi e
Dhlakama em Gorongosa (local) a preservar para atracção
turística”. Requiem in pace Tó
de Abreu”. Pelo lamentável lapso
as nossas desculpas aos leitores e
especialmente à Família do Dr.
Pinto de Abreu, por recordar
inoportunamente o inditoso
acontecimento.
z Todas as Províncias terão “3 boletins de voto” (para PR - Presidente da República), (AR –
Deputados da Assembleia da República) e (AP -Membros das Assembleias Provinciais) …
z Partidos, CNE e STAE insistem neste detalhe…
Requiem in pace LINA GIMO BOANE
Nas Eleições Gerais:
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 9
O líder tem um estilo de comunicação assertivo, dizendo de forma objectiva
o que pensa;
Tem respeito pelos outros, não demonstrando sentimentos de superioridade;
É confiante, decidido e realista, conseguindo negociar com os outros em vez
de ditar ordens;
Procura alternativas e discute caminhos alternativos, sendo sensível aos sentimentos dos outros e respeitando os seus pontos de vista;
Pronuncia-se de forma clara, objectiva e construtiva, revelandocompetências
relacionais e estabelecendo relações de confiança e de respeito.
Não serão estes argumentos suficientes para pôr ordem numa sociedade onde
existem vários e diferentes líderes? Este intróito é simplesmente usado para condenar o desconforto que a atitude da Junta Militar da Renamo empresta ao momento
que se vive no país, um momento de júbilo que oferece esperanças ao povo. A Junta
Militar quer mostrar ao povo que, desdeo dia 6 de Agosto, a paz que reina é aparente,
é uma estrutura de betão sobre pilares de areia. Mas não há-de ser verdade e nem
queremos que seja.
É bom que não sevenda a mensagem errada de que o Governo esteja a entreter as
pessoas em véspera de eleições. Esperemos que as partes avancem e que no quadro
do diálogo, concertação e reconciliação, seja possível dentro dos marcos legais, do
respeito pelos costumes e tradições, a realização dos propósitos da paz.
Moçambiquenão tem outro caminho senão o da reconciliação. Ponto final e
basta. Tudo o restoé apenas para distrair a opinião pública e voltar aguerra. Há ao
longo deste país homens e mulheres habituados a viver de armas em punho que,
mesmo com o advento da paz e concórdia, teimam em usufruir de outra cultura,
como se apenas o barulho das balas saídas das armas lhes embalasse o sono. Por
isso que, sem escrúpulos, ameaçam um país inteiro. Ora bolas! Estamos a falar da
atitude da pseudo-Junta Militar, uma imitação da Guiné-Bissau, onde indivíduos
sem dó, em nome da ambiçãoprópria quiseram complicar as contas democráticas
daquele país irmão. O tiro saiu-lhes pela culatra, com consequênciasque nãolembramao diabo.
• Temos que admitir que a atitude deste grupelho está a gerar das mais distintas reacções, uma vez que não se sabe ao certo sobre as suas reais motivações,
apesar de se saber que tudo não passa de reacçãoao facto de querer dilatar osseus
estômagosusando a capa da reintegração nas FDS. Masconvenhamos., partindo do
princípio que os mesmos fossem enquadrados nos esquemas militares, o que seria das
tropas sob seu comando, sabendo que estão alidar com um chefe maldoso, nervoso,
sempre com o dedono gatilho pronto a apertar quando algo nãolheagrada? O tempo
é de reconciliação. Tudo se resolve usando o diálogo. Chamar nomes a OssufoMomade, o general com quem conviveram ao longo dos tempos, não ajuda em nada.
A postura militar recomenda-se. Temos que ter em conta que o General Ossufo foi
eleito em Congresso maciço, onde estavam abertas as portas a outros concorrentes
ao cargo de presidente da Renamo. A lotaria saiu-lhe a contento. Mariano Nhongo
teve oportunidade de dizer da sua justiça nesse congresso. Não o fez. Por cobardia?
Não podemos dizer se sim ou não?
O pseudo-presidente da Renamo fala em adiamento das eleições. Saberá este fulano
das consequências deste seu posicionamento? Quem ele é para sugerir tamanha asneira? Ademais, que se saiba, no encontro da semana finda, em Gorongosa, Mariano
Nhongo foi um ditador. Arranjou um fato, uma gravata, e disse em voz gutural que
ele era o presidente. Caramba! Mais uma vez convenhamos, ofato até nem ficou mal
ao bom do general Mariano. Emprestou-lhe outra característica, porque se assumisse
a realidade, mais fatos compraria em função da sua reintegração no exército. Mas
não é oque se vive. Mariano Nhongonega-se a tirar a máscara de guerilheiro. Confia
nas armas e para ele tudo o resto funciona com o barulho dos tiros. Até um dia!
Propósitos fúnebres
no lugar da paz.
Ora bolas!
Editorial
A expressão original é de Sérgio Vieira, General na reserva,
referindo-se a promiscuidade da nossa administração pública que
culminou com a contratação das dívidas ilegais, negociadas por
gente estranha ao Estado: os Nhagumeles desta vida!
Recuperamos esta expressão para retratar os problemas reais na
Renamo. Numa altura em que o país saboreia a Paz definitiva, que
implica Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração dos homens
residuais da perdiz, que há mais de cinco anos desgraçavam a vida
dos moçambicanos, há quem continua a querer ir na contramão:
Mariano Nhongo e seus sequazes, verdadeiros terroristas políticos.
Sim, é assim mesmo que devem ser tratados: terroristas!
Mas, se recuarmos um pouco no tempo e no espaço, é fácil
perceber de onde vem esta gente inimiga da paz, ou sabotadores
da paz como em algum momento disse o presidente da República,
Filipe Nyusi. A curta-metragem dos terroristas da Renamo inicia
desde que o Presidente da República rejeitou a primeira lista dos
membros da Renamo, que deviam integrar as Forças de Defesas e
Segurança do país, ao abrigo do processo de DDR.
A lista inicial da perdiz era dos Nhongos, os mesmos que hoje
tentam descredibilizar Ossufo Momade, presidente da Renamo eleito
num processo democrático. A lista inicial era composta por militares que estão na reserva, gente com idade avançada para integrar
as Forças de Defesa e Segurança, daí que Filipe Nyusi com mestria
os rejeitou. Qualquer ser pensante também rejeitaria. É preciso dar
oportunidade aos mais novos!
Com a entrega da nova lista ficaram contrariados os reservistas
daí pensarem que Ossufo Momade vendeu-se a Frelimo em troca de
favores económicos. Ossufo Momade e os dirigentes da verdadeira
Renamo rectificaram a lista em nome da paz e do bom senso. Os
homens a serem integrados nas Forças de Defesa e Segurança são
jovens e com capacidades para continuar a defender a pátria.
É certo que durante o processo de negociação da paz houve
cedências. Isso é natural! O governo também cedeu em nome da
paz e Ossufo Momade/Renamo tinha que ceder. Os militares devem
ter consciência que a vida política é muito diferente da vida militar.
Nem sempre a força deve resolver tudo!
Este, ao nosso ver, é o principal ponto do surgimento dos Nhongos que insistentemente tentam confundir os amantes da Paz, em
especial a Renamo. A verdade é que aquele grupo deve ser declarado
como terroristas. Já nos basta os vândalos que pululam pelo norte
da província de Cabo Delgado que desgraçam as populações.
O único interlocutor válido é a Renamo desmilitarizada. Para
quem tem memória fresca pode, facilmente, recordar que foi aquela
ala militar da Renamo, composta pelos Nhongos, que vuvuzelou
a torto e a direito que Ossufo Momade tinha mandado assassinar
o general Josefo de Sousa. Quem acredita nesta gente mentirosa e
manipuladora?
Portanto, a Renamo verdadeira, liderada por Ossufo Momade
deve continuar com o processo de pacificação do partido e ignorar
as ameaças dos Nhongos desta vida. A verdadeira Renamo deve estar
focada nos princípios que norteiam o Acordo de Paz e Reconciliação
de Maputo que, nesta quarta-feira, foi transformado em lei, uma
passou a ser de cumprimento obrigatória para todos.
Os Nhongos desta vida que nos deixem em Paz!
“Os Nhongos
desta vida”
| opinião |
Manuel Fresco
10 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Apelo da sala da Paz aos actores políticos
Assumir compromisso com a paz
para o bem do processo eleitoral
A Plataforma de observação eleitoral conjunta, Sala da
Paz, exortou, semana passada, aos actores políticos para assumirem um compromisso público de paz e reconciliação, entre eles e para com os moçambicanos em geral, para que as
próximas fases do processo eleitoral ocorram num ambiente
de harmonia, tolerância política, da exaltação da democracia
multipartidária, e, por conseguinte, da Paz.
Este apelo surge no
âmbito do lançamento da observação da campanha
eleitoral pelos membros da Sala da Paz, cujo início
está marcado para 30 de Agosto
corrente, em todo o país, para a
eleição do Presidente da República, deputados da Assembleia
da República, membros das assembleias provinciais e, pela
primeira vez, dos governadores
provinciais.
A Sala da Paz entende que as
fases seguintes do processo eleitoral, nomeadamente a campanha eleitoral, a votação e o dia de
divulgação dos resultados devem
ser momentos de celebração da
concórdia entre os partidos políticos e dos moçambicanos, mostrando, desta forma, o seu comprometimento com o processo e
com o Acordo de Paz e Reconciliação assinado, a 06 de Agosto,
entre o Governo e a Renamo.
De acordo com Dércio Alfazema, Coordenador de Programas no Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD),
integrante da Sala da Paz, a expectativa é de que, após a assinatura do acordo de paz definitiva,
o processo de campanha eleitoral não seja caracterizado por
um ambiente de hostilidade, de
ilícitos eleitorais, choques, nem
destruição de material de propaganda entre os concorrentes.
“Sabemos que a instabilidade
política no país ocorre logo após
o processo eleitoral, ou seja, os
partidos como forma de reivindicação política em relação à forma
como decorreu o processo eleitoral, algumas vezes, infelizmente,
recorrem a via armada para fazer
a sua contestação, daí que até ao
presente momento temos assinado, praticamente, três acordos de
paz”, disse Alfazema, ajuntando
que “nós queremos que este acordo assinado no dia 6 de Agosto
não seja apenas mais um, por isso
mesmo entendemos, como Sala
da Paz, que há necessidade de os
actores políticos assumirem um
compromisso público no sentido
de que estas eleições venham a
ser caracterizadas por esse ambiente de paz.
Alfazema apelou, igualmente, para a necessidade de que as
campanhas não decorram em
ambiente perturbado, com agressões entre partidos, impedimento
de realização de campanha e que
não seja feito o uso de meios públicos e outro conjunto de ilícitos
que têm caracterizado as campanhas eleitorais.
“Da mesma forma o nosso
entendimento é que a votação
decorra com total transparência
e para isso defendemos que é
necessário, sim, que os partidos
políticos, que assinaram o acordo de paz e participarão ou concorrerão neste processo eleitoral,
também tenham um compromisso público entre eles e perante o
cidadão no sentido de que vão
fazer tudo que estiver ao seu alcance para manter esse ambiente
de paz, durante as próximas fases
do processo eleitoral e que no
dia da votação os próprios não
vão criar situações que, depois,
possam gerar questionamentos a
respeito do processo eleitoral”,
sublinhou.
Para a Sala da Paz, segundo
Alfazema, é importante que esse
compromisso público seja feito
e que seja também transmitido
aos órgãos de gestão eleitoral,
a todos os níveis, de modo que
não haja actos de perturbação,
actos de fraude, nem de ilícitos
eleitorais que depois retiram, no
final do dia, a credibilidade do
processo.
“Isto vai possibilitar que, no
final, aqueles que forem anunciados como vencedores sejam
legítimos para representar o cidadão nos próximos cinco anos
num ambiente de governação caracterizado por este ambiente de
paz, que é o desejo de todos os
moçambicanos” explicou.
Na ocasião, o primeiro vice-
-presidente da Comissão Provincial de Eleições em Sofala, Abasse Saíde, enalteceu o trabalho e
a preocupação que as organizações da sociedade civil, a vários
níveis, e, sobretudo, as filiadas à
sala da paz, vem desenvolvendo
para que o processo eleitoral seja
credível, transparente e justo no
país.
“Estamos felizes por notar
que as organizações da sociedade
civil estão comprometidas com
os processos eleitorais, não obstante diversos desafios que estes tipos de eventos acarretam”,
disse Saíde para quem a nível da
província de Sofala, apesar das
adversidades provocadas pelo
Ciclone Idai, conseguiram, na
fase do recenseamento, atingir
uma cifra de 89,05 % do potencial eleitorado.
Outro constrangimento, foi
no processo de submissão de
candidaturas em que maior parte
dos partidos políticos deixaram
tudo para a última hora tendo
submetido as suas documentações faltando poucos dias para o
término do processo, “contudo,
os partidos Frelimo, Renamo e
MDM passaram para outra fase
do processo”.
Sobre submissão de candidaturas aos órgãos eleitorais
No que tange a submissão
de candidaturas a Sala da Paz
enalteceu o trabalho da Comissão Nacional de Eleições (CNE)
e das Comissões Provinciais de
Eleições (CPE’s) por terem realizado encontros preliminares com
os proponentes de candidatura
com o objectivo de explicar os
procedimentos a seguir na submissão de candidaturas, facto
que, segundo a Sala da Paz, ajudou a esclarecer dúvidas sobre o
processo e alavancar a construção da confiança entre os actores
políticos.
Segundo a Sala da Paz, dos
39 partidos que se mostraram interessados em concorrer, apenas
26 submeterem as suas respectivas candidaturas. A maior parte
dos partidos que se candidataram
deixaram o processo para a última hora, levando a CNE a receber os processos fora do período
normal e impedindo alguns partidos de submeter candidaturas por
se apresentar fora do Prazo.
Quanto a candidaturas às presidenciais, o informe da Sala da Paz,
apresentado esta segunda-feira, na
Beira, revela que “no geral, a submissão de candidaturas no Conselho Constitucional (CC) decorreu
de forma pacífica e ordeira”.
“Em termos quantitativos, os
processos de candidatura se mostraram em conformidade com a
Lei, tendo dado entrada no CC.
Contudo, depois de uma avaliação
qualitativa, o CC invalidou três
candidatos, por ter identificado irregularidade nos requisitos para o
seguimento da candidatura”, indica a Sala da Paz, no seu informe
no qual recomenda ao CC a criação de mecanismos legais para que
este órgão avalie as candidaturas
na presença dos respectivos proponentes, meios de comunicação social e observadores e permita uma
interacção constante, para que as
irregularidades detectadas sejam
supridas em tempo útil.
A sessão de lançamento da
observação da campanha eleitoral
contou com a participação de diversas organizações da sociedade
civil, filiadas à Sala da Paz e representantes dos partidos políticos
parlamentares ao mais alto nível
da província de Sofala.
Ainda nesta segunda-feira, a
Sala da Paz procedeu à formação
de formadores dos observadores
eleitorais para a fase da campanha dando enfoque à necessidade
destes primarem, no seu trabalho,
por imparcialidade, profissionalismo e, sobretudo, pala averiguação da fidelidade de informação, antes que ela seja reportada,
observando com mais precisão e
sem reservas a Lei e as regras de
conduta e ética eleitoral.
O programa de formação de
formadores beneficiou formadores eleitorais das províncias da
zona centro do país (nomeadamente Sofala, Zambézia, Tete e
Manica) e da província de Gaza
e Nampula, consideradas potenciais zonas de ocorrências de ilícitos ou conflitos eleitorais.
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 11
Sustenta MDM
Exclusão social poderá
comprometer a manutenção da paz
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) entende que a exclusão social, nos processos decisivos de tomada de
decisão, nos assuntos que afectam os moçambicanos, tal como
caracteriza o diálogo entre Governo e Renamo, poderá comprometer a manutenção dos acordos recentemente assinados.
No entanto, para o MDM ainda há muito que fazer no sentido
de se limar erros cometidos que constituam ameaça a paz, a
exemplo das desavenças dos homens da guerrilha da Renamo.
F
alando ao Zambeze, o porta-voz do
MDM, Sande Carmona, considerou
que a manutenção
da paz e reconciliação nacional dependerá da consciência
de que o poder é conquistado
de forma democrática, sobretudo, pelas partes envolvidas
nas negociações (Governo e a
Renamo).
No entanto, o MDM alerta
que a continuar a haver exclusão de esferas sociais pode pôr
em causa todo o processo que
conduziu aos Acordos de Paz
celebrados em Agosto corrente,
dando exemplo do actual diálogo, que mesmo tendo registado
resultados significativos apresentam alguma ameaça pela
parte dos homens da guerrilha
da Renamo.
Por outro lado, o MDM
disse que os moçambicanos
devem sentir que o país é de
todos, acrescentando a necessidade de levar-se as discussões
além da mesa para se chegar ao
entendimento.
