sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Mazoio & Ca. mamaram suor dos trabalhadores

Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 22 de Agosto de 2019 l Ano XIV l nº 869 50,00 z E mt Sai às quintas amb Onde a nação se reenc e ontra z Comercial Ditadura nas matas da Gorongosa TABELA DE PREÇOS Abertas assinaturas para 2019 MAIS INFORMAÇÕES Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181 Email: esmelifania2002@gmail.com ZAMBEZE 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt período trimestral semestral ANUal TABELA DE PREÇOS Abertas assinaturas para 2019 MAIS INFORMAÇÕES Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181 Email: esmelifania2002@gmail.com ZAMBEZE 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt período trimestral semestral ANUal Eu sou o presidente! Revoltosos não são grupo qualquer Querem distrair as eleições Foram excluídos do acordo da Paz Mazoio & Ca. mamaram suor dos trabalhadores 2 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | destaques | O presidente do Conselho de Administração (PCA) do INSS encontra-se detido desde a última quarta-feira, na sequência do processo 31/11/P/2019, que investiga os crimes de corrupção, peculato e falsificação. A prisão de Mazoio, conhecido como um cidadão simples e afável, surpreendeu meio mundo, mas já era sabido, ao nível do INSS e dos meios judiciários, que, dependendo das circunstâncias, da investigação da justiça, a qualquer altura poderia estar tramado! E mbora parte da imprensa tenha-se referido ao facto de Mazoio ter sido detido quando viajava em missão de serviço, na verdade, o PCA do INSS regressava da província de Manica onde esteve a trabalhar por alguns dias. Tinha, sim, marcada para dois dias depois (domingo), a partida à província de Tete, onde estaria a trabalhar esta semana. À chegada ao aeroporto Internacional de Mavalane, elementos do Gabinete Central de Combate à Corrupção o aguardavam no exterior, tendo apenas tido tempo de despedir- -se dos seus acompanhantes, pois minutos depois, quando ia partir para a sua viatura, fora interpelado e recolhido imediatamente aos calabouços. Ainda na tarde desta segunda-feira, recolheu à cadeia, o antigo Director Geral do INSS, Baptista Machaieie, acusado igualmente no mesmo processo. Machaieie, que faz parte do grupo de estudantes moçambicanos formados em Cuba, já foi Secretário-Geral da Assembleia da República. Um assunto da antiga direcção Com a prisão de Maria Helena Taipo, acusada de desvio de fundos do INSS, era previsível, mais dias, menos dias, que alguns antigos e actuais gestores da Segurança Social poderiam parar na cadeia, comprovado ser impossível que a antiga Ministra do Trabalho pudesse sozinha tirar dinheiro daquela instituição. Aliás, no processo que ditou a sua reclusão, Taipo é suspeita de ter recebido subornos de 100 milhões de meticais para favorecer empresas de construção civil e do sector gráfico em contratos com a Segurança Social. Os factos remontam a 2014, quando Helena Taipo era ministra do Trabalho e nessa qualidade tutelava o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Para o caso em que são acusados Mazoio e Machaieie, segundo uma fonte da Administração da Justiça, há fortes indícios do envolvimento de Maria Helena Taipo, tendo em conta que os grandes negócios do INSS, todos tinham o seu aval. Aliás, os casos OPWAY, CR Aviation, em que o INSS foi burlado vários milhões de meticais, demonstram de forma inequívoca, os contornos em que eram feitos os saques no INSS, cujas comissões pagas para facilitar os negócios chegavam a milhões e outras bonanças peculiares. Para o caso CR Aviation, das irregularidades constatadas pelo Ministério Público, aquando da instauração do processo n.º 89/PCM/2017, com vista a apurar a existência de possíveis infracções de natureza criminal, constavam infracções relacionadas com a falta de sujeição do memorando à fiscalização do Tribunal Administrativo, falta de apresentação, pela CR Aviation, de planos de recuperação dos investimentos realizados pelo INSS e concessão do valor à CR Aviation sem qualquer deliberação do Conselho de Administração do INSS. No caso OPWAY, o INSS celebrou com a instituição um contrato de compra e venda de um imóvel no valor de 1.544.400.000,00 meticais, Teia de corrupção no INSS montada por Helena Taipo desmorona Baptista Machaieie segue Francisco Mazoio nos calabouços em Setembro de 2014, tendo desembolsado durante a vigência do contrato, 1.330. 131.308,00mts, não obstante tratar-se de um contrato “chave na mão”, ou seja o pagamento devia ter sido feito depois da conclusão da obra. As batalhas para recuperar os milhões “comidos” no INSS Quando a actual Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, assumiu as suas funções, logo se apercebeu que as coisas no INSS não estavam bem. Foi este o mote que a incitou a desencadear um conjunto de reformas, com incidência para a moralização na utilização dos milhões dos trabalhadores moçambicanos. A par deste trabalho, Diogo mandou parar a execução de um conjunto de negócios celebrados sob o beneplácito de Helena Taipo, que estavam a lesar o INSS em milhões de meticais. Foi a partir destas decisões que entrou em choque com os sindicatos mafiosos que comiam no INSS. É quando chegam ao público os casos CR Aviation, OPWAY, este último que solicitava ao INSS o pagamento de mais de mil milhões de meticais pela paragem que sofreu a execução do contrato, um aumento de 186% do valor inicial, cabendo nos termos da Lei, em situações similares, o incremento de apenas 25%. Embora o Tribunal tenha dado provimento ao pedido da OPWAY, o INSS interpôs recurso alegando que a mesma viola de forma clara o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas e Fornecimento de bens e Prestação de Serviços ao Estado. Conselho da Administração demarca-se de Mazoio Entretanto, através de um comunicado de imprensa recebido pela nossa redacção, os membros do Conselho de Administração, da Direcção Geral e funcionários do INSS dizem ter tomado conhecimento da detenção judicial, na sexta- -feira passada, do seu PCA, Francisco Mazoio, no quadro das investigações levadas a cabo pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção. O comunicado diz que “estando ainda o processo a desencadear-se ao nível das instituições de administração de justiça, a quem cabe, em última instância, dar a conhecer os factos de acusação, e respeitando o princípio da presunção da inocência legalmente estabelecido na Constituição da República de Moçambique, o INSS aguarda com serenidade pelo desenrolar dos acontecimentos para que, num momento oportuno, possa dar os esclarecimentos julgados necessários”. “O INSS reitera o seu comprometimento com o trabalho realizado pelos órgãos de administração da justiça, visando a explanação de todas as situações que se demonstrem contrárias à política de gestão do Sistema de Segurança Social obrigatória, garantindo, desde já, a sua abertura para cooperar com todas as instituições interessadas para o esclarecimento deste caso”, pode ser lido no documento. Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | destaques | zambeze | 3 Mais nove recolheram aos calaboiços São 19 lesas-pátria que vêem sol pelos quadradinhos Nove arguidos acusados de envolvimento no escândalo das dívidas ocultas foram detidos na última segunda-feira, passando a 19 o número de pessoas presas ao abrigo deste processo. As detenções foram ordenadas pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo e seguem-se à dedução pelo Ministério Público, na semana passada, da acusação definitiva contra 20 arguidos, incluindo dez que estão encarcerados desde o primeiro trimestre deste ano. Da primeira lista dos constituídos arguidos consta o nome de Manuel Chang, que já se encontra detido na África do Sul implicado pela justiça norte-americana, que quer ser julgado em Moçambique. Dos 20 acusados, está em liberdade provisória mediante pagamento de caução, Elias Moiane. E ntre as pessoas detidas esta semana consta Renato Matusse, antigo conselheiro político de Armando Guebuza, presidente da República de Moçambique entre 2005 e 2015, que já tinha sido constituído arguido desde Fevereiro deste ano, mas que, estranhamente, continuava a gozar de liberdade. Tido como o autor espiritual dos jargões que Guebuza usava nos seus discursos, Matusse andava nos últimos dias, colado no circulo de amizade de Filipe Nyusi, o que lhe conferia uma certa protecção. Além de Matusse, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ordenou a detenção de Zulficar Ali Ahmad, Cipriano Mutota, Crimildo Manjate, Mbanda Anabela Henning, Khessaujee Pulchand, Simião Mahumane, Naimo Quimbine e Márcia de Caifaz Namburete. Na acusação provisória de Março, o Ministério Público imputava a cada arguido detido esta segunda-feira os seguintes crimes: Renato Matusse, 61 anos. Recebeu USD 2 Milhões. É acusado de quatro crimes: Corrupção para Acto Ilícito; Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. Cipriano Mutota, 61 anos, oficial do SISE. Recebeu: USD 980 