“É preciso diálogo envolvendo todas as forças vivas da
sociedade. Há que considerar
todos aqueles que se preocupam com o desenvolvimento do país, nas discussões do
país”, indicou Carmona, para
depois apontar como estando
por detrás das ameaças da Junta Militar da Renamo a falta de
inclusão. Se tivessem sido envolvidas outras organizações
interessadas na discussão da
situação da paz no país, eventualmente, a coisa poderia ter
corrido de forma diferente”.
Governo central inviabiliza a
reconstrução da Beira
O Movimento Democrático de Moçambique acusa o
governo central de inviabilizar
o processo da reconstrução das
zonas afectadas pelo ciclone
Idai. De acordo com o MDM,
a reconstrução daquela urbe
deve ser vista como preocupação nacional, uma vez que vai
além das capacidades da gestão
autárquica.
Os planos de reconstrução
da cidade da Beira apontam
para mais resiliência, organização e preparação face a intempéries, o que está fora das
capacidades de gestão municipal, no entanto, o MDM diz que
apenas há discursos políticos
do governo mostrando preocupação em relação a reconstrução da urbe, mas sem nunca ir
a prática.
Perante o escândalo das
“dívidas ocultas” os doadores
têm preferido fazer apoio directo ao processo da reconstrução, no entanto, o governo, de
acordo com MDM, tem vindo
a colocar barreiras no sentido
de que todo o apoio vindo de
parceiros internacionais seja
inspeccionado ao nível do governo central.
Contudo, o MDM diz estar
a envidar esforços no sentido
de sensibilizar pessoas de boa-
-fé, pelo mundo, no sentido de
apoiar a reerguer a urbe, havendo desejo de continuar a enviar
apoios.
“Temos várias entidades
com interesse em apoiar, mas
a burocracia instalada em Maputo acaba dificultando de certa
forma a alocação destes apoios,
porque simplesmente as pessoas são ditas que as coisas
devem chegar a Maputo e só
depois vem a Beira”
“O povo deve reconhecer necessidade de mudança do modelo
de governação”
Para o MDM, o candidato
Daviz Simango, reúne condições para a presidência do país,
mesmo sem, no entanto, antecipar a vitória antes do desafio,
diz que só a política de governação do MDM pode alavancar a vida dos moçambicanos,
comparando aos concorrentes.
Entende o MDM que o perfil do candidato deve revelar-se
naquilo que refere a gestão do
erário público, na contribuição e resolução de principais
problemas que apoquentam os
moçambicanos que deve ser
um dos pontos mais altos das
figuras que ascendem ao poder,
para além de uma governação
que inclui respeito pelas contribuições públicas.
Sande Carmona sustenta
que a boa governação que caracterizou o candidato do seu
partido contribuiu em grande
medida para combater embaraços impostos pela oposição
para denegrir a imagem da governação do MDM, uma vez
havendo respeito e regras de
utilização da coisa pública.
O MDM diz que o povo
deve reconhecer a necessidade
de desenvolvimento e de sair
da crise pela qual passa, com
efeitos drásticos das “dívidas
não declaradas”, na sequência
de cortes ao orçamento do Estado em gastos públicos, a afectar áreas básicas e que quem
está a arcar com os custos do
endividamento é a população
e, diante deste cenário, o povo
tem de votar nos que apresentam argumentos para retirar o
país da actual situação, no caso
MDM.
“O país só poderá prosperar, ter um horizonte, quando o
MDM e Daviz Simango ganhar
eleições presidenciais, sendo
os únicos que apresentam argumentos para tirar o país do
cenário em que se encontra”,
fundamentou Carmona.
“Não compramos quadros para
o partido”
Baseado em políticas da
região do centro do país, que
se destacam pela abertura, o
MDM tem interesse de congregar todos que têm visão de contribuir para o desenvolvimento
do país. Sande declina as acusações de que se esteja a recrutar figuras de outras formações
políticas. Carmona argumenta
apontando que, nos últimos
tempos, o seu partido tem sido
conotado como uma escola de
formação de quadros a produzir
para a nação.
“Venham as pessoas de
onde vierem há espaço no
MDM, desde que demonstrem
que estão a produzir para o bem
do país e não para o MDM.
Nunca tivemos uma situação
de alguém a conquistar para o
MDM, mas as pessoas olham o
nosso partido como uma esperança e manifestam a sua prontidão para lutarem em prol dos
objectivos do MDM”, disse.
Esperamos que as pessoas
tenham entendido que estamos
a trabalhar para o desenvolvimento do país. Nalgum momento as pessoas aventavam
a possibilidade de desaparecermos como partido, porque
o plano era retirar os quadros
seniores no nosso meio, mas
sabemos que não nascemos da
força da vontade de armas, e
sim da vontade do povo, e ninguém acaba com o povo”
Pelo imperativo da actual
legislação de governação descentralizada provincial, que
prevê a eleição de governadores provinciais pela primeira
vez na história do país, o MDM
diz ter ajustado os trabalhos no
sentido de incidir a nível distrital, como círculos de suporte
provincial, no âmbito da organização dos próximos quarenta
e três dias de campanha eleitoral.
De acordo com esta formação partidária, trata-se de uma
medida que visa essencialmente permitir que todas as estratégias de actuação do partido
sejam do domínio dos distritos,
transformando-os em pontos
fortes da campanha.
Com efeito, as bases de implementação, ao nível do distrito, poderão incluir os bairros, unidades, quarteirões que
deverão dominar a maneira de
estar particularmente para as
eleições de Outubro próximo.
“Por isso, que o nosso foco
de preparação, como MDM
é o distrito, este é que vai fazer toda a gestão da campanha
eleitoral até mesmo à votação.
O nosso trabalho de preparação da campanha iniciou logo
que terminaram as eleições de
2014, e, com as inovações das
leis em termos de direção ao
nível das províncias, houve necessidade de nos ajustarmos e
continuaremos a trabalhar no
sentido de que a campanha decorra sem sobressaltos da nossa
parte”.
LUÍS CUMBE
12 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Camião despista-se e danifica
rede de água em Beleluane
Um aparatoso acidente de viação danificou, recentemente, um troço de 15 metros da conduta de 400 milímetros da
empresa Águas da Região de Maputo (AdeM), afectando o
abastecimento normal de água ao Parque Industrial de Beleluane, no distrito de Boane, e aos bairros circunvizinhos de
Djuba e Jonasse, na vila autárquica de Boane, província de
Maputo.
Presume-se que o incidente tenha ocorrido quando
o camião, que transportava
areia, perdeu os freios, na
zona baixa do Bairro Jonasse,
próximo ao Instituto Armando Emílio Guebuza, deslizando em direcção ao local onde
decorrem as obras da AdeM,
visando o incremento e fornecimento ininterrupto de água.
Com esta empreitada, a
AdeM espera beneficiar a 35
empresas que operam no Parque Industrial de Beleluane,
passando dos actuais 500 para
1.500 metros cúbicos de água
por dia, abrangendo igualmente as comunidades de Jonasse e Djuba, na Vila autárquica de Boane, na província
de Maputo.
A propósito do incidente,
Roberto Tchale, gestor do Departamento Técnico da Área
Operacional da Matola da
AdeM, explicou que os dados
preliminares indicam que os
prejuízos materiais e financeiros são avultados, bem como
prejuízos decorrentes do atraso da conclusão das referidas
obras.
Entretanto, conforme
garantiu Roberto Tchale, o
empreiteiro da obra reforçou
a equipa técnica de forma a
garantir maior celeridade dos
trabalhos de reposição desta conduta vital para o pleno
funcionamento das fábricas
do Parque Industrial de Beleluane, bem como para o consumo das famílias dos bairros
circunvizinhos.
Importa realçar que o
projecto de melhoria no abastecimento de água ao Parque Industrial de Beleluane,
incluindo as comunidades
circunvizinhas, reveste-se de
capital importância, uma vez
que anteriormente as restrições comprometiam as actividades da indústria, devido à
falta de água bruta ou potável
para o consumo. Com o incremento, as empresas já estabelecidas poderão aumentar a
sua produção e colocar o parque na posição de atrair mais
investimentos.
Intercape estabelece ligação entre Maputo e Durban
Uma nova ligação rodoviária entre a cidade de Maputo e a
cidade de Durban, na África do Sul, via Ponta do Ouro, vai ser
estabelecida pela transportadora Intercape, a partir de 6 de Setembro próximo.
Com partida, em Maputo,
às segundas, quartas e sextas-
-feiras, pelas 8.00, a chegada
está prevista para as 17.00 do
mesmo dia em Durban. O percurso contrário será feito às terças e quintas-feiras, bem como
aos domingos.
“Já havíamos feito, anteriormente, esta ligação, mas
tivemos de interromper devido
às más condições de acesso que
havia, mas agora com a construção da ponte Maputo-Katembe e a construção da nova
via, estamos em condições de
transportar os passageiros moçambicanos para Durban, e
vice-versa, via Ponta do Ouro”,
declarou Sérgio Van Winsen,
responsável de marketing da
Intercape.
A empresa, a operar em
Moçambique desde 1996, já
vinha operando entre Maputo,
Joanesburgo e Pretória, para
além de outros destinos como
Cidade do Cabo, Port Elizabeth, Bloemfontein, fazendo
ainda ligações regionais para
Malawi, Zimbabwe, Botswana
e Namíbia.
Moçambique adere ao Banco
Africano de Importações e Exportações
O Governo moçambicano anunciou, recentemente, que autorizou o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane,
a assinar a adesão do país ao Banco Africano de Importação e
Exportação (Afrexim).
De acordo com
o comunicado
distribuído no
final da sessão semanal
do Conselho de Ministros,
Adriano Maleiane recebeu do
executivo o aval para a formalização da entrada de Moçambique naquele banco pan-
-africano.
O Afrexim foi criado em
1993 pelo Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD) e
conta com um capital social
superior a 11 mil milhões de
dólares (9,9 mil milhões de
euros).
Em Julho, o presidente do
Afrexim, Benedict Oramah,
informou os chefes de Estado
e de Governo da União Africana que o banco vai criar um
fundo de mil milhões de dólares (901,6 milhões de euros)
para apoiar a implementação
do acordo para a criação da
zona de livre-comércio em
África.
O fundo de mil milhões
de dólares pretende apoiar
os países a ajustarem-se às
perdas repentinas e significativas de receitas provenientes
das taxas aduaneiras, cuja
redução e, em alguns casos,
eliminação, está previsto no
acordo.
“Este fundo irá ajudar os
países a acelerarem a ratificação do Acordo de Livre Comércio Continental Africano,
na sigla em inglês”, disse
Benedict Oramah, acrescentando que ao dar início à fase
operacional do acordo “foi
iniciado um movimento imparável”. (Lusa)
Benefícios da ponte Maputo-Katembe
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 13
Segundo o presidente da ASSOTRABO, Jemisse Miambo
Mobilidade na Matola Rio é um caos
O presidente da Associação dos Transportadores de Boane
(ASSOTRABO), Jemisse Miambo, defende a criação de faixas
exclusivas para os transportadores semi-colectivos de passageiros como forma de minimizar o calvário da mobilidade no
troço da Matola Rio, na hora de ponta e, sobretudo, nos fins-
-de-semana.
AA S S O T R A B O
existe desde o
ano de 1992, e,
através do seu
presidente Jamisse Miambo, ficamos a saber que, apesar do aumento da
frota dos transportes naquela
parcela do país, novos desafios
despontaram para o sector,
como é o caso do melhoramento das vias de acesso para uma
mobilidade sustentável.
Apesar de reconhecer o esforço do Conselho Municipal
da Vila de Boane para o melhoramento das vias de acesso,
Muiambo defende que ainda
há muito trabalho por se fazer
e “que este é um trabalho que
não acaba de um dia para o outro”.
“O nosso maior desafio
actualmente continua a ser o
problema de manutenção dos
nossos autocarros, as próprias
empresas de manutenção também têm enfrentado algumas
dificuldades relativas ao custo
das peças dos autocarros, por
exemplo, agora temos um problema muito grave que não sabemos como é que vamos ultrapassar, tem a ver com os pneus,
óleos lubrificantes, mas com
esforço estamos a trabalhar,
embora não sabemos até onde
vamos conseguir trabalhar”, lamentou Jemisse Miambo.
Paralelamente, as vias de
acesso são consideradas um
autêntico calvário, Muiambo entende que enquanto não
houver as tais faixas exclusivas
para os transportadores públicos será difícil de resolver.
A mobilidade na Matola Rio é
um caos
“Mas neste momento penso
que há um projecto para que
isso seja efectuado, oxalá que
consigamos resolver, porque
por exemplo, na zona da Matola Rio, nas horas de ponta
é praticamente intransitável,
pior nos sábados, há muito tráfego, é um caos, não há mobilidade para um autocarro se movimentar, é um problema muito
serio”, disse Muiambo.
Ainda de acordo com Jemisse Miambo, a ASSOTRABO
conta actualmente com mais de
100 membros associados e com
uma frota de 56 autocarros.
O nosso interlocutor revelou ainda que apesar do aumento da frota de autocarros, neste
momento, o volume de trabalhos lamentavelmente reduziu
comparado a antigamente. Não
só a receita baixou, mas também
a qualidade das próprias vias de
acesso à vila Boane tornaram-se
um martírio.
Como solução para o sector
dos transportes público, Jemisse
Miambo defende que o governo
moçambicano deva criar incentivos fiscais para importação de
peças de viaturas que fazem o
transporte público de passageiros no país.
“Temos tentado encetar
esse pedido junto do governo
no sentido de nos conceder
incentivos fiscais para importação de peças sobressalentes
de viaturas para os autocarros de transporte. Enquanto
não houver esta facilidade,
não será fácil para a manutenção dessas viaturas e bem
como para o prosseguimento
desse projecto. Mas a agência Metropolitana nesse momento está a fazer de tudo
para chegarmos a um acordo
sobre este aspecto”, explicou
Muiambo.
DÁVIO DAVID
| NACIONAL |
Carlos Mondlane, da AMJ
Tribunais moçambicanos não são
um instrumento de frete político
O desconhecimento das leis e dos pressupostos formais
para o acesso à justiça eleitoral, por parte dos actores políticos,
é apontado pela Associação Moçambicana dos Juízes (AMJ)
como a principal razão da incompreensão dos processos eleitorais no País.
Nesse sentido, a
AMJ organizou, na sexta-
-feira, 16 de
Agosto, uma
mesa redonda subordinada ao
tema “O Contencioso Eleitoral”, que teve como objectivo
fazer entender à sociedade que
os tribunais agem de acordo
com o princípio da legalidade e
da objectividade e não estão ao
serviço de interesses político-
-partidários.
De acordo com Carlos
Mondlane, é importante que se
perceba que os tribunais estão
vinculados à lei, daí que todos
os constrangimentos decorrentes dos processos do contencioso legal devem ser percebidos e
impugnados, nos termos estritamente legais.
“É curioso notar que as leis
são elaboradas e aprovadas
pela Assembleia da República, mas quando se vai aplicar o
seu conteúdo há um défice de
conhecimento. É fácil fazer-se
uma queixa aos tribunais judiciais ou ao Conselho Constitucional, mas é necessário que se
saiba que estas entidades julgam de acordo com a lei. É errónea a percepção de que os tribunais moçambicanos são um
instrumento de frete político”,
defendeu o presidente da AMJ.
Para Carlos Mondlane, a
abertura da AMJ, junto com os
seus parceiros tradicionais, de
administrar palestras sobre matérias estruturantes para a vida
do país, tem em vista reforçar
os princípios da pedagogia e
transparência da actividade judicante, destacando, no caso,
que os tribunais são actores
com que se pode contar para
garantir que o pleito eleitoral
de Outubro próximo vai decorrer sob o crivo da legalidade.
Importa realçar que a mesa
redonda teve como convidado
o professor catedrático português Jorge Bacelar Gouveia,
para quem o país deu um passo
significativo ao generalizar o
acesso à justiça eleitoral, retirando a obrigatoriedade de haver uma reclamação ou protesto na mesa eleitoral, para que o
partido que se sentir prejudicado possa impugnar as decisões
dos órgãos eleitorais.
Outro aspecto importante apontado por Jorge Bacelar
Gouveia é a possibilidade de
haver duas instâncias judiciais
para apreciar conflitos e litígios
de natureza eleitoral, nomeadamente o Conselho Constitucional e os tribunais distritais.
“Estas alterações permitem
maior judicialização da aplicação da lei eleitoral, até porque
a Comissão Nacional de Eleições e as comissões provinciais e distritais não são órgãos
judiciais. Podemos dizer que
são órgãos independentes, mas
não têm o estatuto de tribunal.
A pureza da defesa da legalidade eleitoral reside, sempre,
nos tribunais e não nos órgãos
eleitorais”, defendeu o professor catedrático, para quem os
actores políticos devem tomar
a dianteira no cumprimento das
leis eleitorais.
“Ao contrário do que se
pensa, o direito eleitoral não é
difícil, e hoje os processos eleitorais são mais objectivos porque todos os actos são definidos ao pormenor”, acrescentou.
No evento participaram juízes,
procuradores, membros do Governo, advogados, académicos,
estudantes e representantes das
formações partidárias e da sociedade civil.
14 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
José Matlhombe Zoom
| NACIONAL |
Vaidade feminina vira negócio
Judith cossa, jovem de 22 anos residente no bairro Polana
Caniço, encontra a forma mais honesta de sobreviver motivada
pela vaidade. Mal o sol raia e a jovem já se faz presente nas ruas
da cidade de Maputo à procura do seu auto sustento. “O que me
motivou a abrir o negócio dos cabelos foi o gosto que tenho pela
moda e, principalmente, o bicho da vaidade que carrego desde
nova”, afirma Judith.
Há aproximadamente um ano
que a jovem se
tornou amiga
das ruas da cidade de Maputo para a venda
dos seus cabelos, Judith diz que
não tem sido fácil fazer este
tipo de negócio, pois as mulheres desempregadas quando
pensam numa forma de sobreviver a única opção que aparece na mente é a venda de cabelos. “Tenho fortes concorrentes
conforme”, referiu a jovem
apontando os carros das colegas vizinhas. “As vezes temos
disputado clientes e isso acaba
nos tornando rivais”, acrescentou.
Cautelosamente, Judith
descreve a rotina exaustiva que
carrega diariamente nas costas,
acrescentando ainda que os seus
produtos são adquiridos na China e isso acaba acarretando elevados custos. “Os meus produtos
são adquiridos na China, viajo
pessoalmente porque é mais seguro do que mandar vir por encomenda. O meu lucro diário está
entre os cinquenta e setenta mil
meticais”, apontando que deve
reservar o valor de passagem que
ronda em torno dos duzentos mil
meticais que correspondem a ida
e volta, incluindo a própria estadia na China.
“Os roubos e maior probabilidade de ser atropelada são os
desafios e dificuldades que enfrento”, disse, afinal, encontra-se
a vender no mercado informal
onde não há ordem nem segurança.
Diz que o seu profundo desejo é ver o negócio crescer cada
vez mais para que consiga um
ponto de venda seguro. “A mulher tem força, garra e muita persistência”, declarou.
Apesar de passar por várias
dificuldades, sente-se muito feliz
em contribuir para o realce da
beleza das mulheres moçambicanas. Com um sorriso no rosto
e de olhos fechados, afirma que
homem gosta de mulher empreendedora e bonita. Judite é
a favor da independência financeira, não gosta de depender de
nenhum homem e confessa que
se sente feliz e realizada “porque
não dependo de ninguém para ter
o que eu quero”, afirmou
Ana Munguambe
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 15
Privados oferecem 40 % de cana-de-açúcar
O director executivo da associação dos produtores de açúcar de Moçambique, João Jeque, diz que o volume de cana-de-
-açúcar fornecida pelos canavieiros privados às fábricas atingiu
os 40 %.
S
egundo João Jeque,
a percentagem em
alusão resulta das
acções de inclusão
das comunidades, o
que permitiu o surgimento de
produtores moçambicanos privados de cana-de-açúcar. “Este
grupo vai ocupando espaço
significativo de produção”,
disse.João Jeque entende que
a cadeia de produção de açúcar
tem dois tipos de intervenções
fundamentais, nomeadamente:
a produção da cana-de-açúcar e
do açúcar.
“Na altura da reabilitação
das unidades de produção deste sector, a cana-de-açúcar era
inteiramente produzida por
cada uma das fábricas”, disse
a fonte, destacando a emergência dos canavieiros na indústria
como resultado de uma estratégia de inclusão no negócio das
comunidadesnas localidades
circundantes das unidades açucareiras.
Jeque explicou que a indústria açucareira promoveu a
organização dos agricultores de
subsistência em associações de
produtores de cana-de-açúcar
de modo a que as suas pequenas porções de terra atingissem
a extensão adequada para uma
produção em escala que justificasse uma relação entre a
indústria e os produtores agrícolas.
Actualmente, existem produtores moçambicanos de
cana-de-açúcar com mais de
100hectares. Este processo
resultou da transformação de
agricultores de subsistência em
agricultores comerciais.
Esta transformação, ainda
segundo Jeque, teve o efeito
de assegurar que estes camponeses transitassem para a economia formal e fossem sujeitos de uma mobilidade social
caracterizada pelo surgimento
de micro, pequenos e médios
empresários.
No âmbito do seu programa de expansão dos volumes
de produção e à luz da sua estratégia de Responsabilidade
Social Corporativa, a indústria
do açúcar iniciou o processo
de envolvimento de produtores privados de cana-de-açúcar
para alcançar os objectivos de
criar comunidades rurais sustentáveis e bem-sucedidas, promovendo a estabilidade económica elevando a qualidade de
vida das comunidades locais.
De acordo com João Jeque,
esses programas não visam obrigar as comunidades a olharem
apenas para a produção de cana-
-de-açúcar, mas sim produzirem
alimentos para a sua subsistência bem como ao mercado.
Os canavieiros constituem
uma classe de produtores privados de cana-de-açúcar cujas
áreas de cultivo (de cana-de-
-açúcar) totalizam 4915 hectares, cerca de 20% da área necessária para alimentar as unidades
industriais.
Se por um lado existem actualmente cerca de 275 produtores privados de cana-de-açúcar
e um total de 39 associações de
produtores privados com 4038
membros, por outro o valor da
cana-de-açúcar fornecida pelos
produtores privados à indústria
está acima de24milhões de dólares anualmente.
João Jeque disse que os hectares em mãos de produtores
privados devem crescer ainda
mais ao longo dos anos com o
objectivo de se alcançar a meta
de 25-30% da área total de cana-
-de-açúcar.
Cimentos de Moçambique tira crianças do chão
Mais de trezentas crianças, da Escola Primária Completa do Bagamoyo da Matola,
vão deixar de estudar sentadas
à sombra das árvores, graças
ao apoio recebido pela Cimentos de Moçambique para
a construção de duas salas de
aulas.
Segundo a directora daquela Escola, Leta Augusto, o
apoio recebido pela Cimentos
de Moçambique vai aliviar o
sofrimento das crianças, uma
vez que, nos dias de chuvas ou
mesmo de muito frio, as aulas
eram interrompidas.
“Acabamos pedindo apoio
para nos ajudar a construir duas
salas para eliminação das turmas ao ar livre. Temos no total
mil e duzentas crianças e as turmas que têm estudado fora são
seis e, com as duas salas, acreditamos que vamos eliminar,
já que funcionamos no regime
de três turnos, duas turmas vão
estar no primeiro, outras duas
no segundo e outras no último
turno”, explicou a directora.
Refere-se para além das salas de aulas, a empresa Cimentos de Moçambique reabilitou
o parque infantil da Escola,
procedeu a pintura das salas
de aulas existentes, bem como
repôs os vidros das janelas.
“Com a reabilitação e ampliação do parque infantil, as
crianças deixaram de atrasar
às aulas. Chegam, geralmente 15 a 20 minutos antes, para
brincar antes de entrarem nas
salas de aulas”, acrescentou a
Leta Augusto.
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Alberto Lote Tcheco
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Desafios da formação técnico-artística segundo o modelo da ANEP
O tema “os desafios da formação técnico-artística pelo modelo da ANEP” ganha maior relevância no presente momento do
país, devido ao novo modelo modular de educação profissional
que obriga qualquer instituição deste ramo a segui-lo sob pena
de se ver impedida de continuar a sua actividade formativa. Para
gerir a implementação deste modelo foi criada a Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP).
Efectivamente, no
presente ano lectivo, muitas instituições (públicas e
privadas) de formação técnico-profissional não puderam receber novos ingressos
por essa razão e, aflitas, encontram-se numa azáfama correria
para satisfazer as condições
exigidas, correndo o risco de
“fecharem as portas”, com todas as consequências (im) previsíveis, deixando de dar o seu
contributo formativo nos moldes clássicos de que vinham se
orientando.
Essas condições abarcam
(1) a formação (transformação)
de professores em formadores,
cujas competências do formador são certificadas pela mesma Autoridade, depois do ciclo
de formação de 3 semanas, por
instituições credenciadas para
o efeito, mediante o pagamento de valores monetários, o
que acrescenta, para algumas
pessoas, como mais “uma dor
de cabeça” para as mesmas
conseguirem esses valores; (2)
a reformulação curricular em
módulos de acordo com o quadro de qualificações estabelecido que, na verdade, constitui
um novo paradigma formativo,
sugerindo-se uma aturada acção
de aprendizagens por parte dos
elaboradores dos mesmos, para
que o resultado seja um sucesso. Esta reforma curricular deve
passar por um prévio estudo do
mercado de emprego para se
avaliar sua necessidade e oportunidade; (3) a elaboração de
manuais de ensino e aprendizagem; (4) o apetrechamento satisfatório das oficinas e salas de
formação em ferramentas (materiais didácticos) para a formação. Somente depois destas
e outras exigências satisfeitas é
que algum centro (escola ou instituto) de formação profissional
pode ser autorizado a promover
a sua formação técnico-profissional. Estas acções qualificadoras para este ramo de ensino
foram desencadeadas pelo Banco Mundial para que, segundo
os documentos sobre a matéria,
a formação satisfaça as exigências do mercado de emprego.
Exigências do sistema
modular
Se as exigências deste modelo modular da ANEP e as medidas (governativas) de impedir
a continuidade formativa nos
moldes clássicos pela instituição
que não esteja em condições de
o adoptar são ou não oportunas,
somente o tempo o dirá, pois
como se sabe, não basta uma legislação em si para conferir a
viabilidade de algum projecto,
ainda que este tenha sido elaborado a partir de algum estudo
especializado. Há, em todos os
projectos, muitas variáveis pirobalísticas em jogo e muitas
delas são desconhecidas e que
somente a sábia prática será
a mestra para as confirmar ou
negar. Quantas vezes alguma
reforma ou medida legislativa
teve a sua aplicabilidade adiada, melhorada ou anulada nos
nossos processos de formação? Que se diga também que
se trata, este, de um modelo,
o modelo australiano, e muitos países europeus, americanos e africanos seguem outros,
muitos deles semelhantes ao
modelo clássico seguido por
muitas instituições de formação técnico-profissionais no
país, sem que isso se deva ao
seu desconhecimento deste
modelo legislado e imposto
no nosso sistema de educação profissional, sugerindo-se
que qualquer modelo adoptado não carece de alguma inoportunidade (desvantagem).
A este respeito, Hans Dieter,
em “Formação Modular e
Formação Contínua Modular:
Análise comparativa entre o
sistema educativo do Reino
Unido e da Alemanha – Formação profissional”, observa
que “tal como indica a grande diferença existente entre o
desemprego juvenil da Inglaterra e o da Alemanha parece
que a formação modular ainda
não constitui o meio adequado
para superar as dificuldades
na transição da escola para a
vida activa”.
O modelo da ANEP visa
a formação técnico-profissional e nesta orientação que se
pode debater a formação técnico-profissional vs formação
técnico-artístico, sendo imperioso clarificar alguns conceitos correlacionados com este
tema. O módulo pode ser definido “como o mais pequeno
elemento (auto) formativo ou
(auto) educativo, susceptível
de se apresentar a cada docente sob diferentes formas
e dimensões – podendo estar
também relacionado com uma
matéria ou tema. Proporciona
ainda ao indivíduo novas possibilidades de concepção (e
riscos), em virtude da dinâmica desenvolvida na concepção
e execução de estratégias e objectivos educacionais individuais, assim como a obtenção
de certificados através de sequências de módulos (idem).
Modelos de organização
modular
Trata-se afinal de uma
certa maneira/fórmula de organização e disposição dos
conteúdos duma disciplina,
currículo ou dum curso geral
ou profissional tendo, para
este ramo, o foco no desenvolvimento de competências práticas ou habilidades de saber
fazer. Existem vários modelos
de organização modular assim
como difere a terminologia à
volta deste conceito. Chamar
formador em vez de professor, elemento de competência
e critério de desempenho em
vez de objectivo geral e específico respectivamente, em
que o verbo introdutor deve
evidenciar o seu carácter profissionalizante, serve de alguns exemplos paradigmáticos de conceitualização para
que o modelo seja estruturante. O termo módulo e outros
não são nenhuma novidade
e o seu uso remonta há muitas décadas. Aliás, observa-se
que, mesmo num mesmo país,
as instituições técnico-profissionais podem, legalmente, ter
a liberdade de se organizarem
como o achar, pois, mais do
que uma legislação impositiva
de algum modelo, o mercado
de trabalho é que é o maior sábio e enquanto este (mercado
de trabalho) acolhe satisfatoriamente os graduados de uma
dada instituição de algum modelo, esta não tem de se posicionar adiante daquele. O contrário é que é concebível pois
a instituição de formação profissional é uma empresa concorrencial e, necessariamente,
tem de se reformular para não
perder os seus clientes e se
extinguir. A sociedade é que
determina a necessidade de
reforma curricular e foi assim
que aconteceu nos países europeus em que se vive “Numa
época em que as sociedades
europeias estão a desierarquizar as suas estruturas na perspectiva de que surja um cidadão consciente, preparando,
assim, novas organizações de
produção e serviços - refiram-
-se, a título ilustrativo, conceitos como estratégia de redes,
desregulamentação, novas
abordagens para controlos de
qualidade, gestão caótica, uma
nova falta de visão de conjunto, sociedade de risco, raciocínios globalizantes - parece ter
sido despertado no novo indivíduo [modular] o interesse
por formas mais suaves de ensino e aprendizagem” (idem).
Estas observações sugerem o
risco de importar algum modelo de algum país simplesmente porque seja necessário
e tenha tido sucesso nesse espaço. É por isso que mesmo
entre os países desenvolvidos,
cada um deles possui o seu.
Formação técnicoprofissional
O conceito de “técnico”
também se oferece para debate no concerto das políticas em
curso nesta área de formação
técnico-profissional no país.
Se o “saber fazer” é a característica geral e marcante da
tecnicidade, sendo técnico o
indivíduo que “sabe fazer”,
uma expressão que mais remete ao trabalho manual e para
um produto de visibilidade
objectiva, já ao conceito deste,
do que se pode depreender da
ANEP, junta-se a “empregabilidade” como um qualificador
de ser técnico. Assim, o currículo (disciplinas) a qualificação do formador, do centro
de formação, da metodologia
e do ambiente de formação,
etc. têm de ser necessariamente (obrigatoriamente) para
satisfazer o empregador ou
o mercado de emprego. Esta
conceituação tem, pois, efeitos estruturantes e introduz
um novo paradigma que, sendo obrigatório, é de múltiplos
efeitos práticos. Neste sentido, em que a empregabilidade deve nortear a formação
técnico-profissional, emerge
o conceito de trabalho, que
pode existir sem que o trabalhador seja necessariamente
um empregado (trabalhador
assalariado) de algum patrão
e mesmo assim o trabalhador
garantir a sua sobrevivência e
da sua família.
Esta conceituação de técnico empregado leva a outros
desafios e debate como o da
formação artística e/ou técnico-
-artístico profissional. Se a tecnicidade implica a habilidade
resultante de uma mecanicidade
e repetitividade, num esgotante
esforço físico, a arte é uma outra área em que a subjectividade, a criatividade, a inovação,
etc. constituem os alicerces
de/para um bom artista e/ou
técnico-artístico profissional.
Um técnico-artístico necessita
de muito engenho intelectual e
espiritual, qualidades que devem suportar a necessária criatividade para que o artista e o
técnico-artístico elaborem uma
obra que encante o seu público
apreciador. É nestes parâmetros que a formação artística ou
técnico-artística pode entrar em
“colisão” metodológica com o
modelo proposto/imposto ainda que a organização curricular
possa ser apresentada em forma modular, pois este, como se
observou, serve também para o
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Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 17
Desafios da formação técnico-artística segundo o modelo da ANEP
ensino geral.
Neste sentido, pode se contrapor os termos produção vs
criação, sendo este (criação) a
qualidade intrínseca dos artistas e que, mais do que aquela,
resulta da interioridade ou inspiração e criatividade, depois
de dominadas as técnicas básicas. Este carácter criativo não
exclui as aprendizagens que,
para tal, são múltiplas, mas diferentemente da pura educação
técnico-profissional, “a educação da sensibilidade estética e
do pensamento crítico e criativo
permite, assim, uma maior autonomia pessoal. Uma relação
permanente com as artes e o
património de diferentes culturas, ensina, também, a respeitar
a experiência do outro, a ser
mais receptivo à sua cultura,
à sua interpretação do mundo,
promovendo a partilha, a argumentação, o conhecimento de
critérios de juízo de gosto e da
sua evolução histórica. Assumir-se-á, assim, a complexidade do mundo e das culturas, da
unidade e diversidade do humano, recusando o medo da diferença e o facilitismo superficial
das respostas rápidas e gastas
(…) Desse modo, a promoção
de uma educação que valorize o
património e as artes reforçará o
sentimento de pertença dos cidadãos e ajudará na reconstrução de comunidades historicamente enraizadas, conscientes
das múltiplas influências culturais de que somos devedores.