mil. É acusado de quatro crimes: Crime de Abuso de Confiança; Crime de Branqueamento de Capitais; Corrupção Passiva para Acto Ilícito e Crime de Associação para Delinquir. Crimildo Manjate, 38 anos. Recebeu: 3.750.000 Meticais. É acusado de três crimes: Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. Mbanda Henning, 43 anos. Recebeu: 12.865.000 Meticais. É acusado de três crimes: Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. Zulficar Ahmad, 46 anos. Recebeu USD 100 Mil. É acusado de dois crimes: Crime de Abuso de Confiança e Crime De Branqueamento de Capitais. Naimo Quimbine, 39 anos. Recebeu: 5.682.907 Meticais. É acusado de três crimes: Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. Márcia Caifaz Namburete, 47 anos. Recebeu: 50 mil Euros. É acusada de três crimes: Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. Simione Mahumane, 46 anos. Recebeu: 872.500 Meticais. É acusado de três crimes: Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. Khessaujee Pulchand, 37 anos. Recebeu: 13.480.000 Meticais. É acusado de três crimes: Crime de Associação para Delinquir, Crime de Abuso de Confiança e Crime de Branqueamento de Capitais. O grupo dos nove detidos esta segunda-feira junta-se aos outros 10 arguidos que estão em prisão preventiva desde o primeiro trimestre do ano. As detenções ocorrem 10 dias depois de o Ministério Público ter submetido a acusação definitiva ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Neste momento, aguarda- -se pelo despacho da juíza da causa, Evandra Uamusse, que vai anunciar quem vai a julgamento. Apenas um dos 20 arguidos continua em liberdade, depois de ter pago caução e pelo facto de a justiça considerar o seu papel menor no caso. O Ministério Público moçambicano acusa os arguidos de associação criminal, chantagem, corrupção passiva, peculato, abuso de cargo ou função, violação de regras de gestão e falsificação de documentos. A justiça imputa ainda aos implicados os crimes de uso de documentos falsos, posse de armas proibidas e branqueamento de capitais. Entre os arguidos detidos no início deste ano incluem- -se Ndambi Guebuza, filho do antigo presidente moçambicano Armando Guebuza, e a secretária particular deste, Inês Moiane, e antigos dirigentes dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE). O caso está relacionado com as garantias prestadas pelo anterior executivo moçambicano, entre 2013 e 2014, a favor de empréstimos de dois mil milhões de euros para as empresas Ematum, MAM e Proindicus. A operação dirigida pela Procuradoria-Geral da República de Moçambique levou à detenção no primeiro semestre deste ano de Gregório Leão, ex-director geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado – SISE; António do Rosário, braço direito de Gregório Leão, PCA das três empresas EMATUM, MAM e Proindicus e quadro sénior da “secreta moçambicana” responsável pela inteligência económica; Inês Moiane, secretária pessoal de Armando Guebuza, quando o Estado avalizou os empréstimos; Teófilo Nhangumele, alegado promotor de todo este esquema de corrupção, através da criação das três empresas e da contratação de financiamentos e de Bruno Tandane, operativo do SISE e tido como amigo próximo do filho mais velho de Armando Guebuza. 4 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Porta-voz da Renamo, José Manteigas contra-ataca Junta Militar é uma agenda para distrair as eleições - A Renamo verdadeira está com Ossufo Momade O porta- voz da Renamo, José Manteigas, defende que não é verdade que a ala militar da Renamo não tinha sido envolvida nos debates que culminaram com o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares e o de Paz e de Reconciliação de Maputo com o governo moçambicano. De acordo com Manteigas, qualquer pessoa que se auto-intitule presidente da Renamo, além do general Ossufo Momade, não se identifica com a verdadeira Renamo e nem a Renamo se identifica com ela. De acordo com o porta-voz da Renamo, a propalada Junta Militar da Renamo é uma agenda de distracção do principal foco da Renamo, nesse caso, as eleições de 15 de Outubro próximo. Em contacto telefónico, nesta terça-feira, Manteigas disse que a verdadeira Renamo está com o general Ossufo Momade que por acaso está em digressão pelo norte do país. General Ossufo Momade diz que “não foi comprado” Em comício público em Nampula, o líder da Renamo, Ossufo Momade, garantiu ao seu eleitorado estar comprometido com a paz efectiva no país, tendo inclusive dito em alto e bom som que não foi comprado porque não era nenhuma capulana. Entretanto, José Manteigas disse, em entrevista exclusiva ao Zambeze, que todo o processo de negociação do novo Acordo de Paz foi acompanhado pelo Estado Maior General das forças residuais da Renamo que ainda está em Gorongosa. “As nossas forças residuais, através do Estado Maior General, acompanharam e viveram todos os momentos que culminaram com os acordos, tanto da Cessação das Hostilidades Militares e também da Paz e Reconciliação de Maputo, daí que não faz sentido dizer que os militares não foram envolvidos”, desmentiu Manteigas. Conforme recorda Manteigas, depois da morte do presidente Afonso Dhlakama, a Comissão Política da perdiz reuniu-se no dia 5 de Maio e nomeou o actual presidente, Ossufo Momade, como coordenador da Comissão Política e depois das exéquias fúnebres a mesma Comissão Política Nacional da Renamo consciente de que estava num momento crucial das negociações com o governo decidiu que o coordenador devia passar a viver no Estado Maior General da Renamo, em Gorongosa e foi o que aconteceu. Ossufo Momade viveu em Gorongosa por volta de um ano e alguns meses, nesse período todo, segundo Manteigas, esteve em contacto permanente com os políticos da Renamo e com os militares. “Não é verdade que os militares não foram envolvidos, porque na verdade todos os militares estiveram lado-a-lado com Ossufo Momade até a assinatura dos acordos”, disse Manteigas. Por outro lado, sobre o controlo das armas na posse da Junta Militar da Renamo, o porta-voz da Renamo disse que este assunto é da responsabilidade da própria Junta Militar, porque “como já dissemos, os nossos companheiros que estão a aparecer, apartaram-se das forças residuais da Renamo, portanto, cabe a eles saber se controlam ou não as armas. Aquilo que é da obrigação da Renamo, ela está a fazer, e por isso estamos focados neste momento nas eleições, porque a Renamo quer ganhar as eleições e governar bem em 2020”. “A Renamo verdadeira está com Ossufo Momade” “A Renamo é esta dirigida pelo Ossufo Momade, que foi eleito no congresso em Janeiro deste ano, qualquer outro que se auto-intitule presidente, essa pessoa não se identifica com a Renamo e a Renamo não se identifica com ela, porque a eleição dos órgãos do partido, nomeadamente o presidente do partido, a Comissão Política Nacional, o Conselho Nacional do Partido, todos esses órgãos são eleitos pelo congresso que aconteceu de 15 a 17 de Janeiro de 2019”, explicou Manteigas. As organizações do partido Renamo, ainda segundo Manteigas, estão a funcionar em pleno, prova disso, entende, é que Ossufo Momade, neste momento, está a fazer uma digressão pelo país, começou pela província de Nampula, em Nacala-Porto, foi a Mossuril, a Ilha de Moçambique, e agora está em Malema num comício popular, depois vai a Monapo, a Nampula e depois para a província de Cabo Delgado, Niassa e Zambézia. A Renamo “jura de pés juntos” que quer ganhar as eleições presidências, legislativas e das Assembleias provinciais e, nesta senda, não deve estar distraída com agendas que não tem nada a ver com o próprio partido. “A Renamo está num processo negocial, neste momento, está a decorrer o processo de DDR das forças residuais da Renamo e todos os militares estão na expectativa de serem enquadrados neste processo, é o que está a acontecer, a nossa agenda é essa, ter um desfecho positivo do processo de DDR daí que a todo momento exortamos para que o governo moçambicano e a comunidade internacional criem todas as condições para se efectivar esse desiderato comum”, asseverou José Manteigas. José Manteigas explicou ainda ao Zambeze que de igual modo, a bancada parlamentar da Renamo, na Assembleia da República, estava a par do conteúdo do actual Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, de Paz e de Reconciliação de Maputo. “A Renamo é una e indivisível, a bancada da Renamo é uma entidade do partido, sem a Renamo não existiria a bancada parlamentar da Renamo daí que todas as deliberações que a bancada toma é sob orientação do partido na pessoa do seu presidente, o general Ossufo Momade, e tudo que é orientação política é disseminada por todo órgãos do partido, incluindo a bancada parlamentar da Renamo, não é e nem seria de salutar que a bancada parlamentar da Renamo não estivesse a viver sobre o desenrolar das negociações que culminaram com os acordos”, disse Manteigas. | destaques | DÁVIO DAVID A Renamo é esta dirigida pelo Ossufo Momade, que foi eleito no congresso em Janeiro deste ano, qualquer outro que se auto-intitule presidente, essa pessoa não se identifica com a Renamo e a Renamo não se identifica com ela. Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | Destaque | zambeze | 5 Sentencia Elias Dhlakama Junta Militar não é grupo qualquer! - Quem reivindica é porque tem um ressentimento na sua alma. Elias Dhlakama, irmão mais novo do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama e candidato derrotado para sucessão do seu irmão na presidência do partido Renamo, é uma das vozes, ao que tudo indica, que faz eco as reivindicação da auto- -denominada Junta Militar da Renamo que, no passado sábado, supostamente destituiu o actual presidente do partido, eleito democraticamente, Ossufo Momade. Dhlakama (Elias) diz que o grupo liderado por Mariano Nhongo, estacionado em Gorongosa, não é um grupo qualquer e, por isso, devem ser ouvidas as reivindicações. E lias Dhlakama explicou a nossa reportagem que os últimos acontecimentos que marcam o partido Renamo podem ser interpretados de diversas maneiras e em função da pessoa que o faz, sem avançar com mais detalhes. Para Dhlakama, a autoproclamada Junta Militar não é um grupo de simples desertores como designou o porta-voz da Renamo, José Manteigas. Este grupo, segundo a fonte, representa os filhos de uma casa que, em algum momento, se rebelam contra o seu pai por alguma razão, o que é normal. “Se os filhos não respeitarem aos pais, este tem a obrigação moral de procurar todos os canais para poder perceber a razão dessa falta de respeito e não os humilhar publicamente”, disse a fonte. Questionado sobre as supostas obrigações que a Renamo vem tendo no acordo definitivo de paz, Elias Dhlakama é categórico ao afirmar que não tem em sua posse o documento do acordo. Aliás, a fonte entende que o que foi deixado transparecer nas redes sociais foram abraços e apupos entre as duas partes. Contudo, assume, o sumo do acordo como tal não foi lido ou seja nem todos tiveram acesso ao documento para uma interpretação lúcida. O partido Renamo, disse, deve encontrar uma solução para pôr fim ao diferendo que se vive entre o grupo liderado pelo Mariano Nhongo e outra parte pelo presidente Ossufo Momade. “Eu ainda não sou deputado da Renamo o que não me dá o direito de me pronunciar sobre os acontecimentos que marcam aquela formação política”, sublinhou, acrescentando que o presidente Ossufo Momade tem um desafio para a resolução dos problemas internos que tendem a se arrastar para uma situação difícil de se gerir. O candidato derrotado à liderança da perdiz termina a conversa nos seguintes termos: “quem reivindica é porque tem um ressentimento na sua alma”. Refira-se que, na última semana, a autoproclamada junta militar da Renamo organizou uma conferência na serra da Gorongosa, concretamente nas matas de Piro, onde culminou com a eleição do general Mariano Nhongo para a presidência da junta militar da Renamo. Entretanto, o líder do partido Renamo disse a comunicação social, quando questionado sobre a junta militar, que aquele grupo pertence a perdiz e são filhos daquela casa tendo minimizado o tom arrogante do porta-voz da Renamo, José Manteigas. Elton da Graça Mariano Nhongo ameaça “arrebentar” o país O presidente interino da Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, considera infundado o processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração da força residual da Renamo por não espelhar as exigências que o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, por isso pode não ser respeitado tal como aconteceu com o Acordo de Paz de 1992. Mariano Nhongo faz duras ameaças a liderança da Renamo e ao governo moçambicano, chegando a afirmar que, caso estes prevaleçam com a ideia da desactivação das bases da Renamo e desarmamento, poderá ser rebentado no país um novo conflito armado. “Fui eleito esta segunda- -feira como presidente interino da Junta Militar e presidente do partido Renamo”, disse Mariano Nhongo, acrescentando que a votação havida no congresso que culminou com a sua eleição esta semana não significa que é um presidente tribalista, mas sim um líder de todos moçambicanos que se identificam com os ideais da Renamo e do seu falecido líder Afonso Dhlakama e que vão sendo beliscados pela nova liderança de Momade. Nhongo entende ser obrigação de todos militares da Renamo se identificarem com os ideais da Junta Militar por esta ser uma causa justa. “Qualquer militar que não se identificar com a Junta Militar, sendo da Renamo, este estaria a violar os princípios”, afirmou. “Ossufo Momade deve parar de ser manipulado pela comunidade internacional por causa do dinheiro, pois estes junto com o Presidente da República, tem o propósito de nos arrancarem as armas, caso essa ideia prevaleça o país vai rebentar”, avisou, acrescentando que a questão de enquadramento dos homens da Renamo em vários ramos das forças de defesa e segurança (FDS), ainda não está claro, mas este (Ossufo Momade) precipitou-se em assinar o acordo que mais beneficia a ele (Ossufo), olhando para as regalias que este dispõe, em detrimento da força residual da Renamo que foi discriminada. ”O presidente da perdiz foi comprado e com a minha eleição deverá renunciar a presidência, não vamos sair do mato sem nada”, asseverou, tendo acrescentando que Ossufo Momade e Filipe Nyusi não querem democracia e, caso teimam em recolher as armas na posse da auto proclamada Junta Militar, esta vai ripostar. Questionado sobre quantos homens e armamento a junta dispõe, Mariano Nhongo disse ter um exército considerável para que possa responder a qualquer tentativa de retaliação que advir quer do governo ou da nova liderança de Ossufo. O suposto presidente da Renamo nega a autoria de alguns tiroteios que se verificaram, há dias; acrescentando que a Junta Militar não representa ameaça ao povo moçambicano, apenas quer reivindicar aquilo que vem sendo violado desde a assinatura do Acordo de Paz. Negociação com líder da Renamo Mariano Nhongo não pretende abrir nenhum espaço de negociação com o actual líder da Renamo. “Com Ossufo, não vamos negociar, porque ele já não é presidente”, afirmou. A Junta Militar diz que o combinado com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama não está sendo cumprido, se não apenas os dez homens que foram integrados nas forças de defesa e segurança que, no seu entender, estão a ser escravizados. Ainda segundo Mariano Nhongo, a governação de Ossufo não é aceitável pelo facto deele ter entregado as armas sem que alguns aspectos relativos ao DDR estivessem detalhados. A fonte diz que dentro de dias vai convidar os deputados da perdiz para as matas de modo que se crie uma comissão para entrar em negociações com o governo e, possivelmente, assinar-se um novo acordo. Elton da Graça 6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad A questão do comportamento Há quem p ens e que nós somos um país atrasado, supostamente porque não dominamos nem a ciência, nem a tecnologia, ou porque não temos prédios altos, largas avenidas, grandes indústrias, etc. Mas quer parecer que a ausência de conhecimento no domínio da ciência e da tecnologia, da construção de largas avenidas ou arranha-céus nas nossas urbes não deve constituir parâmetro para a determinação do nosso nível de desenvolvimento. A realidade é que, na questão do comportamento, uma parte do nosso corpo está paralisada, daí que muitas das nossas faculdades não emirjam, por forma a nos movimentarmos correctamente. A nossa sociedade parece-se mais com um bairro onde a energia eléctrica se interrompeu, estando mergulhada em trevas. Portanto, tem que se reparar os órgãos que impedem que a energia chegue convenientemente aos pontos onde ela é necessária, não bastando ficarmo-nos pela lamentação. É necessário que se eliminem as causas da nossa “avaria”, revertendo a situação para as suas bases naturais. Hoje em dia, os maus hábitos espalharam-se nas pessoas, e ninguém se importa, pois fazemos vista grossa propositadamente, o que já se tornou algo natural e parte da nossa vida, concorrendo sobremaneira para que ninguém valorize a palavra. Damos pouca importância ao brio e à perfeição no trabalho, e subvertemos os conceitos das coisas, pois o bem tornou-se mal e vice-versa, a ignorância tomou o lugar da sabedoria e vice-versa. Já ninguém tem a noção de responsabilidade. A questão do comportamento é séria. Não se pode construir um edifício sem que haja fundações sólidas, da mesma maneira que não se pode edificar a personalidade humana sem um comportamento são e sem um carácter firme. O comportamento é um conjunto diversificado de virtudes e tradições que dão vida aos povos, e se permitirmos que esse conjunto se danifique, não podemos esperar mais, senão coisas desagradáveis no nosso dia-a-dia. Em muitos países do chamado III Mundo, onde o nosso está incluso, vemos lixo nas ruas, nas casas, nas roupas e também nos corpos das pessoas. Confrontamo- -nos com o caos e a confusão na circulação de pessoas e no tráfego rodoviário, com o desleixo na compra e venda de tudo o que seja vendável, seja roupas, utensílios diversos, e comidas. As pessoas