Essa consciência histórica, se
autêntica e alargada, ao invés
de gerar sentimentos saudosistas ou nacionalistas, ajudará a
derrubar muros, a interrogar as
habituais fronteiras e a preparar
a mudança que compõe o mundo e a vida”.
Socialização e aprendizagens
estéticas
Destas múltiplas funcionalidades da arte, emerge a pedagogia artística de que, de acordo
com Vera e Ivan, “as vocações
artísticas são produto de processos específicos de socialização
e aprendizagens estéticas, que
se dão em espaços como comunidade, a família, a escola e o
trabalho. Tal noção contraria a
visão comum da existência de
um gênio inato ou de uma tendência natural para as artes, que
encobriria ou tornaria difusos
os processos de aprendizagem
(…) A formação artística é um
processo de construção de habilidades, sensibilidades e significados em torno das artes, de
modo consciente e inconsciente, e depende de espaços mais
ou menos formalizados. Da
formação inicial à inserção profissional no mundo das artes, a
formação artística dos jovens
envolve um percurso cada vez
mais longo, que se alimenta das
referências e conhecimentos
construídos … na escola e se
consolida e se especializa com
as experiências educativas em
cursos livres de arte e cursos
profissionalizantes. Ao mesmo
tempo, é um universo que requer a mobilização criativa e
inovadora dos seus agentes, que
se alimentem de ideias novas e
de processos constituintes”.
Estas sábias citações justificam a educação artística ou
técnico-artístico nos seus valores individuais e sociais assim
como remetem para metodologias específicas que escapam ao
tecnicismo profissionalizante
para o emprego. Pelo contrário,
remete para um profundo e multidisciplinar a fim de conferir,
ao artista ou técnico artístico, as
qualidades necessárias na componente capacidade intelectual
e criativa, o que se consegue
nas escolas artísticas ou técnico-artísticas profissionais com
modelos específicos. Uma outra
formação profissional que pode
se oferecer para uma formação
de níveis anuais deve ser a da
área de saúde pois não se pode
imaginar que uma tal fragmentação de algum curso, como o
de Enfermagem Geral ou outro
em níveis profissionalizantes
anuais em que o formado exerça somente uma qualificação
deste e, pior, na actual realidade
do país.
As escolas técnico-artísticas
ensinam também, em profundidade, muitas disciplinas gerais,
daí a existência de escolas técnico-artísticas que combinem o
ensino artístico e geral e numa
duração de dois a três anos,
diferente do modelo da ANEP
em que cada nível é obtido por
numa formação anual, que o
qualifica para o emprego. No
país, existe (ou existia já que
tem de se reformular segundo
o modelo da ANEP e, no presente ano lectivo, não pôde receber novos ingressos por não
estar ainda certificada por esta
autoridade), a Escola Nacional de Artes Visuais (ENAV)
que formou muitos técnico-
-artísticos que são profissionais
e que empregam as suas aprendizagens em muitas instituições
privadas e estatais assim como
na área de empreendedorismo.
Mas, a singular e valiosa contribuição desta escola é a formação de artistas de cuja fama
nacional e internacional é reconhecida e motivo de orgulho
nacional. Entre estes podemos
citar Gemuce, Cármen, Mudaulane, Félix Mula, Jorge Dias,
Gumatse, Macaringue, Marcos
Muthewuye, que se tornaram
também professores/formadores
de outros. Serve estes exemplos
para confirmar a citação anterior
que diminui a valorização absoluta da qualidade inata como
único factor de formação artística, podendo o ser pela formação
multidisciplinar, profunda e longa (2 a 3 anos).
Se esta escola técnico-artístico profissional perde este seu
modelo clássico de formação,
sem se excluir a reforma contínua, e abraçar, na totalidade,
o modelo da ANEP, perde-se a
oportunidade de surgimento de
artistas e técnico-artísticos cultos e de envergadura nacional e
internacional como os já formados e alguns citados. Em seu lugar, formar-se-ão artesãos. Não
se pode confundir os ambientes
de aprendizagem e se questionar pela escola formal em que
frequentaram os grandes artistas
como Malangatana, Mankew,
Chichorro, Chissano, Naguib,
Chiau, Fanny, João Domingos
e outros gigantes. Atrás dos
seus dons, estiveram homens
cultos, de cores e nacionalidades diferentes, a incentivá-los
e a instruí-los, assim como eles
mesmos, na falta de instituições,
dedicaram-se afincadamente
para a sua formação através de
leituras, contactos e convívios,
etc. com outros mais formados,
funcionando, neste processo,
como devem ser as escolas de
artes, hoje em dia. Possuíam
uma cultura geral e um elevado
sentido patriótico, daí o seu envolvimento nacionalista através
das artes. Dir-se-ia então que a
empregabilidade do artista e do
técnico-artístico pode ser ele
mesmo, o artista, tendo o público como seu principal cliente directo e, assim, a sua tecnicidade
não deve ser entendida e focalizada em termos de patrão, mas
de trabalho. E é impressionante
a mentalidade de trabalho, como
empreendedores e de empregabilidade (como empregados e
empregadores) dos graduados
desta escola. Por outro lado,
num país em que mais as políticas de emprego apelam ao empreendedorismo, por escassez de
postos de emprego, esta escola
se oferece como uma alternativa
ideal para inexistência de emprego e não se deve confundir o
desemprego com uma formação
deficiente quando, na verdade a
causa daquele é a falta de emprego por mais especializado ou
qualificado que o técnico esteja/
seja. E não só. O espírito criativo
que a escola empresta aos seus
formados deve os consubstanciar a bons gestores artísticos,
provando-se a boa relação entre
o espírito criativo e a gestão artística. Tais são os casos dos formados nesta escola como Jorge
Dias, Víctor Sala, Silva Dunduro e outros que são alguns dos
visíveis gestores das artes.
Perante todo este complexo
cenário de formação técnico-
-profissional vs formação técnico-artístico, pode se constatar
que, provavelmente, o quadro
modular para a formação de
competências, segundo o modelo da ANEP, não tivesse tido
em conta os modelos variados
de formação artística o técnico-artística e que, a se impor
aquele, abre-se um vazio formativo na área artístico-cultural. O mais sensato, uma vez
constatado este desafio, seria
que se reconhecesse esta especificidade e se permitisse que as
instituições artístico-culturais
evoluíssem segundo os seus
próprios modelos em vez de,
como afirmou um gestor artístico-cultural, “matar a escola”
ou seja, a arte, impedindo-as
de funcionar se não for no modelo modular da ANEP. Aliás,
algumas formações destas escolas podem ser feitas na base
deste modelo da ANEP.
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18 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Esta informação foi tornada pública este domingo,
em Genebra, Suiça, no evento
paralelo de Moçambique, organizado pelo Ministério da
Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER),
através da Administração
Nacional das Áreas de Conservação (ANAC). O evento
teve como tema “As experiências de Moçambique na
implementação da CITES” e
realizou-se no âmbito da 18ª
Conferência da Convenção
sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna
e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES).
ODirector de
Protecção e
Fiscalização da
ANAC, Carlos
Lopes Pereira,
disse que os resultados preliminares do censo indicam uma estimativa de 10800 elefantes. De
acordo com Lopes Pereira, a
população de elefantes está estável no país desde o censo de
2014. O Censo Nacional Aéreo
do Elefantes e outras Espécies
foi co-financiado pelo Governo
de Moçambique e pela Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD), tendo custado
cerca de 1 milhão de dólares
americanos. O censo foi um
exercício importante no sentido
monitorar a evolução da população de Elefantes no país.
“Decorre neste momento a
avaliação independente do relatório do censo, que será seguida
da validação do relatório de revisão dos dados brutos. Os procedimentos atrás referidos são
requisitos internacionalmente
estabelecidos para o apuramento final dos resultados de um
censo aéreo”, disse Carlos Lopes Pereira no evento paralelo
à COP 18.
O evento paralelo de Moçambique contou com apresentações do Secretariado da CITES,
do Banco Mundial e do Programa Global da Vida Selvagem
(Programa Conjunto do Banco
Mundial e da Organização das
Nações Unidas), bem como do
Embaixador da França para assuntos Ambientais e Negociações Internacionais.
O Director Geral da ANAC,
Mateus Mutemba agradeceu a
presença dos participantes, historiou o envolvimento do país na
CITEs e frisou o compromisso de
Moçambique na implementação
da Convenção, em particular do
Plano Nacional de Acção para a
Gestão do Marfim e do Rinoceronte (NIRAP). Destacou igualmente os principais desafios do
país no combate à caça furtiva e
ao comércio ilegal de produtos
de vida selvagem tendo apresentado os progressos feitos por
Moçambique no âmbito de alguns dos pilares daquele plano
de acção, nomeadamente nos
domínios: do quadro legal, fiscalização, coordenação interinstitucional, regional e internacional, bem como da comunicação
e consciencialização.
Mateus Mutemba apresentou igualmente as perspectivas
Dados Preliminares do Censo Nacional de Elefantes de 2018
Moçambique dispõe de cerca de 10800 elefantes
do país em relação à implementação dos pilares do Plano Nacional de Acção para a gestão
do Marfim e do Rinoceronte
(NIRAP).
O Evento Paralelo de Moçambique na 18ª Conferência
das Partes da CITES contou com
a presença de diversas personalidades provenientes de organizações governamentais, representantes dos países da SADC,
dos Secretariados da União
Africana e da SADC, ONGs
internacionais e sector privado.
O evento foi testemunhado por
Amadeu da Conceição, embaixador de Moçambique junto da
Missão das Nações Unidas, em
Genebra.
A Convenção CITES é um
acordo assinado entre governos
de todo o mundo, com o objectivo de regular o Comércio Internacional de Espécies de Fauna
e Flora Selvagens Ameaçadas de
Extinção, num quadro de utilização sustentável destes recursos.
Cerca de 5 800 espécies de animais e 30 000 espécies de plantas
são protegidas neste âmbito.
A CITES foi esboçada como
resultado de uma resolução
adoptada em 1963 numa reunião dos membros da IUCN
(União Mundial para a Natureza). O texto da Convenção foi
finalmente acordado numa reunião de representantes de 80 países realizada em Washington,
D.C., Estados Unidos da América, em 3 de Março de 1973,
tendo entrado em vigor no dia 1
de Julho de Julho de 1975. Um
total de 183 países são partes da
CITES, cuja sede está em Genebra, Suiça.
A adesão de Moçambique
ratificada no ano de 1981, através da Resolução número 20/81
de 30 de Dezembro. A ANAC
(Administração Nacional das
Áreas de Conservação) representa a autoridade administrativa da CITES em Moçambique,
sendo a Universidade Eduardo
Mondlane (UEM) a autoridade
Científica.
Segundo a ONU
Ajuda humanitária depende
do poder local
A secretária-geral adjunta
da Organização das Nações
Unidas (ONU) para Assuntos
Humanitários, Ursula Mueller, apresentou como exemplo
positivo Moçambique, considerando que o mais importante para a eficácia da ajuda
humanitária são as autoridades
locais.
Ursula Mueller disse, em
conferência de imprensa em
Nova Iorque, que, apesar de
considerar que a arquitectura da resposta humanitária da
ONU é eficaz, “a chave é, realmente, a capacidade local e
o poder das equipas de intervenção locais”.
A também coordenadora
assistente da ONU para Emergências, questionada pela
Lusa, disse que “a resposta de
Moçambique aos ciclones Idai
e Kenneth foi muito impressionante” e que a coordenação
no terreno, liderada pelo Governo, “foi um enorme sucesso”.
A responsável também
destacou que as doações e o
financiamento internacional
foram disponibilizados rapidamente para a ajuda humanitária em Moçambique.
Para Ursula Mueller, o
mais importante na resposta humanitária depois de um
desastre natural são “as capacidades locais”, porque “estes
países estão encarregados” de
dirigir as operações e a comunidade internacional junta-se
para apoiar “os esforços dirigidos localmente”.
A ONU celebra hoje o Dia
da Ajuda Humanitária com
uma campanha especial sobre
mulheres, partilhando a história da moçambicana Augusta
Maita e 23 outras mulheres
de todo o mundo na página de
internet criada para assinalar a
data (worldhumanitarianday.
org/24-stories).
A secretária-geral adjunta
da ONU para Assuntos Humanitários disse que ficou “muito
comovida” ao conhecer a moçambicana.
“Foi uma mulher que esteve a gerir a resposta ao desastre em Moçambique, o
nome dela é Augusta Maita
e eu conheci-a. Quando ela
partilhou a sua história, de ter
visto mulheres e crianças serem arrastadas pela corrente
das inundações, fiquei muito comovida”, disse Ursula
Mueller.
Em março, o ciclone Idai
atingiu o centro de Moçambique, causando 604 vítimas
mortais e afetando cerca de
1,8 milhões de pessoas.
Pouco tempo depois, o
norte do país foi devastado
pelo ciclone Kenneth, matando 45 pessoas e afetando
outras 250.000. (Lusa)
Decorre neste
momento a avaliação independente do relatório do censo, que
será seguida da
validação do relatório de revisão
dos dados brutos.
Os procedimentos atrás referidos são requisitos
internacionalmente estabelecidos para o apuramento final dos
resultados de um
censo aéreo
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 19
Combatentes instados a
garantir “o bem servir”
O Ministro dos Combatentes, Eusébio Lambo, apela à instituição que dirige para a necessidade de transformar as dificuldades que enfrenta no seu dia-a-dia em fonte de inspiração
e de busca de iniciativas, com vista a garantir o bem servir,
não apenas ao combatente, mas como também ao público geral.
Lambo lançou o apelo,
sexta-feira da semana passada,
no seu gabinete de trabalho,
quando conferia posse a Estevão Mwiya, que foi contratado
para o cargo de Director Executivo do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional (FPRN)
e Deolinda Armando Saquene
Vilanculo, nomeada para chefe
do Departamento da Administração e Finanças (DAF).
Assistiram ao acto a vice-
-ministra, Maria de Fátima
Muanza Pelembe; o secretário-
-permanente, António Máquina; membros do Conselho
Consultivo e outros quadros do
Ministério dos Combatentes.
No discurso, Lambo sublinhou que as dificuldades materiais e financeiras que, neste
momento, afectam o ministério
não podem constituir motivo de
desânimo, acrescentando que
esta situação, em grande medida, resulta da conjuntura nacional e internacional. Por isso
“deve ser encarada como fonte de inspiração e de busca de
iniciativas inseridas dentro do
espírito do bem servir ao combatente e público em geral”.
O governante salientou que
os combatentes têm sido cada
vez mais exigentes na satisfação das suas preocupações e
reconhecimento dos seus direitos e deveres salvaguardados
por lei, pelo que o ministério,
segundo realçou Lambo, deve
privilegiar o espírito de empatia e respeito no seu relacionamento com este segmento da
população moçambicana.
Deste modo, desafiou a instituição a acelerar, por exemplo, a tramitação de expedientes e outras preocupações que
lhe são colocadas por combatentes veteranos da luta pela
independência nacional e os da
defesa da soberania e democracia, por esta ser a razão da sua
existência.
Explicou que a posse que
acabava de ser conferida ao
Director Executivo do FPRN
resulta da revisão pontual de
alguns pressupostos legais inerentes à sua natureza jurídica e
estrutura orgânica.
Por isso, tratando-se de
uma instituição pública, com
personalidade jurídica, dotada
de autonomia administrativa,
financeira e patronal, houve
a necessidade de harmonizar
e alinhar o FPRN com outros
fundos de natureza similar,
clarificando, para o efeito, aspectos de seu funcionamento
administrativo e de prestação
de contas.
Referiu, por outro lado,
que cabe agora esta instituição
mobilizar e reinvestir meios e
recursos financeiros para poder reforçar a sua capacidade
de financiamento, promoção e
apoio de iniciativas e projectos
de desenvolvimento económico e sociais dos combatentes,
bem como assegurar o fortalecimento da sua capacidade
de criação, implementação e
gestão de negócios, através de
linhas de crédito, devendo, no
entanto, melhorar a empregabilidade e incentivar o associativismo desta camada social.
O Fundo da Paz e Reconciliação Nacional foi criado, em
2014, na sequência da cessão
das hostilidades militares entre o exército moçambicano e
militares da Renamo, o principal partido da oposição em
Moçambique. O seu estabelecimento surgiu como parte dos
esforços levados a cabo pelo
governo moçambicano tendentes a assegurar a manutenção
da paz e reconciliação nacional, como forma de reconhecer os feitos deste grupo social
no processo da libertação e na
defesa da soberania e da democracia.
Assim, esta instituição tem
como obrigação a promoção
da inserção económica e social e empoderamento dos
combatentes da luta de libertação nacional e desmobilizados de guerra do governo e
da Renamo. Portanto, o FPRN
vela essencialmente pelo financiamento de iniciativas
desenvolvidas por este grupo
social, como forma de inseri-
-lo na vida social e económica
do país.
Aponta-se, porém, como
sendo a principal finalidade
da instituição apoiar a reintegração económica e social
do combatente, através da
realização de iniciativas e de
geração de rendimentos, contribuindo, desta feita, para o
seu bem-estar e de seus dependentes.
Assim, Lambo afirmou esperar do Director Executivo a
assegurar a gestão corrente,
conceber e gerir política de
risco que vise a sustentabilidade do sector e efectuar aplicações financeiras e bancárias, de médio e longo prazos,
a fim de capitalizar recursos a
si adstritos, sempre observando de forma rigorosa a lei.
Instado a dizer sobre os
desafios que espera pela frente, Mwiya prometeu fazer
funcionar o FPRN a partir dos
programas e planos estratégicos desenhados para o sector.
Assim, apontou como um dos
principais desafios fazer “andar” o fundo, devendo, para
o efeito, trabalhar na busca
de outras fontes de financiamentos, por forma a garantir
a inserção social dos combatentes.
20 | zambeze | desporto| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Afrobasket 2019
Moçambique no 4° lugar
A selecção moçambicana de basquetebol feminino perdeu
perante a selecção do Mali, na Dakar Arena, na capital senegalesa, por 54-66, no jogo de atribuição do terceiro lugar no Afrobasket 2019, o que valeu o quarto lugar para às “Samurais”.
Aselecção moçambicana não
conseguiu terminar no pódio
pela sétima vez.
As moçambicanas já alcançaram
três vezes a medalha de prata,
três vezes a medalha de bronze,
mas nunca venceram a prova.
O jogo ficou resolvido no primeiro período, Mali conseguiu
uma vantagem larga vencendo
por 8-19. Apesar de se aproximar
das malianas, Moçambique nunca conseguiu passar para a frente
do marcador. O resultado final
fixou-se em 54-66 para o Mali.
A melhor marcadora de Moçambique e do encontro foi Leia
Dongue com 22 pontos marcados.
Jogos Olímpicos são o
próximo objectivo
Moçambique e Angola, com
o quarto e o quinto lugares neste
Afrobasket, apuraram-se para
a fase de qualificação dos Jogos
Olímpicos de 2020 em Tóquio.
O sorteio já foi realizado:
Moçambique vai defrontar a
Nigéria e a RDC, enquanto Angola vai medir forças contra Senegal e Mali.
Os dois primeiros de cada
grupo avançam para as meias-
-finais. As vencedoras das
meias-finais apuram-se para
os Jogos Olímpicos que vão
decorrer em Tóquio, no Japão.
Os jogos estão marcados para
Novembro.
Moçambola
avança e anima
O campeonato nacional de
futebol, denominado Moçambola, está ao rubro com umas
equipas a lutar pelo título e outras pela manutenção. No fim-
-de-semana disputou-se a 15ª
jornada, por sinal a primeira
jornada da segunda volta do
campeonato nacional, o Costa
do Sol conseguiu manter-se no
topo graças à vitória arrancada
ao representante da província de Cabo Delgado, Baia de
Pemba, ao marcar três bolas
contra duas. Enquanto isso,
o Ferroviário de Maputo que
também luta pelo título, fez das
suas ao derrotar a Liga Desportiva de Maputo por três bolas
sem resposta. Motivo para dizer que o Moçambola está a
animar. J.M
Resultados da 15ª jornada
UDS 2-0 Textil
Fer. Beira 0-0 Incomati
Desportivo 0-1 Fer. Nacala
Fer. Maputo 3-0 Liga Desportiva
ENH 0-0 Maxaquene
Baia de Pemba 2-3 Costa do Sol
Desp. Nacala 0-3 Fer. Nacala
Chibuto 1-0 Textafrica
Próxima Jornada
Textil x Chibuto
Textafrica x Fer. Beira
Incomati X Desportivo
FER. Nacala x Fer. Maputo
Liga Desportivo x ENH
Maxaquene x Costa do Sol
Baia de Pemba x Desport. Nacala
Fer. Nampula x UD Songo
Classificação actual
Costa do Sol 31
UD Songo 29
Fer. Beira 28
FER. Maputo 26
CHIBUTO 25
Fer. Nacala 25
Desportivo 24
Textafrica 24
Incomati 23
L. Desportiva 23
ENH 22
Desp. Nacala 22
Maxaquene 17
Fer. Nampula 14
Baia Pemba 11
Textil 8
Defesa de Patrício gera debate:
“Isto é um penálti, não é uma tômbola”
GaryNeville considera “embaraçoso” que Pogba e Rashford tenham discutido quem marcaria o
lance diante do Wolverhampton.
Rui Patrício vestiu, na noite
de segunda-feira, a ‘capa de herói’
ao defender a grande penalidade cobrada por Paul Pogba, que
acabou por permitir ao Wolverhampton segurar um empate
a uma bola na recepção ao Manchester United.
GaryNeville, antigo capitão
dos reddevils, comentou o encontro para a estação televisivabritânicaSky Sports, e contestou a decisão de OleGunnarSolskjaer ao
permitir a rotatividade nos lances
da marca dos 11 metros entre o
francês e Marcus Rashford.
“Por que é que há um debate sobre quem marca o penálti?
Não gosto. Não deveria haver um
debate. Pogba falhou o quarto
nos últimos 12 meses. Seria justo
pensar que teve a sua oportunidade. Rashford marcou na semana passada, deveria ter marcado
agora”, atirou.
“Mas não houve um líder.
Algo não bateu certo. Não podiam tomar a decisão entre eles.
Inicialmente, fiquei furioso com
Pogba. Mas, quando olhei para
aquilo que aconteceu na semana
passada com o penálti contra o
Chelsea, foi estranho”, acrescentou.
Mas GaryNeville não ficou
por aqui: “Não está certo. Nós
não chegamos ao programa em
directo e perguntamos uns aos
outros que parte da análise vai fazer. Decidimos antes de vir. Eles
deviam decidir no balneário. É
embaraçoso. Isto é um penálti do
Manchester United, não é uma
tômbola”.
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 |desporto | zambeze | 21
Sebastian Vettel: “F1 não pode
perder circuitos históricos”
Oc a l e n d á r i o
do mundial
de Fórmula 1 de 2020
está longe de
estar fechado e a missão da
LibertyMedia,entidade que é
actualmente a detentora dos
direitos desportivos da modalidade, não parece fácil já
que os GP da Alemanha, Espanha ou México, podem vir a
ficar de fora do calendário para
a entrada do GP da Holanda e
do Vietname.
A decisão de deixar de fora
algumas das provas com mais
emblemáticas do mundial não
agrada a Sebastian Vettel que
Hockenheim, lembrou que
nem tudo pode ser uma questão de dinheiro,
“É certo que todos querem
ganhar dinheiro, mas o mais
importante é levar o desporto
onde existe paixão, por isso é
importante manter as corridas
em locais emblemáticos como
são o Reino Unido ou a Alemanha. A F1 não pode perder
circuitos históricos”, sublinhou
o piloto da Ferrari.
Por isso Vettel não tem dúvidas que perder locais com
história na Fórmula 1, pode
Desporto Recreativo
Luís Cabral admite
4-1 deKongolote
A equipa de Luís Cabral foi
o bobo da festa do Kongolote,
na 23ª jornada do campeonato de veteranos da cidade do
Maputo, disputada no último
domingo, ao admitir goleada
de quatro bolas a uma; enquantono outro jogo, os Veteranos
Unidos, também, apanharam
uma goleada de quatro a zero
frente ao ADV CMCM e os
Munna’s a sorriram pela vitória
sobre ElevenMain por três bolas a uma.
Resultados da 23ª jornada
Inhagoia 0-0 Amigos Kongolote
Sustenta 1-3 Jardim
Xipanipane 2-3 Choupal
Munna’s 3-1 ElevenMain
Matendene 3-1 Circulo
ADV cmc 4-0 Veteranos Unidos
Amigos Matola 3-1 Mafalala
Luís Cabral 1-4 Kongolote
Madgumb’s - Tsalala não se realizou
Leões Bravos ficaram de fora.
24ª Jornada
Luís Cabral x Munna’s
Eleven Main x Leões Bravos
Tsalala x Xipanipane
Sustenta x Madgumb’s
Jardim x Matendene
A.Kongolote x ADV cmc
Kongolote x Veteranos Unidos
Circulo x Amigos Matola
Mafalala x Inhagoia
Choupal (fica de fora)
Sporting insiste em João Mário,
e Inter em... Bruno Fernandes
L
eões tentam o empréstimo do médio,
mas os nerazzurri
insistem que o ordenado seja pago
na totalidade.
João Mário é apontado
mais uma vez apontado, pela
imprensa italiana, como um
dos alvos do Sporting tendo em
vista o reforço do meio-campo
para a temporada 2019/20.A
direcção liderada por Frederico Varandas já terá dado início
aos primeiros contactos com os
responsáveis do Inter de Milão,
ainda que os moldes desejados
vão complicando o diálogo.
Os leões pretendem recuperar o internacional português a título de empréstimo
por uma temporada, sem
qualquer custo associado. Já
os nerazzurri, fazem questão
de que o ordenado do jogador – cerca de 2,2 milhões de
euros por ano – seja pago na
totalidade.
Além do Sporting, também o Mónaco, de Leonardo
Jardim, e o Sevilha, de JulenLopetegui, estarão especialmente atentos à situação do
médio de 26 anos, que não entra nas contas de António Conte para a nova campanha.
Em simultâneo, Sporting
e Inter de Milão terão falado
de… Bruno Fernandes. BeppeMarotta, director executivo do
clube italiano, chegou a tentar
levá-lo para a Juventus há cerca
de três anos, e já terá perguntado quais as condições necessárias para negociar o seu passe
acabar ser um erro demasiado
grave para a disciplina rainha
do automobilismo.
“A Fórmula 1 sem Monza é
algo verdadeiramente absurdo,
tal como é perder toda a história que a F1 tem em Espanha.
Penso que é importante não
perder determinados Grandes
Prémios e por isso é irrelevante que outros paguem mais dinheiro”, concluiu Vettel.
22 | zambeze | Internacional| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
BAD destaca importância de
investimento na África Austral
Os investimentos de 13 mil milhões de dólares do Banco
Africano de Desenvolvimento (BAD) na África Austral estão
a “produzir fortes resultados” nos países da região, afirmou o
presidente da organização, AkinwumiAdesina.
Na sua intervenção na cerimónia de abertura
da 39.ª cimeira
da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral (SADC), que
se realizou no fim-de-semana
passado em Dar Es Salam, na
Tanzânia, Adesina enumerou
alguns dos investimentos do
BAD na região.
No discurso publicado na
segunda-feira pela instituição
financeira internacional, Adesina destacou o investimento
de cinco mil milhões de dólares
na Eskom, a empresa pública de
electricidade da África do Sul,
que considera ser fundamental
para o fornecimento de energia
no país e na região.
Além disso, o responsável
do BAD assinalou o investimento de 114 milhões de dólares nas
Ilhas Maurícias, destinado à
construção da central eléctrica
de St. Louis, que fornece energia
a 36% da população.
O apoio à energia hídrica
foi um dos pontos referidos por
Adesina, que considerou que “o
desbloqueamento do potencial
do projecto hídrico de Inga,
na República Democrática do
Congo (RDC) deve ser fundamental”.
Para o responsável do BAD,
o potencial de 44.000 mega
watts das várias barragens do
Inga poderia possibilitar o fornecimento de energia a toda a
região, tendo sublinhado a importância da construção de uma
terceira barragem naquela zona
na região ocidental da RDC.
Andesina recuperou ainda
outros projectos parcialmente
financiados pelo BAD como a
expansão do porto namibiano de WalvisBay, a construção
da ponte de Kazungula, entre
Zâmbia e Botsuana, ou o Corredor Logístico de Nacala, entre
Moçambique e Malawi.
No documento enviado na
segunda-feira à Lusa, o BAD
refere que pretende apoiar o
estabelecimento do Fundo de
Desenvolvimento Regional da
SADC com 1,2 mil milhões de
dólares, com o objectivo de mobilizar recursos domésticos para
o desenvolvimento de infra-estruturas e da industrialização
regional.
“Vejo um futuro mais brilhante para a região da SADC.
Linhas férreas regionais que ligarão toda a região, cadeias de
valor regionais que impulsionarão a competitividade, zonas agro-industriais especiais
que irão transformar a agricultura numa actividade principal pela região, criando de
milhões de empregos, e bancos
energéticos regionais que irão
finalmente resolver os desafios
energéticos na região”, concluiu o responsável do BAD.
A 39.ª cimeira da SADC
juntou chefes de Estado e
de Governo dos 16 Estados-
-membros - Angola, Moçambique, África do Sul, Botsuana,
Comores, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia,
Namíbia, Essuatíni (antiga Suazilândia), Tanzânia, Zâmbia,
Zimbabwé e Seicheles - para
debater o desenvolvimento regional.
Malawi admite que a democracia esteja sob ameaça
Og o v e r n o
do Malawi admite
que a democracia
do país está sob ameaça
por pessoas que buscam
soluções em conflitos internos, através de caos.
O ministro malawiano da Justiça e Assuntos
Constitucionais, Bright
Mask, afirmou que dentro do país há indivíduos
que acham que a democracia constitucional é
um impedimento para
a obtenção de esquemas
e actos ilícitos, portanto, segundo suas palavras, querem tomar a lei
em suas próprias mãos.
O ministro Mask
fincou que todo o cidadão nacional não deve
permitir que os ganhos
até agora alcançados
sejam corroídos de forma oculta ou aberta por qualquer pessoa que seja. O ministro acrescentou que o Presidente Peter
Mutharika acredita que
qualquer desvio do quadro constitucional será
o caminho para a anarquia nacional, por isso o
líder malawiano respeita
a separação de poderes.
O ministro da Justiça
e assuntos constitucionais
criticava assim a onda de
tensão política que se instalou no país, devido a inconformidade dos partidos da oposição em volta
dos resultados eleitorais.
Esta crítica surge numa altura em
que a tensão política vai se desdobrando.
Após cidadãos desconhecidos terem incendiado a residência
do presidente da Liga
de Defesa dos Direitos
Humanos e organizador
das manifestações, eis
que no fim-de-semana
passado, outros desconhecidos atiçaram fogo
nos escritórios do vice-
-presidente do maior partido da oposição, o MCP.
Em gesto de acção-
-reacção, no fim da tarde
desta segunda-feira, os escritórios do DPP, partido
no poder na cidade capital
Lilongwe, também pegaram fogo e todo mobiliário foi reduzido em cinzas.
Enquanto isto acontecia, em Nlhata Bay, a
polícia neutralizou um
cidadão supostamente pertencente ao partido no poder o DPP que
empunhava ilegalmente
uma arma de fogo e na
altura tentava sequestrar
um cidadão da oposição.
Da investigação preliminar, este admite ser um
de tantos cidadãos contratados, para enfrentar as
pessoas que estão semeando terror naquele país.
Várias são as consequências que o país
está a enfrentar com
a tensão pós-eleitoral.
A inflação global
avançou 0,3 pontos percentuais para 9,3% em
Julho passado, segundo dados do Instituto
Nacional de Estatística.
O preço do milho,
alimento básico do Malawi, tem crescido nos
últimos três meses, estando actualmente a ser comercializado a K10.000,
cerca de novecentos meticais o saco de 50 quilos, contra os anteriores
quinhentos meticais.
O negócio está ressentido em todas as
vertentes, pois que se
vive uma incerteza política a cada dia que
passa. (RM Lilongwe)
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | Internacional | zambeze | 23
Os governos de Angola e
dos Estados Unidos estão a
trabalhar para um possível
encontro entre os presidentes João Lourenço e Donald
Trump, disse à Voz da América o ministro dos negócios estrangeiros angolano Manuel
Augusto.
Augusto falava
após um encontro que manteve
no Departamento de Estado com
o Secretário de Estado Mike
Pompeo.
O ministro angolano disse
que nas conversações houve
uma “convergência de pontos
de vista sobre grande parte dos
assuntos em discussão sobretudo quanto ao reforço das relações bilaterais para que a cooperação económica e comercial
possa estar ao nível das relações
políticas que são muito boas”.