tornaram-se egoístas, esquecendo-se dos princípios gerais de convivência social e dos direitos do próximo. Perde-se imenso tempo a discutir e a difundir futilidades que apenas levam à preguiça, tanto mental como física, e também no passatempo em coisas que não trazem nenhum benefício. Difundem-se falsidades no que deveriam ser notícias de interesse público. Cada um lembra-se apenas de exigir os seus direitos, mas não cumpre com os seus deveres. Revela-se falta de perfeição naquilo que se pode fazer, rudeza na fala e na acção, e insulto na discussão. A pouca cortesia que possa eventualmente existir é apenas invólucro, pois de conteúdo nada tem, e quando é praticada no domínio das relações públicas é apenas por alarde. A hipocrisia colectiva domina o comportamento geral, particularmente em ocasiões festivas como o casamento, em que se gastam avultadas somas em banquetes e na compra de jóias, roupas, brindes, etc., etc. Causa profunda tristeza ouvir- -se falar de eleições fraudulentas, em qualquer que seja o país. Tristeza não apenas porque alguém irá usurpar um cargo a que não tem direito, o que por si só já é um crime, mas sobretudo porque a fonte dessa tristeza é a mentira e o falso testemunho que vão passando calma e descaradamente, bem perante os nossos olhos, sendo aceites com tanta facilidade, tanto pelo cidadão comum, como por destacadas figuras da sociedade. A disseminação de práticas fraudulentas nas sociedades do Terceiro Mundo enfraqueceu-as bastante e abalou a confiança nelas. Um dos muitos efeitos perniciosos desse enfraquecimento é a não-aceitação por parte de muitas universidades de renome, de diplomas emitidos por instituições de países do Terceiro Mundo. Encontramos outro exemplo nos consumidores que se abstêm de adquirir produtos manufacturados nesses países porque têm reservas relativamente à sua qualidade. A corrupção passeia a sua classe em tudo o que é instituição, ao ponto de agora os corruptos não se envergonharem e nem mesmo se incomodarem quando os seus nomes são citados nos órgãos de comunicação social. Será que esta situação nos honra? A situação geral dos nossos jovens deixa muito a desejar. A proliferação do divórcio, os vícios, a droga, a prostituição, a promiscuidade, a devassidão e muitos outros males, acabam ofuscando algum mérito que ainda possa eventualmente existir em nós. O comportamento não é algo que possa ser adquirido através da leitura ou da escrita, mas sim é algo que se adquire com grande sacrifício, transferindo-se de geração para geração, dos grandes para os pequenos. A marcha deve continuar até que se vençam os obstáculos e eliminem-se os males. As religiões podem desempenhar um papel importantíssimo para o êxito nessa grandiosa tarefa. Nas escolas, os professores podem também reduzir a tortuosidade social, corrigindo os erros com amor e carinho, fazendo com que as crianças de hoje sejam os heróis de amanhã. O comportamento é uma linguagem universal que todos os povos, independentemente das suas convicções religiosas entendem e valorizam, pois ninguém respeita o mentiroso, o traidor, o malcriado, o hipócrita, e o que não honra a sua palavra. Egídio Vaz Tudo o que consegui ver no vídeo mais badalado da noite anterior é de aldeões com fome e precisando de uma urgente ajuda humanitária. A Unicef pode já subir até Piro, Cheringoma, Província de Sofala para vacinar as crianças; a Cruz Vermelha e até INGC podem subir para abastecer os necessários nutrientes e subsídios alimentícios. Afinal, estamos em paz. Não se pode pensar em mais nada senão num programa de assistência humanitária de curto prazo, com vista a compensar aqueles aldeões de anos de privação. Tudo o resto que está a surgir não passa de problemas internos da Renamo que seguramente serão bem resolvidos. Mas para que isso seja possível, as autoridades devem agir na mobilização pública e na disponibilização de meios de sustento aos que necessitam. A linguagem de zanga e violência é própria de quem está consciente de que do outro lado da floresta abunda a fartura e querem também eles participar do regabofe. Eu olho na eleição desse indolente como um bom sinal. Nada caótico que lidar com vespas sem colmeia. Assim, pelo menos a Renamo tem com quem organizar o discurso. Mas será nos próximos dias que descobriremos quem são essas formigas que carcomem por dentro as maiores conquistas do povo e põem em causa a unidade nacional. Será dos comentários e posição da Bancada da Renamo que poderemos identificar o Diabo por dentro; a cabeça do polvo. Estou informado de que para a realização da conferência, Nhongo e seus membros contaram com ajuda do grupelho derrotado no Congresso que elegeu Ossufo Momade. De resto, nada surpreendente. Os problemas da Renamo não são de todo inusitados. A morte de um cacique cria sempre um caos. Há muito que reconciliar: contas, património institucional, favores, acomodações, etc. Não é fácil num contexto onde há pouco tempo para pensar e o concurso pelo poder parece ser a única coisa que os sobrevivos sabem fazer. Ontem vimos um vídeo onde parte dos militares liderados por Nhongo se autoproclamaram a verdadeira Renamo. Mas “é de total ingenuidade assumir que por causa daquele gesto tolo, todos os militares estejam do lado do Nhongo e que Ossufo Momade não tem nenhum apoio de parte desses mesmos militares que, contando, são 5200” . Só para recordar que, de tudo que me recordo do discurso de Paz de Ossufo Momade foi a menção ao “Estado-maior” da Renamo liderado por Tomothy Maquinze, o verdadeiro estratega e líder militar de Afonso Dhlakama, nunca trocado por Momade quando chegou ao poder. Não há dúvidas que as sementes desta confusão estão na forma como Ossufo Momade distribuiu o poder quando chegou, tendo encostado uns e marginalizado outros. Dizem que é normal em política, mas se calhar, a dosagem e o contexto fazem toda diferença e tem implicações no resultado. Todavia, eu acredito e estou 100% seguro que tudo isto vai acabar bem. O que vimos ontem não é progresso. É movimento. Tu podes passar dia todo a baloiçar. Não vais para lado nenhum. Para fazer um progresso, alguém deve cortar as cordas do baloiço para caíres um pouco longe. Nhongo não está a fazer guerra muito menos está a prepará-la. Está a contestar uma liderança e aproveita-se do momento actual de Paz para envolver- -nos a todos nós com um discurso chantagista. Afinal, são as únicas armas e trunfos que têm. Não confundir movimento com progresso Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | opinião | zambeze | 7 PAZ – Oxalá agora seja de vez (2) TINFANELO TAVUMHUNU (Direitos Humanos) Ontem hoje e amanhã Marcelino Silva – marcelinosilva57@gmail.com Chega de fake news nos jornais! Terminem lá nas redes (anti) sociais! Engana-se quem pensa que o fenómeno fake news (notícias falsas) é coisa das redes (anti) sociais, pois até em jornais conceituados às vezes aparecem! Daí que em Maputo, em tão curto espaço de tempo, realizaram-se 2 seminários para se debater esta calamidade social que se abateu sobre nós, epidemia que se diz que em período eleitoral até pode criar conflitos por manipular consciências e condicionar o sentido de voto! Não é que a circulação de notícias falsas seja algo totalmente novo, mas outrora, dada a inexistência das TIC’s, a sua propagação restringia-se a meios diminutos! Por exemplo, no tempo colonial, nalguns subúrbios de Maputo às vezes se ouvia falar dum papão que dava pelo nome de “Guguisseka”, que se dizia estar dentro de alguma loja, pronto a tragar qualquer criança que fosse dar nas imediações! Falso! Era truque dalguns cantineiros para tirar clientela ao outro e atraí-los para si! Depois vieram os tempos da revolução! Aí inventava-se fake news para cada dia da semana! A gloriosa Frelimo, na efervescência da revolução, chamava fake news de boato, tendo acabado por o qualificar por crime que podia ser punido até com umas valentes chicotadas, tudo isso para desencorajar os “fakenewseiros”! Mas com os ventos da democracia parece que tal lei caiu em desuso, a não ser assim, mais da metade dos nossos jovens internautas já teriam o rabo enrugado de tanta sova que mamariam dos milicianos de Samora por andarem a veicular mentiras a toda hora! Infelizmente, a alguns colegas meus, jornalistas, também lhes teriam sido atrofiadas as nádegas com o chamboco, porque também às vezes propalam... boatos! Num dos seminários sobre fake news, organizado pela Lusa e Savana, um dos académicos referiu que na faculdade onde era docente, no curso de Jornalismo, ensinavam-se as técnicas de aferição da veracidade duma notícia! Fiquei com pena daquele docente que pensa que os jornalistas bombardeiam o público com notícias falsas porque “coitados” não dominam a técnica de aferição! Para já não conheço que técnica é essa, mas até onde sei, a veracidade duma notícia, para além de qualquer outra técnica, pode ser aferida com o cruzamento paciente das fontes! Muitas fake news que aparecem nos jornais mostram claramente que o jornalista não teve falta de domínio de técnica alguma, teve, mas é, excesso de