“Naturalmente que estamos
num processo de construção
das nossas relações e esperamos
que em breve o nível das negociações seja mais alto”, disse o
chefe da diplomacia angolana.
Manuel Augusto disse não
querer “antecipar” um encontro entre João Lourenço e
Donald Trump “porque como
se diz em bom português não
queremos pôr a carroça à frente
dos bois”.
“Estamos a trabalhar (nisso)”, acrescentou.
A porta-voz do Departamento de Estado Morgan Ortagus disse que no encontro Mike
Pompeo tinha “reafirmado a
firmeza da parceria estratégica
Primeiro-ministro
italiano pede demissão
O anúncio da demissão do
primeiro-ministro surge na sequência de um forte ataque ao
parceiro de coligação, Matteo
Salvini. Conte acusou Salvini
de ser um “irresponsável” por
ter lançado o país numa crise por
“interesses partidários e pessoais”.
Matteo Salvini, líder da Liga,
vice-presidente e ministro do Interior, tinha manifestado a intenção
de abandonar a coligação e pedir
eleições antecipadas, dadas as
divergências em várias questões.
“Demasiados ‘nãos’ prejudicam
a Itália, que precisa voltar a crescer e voltar a votar rapidamente.
Quem perder tempo prejudica o
país”, referiu, num comunicado
divulgado pelo partido.
A coligação foi formada há
apenas 14 meses. Num discurso ao Senado, esta terça-feira,
Conte disse que Salvini estava
“à procura de um pretexto para
regressar às urnas” depois do
sucesso que o partido teve nas
eleições europeias. A Liga foi
o partido italiano mais votado,
com 34% dos votos.
Num discurso duro e assertivo, o primeiro-ministro cessante
responsabiliza Salvini pelo fim
do governo “que acaba aqui”.
“Aproveito esta oportunidade
para anunciar que apresentarei
a minha renúncia como chefe de
governo ao presidente da república”, anunciou.
Trump cancela visita à Dinamarca
após recusa em vender a Gronelândia
Um porta-voz da Casa
Branca disse à agência de notícias France Presse que a visita do presidente dos Estados
Unidos à Dinamarca prevista
para 2 e 3 de setembro “foi
cancelada nesta fase”. O mesmo anunciou Donald Trump
no Twitter.
“A Dinamarca é um país
muito especial, com pessoas
incríveis, mas, com os comentários da primeira-ministra
Mette Frederiksen de que não
teria interesse em discutir a
compra da Gronelândia, vou
adiar a nossa reunião programada para daqui a duas semanas para outro momento”,
escreveu.
A Casa Real dinamarquesa
expressou “surpresa” face ao
cancelamento num comentário escrito enviado à televisão
pública e a classe política, por
sua vez, também ficou “estupefacta”.
“A realidade transcende a
ficção (...) esse homem é imprevisível”, escreveu Martin
Østergaard, líder da esquerda
radical e membro da maioria
parlamentar, na rede social
Twitter.
“Sem qualquer motivo,
Trump considera que parte do
nosso país está à venda e, em
seguida, cancela insultuosamente uma visita que todos estavam a preparar. Será que os
Estados Unidos querem vender
o Alasca?”, escreveu no Twitter o conservador Rasmus Jarlov.
O presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, confirmou no domingo as notícias que foram publicadas na
semana passada sobre os planos dos Estados Unidos para
comprar a Gronelândia admitindo que a “ideia surgiu como
conceito” apontado como “estrategicamente interessante”.
Mesmo assim, Trump disse
que se tratava de um assunto que não está em primeiro
plano.
No final da semana passada, a imprensa americana
revelou que Donald Trump
havia indagado sobre a possibilidade de os Estados Unidos
comprarem a Groenlândia,
um enorme território autónomo ligado à Dinamarca com
cerca de 56 mil habitantes.
Se esta ideia fez inicialmente algumas pessoas sorrirem, esta última recuperação
mostra, mais uma vez, a capacidade do 45.º presidente
americano de quebrar os códigos da diplomacia tradicional.
VER MAISO governo regional da Gronelândia já tinha dito que o “país não está
à venda” referindo-se “aos
rumores” sobre a alegada intenção de compra da ilha com
dois milhões de quilómetros
quadrados (80% do território
está coberto por gelo) e que é
habitada por 56 mil pessoas,
na maior parte de etnia inuíte.
A Gronelândia tem desde
o referendo de 1979 estatuto
de autonomia, com competências próprias excepto nas
áreas de defesa, política externa e emissão de moeda,
entre outras áreas, incluindo
a impossibilidade de pedir o
direito à autodeterminação.
Durante a ocupação da
Dinamarca pela Alemanha
nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os Estados
Unidos tomaram posições na
Gronelândia e após o final do
conflito instalaram uma base
área militar estrategicamente
importante durante a Guerra
Fria e que continua activa.
No passado, os Estados
Unidos tentaram várias vezes
comprar a maior ilha do mundo, a última vez foi em 1946
através de uma iniciativa do
Presidente Truman.
Encontro João Lourenço e
Donald Trump está em discussão
Estados Unidos-Angola e saudou as reformas corajosas que
o Presidente João Lourenço levou a cabo desde que assumiu a
presidência em 2017”.
Pompeo e Manuel Augusto
tinham “discutido meios para
se aumentar o comércio bilateral e investimentos e fortalecer
as instituições democráticas”,
acrescentou a porta-voz.
O ministro angolano falou ainda ontem numa palestra sobre “A Nova Angola”
no centro de estudos “Atlantic Council”onde reafirmou a
vontade do governo angolano
contar com o apoio dos Estados Unidos na recuperação de
fundos e bens desviados ilegalmente de Angola.
Manuel Augusto disse que
esta cooperação “está a andar
bem”.
Na conferência Manuel Augusto disse ser errado pensar-se
que a maior parte dos fundos
desviados ilicitamente tenham
sido levados para Portugal.
“Há muito mais desses fundos angolanos em Miami do
que em Portugal”, disse o ministro. (VOA)
24 | zambeze | CIÊNCIA E TECNOLOGIA| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
NASA prepara próxima missão a
Marte em campo de larva na Islândia
A Agência Espacial Norte-americana (NASA) prepara em
campos de lava na Islândia, a próxima missão a Marte, prevista para 2020, para dar continuação ao trabalho do robô
“Curiosity”, que desde 2012 explora o planeta em busca de
sinais de vida.
J
unto ao Langjokull, o
segundo maior glaciar
da Islândia, na região
oeste da ilha, o campo
de lava de Lambahraun
foi durante três semanas de Julho o local de trabalho de uma
quinzena de cientistas e engenheiros enviados pela Agência
Espacial Norte-Americana.
A ilha vulcânica do meio do
Atlântico Norte tem características a fazer lembrar o planeta
vermelho, com a sua areia preta
de basalto, as dunas moldadas
pelo vento, as rochas negras e
os cumes das montanhas à volta.
“Temos exactamente o tipo
de padrões e transporte de matérias que os cientistas querem
ver”, disse no local um responsável dos Serviços Espaciais
de Controlo da Missão, Adam
Deslauriers, de uma empresa do
Canadá contratada pela NASA
para testar um protótipo de veículo espacial.Trata-se de um pequeno veículo eléctrico, branco
e cor de laranja, com tracção nas
quatro rodas e accionado por
dois motores laterais, que funciona como uma retroescavadora e que tem 12 pequenas baterias no interior. Basicamente “é
indestrutível” disse Deslauriers,
citado, pela AFP. Equipado com
sensores 3D, um computador,
uma câmara com duas objectivas e instrumentos científicos,
os 570 quilos do equipamento
movem-se por controlo remoto
a 20 centímetros por segundo. O
veículo recolhe e classifica dados do ambiente à sua volta graças às câmaras e envia-os para a
equipa de engenheiros que estão
a várias centenas de metros, que
por sua vez os transmitem aos
cientistas que estão confinados
numa tenda. Tudo para simular
o envio de informações de Marte para a Terra.
Os investigadores vão depois até ao local do veículo robô
para medir a radiação e recolher
amostras, coisa que o protótipo
só conseguirá fazer na versão final. Os locais de treino são escolhidos tendo em conta a forma
como a areia e as rochas mudam
tanto na composição química
quanto nas propriedades físicas à medida que se mudam do
glaciar para o rio vizinho.Antes
de Marte se tornar um deserto
congelado e inóspito, onde a
temperatura média ronda os 63
graus negativos, os cientistas
admitem que se pareceria muito
com a ilha.
“A mineralogia na Islândia
é muito similar à que encontrámos em Marte”, disse RyanEwing, professor de geologia
e geofísica na Universidade do
Texas, Estados Unidos. A Islândia já serviu de cenário para
outros exercícios da NASA,
nomeadamente por ocasião de
missões da Apollo (missão que
levou o homem à Lusa), quando
32 astronautas fizeram formação na ilha, em 1965 e 1967.
Cientistas alertam sobre ‘chuva’
de microplástico no Ártico
A revista científica ScienceAdvances publicou recentemente uma pesquisa apontando
que está literalmente nevando
microplásticos. O estudo foi
conduzido por pesquisadores
do Instituto AlfredWegener, na
Alemanha. Na tentativa de descobrir exatamente como os microplásticos são transportados
por grandes distâncias, eles pegaram amostras de lugares que
deveriam estar relativamente
livres do plástico.
Foram incluídos os blocos
de gelo do Ártico, um arquipélago norueguês chamado
Svalbard e os Alpes suíços.
Os cientistas derramaram água
derretida através de um pequeno filtro e depois olharam para
o que ficou ‘peneirado’ – e ficaram assustados com os resultados. Por litro de neve no Ártico,
eles encontraram 14.400 partículas de microplástico . Em
partes da Europa, eles encontraram até 154.000 partículas
por litro.
Variando em tamanho de
11 micrómetros a 5 milímetros,
a maioria dos detritos que sobraram eram feitos de verniz,
borracha e outros tipos de plástico. A equipa diz que, como o
pólen das plantas, os pequenos
pedaços de plástico são puxados para o ar e movidos milhares de quilómetros antes de cair
com a chuva e a neve.
“Até o momento, praticamente não há estudos investigando a extensão em que os
seres humanos estão sujeitos à
contaminação por microplásticos ”, disse a autora do estudo,
Dra. MelanieBergmann, em um
comunicado. “Mas, uma vez
que determinamos que grandes
quantidades de microplástico
também podem ser transportadas pelo ar, isso levanta naturalmente a questão de se e
quanto plástico estamos inalando. Resultados mais antigos da
pesquisa médica oferecem pontos de partida promissores para
o trabalho nessa direcção”.
Jackson Hepner, de 12
anos, estava a desfrutar as
suas férias em Millersburg,
no Ohio, Estados Unidos,
quando fez uma descoberta
importante.
O rapaz brincava num
riacho quando tropeçou num
estranho objecto.
Mostrou-o aos familiares, que perceberam que poderia ser um achado importante.
“O pai dele e o tio gostam
muito de história natural.
Rapidamente começaram a
pesquisar na internet, e foi
nessa altura que descobriram
que se podia tratar de um
dente de mamute ou mastodonte”, revelou à WEWS
JasonNies, proprietário do
TheInnatHoneyRun, a unidade hoteleira onde a família ficou hospedada.
A família e o proprietário do TheInn entraram em
contacto com vários professores, incluindo P. NickKardulias, do programa
de Arqueologia do CollegeofWooster.
Rapaz fez uma
descoberta com dez
mil anos
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 25
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Quinta-feira, 07 de Fevereiro de 2019 | naCionaL | zambeze | 15
PRM neutraliza
traficantes de drogas
Esta informação foi
avançada pelo Comando-
-Geral da PRM no seu
habitual briefing semanal
das principais ocorrências
no país. De acordo com
o comunicado sobre as
principais incidências
criminais no país, no período em análise foram
registados 125 delitos de
natureza criminal contra
144 de igual período do
ano transacto, havendo
uma redução em 19 crimes, correspondentes a
13%.
De acordo com a PRM,
o desempenho policial
situou-se em 88%, mercê
do esclarecimento de 110
dos 125 crimes, contra 87
de operatividade policial
obtida em igual período
comparativo de 2018.
Relativamente à tipologia dos 125 crimes registados, 32 são contra
as pessoas, 80 contra o
património, 10 contra a
ordem, segurança e tranA Polícia da República de Moçambique (PRM) neutralizou na
semana finda, no bairro da Mafalala, na cidade de Maputo,
sete indivíduos que se dedicavam ao tráfico e consumo de
estupefacientes, tendo apreendido na sua posse 60 quilogramas de canábis-sativa, vulgo soruma. Ainda na semana passada, a PRM
apreendeu no bairro Ribânguè, distrito da Manhiça, na província de
Maputo, uma arma de fogo de tipo AK-47 contendo 30 munições. A arma
tinha sido abandonada num canavial por indivíduos não identificados
e foi recuperada graças à denúncia popular.
quilidade públicas, um
crime de perigo comum
e dois contra exercício de
funções.
Foram detidos em território nacional 1.260
indivíduos, sendo 1040
por violação de fronteiras,
dois por imigração ilegal e
218 por práticas de delitos
comuns.
No que diz respeito à
segurança rodoviária, a
PRM registou um total
de 24 acidentes de viação, contra 30 do igual
período de 2018, tendo
resultado na morte de 18
pessoas, 22 feridos graves,
5 feridos ligeiros e danos
materiais.
Destes acidentes, 13 são
do tipo atropelamento,
cinco de choque entre
carros, quatro despistes e capotamento, dois
de choque entre carro e
moto.
Ainda no período em
análise, foram fiscalizadas
50.706 viaturas e apreendidas 94, 266 cartas de
condução, 151 livretes,
4.266 multas aplicadas,
15 condutores detidos
por condução ilegal e 12
por tentativa de suborno.
Foram apreendidas igualmente cinco armas de
fogo, das quais uma AK47, três pistolas e uma de
pressão de ar, nas províncias de Maputo, Sofala e
Nampula, respectivamente. Foram recuperadas 26
viaturas, 14 motorizadas,
90 telemóveis, oito computadores, 70 cabeças de
gado bovino, 31.6 quilogramas de soruma, dois
quilogramas de cocaína,
duas mil pedras preciosas tipo granada e 31.400
meticais e numerário. z
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Aqui está a boa nova. O ISFIC faz parte dos membros
da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), uma ONG internacional que promove a
cooperação e troca de informações entre universidades
e institutos superiores. A admissão aconteceu no mês de
Julho, durante o XXIX Encontro dos Membros da AULP,
que decorreu, em Portugal, sob o lema “Arte e Cultura
na Identidade dos Povos”. Constituída por mais de 140
membros dos oito países de língua oficial portuguesa
– Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor – e Macau
a AULP tem como missão facilitar a comunicação entre
os membros em prol do desenvolvimento colectivo do
ensino e da língua portuguesa no mundo, estimular a
investigação e o intercâmbio de alunos e docentes, propor uma reflexão contínua através da divulgação diária
de notícias e organização de conferências e eventos.
Bem-haja família ISFIC. Na imagem, Arminda Janfar,
Administradora do ISFIC à direita, exibindo o troféu!
O futuro espreita. A galvanização académica dita normas.
Neste prisma, o Instituto Superior de Formação, Investigação
e Ciência (ISFIC) e o Instituto Politécnico de Tecnologia
e Emprendorismo (IPET) assinaram, terça-feira última, em
Maputo, um memorando de entendimento, que tem por
balizas garantir a transição académica dos estudantes do
Médio ao Ensino Superior na perspectiva do saber enfrentar
os desafios do amanhã. No acto da assinatura do acordo de
cavalheiros da educação, Rodrigues Fazenda, DG do ISFIC,
sustentou que as duas instituições por sinal vizinhas, têm
por obrigação a complementaridade académica, facto que
se foi desenhando e consolidando ao longo dos últimos
semestres, representando o memorando, o procedimento
para a sua implementação.
Por seu turno, o Engenheiro Eusébio Saide , DG do
IPET, agradeceu a ocasião, realçando a necessidade do
intercâmbio, argumentando que esta singela oportunidade representa uma contribuição na combinação de
esforços nesta cadeira de valores encarnados no ensino
de qualidade.
Arminda Janfar, administradora do ISFIC, agradeceu o
gesto, e sustentou que as duas instituições devem se empenhar no sentido que o acordo vá em diante. Estiveram
presentes no acto da assinatura membros do corpo docente
do ISFIC, os drs. Alexandre Naiene e Ena Mazivila do IPET.
Memorando de transição do
médio ao ensino superior
ISFIC e IPET oferecem
horizonte na formação
de qualidade
26 | zambeze |ECONOMIA| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Compra da Anadarko não terá
impacto na exploração do gás
A compra das operações africanas da petrolífera norte-americana Anadarko pela Occidental não terá impacto na exploração de gás natural em Moçambique, asseguraram os presidentes
das duas companhias, prometendo que a operação vai “fortalecer o projecto”.
“Tenham, por favor, certeza do compromisso da Total
em trazer o melhor das nossas
capacidades humanas, técnicas e financeiras para fortalecer ainda mais a execução do
projecto sobre as bases sólidas
estabelecidas pela Anadarko e
seus parceiros, e implementar
o projecto Mozambique LNG
no interesse de todos os envolvidos, incluindo o Governo e o
povo de Moçambique”, disse
o director executivo da Total,
Patrick Pouyanné, citado num
comunicado difundido pela
Anadarko, que foi comprada
pela Occidental, que venderá as
operações africanas à francesa
Total.
“A Occidental e a Total
estão comprometidas com as
operações da AMA1 em Moçambique e estão confiantes
que a Transacção não terá impacto adverso nos negócios da
AMA1 em Moçambique”, lê-se
no comunicado, que cita a presidente da Occidental a mostrar-se “fortemente comprometida em garantir que durante o
período em que for proprietária
da AMA1, a direcção e o cronograma do projecto permaneçam inalterados”.
“Estou confiante que a estreita parceria que a Anadarko
estabeleceu com Moçambique
irá continuar e tornar-se-á mais
forte”, afirmou VickiHollub no
comunicado.
No comunicado, os responsáveis das duas petrolíferas procuram assegurar que a
venda dos activos africanos à
francesa Total não vai ter impacto na exploração de gás em
Moçambique, que deverá ser
um dos principais motores de
transformação da economia
moçambicana.
“Gostaria de reafirmar a
importância da Mozambique
LNG para a Total, onde nos
tornaremos o operador; este é
um activo único que se encaixa
perfeitamente na nossa estratégia e nas nossas competências”,
concluiu o presidente da Total.
A Anadarko Moçambique
Área 1, Lda. lidera o consórcio
que explora a Área 1 Offshore, com uma participação de
26,5%.
A petrolífera norte-americana OccidentalPetroleum
comprou, por 55 mil milhões
de dólares (49 mil milhões de
euros), a sua rival Anadarko,
companhia que lidera um dos
maiores projectos de gás natural em marcha em Moçambique
e em África, tendo acordado
também a venda dos activos em
África à francesa Total por um
valor de quase 9 mil milhões de
dólares.
A nível global, a Total é um
dos principais grupos mundiais
de petróleo e uma empresa que
conhece Moçambique.
A Total está presente no
país no negócio dos postos de
combustível e tem um historial
de pesquisa de hidrocarbonetos
ao largo da costa moçambicana, actividade em que participou até há três anos. Depois
de concluídos os negócios em
preparação, deverá substituir a
Anadarko como líder do consórcio da Área 1 de exploração de gás natural liquefeito
(GNL), no norte de Moçambique, cuja produção deverá arrancar em 2024.
Em junjo, o consórcio de
exploração de gás natural em
Moçambique, liderado pela petrolífera norte-americana Anadarko, anunciou o investimento
na Área 1 da Bacia do Rovuma,
em Cabo Delgado (norte de
Moçambique), um dos maiores
de sempre no país, avaliado em
25 mil milhões de dólares (22,2
mil milhões de euros), e que
representa o dobro do Produto
Interno Bruto (PIB) do país.
Na semana passada, o Governo moçambicano e o consórcio
da Eni e Exxon Mobil assinaram
o segundo acordo complementar
do contrato de pesquisa e produção de gás natural da Área 4,
norte de Moçambique.
Os projectos de gás da Área
1 e Área 4 (liderado pela Exxon
e Eni) deverão colocar Moçambique no ‘top 10′ dos maiores
produtores mundiais e acelerar
o crescimento económico para
incrementos entre 7% a 10% ao
ano. (Lusa)
Petromoc precisa de injecção financeira
A firma estatal Petróleos de Moçambique (Petromoc) está
insolvente e precisa de uma reestruturação para sair da situação financeira delicada em que se encontra, assumiu o presidente do Conselho de Administração da Companhia, Hélder
Chambisse.
“A empresa está, de facto,
numa situação de insolvência,
como os auditores muito bem
indicaram nas nossas contas”,
afirmou Hélder Chambisse,
em entrevista ao semanário
Savana.
Chambisse declarou que
a petrolífera deve 12 mil milhões de meticais a bancos,
acumulou resultados negativos anuais superiores a três
mil milhões de meticais nos
últimos três anos e perdeu a
quota de mercado, de mais de
50% para 24% actualmente.
A companhia, prosseguiu,
viu-se obrigada a cortar os fornecimentos de combustível à
transportadora Linhas Aéreas
de Moçambique (LAM), devido a uma dívida da companhia
aérea de bandeira no valor de
dois mil milhões de meticais.
“Neste momento, não estamos a fornecer, directamente,
à LAM”, disse.
Contudo, disse ainda
Chambisse, existem mais devedores que não conseguem
liquidar os seus encargos à
Petromoc, há mais de um ano.
“Com uma participação de
80% na Petromoc, o accionista
de referência, Estado, não está
em condições de recapitalizar
a empresa, devido à magnitude da conjuntura financeira em
que se encontra”, acrescentou.
Apesar de passar por uma
situação financeira “delicada”,
o presidente da petrolífera estatal moçambicana está optimista e acredita na eficácia do
processo de reestruturação em
curso.
“Este ano, estamos com
um desempenho razoavelmente bom, contamos ter resultados positivos, se não forem,
serão negativos, mas numa
escala muito menor do que
aquela que tivemos nos últimos anos”, frisou.
Hélder Chambisse aponta
o sucesso da reestruturação
da dívida junto dos bancos, a
eficiência da rede de postos de
abastecimento, a elevação do
nível de produtividade dos trabalhadores e o redimensionamento da massa laboral como
essenciais para o reequilíbrio
das contas da empresa.
O fim do sistema de preços
administrados pelo Estado a
favor de preços determinados
pela dinâmica do mercado e a
recuperação da carteira de créditos também abre boas perspectivas para que a Petromoc
volte a ter robustez financeira,
acrescentou Hélder Chambisse.
“A viragem [para a recuperação] já começou há alguns
anos, com a redução do prejuízo e, depois, com a clarificação
da estrutura ou da actividade
da Petromoc, em termos do
que fazer, como fazer e qual é
a razão destes prejuízos”, defendeu Chambisse. (Lusa)
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 |ECONOMIA| zambeze | 27
Parceiros doam 114 milhões de
euros para transporte de energia
O Banco Mundial e os governos da Alemanha e da Noruega vão desembolsar 114
milhões de euros para a construção de uma linha de transporte de energia de 218 quilómetros entre Moçambique e
Malawi.
O executivo moçambicano
e o Banco Alemão de Desenvolvimento (KFW) assinaram,
em Maputo, o acordo que formaliza a ajuda financeira da
Alemanha à infra-estrutura de
fornecimento de energia eléctrica ao Malawi.
“O projecto vai permitir a
exportação de energia eléctrica para Malawi, a curto prazo,
e que Malawi possa participar
em transacções de electricidade, como membro da Southern
Africa Power Pool, comprando
energia não só de Moçambique, mas de qualquer outro país
da região”, disse Max Tonela,
ministro dos Recursos Minerais
e Energia de Moçambique.
A cooperação financeira alemã, através do KFW, apoiará a
Electricidade de Moçambique
(EDM) na instalação de uma
nova subestação de 400 KV em
Matambo, do lado moçambicano, e construção de uma linha de
transporte de 142 quilómetros
com capacidade de 400 KV, até
Pombeya, no Malawi.
Segundo o Standard Bank
País aumenta
endividamento
O departamento de estudos
económicos do StandardBank
prevê que Moçambique aumente o recurso ao endividamento interno para compensar
o afastamento dos mercados
internacionais e só antevê consolidação orçamental a partir
de 2020.
“No seguimento do impacto
negativo dos ciclones e dada a
possibilidade de os custos das
eleições de Outubro derraparem, só vemos um regresso à
consolidação orçamental no
próximo ano e, como resultado, o recurso ao endividamento interno deverá continuar a
aumentar”, escrevem os analistas.
No relatório de Agosto sobre os mercados financeiros
africanos, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso,
lê-se que “nos últimos anos,
desde a revelação das dívidas
ocultas em Abril de 2016, o
Governo tem controlado o défice orçamental através de um
conjunto de medidas que inclui melhoramentos na colecta
fiscal e cortes na despesa, incluindo o fim de subsídios”.
Para os analistas do Standard Bank, o facto de a inflação
e a perspectiva de evolução da
moeda terem melhorado “pode
levar a cortes mais agressivos
na taxa de juro”, que desceu em
Agosto para 12,75%.
A nível político, o Standard
Bank considera que o processo
de paz é “irreversível” e afirma que as perspectivas de uma
eleição “pacífica” em Outubro
melhoraram com o acordo de
paz assinado entre o Governo e
a Renamo, no início deste mês.
Em seis aeroportos
Moçambique abre espaço para
negócios não-aeronáuticos
O governo moçambicano vai disponibilizar espaços em seis
aeroportos para operadores privados desenvolverem negócios,
anunciou em concurso o Ministério dos Transportes e Comunicação (MTC).
“Pretende-se apresentar um
plano-director de desenvolvimento de cada aeródromo na
componente de não aviação,
no conceito de mini-cidades
aeroportuárias com infra-estruturas de apoio ao turismo e
a actividades nos aeroportos”.
As concessões vão abranger os
aeroportos da Beira, Maputo,
Quelimane, Lichinga, Chimoio
e Nampula.
O plano inclui a construção
de hotéis, espaços para eventos, parques de estacionamento,
serviços de apoio a navegação
aérea, estações de combustíveis,
aluguer e lavagem de viaturas.
Além de rentabilizar os aeroportos, o objectivo é incentivar o desenvolvimento da indústria de turismo, acrescenta a
nota de imprensa.
O ministro dos Transportes
e Comunicações, Carlos Mesquita, disse recentemente que o
Governo está preocupado com o
nível de endividamento das empresas aeroportuárias.
“O endividamento deve ser
encarado com a necessária serenidade e responsabilidade,
devendo a empresa prosseguir
com os esforços em curso junto
dos parceiros para a reprogramação e cumprimento integral
dos compromissos assumidos”,
disse Carlos Mesquita.
28 | zambeze |INSÓLITO| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
Homem fica em estado
grave após cair da varanda
enquanto fazia sexo
Um caso inusitado aconteceu num hotel no balneário
de Le Cannet, no sul da França. Um homem foi internado
em estado grave após cair da
varanda do primeiro andar
enquanto fazia sexo.
Segundo informações do
jornal Metro, o homem, de
nacionalidade britânica, estava tendo relação com uma
mulher canadiana quando o
acidente aconteceu. Na queda, a companheira acabou
caindo sobre ele, o que agravou seu estado e evitou que
ela se machucasse com maior
seriedade.
Após o acidente, que
ocorreu por volta das 12h30
do último sábado, o rapaz
de 30 anos foi encaminhado
para o Hospital Pasteur, em
Nice. Já a canadiana, que sofreu apenas lesões leves, foi
liberada após passar por exames.
“O casal foi visto por algumas testemunhas enquanto fazia amor na varanda do
quarto do hotel. O encontro
acabou ficando um pouco
quente demais e eles acabaram caindo na rua que passa
logo em frente ao local”, disse um dos investigadores.
A polícia agora vai investigar se o casal estava bêbado
ou sob efeito de algum entorpecente durante o acto.
Homem morre após participar de
concurso de comer tacos na Califórnia
Tragédia aconteceu durante jogo de beisebol na cidade de Fresno, entre o Fresno Grizzlies e o Memphis
Redbirds; homem foi atendido, mas não resistiu.
Um homem morreu na semana passada (13 de Agosto)
enquanto participava de uma
competição de comer taco
em um jogo de beisebol em
Fresno, na Califórnia. Segundo a CNN, o facto ocorreu no
Chukchansi Park, no intervalo do jogo entre o Fresno Grizzlies e o Memphis Redbirds.
Dana Hutchings passou
mal após sete minutos do início da competição. Equipas
de emergência fizeram os
primeiros socorros. Ele morreu pouco depois de ser levado às pressas para o Centro
Médico Regional da Comunidade em Fresno. A causa da
morte ainda será determinada
após exames, mas a polícia
local acredita que ele tenha
morrido ao engasgar durante
a competição.
Jovem de 22 anos fica cega depois de
cozinhar ovo em micro-ondas
Uma jovem inglesa de 22
anos relatou no Reddit que ficou cega após um ovo estourar
no seu olho: o motivo foi o cozimento ter sido feito no micro-
-ondas, que levou o alimento a
estourar de dentro para fora.
Segundo Bethany Rosser,
o acidente aconteceu enquanto
ela preparava o café da manhã
e, para ganhar tempo, decidiu
cozinhar o ovo no micro-ondas.
Assim que o tirou da máquina,
o mesmo estourou na direcção
do olho e a deixou cega.
“Quando abri o micro-ondas para ver se os ovos estavam
bons, eles vieram directo para
o meu rosto. Nunca fiquei tão
assustada na minha vida”, escreveu Bethany na rede social.
A jovem se encaminhou
para o hospital de Birmingham, na Inglaterra, mas sua
visão não retornou após o tratamento com compressas na
região.
Pénis de idoso passa por processo
de calcificação e vira osso
Um homem de 63 anos foi
ao hospital após cair na rua e
descobriu, depois de um exame
de raio-x, que o seu pénis apresentava pontos de calcificação.
As informações são do jornal
Daily Mail.
Médicos do Lincoln Medical Center, em Nova Iorque,
nos Estados Unidos, dizem que
o paciente tem “células ósseas
se formando dentro do membro”. Ao avisarem o idoso, ele
se levantou e foi embora sem
perguntar qual seria o tratamento recomendado.
Segundo os médicos, o caso
é extremamente raro e com
poucos registos médicos. “A
ossificação do pénis continua
sendo uma condição relativamente rara a ser mencionada
em poucos periódicos da área,
com menos de 40 casos registados”, disse o médico Georges
El Hasbani.
Pénis de idoso
passa por processo
de calcificação e
vira osso
Um homem de 63 anos
foi ao hospital após cair na
rua e descobriu, depois de
um exame de raio-x, que
o seu pénis apresentava
pontos de calcificação. As
informações são do jornal
Daily Mail.
Médicos do Lincoln
Medical Center, em Nova
Iorque, nos Estados Unidos, dizem que o paciente tem “células ósseas se
formando dentro do membro”. Ao avisarem o idoso,
ele se levantou e foi embora sem perguntar qual seria
o tratamento recomendado.
Segundo os médicos, o
caso é extremamente raro
e com poucos registos médicos. “A ossificação do
pénis continua sendo uma
condição relativamente
rara a ser mencionada em
poucos periódicos da área,
com menos de 40 casos registados”, disse o médico
Georges El Hasbani.
Homem internado com
queimaduras graves após usar
produto depilatório
Um homem, de 26 anos,
teve de ser internado depois
de ter sofrido queimaduras nas
zonas íntimas. William Bishop
queria fazer a depilação e usou
um produto depilatório da marca Veet para o efeito, no entanto o mesmo era aconselhado
apenas para usar no corpo e nas
pernas.
De acordo com o jornal
Mirror, Bishop ficou com
queimaduras graves depois de
ter deixado o produto atuar durante o dobro do tempo aconselhado pela marca.
Dois dias depois de ter usado o creme depilatório, começaram a aparecer bolhas nos
testículos do homem. Bishop
deslocou-se a uma urgência
hospitalar em Cheltenham, Inglaterra, e teve de ser internado para receber tratamento.
Bishop ficou internado durante duas semanas.
Confrontado com a situação, o homem já admitiu ter
tido uma “atitude um pouco
parva”. “Foi uma atitude um
pouco parva da minha parte,
eu sei, e até pode parecer engraçado. No início até me ri,
até ter percebido que a situação era grave. A dor e o desconforto que isto causou estão
longe de ser engraçados”, disse.
Bishop revelou ainda já ter
usado o produto noutra altura,
no entanto nunca tinha tido
nenhum problema.
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | CULTURA| zambeze | 29
Do tradicional ao contemporâneo
Moçambique, Angola e São
Tomé pela exaltação da dança
Bailarinos de Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe
vão exibir uma mostra de dança tradicional e contemporânea,
na Fundação Fernando Leite Couto, dia 29 de Agosto, pelas
18:30.
Amostra será resultado de um
i n t e r c â m b i o
cultural a que os
mesmos bailarinos estiveram submetidos durante uma residência artística
em Maputo.
A nível dos bailarinos moçambicanos, foram seleccionados jovens promissores que
provêm de grupos diferentes,
uns de grupos de dança tradicional, outros da Companhia
Municipal da Matola e ainda um estudante da Escola de
Artes e Comunicação da Universidade Eduardo Mondlane
(ECA-UEM).