preguiça de ouvir e cruzar as fontes! Às vezes o jornalista mente contradizendo uma notícia anteriormente publicada pelo seu próprio Jornal, isto significa que até tem preguiça de ler o jornal para o qual escreve! Assim sendo, que tipo de técnica se pode ensinar a um indivíduo destes para deixar de nos intoxicar com mentiras?! Para não se pensar que falo por falar, cito um exemplo simples, dum jornal de renome, que a propósito da morte do decano músico Gabriel Chiau, em duas edições diferentes, deu-nos duas datas diferentes do seu nascimento! Quem já nasceu duas vezes? Nem Cristo! O mesmo Jornal num dia disse que Chiau tem uma canção chamada “mobilidade”, e noutro disse que era “mabilidade”, em que ficamos? Significa que escreveu sem ter lido as edições anteriores... Mais adiante diz que Chiau cantou “Mpilumpfilu”! Nada! Quem canta “Mpilumpfilu” é Maklin Comiche! Um simples telefonema para Ismael Mamudo da discoteca da RM evitaria esta fake news! Outro Jornal, citando um grande amigo meu, já propalou que a marrabenta advém de orgia: a desfloração de mais de 30 virgens, shissa! E que foi fundada em 1949! Como fundada em 1949 se já em 1945 estava a ser gravada na África do Sul? Aliás, o primeiro disco de Fany Mpfumo data de 1947 e era a marrabenta “Georgina”! Será esta uma hipótese provável de um estilo primeiro ser tocado, gravado e depois ser fundado? A RM tem estas informações sabiamente arrumadas por Ismael Mamudo, consultem! E a propósito de “Georgina” de Fany Mpfumo, meio mundo, induzido pelas fake news, pensa que “Georgina” era a menina dos seus sonhos, nada! Era a mãe de Fany! Cada vez que morre um guitarrista, lá estão as fake news a dizer que morreu o melhor guitarrista! Se todos são os melhores, fico sem saber o que significa melhor! Por este andar vamos ser como aquele partido que, bajulando o seu ex-presidente, o qualificou de “o filho mais querido do povo”! Hoje está aflito, falta-lhe epíteto para qualificar o actual presidente! Mas o que teve o cognome de “o filho mais querido do povo” devia ter tido o de “o melhor vendedor de patos”, pois conseguiu vender 28 milhões de patos e todos estão bem depenados até hoje que apelo: chega de fake news nos jornais, consultem pacientemente as fontes! Algumas fontes a consultar sobre música moçambicana: António Alves da Fonseca, Domingos Macamo, Ismael Mamudo, David Abílio, Aurélio Le Bon, etc. No último parágrafo do texto anterior alertava aos meus compatriotas e todos quantos têm acesso aos meus escritos, para a necessidade e importância de uma reintegração cuidada dos homens e mulheres da Renamo, tanto do ponto de vista social, assim como do ponto de vista económico. Pois, há que ter em conta que do sucesso deste processo de reintegração depende o sucesso de todo o empreendimento da pacificação de Moçambique. Veja-se esta verdade que chamo de facto 1: com todas as pompas e circunstâncias que foram testemunhadas por milhões de moçambicanos e por milhares de líderes e cidadãos anónimos de Leste a Oeste e de Norte a Sul desta aldeia global que é o mundo de hoje, foram assinados dois documentos importantíssimos para a vida do País: o acordo de cessação das hostilidades militares e o acordo de paz definitiva. Aplaudimos os dois eventos e fomos aplaudidos pelo mundo). Desejamo-nos sucesso e fomos desejados sucessos. Veja-se a seguir, o que chamo de facto 2: ainda antes da assinatura do acordo de cessação das hostilidades militares, uma facção da Renamo emergia “do nada”, questionando a legitimidade da actual liderança do movimento. Na ocasião chamou a atenção de quem a quis ouvir, que não concordava com a forma como o processo estava a ser conduzido pelo novo chefe da Renamo. De vários quadrantes fizeram-se ouvir vozes, algumas das quais menorizando as reclamações, chegando-se ao ponto de classificar “por baixo”, os reivindicadores, chamados de indisciplinados, desertos, etc. Só que estes persistiram na sua. Consumada a assinatura do acordo de paz definitiva, e, verificando que ninguém ligou patavina as suas reivindicações, o grupo decidiu avançar com a ideia de eleger aquele que consideram que defende os seus interesses. Felizmente, no seu menú de intenções, dizem que não estão interessados em reatar a guerra. E propõem-se a negociar com o governo para verem os seus interesses acomodados. UM SINAL QUE CONSIDERO BOM! ENCORAJADOR. Chegados aqui, e socorrendo- -me do que fui assistindo ao longo dos últimos anos, que por sinal teve como desfecho várias tragédias, primeiro do conflito de 16 anos e, segundo, do último conflito, com os saldos que todos conhecemos e desejamos que não voltem a repetir-se, sou de sugerir que o País – o seu governo, os partidos políticos, as chamadas organizações da sociedade civil, a comunicação social e todos os cidadãos, se irmanem no objectivo comum de pacificação do País e acolham aqueles homens, que estão, neste momento a serem considerados por alguns como desordeiros. Entendo por isso, ser importante e urgente, perceber que não é hostilizando-os que os acordos sobre a cessação das hostilidades militares e de paz e reconciliação nacional assinados pelos ilustres Presidente da República e pelo Presidente da Renamo, trarão, por si sós, a paz que tanto desejamos. Por isso, e para começar, entendo ser necessário convidá- -los para uma “mesa redonda ou quadrada”, para ouvir as suas preocupações, para ouvir os seus anseios, para ouvir as suas expectativas, para ouvir, inclusive, as suas ideias sobre o que querem do País. Lembro de resto, aos caros leitores, que bastas vezes, o Presidente da República, Filipe Nyusi, repetiu a ideia de que ideias divergentes não podem levar a que os irmãos se matem uns aos outros. O que ele quis e quer dizer com esta afirmação é que não há nada que não se resolva. Defende por isso, o diálogo como caminho privilegiado para resolver as diferenças. Ainda a propósito da hostilização, gostaria de alertar a sociedade para o perigo de deixar aqueles homens à deriva num momento em que a norte do País, em Cabo Delgado, assiste-se a uma carnificina protagonizada por grupos armados não devidamente identificados. Ou seja, deixar os homens desavindos com a Renamo “ao Deus dará”, é oferecer, de bandeja, uma mais valia para as intenções dos promotores dos ataques que matam cidadãos e destroem bens naquele ponto do País. 8 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA z E FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA amb Onde a nação se reenc eontra z FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA Grafismo: NOVOmedia, SARL Fotografia: José Matlhombe Revisão: AM Expansão: Adélio Machaieie (Chefe), Cell: 82-578 0802 (PBX) 82-307 3450 Publicidade: Esmeralda do Amaral Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 | 82-307 3450 (PBX) esmelifania2002@yahoo.com.br Impressão: Sociedade do Notícias S.A Editor: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246 ou 84 771 0584 (E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com) Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido e Luís Cumbe Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, Francisco Rodolfo e Samuel Matusse Colaboradores: Dávio David e Elton da Graça Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544 (E-mail: munguambe2 @hotmail.com Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002 Propriedade da NOVOmedia, SARL Gestora Administrativa Esmeralda do Amaral, Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 esmelifania2002@gmail.com D i r e c ç ã o , R e d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o : Av. 25 de Setembro, N. 1676, 1o Andar, Portas 5 e 6 Cell: 82-307 3450 (PBX) zambeze.novomedia@hotmail.com | opinião | Maputo-Cidade é o único “Circulo Eleitoral” que os eleitores terão “2 boletins de voto”… Ma p uta d a s Francisco Rodolfo N o ú l t i m o d o m i n g o (18.8.2019), fomos ao Nautilus, esse (Café e Restaurante) bastante concorrido, como habitualmente, com o Pedro para a habitual cavaqueira. Foi um domingo com frio, mas para quem está na Polana, a influência do mar deixa papalvo, pois, confunde os 25º graus Célsius anunciados pelo INAM (Instituto Nacional de Meteorologia), já que o ar quente da Baía de Maputo, proporciona ambiente agradável. Foi deverás gratificante, ver às esquinas das avenidas 24 de Julho e Julius Nyerere, com passeios quase que desertos, o que viria a contrastar com o ambiente de segunda a sexta-feira, sobretudo, agora depois da inauguração do Edifício do Ministério de Economia e Finanças pelo Presidente da República, Filipe Jacinto NYUSI, situado na Av. Julius Nyerere, onde passarão a funcionar a “máquina” que trata de economia e finanças, comandada pelo Ministro dos Dinheiros, Adriano Maleiane. Vão tratar “tudo” que diz respeito ao pelouro de “Economia” e “Finanças” num único edifício, constituindo em economia do tempo, não só para o Estado, mas também e sobretudo para o utente. -“Com que então hoje preferiu assistir ao culto na “Assembleia de Deus” da vulgo Pandora?...” -Fomos com uma bisneta para conhecer a cidade de Maputo, vindo dos arrabaldes da Maxixe, deixando a sua “Metodista Unida” e elencamos a Assembleia de Deus para ver o quão as igrejas estão evoluídas em Moçambique!... – digo ao Pedro, depois do nosso habitual menu (chá com torrada para ele e bolo de queque com nozes para mim). -“Então como católico que é esteve na Assembleia de Deus?!...” – questiona o Pedro. -Nós na nossa família frequentamos todas (Católica, Anglicana, Metodista, Universal, etc.), pois é gratificante esta miscelânea e é, por isso, que não há “guerra de religiões em Moçambique”, com a vantagem de o Estado ser laico!... – explico. -“Que serão das Eleições este ano, com a educação cívica por parte da CNE/STAE “à velocidade de cruzeiro”… - provoca o Pedro. -Falando da educação cívica foi gratificante a aparição da dupla do STAE do Distrito Municipal de KaMpfumu, constituída Celestino Selemane Rachide e Olga Paiva, que irrompeu no fim do culto e apresentados pelo Pastor e Líder da Igreja Assembleia de Deus (Pandora), Luís Manuel… -“Quer dizer que a educação cívica é realizada em todos os locais, incluindo nas igrejas, mesquitas e todos os locais de culto!