Segundo o organizador do
evento e director da Culturate,
Panaíbra Canda, a residência
artística teve como objectivo
principal dotar de ferramentas
para o aperfeiçoamento da linguagem coreográfica e dramatúrgica aos jovens criadores.
Estiveram envolvidos um
universo de 10 bailarinos, dos
quais seis são moçambicanos e
quatro estrangeiros.
“Fizemos uma série de audições em Maputo, dos 25 candidatos seleccionamos somente
seis, e também fizemos uma audição em São Tomé e também
em Angola, dos quais seleccionamos dois de cada país”, explicou Canda.
“Todos estão aqui em Maputo em residência artística,
com os seus colegas moçambicanos. Os trabalhos de ensaio
começam pelas 8:30 e termina
15:30, de segunda a sexta-feira,
no edifício da casa de cultura
do Alto-Maé”, acrescentou.
A referida mostra artística será um momento ímpar de
exaltação do intercâmbio entre
os bailarinos participantes da
referida residência, que, segundo os próprios organizadores
do evento, é um autêntico laboratório cultural de pesquisa
coreográfica e de linguagem artística e contemporânea virada
para dança. Dávio Davisd
ECA realiza feira de artes e gastronomia
A Escola de Comunicação e Artes (ECA), uma faculdade da Universidade Eduardo Mondlane, realizou na sexta-
-feira finda a feira de artes e gastronomia com o objectivo
de dar a conhecer o outro lado dos funcionários e estudantes dessa faculdade.
Afeira contou
com a participação de todos
os funcionários da ECA,
que se mostraram felizes pela
oportunidade dada. Vasta, uma
das funcionárias da ECA, tinha
em exposição vários alimentos
como bolos de chocolate e de
cenoura, feijão preto, doce de
mandioca e arroz. “É a primeira vez que faço uma actividade
do género, pois nunca antes fui
dada a oportunidade de expor
os meus alimentos”, afirma.
Abigail, outra funcionária
da ECA, tinha em exposição
produtos da avroy shlain, desde
loção corporal, géis de banho
e perfumes. “A ideia não é de
vender, mas sim dar a conhecer
os nossos produtos, porque a
ideia da feira de hoje é mostrar
o outro lado de nós além de
sermos funcionárias da ECA,
pois temos outro lado empreendedor. Os produtos estão a
ser muito cobiçados, e através
dessa exposição já conseguimos criar contactos com novos
clientes, disse Abigail.
Vasta e Abigaiu, deixaram
igualmente uma mensagem de
encorajamento a todos os homens e mulheres empreendedores que se fizeram presentes na
feira de artes e gastronomia.”O
nosso maior desejo é ver homens e mulheres empreendedores se mostrarem ousados e
perseverantes nos seus negócios, afirmam.
Rhadja Ali, estudante finalista de música na ECA, dentre
vários finalistas foi o escolhido
a abrilhantar a feira de artes e
gastronomia. “Estou feliz em
poder mostrar o meu talento
aos demais, música para mim
significa amor, sou apaixonado
pela música, sem esta não há
vida porque é através da musica
onde consigo exprimir os meus
sentimentos. Acrescentou ainda afirmando que desde que se
conheceu como pessoa gostava
de imitar as músicas dos filmes
indianos, “e foi através destas
músicas que hoje canto um tenor diferente do normal.
O apelo que deixo aos meus
colegas e que estão proibidos
de parar, porque acredita que
um dia a música será nossa fonte de sustento.
Ana. Munguambe
30 | zambeze | cultura | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019
O guitarrista, compositor e cantor moçambicano, radicado
nos Estados Unidos da América, há mais de dez anos, Albino
Mbie, lançou na última sexta-feira,em Maputo, durante um
concerto musical, o seu segundo disco de originais intitulado
“Mafu”, noCentro Cultural Franco-Moçambicano.
“Mafu”, termo cicopi que
significa areia, é um disco com
12 músicas, em que o autor
canta o amor e a mulher, muito
apegado à realidade moçambicana.
O guitarrista disse que o
disco apresenta-se com acordes
serenos, apetrechados de mensagens que aconselham, motivam e educam.
Mbie, em contacto com a
nossa equipa de reportagem,
disse que o concerto foi um
sucesso e conseguiu alcançar
os seus objectivos. Desde a
venda do disco até a venda dos
bilhetes, “foi um concerto que
consegui satisfazer as minhas
expectativas, o público cantou
comigo, o que significa que já
conhecia algumas músicas, foi
espectacular estar em Moçambique com o meu povo e também dei o meu máximo”, disse.
Foi uma noite de muita alegria, muita música, muita agitação, convívio de amizade, o
relembrar dos velhos tempos
com amigos, colegas de profissão, familiares e fãs de Mbie.
O público aderiu em massa ao
concertoe o Centro Cultural
Franco-Moçambicano ficou pequeno para aquele concerto de
lançamento de “Mafu”.
Questionado sobre a preferência de lançar em primeira
mão o seu segundo álbum em
Moçambique e não EUA, Mbie
respondeu o seguinte: “este é o
primeiro lançamento do meusegundo disco aqui em Moçambique, porque nos Estados Unidos da América, vinha tocando
as músicas e nunca cheguei a
fazer o lançamento oficial, por
questões de agenda. Lanço na
minha terra porque sinto que tenho conexão com o meu povo.
Na verdade fi-lo a pensar na minha avó, meus pais, também no
povo moçambicano, eles têm a
possibilidade de ouvir a mensagem a partir da sonoridade,para
além da própria linguagem”.
O disco Mafu traz vários
estilos moçambicanos, internacionais, ritos e multi-blus,
jazz, fusão com cantos e melodias nacionais.Na qualidade de artista, através do priO canudo da Rita pois claro!
Albino Mbie lança segundo disco em Maputo
Brincar, tocando
na “MAFU” da minha avó…
gWriting, nos Estados Unidos
da América e Prémio Revelação no Ngoma Moçambique,
ambos em 2014.
A meta de Albino Mbie nos
Estados Unidos de América é
chegar aos Grammy. É nesse
contexto, que o músico vê na
actual nomeação, uma motivação para continuar a trabalhar,
de modo a mostrar-se cada
vez mais ao mundo, a partir de
um país onde as oportunidades
são as melhores em relação às
de vários contextos. “De acordo com as informações de que
disponho, nunca havia sido nomeado um moçambicano ao
Boston MusicAwards. Esta foi
a primeira vez. Então, prometo
trabalhar para pôr Moçambique
no mapa artístico e cultural do
mundo”, disse, acrescentando:
“Fazer parte do Boston MusicAwards para mim significa
crescimento e visibilidade de
todas as formas, pois eles estão
a reconhecer a minha contribuição cultural aqui em Boston e a
nível internacional. É muito positivo”.
Mbié, promete mais trabalho
com vista a lançar o seu terceiro
disco de originais até 2020.
Albino Mbie é guitarrista,
cantor, produtor musical, engenheiro de som, videógrafo e empreendedor. Nasceu no bairro
Benfica, Maputo. Como muitos
guitarristas moçambicanos, fez
a sua primeira guitarra com uma
lata de 5 litros de óleo, restos de
madeira e cordas de cabos eléctricos.
O artista licenciado em música e produção musical, numa
das Universidade de referência
mundial, veioà sua terra natal
para partilhar com os seus compatriotas o seu mais recente trabalho.
Albino Mbié convidou grandes nomes da música cá de casa,
a exemplo de Tony Paco na precursão, Stélio Zoe na bateria,
Hélder Gonzaga no baixo, Olívio no teclado, Sheila Jesuíta e
Pauleta Monjovo nos coros.
Mbie termina a conversa
com o Jornal Zambeze dizendo
que viver nos EUA tem sido
uma maravilha, que é uma bênção e tem recebido apoios, tanto
dos moçambicanos, assim como
dos estrangeiros.
Alberto Mazanga
meiro álbum “Mozambican
Dance”,Mbieconta com dois
prémios: primeiro lugar no
WorldMusicInternationalSon-
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | cultura | zambeze | 31
Zena Bacar, uma das
vozes, mais importantes
de Moçambique Fotos de João Vasco
A cor, esse dilema!
Por quantas coisas passam
no dia-a-dia, quantos insultos recebem, quantas caras feias recebem para chegar ao seu destino.
As pessoas que levantam cedo,
colocam a farda, e saem para a
rua em direcção ao seu posto,
com a pose do dono do mundo.
Com as mãos comichando para
espancar alguns pretos na esquadra. Mas antes de fazer isso,
pergunto eu se conhecem essas
pessoas!
Será que carregam pesadelos do passado? E esses pretos
servem para esculpir? Há que
admitir que quando são pretos
as mãos viram de ferro e a fúria
vem 30 vezes mais forte. Temos
que dizer que quando são pretos
são mais agressivos.
O sangue que é derramado e
por vezes, mancham as vossas
fardas e vossas mãos, aos vossos
olhos o que parece? Os gritos de
desespero de alguns com pouco
menos de 20 anos soltam, são
música para os vossos ouvidos?
Perguntas sem fim !
Esses pretos é que fazem os
vossos salários. Outros colegas
vossos não são iguais a vocês,
como também, nem todos nós,
negros somos marginais, será
que isso passa pelas vossas cabeças negras ou não? Afinal são
a favor ou contra a violência? Se
dependêssemos de vocês, estaríamos escravizados, acorrentados, com as costas desenhadas e
nos leilões da pobre cidade dos
negros.
Entende se que o vosso trabalho é duro, cheio de desafios e
perigoso mas vocês escolheram
a profissão, não sejam estúpidos
e imaturos, vocês são a nossa
segurança, não sejam inseguros.
Deviam transmitir segurança,
más como, se são vocês mesmos
que a tiram!
Será que já pararam para
pensar, se fossem as vossas mulheres sentindo a mão de um negro qualquer?
Se fosse filho de um de vocês, servindo como recipiente
de fúria? Como é possível que
se sintam confortáveis em vasculhar os pobres negros até nas
partes íntimas, com um sorriso
no rosto negro, igual a das vítimas. Quanta hipocrisia.
A cor ainda é um dilema sem
fim no centro do mesmo povo.
Negros desvalorizando negros!
4ª exposição anual museu do cinema
Antigas salas de
Cinema de Maputo
Esta é uma exposição organizada para complementar
a abordagem do tema central
do Seminário 2019, sustentada
por um trabalho de pesquisa e
documentação desenvolvido
em estreita colaboração com
o INICC - Instituto Nacional
das Indústrias Culturais e Criativas, (ex-INAC) e a FAPF
- Faculdade de Arquitectura e
Planeamento Físico da UEM,
e possível apenas com as inúmeras parcerias que a Associação Amigos do Museu do
Cinema vem desenvolvendo
desde 2016. Sob o tema “Antigas salas de cinema de Maputo”, o trabalho envolveu a
inventariação dos processos de
licenciamento de contrução, a
sua digitalização, visitas aos
edifícios com registo videográfico, o desenho e reconstituição de plantas, alçados e vistas
usando software de desenho
tridimensional, a maquetização
e esboços à vista, a pesquisa e
fotografia de publicações de
época e, finalmente, duas dezenas de entrevistas com antigos
trabalhadores do INC, afectos
às salas de cinema da capital,
e a algumas áreas de produção.
Desenhada em colaboração
com docentes e estudantes dos
1.º e 2º anos da FAPF-UEM,
esta exposição exibe uma parte
desses materiais, trazendo alguns documentos originais dos
acervos da Biblioteca Nacional
e do INICC, e fazendo uma
identificação geográfica da distribuição desses edifícios, em
grande parte actualmente fechados, destruídos, readaptados
a outras funções, ou ainda, em
morosos e adiados processos de
reabilitação física. A exposição
propõe aos visitantes repensar a importância patrimonial
destes espaços arquitectónicos
e sociais convidando a uma
reflexão, através da sua correlação com o WORKSHOP e o
SEMINÁRIO, das diversas e
partilhadas responsabilidades e
perspectivas sobre um conjunto arquitectónico muito específico, representantivo de uma
época tecnológica e socialmente distinta e de todo oterritório
nacional, em risco de desaparecimento.
Jornal EsmeraldaPublico- Arlindo Pt
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Terroristas políticos querem nos distrair
Um novo e promissor futuro está a começar para todos os
moçambicanos. A determinação, a vontade e a confiança mútua entre os dois grandes arquitectos do acordo de paz, Filipe
Nyusi e Ossufo Momade, permitiu-nos finalmente tornar realidade o sonho de todos nós, o sonho da Paz.
Neste complexo
processo, não
podemos esquecer o trabalho que o Embaixador suíço Mirko Marzoni
desenvolveu durante meses,
muito obrigado.Devemos também um reconhecimento a todos aqueles que, de uma forma
ou de outra, colaboraram para
tornar o processo uma realidade.
Também não podemos esquecer todos os cidadãos inocentes que perderam a vida
durante os tristes anos que,
felizmente, passaram. Eles
merecem certamente o reconhecimento de todos nós e não
podem nem devem ser esquecidos.
A Reconciliação e a Paz
entre todos os moçambicanos,
alcançadas com tanto esforço e
sacrifício de todos os cidadãos,
em todo o país, não pode hoje
ser alterada por um pequeno
grupo de rebeldes inadaptados
e armados, que são geridos por
algumas pessoas em Maputo,
de forma a obter vantagens e
benefícios pessoais.
As ameaças de morte, de
assassinato, ao actual presidente da Renamo, Ossufo
Momade, tornadas públicas
por este grupo de desertores
e criminosos, são inadmissíveis para todos os cidadãos.
O actual presidente da Renamo, após o falecimento de
Afonso Dhlakama, foi eleito
como presidente interino ou
coordenador pelos dirigentes
do partido e posteriormente
eleito presidente da Renamo,
no último congresso realizado
em Janeiro passado na Gorongosa, através do voto livre dos
membros do partido. Ele foi
democraticamente eleito numa
votação em que concorreram
três candidatos, tendo Ossufo
Momade obtido um número
muito favorável de votos.
O facto de o resultado da
votação democrática não ser
do agrado deste guerrilheiro,
que agora se autoproclama
presidente de uma “Renamo”
que ninguém reconhece nem
em Moçambique nem no estrangeiro, é um acto de terrorismo político.
Durante a reunião realizada
no dia 17, juntamente com os
seus renegados, onde se autoproclama presidente deste grupo de guerrilheiros traidores, o
seu discurso é de ditador, sem
oposição, sem eleições, sem
oportunidades para diferentes
candidatos, porque ele assim
decidiu.
Fala do acordo de paz assinado a 6 de Agosto com o
qual não concorda, nem aceita que o grupo parlamentar
da Renamo, tal como o resto
da Assembleia, tenha aprovado este acordo. Não é apenas
contra o presidente legítimo da
Renamo e outros dirigentes, é
também contra o grupo parlamentar da Renamo.
Em que condições seria
possível integrar este grupo
inadaptado nas forças de segurança do Estado, que estariam dispostos a matar o seu
superior se este não fosse do
seu agrado? Que garantias de
segurança poderiam oferecer-
-nos? Como poderíamos confiar em pessoas que resolvem
tudo com armas e violência se
não gostam das ordens ou das
leis?
Importantes esforços têm
sido feitos e continuam a fazer-
-se pela Renamo e pelos seus
dirigentes para encontrar um
diálogo que permita o regresso em paz à casa de onde saiu
este grupo marginal. Lamentavelmente, o diálogo não pode
existir se uma das partes não
só não quer dialogar, como até
cortou a comunicação, o que
torna, poderíamos dizer, impossível ou muito difícil para
já o regresso à Renamo, apesar
de estarem totalmente determinados e receptivos a abrir a
porta para que voltem a juntar-
-se à família.
Não sabemos por enquanto o resultado desta situação
adversa, mas nós cidadãos não
estamos dispostos a permitir
que um grupo de desajustados, juntamente com os seus
mentores que apenas perseguem os seus interesses, tente mudar o nosso destino, o
destino do nosso país através
das armas e da violência, depois de alcançar o nosso sonho, o sonho de todos, a Paz.
Se os protagonistas não
conseguirem corrigir esta
situação perigosa, todos os
cidadãos, independentemente da sua ideologia, do Norte
ou do Sul, do campo ou da
cidade, devem unir-se para
pedir e também exigir que o
Estado de Direito, a Constituição e as Leis que nos
concedemos sejam cumpridas, da forma mais rigorosa
e firme possível, para pôr fim
a estas ameaças e à violência que pretendem, pois não
podemos destruir novamente
os nossos sonhos, o nosso futuro e o futuro das gerações
futuras. É da nossa responsabilidade deixar um futuro
melhor para os nossos filhos,
trabalhar para a consolidação da democracia e da Paz,
que nos permita melhorar as
nossas vidas e criar uma sociedade melhor, mais justa e
próspera.
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