…” -Nem mais, pois a dupla do STAE Celestino Rachide/Olga Paiva, depois de terem sido apresentados pelo Pastor Luís Manuel, explicaram que os eleitores têm o dever de estar no dia 15 de Outubro de 2019 nas mesas de votação… -“…E mais?!...” – era o Pedro, insistindo. -O agente de educação cívica Rachide deixou bem claro que na Cidade de Maputo, o eleitor terá dois “Boletins de Voto”, sendo um para a eleger PR (Presidente da República) e outro para eleger (AR – Deputados da Assembleia da República). Deixo claro que nas outras províncias, haverá três Boletins de Voto, para eleição do PR, AR e mais outro para AP (Assembleias Provinciais). -“Está lançado o repto e fica só na fofoca daqueles que querem perpetuar que a CNE e STAE não estão a realizar o “seu” trabalho a contendo....” – diz o Pedro depois de pagar a conta. -Rachide e Olga acrescentaram que caso tenha perdido o cartão leva outro documento desde que tenha a fotografia e que seja documento de identificação: Bilhete de Identidade, Carta de Condução, Cartão de Serviço, etc.)… Em nosso modesto entender os partidos políticos deveriam intensificar a “educação cívica”, agora e quando iniciar a Campanha Eleitoral no dia 1 de Setembro de 2019. Por isso, há que condenar aqueles comentaristas que escrevendo nos jornais e comentando nas televisões, nas rádios, em vez de promover a “educação cívica”, optam pela política de que “tudo anda mal”, há fraude. Quer desacreditar o trabalho “responsável”, quer da CNE, do STAE e todos os intervenientes: “Inventam uma mega fraude…” Alguns desses estão ameaçados com a PAZ DEFINITIVA, porque algumas dessas ONG’s terão de virar os seus objectivos para coisas concretas e não para “assistência” aos deslocados, que o estado de “guerra” proporcionava, em financiamento em dólares e euros. Vamos todos explicar, vamos todos transformarmo-nos em “Educadores Cívicos”, em “Agentes de Educação Cívica” para estas Eleições Gerais. N.A. 1. – Constituiu uma grande manifestação de pesar o funeral realizado na quinta- -feira (8.8.2019) em homenagem a LINA GIMO BOANE, com 84 anos de idade. Na ocasião foram apresentadas mensagens dos filhos, do IPM (Igreja Prisbeteriana de Moçambique) e da família Boane, enaltecendo as qualidades humanas da falecida, bem como da Secretária da OMM e do 1º Secretário da FRELIMO Distrital de Manhiça, que foi recentemente eleito. Lina é irmã do nosso assíduo leitor Boaventura Gimo Boane. À família Boane, MAPUTADAS, no teu ZAMBEZE apresenta os sentimentos de pesar. Requiem in pace LINA GIMO BOANE. 2. – Na edição n.º868, de 15.8.2019 do ZAMBEZE por um lamentável lapso inserimos um texto de Maputadas, publicado em 2017, com o título: “Essa “malta” dona do dinheiro pensa que os moçambicanos são papalvos e queriam impingir- -nos “gato por lebre”… Nyusi e Dhlakama em Gorongosa (local) a preservar para atracção turística”. Requiem in pace Tó de Abreu”. Pelo lamentável lapso as nossas desculpas aos leitores e especialmente à Família do Dr. Pinto de Abreu, por recordar inoportunamente o inditoso acontecimento. z Todas as Províncias terão “3 boletins de voto” (para PR - Presidente da República), (AR – Deputados da Assembleia da República) e (AP -Membros das Assembleias Provinciais) … z Partidos, CNE e STAE insistem neste detalhe… Requiem in pace LINA GIMO BOANE Nas Eleições Gerais: Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 9 O líder tem um estilo de comunicação assertivo, dizendo de forma objectiva o que pensa; Tem respeito pelos outros, não demonstrando sentimentos de superioridade; É confiante, decidido e realista, conseguindo negociar com os outros em vez de ditar ordens; Procura alternativas e discute caminhos alternativos, sendo sensível aos sentimentos dos outros e respeitando os seus pontos de vista; Pronuncia-se de forma clara, objectiva e construtiva, revelandocompetências relacionais e estabelecendo relações de confiança e de respeito. Não serão estes argumentos suficientes para pôr ordem numa sociedade onde existem vários e diferentes líderes? Este intróito é simplesmente usado para condenar o desconforto que a atitude da Junta Militar da Renamo empresta ao momento que se vive no país, um momento de júbilo que oferece esperanças ao povo. A Junta Militar quer mostrar ao povo que, desdeo dia 6 de Agosto, a paz que reina é aparente, é uma estrutura de betão sobre pilares de areia. Mas não há-de ser verdade e nem queremos que seja. É bom que não sevenda a mensagem errada de que o Governo esteja a entreter as pessoas em véspera de eleições. Esperemos que as partes avancem e que no quadro do diálogo, concertação e reconciliação, seja possível dentro dos marcos legais, do respeito pelos costumes e tradições, a realização dos propósitos da paz. Moçambiquenão tem outro caminho senão o da reconciliação. Ponto final e basta. Tudo o restoé apenas para distrair a opinião pública e voltar aguerra. Há ao longo deste país homens e mulheres habituados a viver de armas em punho que, mesmo com o advento da paz e concórdia, teimam em usufruir de outra cultura, como se apenas o barulho das balas saídas das armas lhes embalasse o sono. Por isso que, sem escrúpulos, ameaçam um país inteiro. Ora bolas! Estamos a falar da atitude da pseudo-Junta Militar, uma imitação da Guiné-Bissau, onde indivíduos sem dó, em nome da ambiçãoprópria quiseram complicar as contas democráticas daquele país irmão. O tiro saiu-lhes pela culatra, com consequênciasque nãolembramao diabo. • Temos que admitir que a atitude deste grupelho está a gerar das mais distintas reacções, uma vez que não se sabe ao certo sobre as suas reais motivações, apesar de se saber que tudo não passa de reacçãoao facto de querer dilatar osseus estômagosusando a capa da reintegração nas FDS. Masconvenhamos., partindo do princípio que os mesmos fossem enquadrados nos esquemas militares, o que seria das tropas sob seu comando, sabendo que estão alidar com um chefe maldoso, nervoso, sempre com o dedono gatilho pronto a apertar quando algo nãolheagrada? O tempo é de reconciliação. Tudo se resolve usando o diálogo. Chamar nomes a OssufoMomade, o general com quem conviveram ao longo dos tempos, não ajuda em nada. A postura militar recomenda-se. Temos que ter em conta que o General Ossufo foi eleito em Congresso maciço, onde estavam abertas as portas a outros concorrentes ao cargo de presidente da Renamo. A lotaria saiu-lhe a contento. Mariano Nhongo teve oportunidade de dizer da sua justiça nesse congresso. Não o fez. Por cobardia? Não podemos dizer se sim ou não? O pseudo-presidente da Renamo fala em adiamento das eleições. Saberá este fulano das consequências deste seu posicionamento? Quem ele é para sugerir tamanha asneira? Ademais, que se saiba, no encontro da semana finda, em Gorongosa, Mariano Nhongo foi um ditador. Arranjou um fato, uma gravata, e disse em voz gutural que ele era o presidente. Caramba! Mais uma vez convenhamos, ofato até nem ficou mal ao bom do general Mariano. Emprestou-lhe outra característica, porque se assumisse a realidade, mais fatos compraria em função da sua reintegração no exército. Mas não é oque se vive. Mariano Nhongonega-se a tirar a máscara de guerilheiro. Confia nas armas e para ele tudo o resto funciona com o barulho dos tiros. Até um dia! Propósitos fúnebres no lugar da paz. Ora bolas! Editorial A expressão original é de Sérgio Vieira, General na reserva, referindo-se a promiscuidade da nossa administração pública que culminou com a contratação das dívidas ilegais, negociadas por gente estranha ao Estado: os Nhagumeles desta vida! Recuperamos esta expressão para retratar os problemas reais na Renamo. Numa altura em que o país saboreia a Paz definitiva, que implica Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração dos homens residuais da perdiz, que há mais de cinco anos desgraçavam a vida dos moçambicanos, há quem continua a querer ir na contramão: Mariano Nhongo e seus sequazes, verdadeiros terroristas políticos. Sim, é assim mesmo que devem ser tratados: terroristas! Mas, se recuarmos um pouco no tempo e no espaço, é fácil perceber de onde vem esta gente inimiga da paz, ou sabotadores da paz como em algum momento disse o presidente da República, Filipe Nyusi. A curta-metragem dos terroristas da Renamo inicia desde que o Presidente da República rejeitou a primeira lista dos membros da Renamo, que deviam integrar as Forças de Defesas e Segurança do país, ao abrigo do processo de DDR. A lista inicial da perdiz era dos Nhongos, os mesmos que hoje tentam descredibilizar Ossufo Momade, presidente da Renamo eleito num processo democrático. A lista inicial era composta por militares que estão na reserva, gente com idade avançada para integrar as Forças de Defesa e Segurança, daí que Filipe Nyusi com mestria os rejeitou. Qualquer ser pensante também rejeitaria. É preciso dar oportunidade aos mais novos! Com a entrega da nova lista ficaram contrariados os reservistas daí pensarem que Ossufo Momade vendeu-se a Frelimo em troca de favores económicos. Ossufo Momade e os dirigentes da verdadeira Renamo rectificaram a lista em nome da paz e do bom senso. Os homens a serem integrados nas Forças de Defesa e Segurança são jovens e com capacidades para continuar a defender a pátria. É certo que durante o processo de negociação da paz houve cedências. Isso é natural! O governo também cedeu em nome da paz e Ossufo Momade/Renamo tinha que ceder. Os militares devem ter consciência que a vida política é muito diferente da vida militar. Nem sempre a força deve resolver tudo! Este, ao nosso ver, é o principal ponto do surgimento dos Nhongos que insistentemente tentam confundir os amantes da Paz, em especial a Renamo. A verdade é que aquele grupo deve ser declarado como terroristas. Já nos basta os vândalos que pululam pelo norte da província de Cabo Delgado que desgraçam as populações. O único interlocutor válido é a Renamo desmilitarizada. Para quem tem memória fresca pode, facilmente, recordar que foi aquela ala militar da Renamo, composta pelos Nhongos, que vuvuzelou a torto e a direito que Ossufo Momade tinha mandado assassinar o general Josefo de Sousa. Quem acredita nesta gente mentirosa e manipuladora? Portanto, a Renamo verdadeira, liderada por Ossufo Momade deve continuar com o processo de pacificação do partido e ignorar as ameaças dos Nhongos desta vida. A verdadeira Renamo deve estar focada nos princípios que norteiam o Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo que, nesta quarta-feira, foi transformado em lei, uma passou a ser de cumprimento obrigatória para todos. Os Nhongos desta vida que nos deixem em Paz! “Os Nhongos desta vida” | opinião | Manuel Fresco 10 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Apelo da sala da Paz aos actores políticos Assumir compromisso com a paz para o bem do processo eleitoral A Plataforma de observação eleitoral conjunta, Sala da Paz, exortou, semana passada, aos actores políticos para assumirem um compromisso público de paz e reconciliação, entre eles e para com os moçambicanos em geral, para que as próximas fases do processo eleitoral ocorram num ambiente de harmonia, tolerância política, da exaltação da democracia multipartidária, e, por conseguinte, da Paz. Este apelo surge no âmbito do lançamento da observação da campanha eleitoral pelos membros da Sala da Paz, cujo início está marcado para 30 de Agosto corrente, em todo o país, para a eleição do Presidente da República, deputados da Assembleia da República, membros das assembleias provinciais e, pela primeira vez, dos governadores provinciais. A Sala da Paz entende que as fases seguintes do processo eleitoral, nomeadamente a campanha eleitoral, a votação e o dia de divulgação dos resultados devem ser momentos de celebração da concórdia entre os partidos políticos e dos moçambicanos, mostrando, desta forma, o seu comprometimento com o processo e com o Acordo de Paz e Reconciliação assinado, a 06 de Agosto, entre o Governo e a Renamo. De acordo com Dércio Alfazema, Coordenador de Programas no Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), integrante da Sala da Paz, a expectativa é de que, após a assinatura do acordo de paz definitiva, o processo de campanha eleitoral não seja caracterizado por um ambiente de hostilidade, de ilícitos eleitorais, choques, nem destruição de material de propaganda entre os concorrentes. “Sabemos que a instabilidade política no país ocorre logo após o processo eleitoral, ou seja, os partidos como forma de reivindicação política em relação à forma como decorreu o processo eleitoral, algumas vezes, infelizmente, recorrem a via armada para fazer a sua contestação, daí que até ao presente momento temos assinado, praticamente, três acordos de paz”, disse Alfazema, ajuntando que “nós queremos que este acordo assinado no dia 6 de Agosto não seja apenas mais um, por isso mesmo entendemos, como Sala da Paz, que há necessidade de os actores políticos assumirem um compromisso público no sentido de que estas eleições venham a ser caracterizadas por esse ambiente de paz. Alfazema apelou, igualmente, para a necessidade de que as campanhas não decorram em ambiente perturbado, com agressões entre partidos, impedimento de realização de campanha e que não seja feito o uso de meios públicos e outro conjunto de ilícitos que têm caracterizado as campanhas eleitorais. “Da mesma forma o nosso entendimento é que a votação decorra com total transparência e para isso defendemos que é necessário, sim, que os partidos políticos, que assinaram o acordo de paz e participarão ou concorrerão neste processo eleitoral, também tenham um compromisso público entre eles e perante o cidadão no sentido de que vão fazer tudo que estiver ao seu alcance para manter esse ambiente de paz, durante as próximas fases do processo eleitoral e que no dia da votação os próprios não vão criar situações que, depois, possam gerar questionamentos a respeito do processo eleitoral”, sublinhou. Para a Sala da Paz, segundo Alfazema, é importante que esse compromisso público seja feito e que seja também transmitido aos órgãos de gestão eleitoral, a todos os níveis, de modo que não haja actos de perturbação, actos de fraude, nem de ilícitos eleitorais que depois retiram, no final do dia, a credibilidade do processo. “Isto vai possibilitar que, no final, aqueles que forem anunciados como vencedores sejam legítimos para representar o cidadão nos próximos cinco anos num ambiente de governação caracterizado por este ambiente de paz, que é o desejo de todos os moçambicanos” explicou. Na ocasião, o primeiro vice- -presidente da Comissão Provincial de Eleições em Sofala, Abasse Saíde, enalteceu o trabalho e a preocupação que as organizações da sociedade civil, a vários níveis, e, sobretudo, as filiadas à sala da paz, vem desenvolvendo para que o processo eleitoral seja credível, transparente e justo no país. “Estamos felizes por notar que as organizações da sociedade civil estão comprometidas com os processos eleitorais, não obstante diversos desafios que estes tipos de eventos acarretam”, disse Saíde para quem a nível da província de Sofala, apesar das adversidades provocadas pelo Ciclone Idai, conseguiram, na fase do recenseamento, atingir uma cifra de 89,05 % do potencial eleitorado. Outro constrangimento, foi no processo de submissão de candidaturas em que maior parte dos partidos políticos deixaram tudo para a última hora tendo submetido as suas documentações faltando poucos dias para o término do processo, “contudo, os partidos Frelimo, Renamo e MDM passaram para outra fase do processo”. Sobre submissão de candidaturas aos órgãos eleitorais No que tange a submissão de candidaturas a Sala da Paz enalteceu o trabalho da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e das Comissões Provinciais de Eleições (CPE’s) por terem realizado encontros preliminares com os proponentes de candidatura com o objectivo de explicar os procedimentos a seguir na submissão de candidaturas, facto que, segundo a Sala da Paz, ajudou a esclarecer dúvidas sobre o processo e alavancar a construção da confiança entre os actores políticos. Segundo a Sala da Paz, dos 39 partidos que se mostraram interessados em concorrer, apenas 26 submeterem as suas respectivas candidaturas. A maior parte dos partidos que se candidataram deixaram o processo para a última hora, levando a CNE a receber os processos fora do período normal e impedindo alguns partidos de submeter candidaturas por se apresentar fora do Prazo. Quanto a candidaturas às presidenciais, o informe da Sala da Paz, apresentado esta segunda-feira, na Beira, revela que “no geral, a submissão de candidaturas no Conselho Constitucional (CC) decorreu de forma pacífica e ordeira”. “Em termos quantitativos, os processos de candidatura se mostraram em conformidade com a Lei, tendo dado entrada no CC. Contudo, depois de uma avaliação qualitativa, o CC invalidou três candidatos, por ter identificado irregularidade nos requisitos para o seguimento da candidatura”, indica a Sala da Paz, no seu informe no qual recomenda ao CC a criação de mecanismos legais para que este órgão avalie as candidaturas na presença dos respectivos proponentes, meios de comunicação social e observadores e permita uma interacção constante, para que as irregularidades detectadas sejam supridas em tempo útil. A sessão de lançamento da observação da campanha eleitoral contou com a participação de diversas organizações da sociedade civil, filiadas à Sala da Paz e representantes dos partidos políticos parlamentares ao mais alto nível da província de Sofala. Ainda nesta segunda-feira, a Sala da Paz procedeu à formação de formadores dos observadores eleitorais para a fase da campanha dando enfoque à necessidade destes primarem, no seu trabalho, por imparcialidade, profissionalismo e, sobretudo, pala averiguação da fidelidade de informação, antes que ela seja reportada, observando com mais precisão e sem reservas a Lei e as regras de conduta e ética eleitoral. O programa de formação de formadores beneficiou formadores eleitorais das províncias da zona centro do país (nomeadamente Sofala, Zambézia, Tete e Manica) e da província de Gaza e Nampula, consideradas potenciais zonas de ocorrências de ilícitos ou conflitos eleitorais. Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 11 Sustenta MDM Exclusão social poderá comprometer a manutenção da paz O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) entende que a exclusão social, nos processos decisivos de tomada de decisão, nos assuntos que afectam os moçambicanos, tal como caracteriza o diálogo entre Governo e Renamo, poderá comprometer a manutenção dos acordos recentemente assinados. No entanto, para o MDM ainda há muito que fazer no sentido de se limar erros cometidos que constituam ameaça a paz, a exemplo das desavenças dos homens da guerrilha da Renamo. F alando ao Zambeze, o porta-voz do MDM, Sande Carmona, considerou que a manutenção da paz e reconciliação nacional dependerá da consciência de que o poder é conquistado de forma democrática, sobretudo, pelas partes envolvidas nas negociações (Governo e a Renamo). No entanto, o MDM alerta que a continuar a haver exclusão de esferas sociais pode pôr em causa todo o processo que conduziu aos Acordos de Paz celebrados em Agosto corrente, dando exemplo do actual diálogo, que mesmo tendo registado resultados significativos apresentam alguma ameaça pela parte dos homens da guerrilha da Renamo. Por outro lado, o MDM disse que os moçambicanos devem sentir que o país é de todos, acrescentando a necessidade de levar-se as discussões além da mesa para se chegar ao entendimento. “É preciso diálogo envolvendo todas as forças vivas da sociedade. Há que considerar todos aqueles que se preocupam com o desenvolvimento do país, nas discussões do país”, indicou Carmona, para depois apontar como estando por detrás das ameaças da Junta Militar da Renamo a falta de inclusão. Se tivessem sido envolvidas outras organizações interessadas na discussão da situação da paz no país, eventualmente, a coisa poderia ter corrido de forma diferente”. Governo central inviabiliza a reconstrução da Beira O Movimento Democrático de Moçambique acusa o governo central de inviabilizar o processo da reconstrução das zonas afectadas pelo ciclone Idai. De acordo com o MDM, a reconstrução daquela urbe deve ser vista como preocupação nacional, uma vez que vai além das capacidades da gestão autárquica. Os planos de reconstrução da cidade da Beira apontam para mais resiliência, organização e preparação face a intempéries, o que está fora das capacidades de gestão municipal, no entanto, o MDM diz que apenas há discursos políticos do governo mostrando preocupação em relação a reconstrução da urbe, mas sem nunca ir a prática. Perante o escândalo das “dívidas ocultas” os doadores têm preferido fazer apoio directo ao processo da reconstrução, no entanto, o governo, de acordo com MDM, tem vindo a colocar barreiras no sentido de que todo o apoio vindo de parceiros internacionais seja inspeccionado ao nível do governo central. Contudo, o MDM diz estar a envidar esforços no sentido de sensibilizar pessoas de boa- -fé, pelo mundo, no sentido de apoiar a reerguer a urbe, havendo desejo de continuar a enviar apoios. “Temos várias entidades com interesse em apoiar, mas a burocracia instalada em Maputo acaba dificultando de certa forma a alocação destes apoios, porque simplesmente as pessoas são ditas que as coisas devem chegar a Maputo e só depois vem a Beira” “O povo deve reconhecer necessidade de mudança do modelo de governação” Para o MDM, o candidato Daviz Simango, reúne condições para a presidência do país, mesmo sem, no entanto, antecipar a vitória antes do desafio, diz que só a política de governação do MDM pode alavancar a vida dos moçambicanos, comparando aos concorrentes. Entende o MDM que o perfil do candidato deve revelar-se naquilo que refere a gestão do erário público, na contribuição e resolução de principais problemas que apoquentam os moçambicanos que deve ser um dos pontos mais altos das figuras que ascendem ao poder, para além de uma governação que inclui respeito pelas contribuições públicas. Sande Carmona sustenta que a boa governação que caracterizou o candidato do seu partido contribuiu em grande medida para combater embaraços impostos pela oposição para denegrir a imagem da governação do MDM, uma vez havendo respeito e regras de utilização da coisa pública. O MDM diz que o povo deve reconhecer a necessidade de desenvolvimento e de sair da crise pela qual passa, com efeitos drásticos das “dívidas não declaradas”, na sequência de cortes ao orçamento do Estado em gastos públicos, a afectar áreas básicas e que quem está a arcar com os custos do endividamento é a população e, diante deste cenário, o povo tem de votar nos que apresentam argumentos para retirar o país da actual situação, no caso MDM. “O país só poderá prosperar, ter um horizonte, quando o MDM e Daviz Simango ganhar eleições presidenciais, sendo os únicos que apresentam argumentos para tirar o país do cenário em que se encontra”, fundamentou Carmona. “Não compramos quadros para o partido” Baseado em políticas da região do centro do país, que se destacam pela abertura, o MDM tem interesse de congregar todos que têm visão de contribuir para o desenvolvimento do país. Sande declina as acusações de que se esteja a recrutar figuras de outras formações políticas. Carmona argumenta apontando que, nos últimos tempos, o seu partido tem sido conotado como uma escola de formação de quadros a produzir para a nação. “Venham as pessoas de onde vierem há espaço no MDM, desde que demonstrem que estão a produzir para o bem do país e não para o MDM. Nunca tivemos uma situação de alguém a conquistar para o MDM, mas as pessoas olham o nosso partido como uma esperança e manifestam a sua prontidão para lutarem em prol dos objectivos do MDM”, disse. Esperamos que as pessoas tenham entendido que estamos a trabalhar para o desenvolvimento do país. Nalgum momento as pessoas aventavam a possibilidade de desaparecermos como partido, porque o plano era retirar os quadros seniores no nosso meio, mas sabemos que não nascemos da força da vontade de armas, e sim da vontade do povo, e ninguém acaba com o povo” Pelo imperativo da actual legislação de governação descentralizada provincial, que prevê a eleição de governadores provinciais pela primeira vez na história do país, o MDM diz ter ajustado os trabalhos no sentido de incidir a nível distrital, como círculos de suporte provincial, no âmbito da organização dos próximos quarenta e três dias de campanha eleitoral. De acordo com esta formação partidária, trata-se de uma medida que visa essencialmente permitir que todas as estratégias de actuação do partido sejam do domínio dos distritos, transformando-os em pontos fortes da campanha. Com efeito, as bases de implementação, ao nível do distrito, poderão incluir os bairros, unidades, quarteirões que deverão dominar a maneira de estar particularmente para as eleições de Outubro próximo. “Por isso, que o nosso foco de preparação, como MDM é o distrito, este é que vai fazer toda a gestão da campanha eleitoral até mesmo à votação. O nosso trabalho de preparação da campanha iniciou logo que terminaram as eleições de 2014, e, com as inovações das leis em termos de direção ao nível das províncias, houve necessidade de nos ajustarmos e continuaremos a trabalhar no sentido de que a campanha decorra sem sobressaltos da nossa parte”. LUÍS CUMBE 12 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Camião despista-se e danifica rede de água em Beleluane Um aparatoso acidente de viação danificou, recentemente, um troço de 15 metros da conduta de 400 milímetros da empresa Águas da Região de Maputo (AdeM), afectando o abastecimento normal de água ao Parque Industrial de Beleluane, no distrito de Boane, e aos bairros circunvizinhos de Djuba e Jonasse, na vila autárquica de Boane, província de Maputo. Presume-se que o incidente tenha ocorrido quando o camião, que transportava areia, perdeu os freios, na zona baixa do Bairro Jonasse, próximo ao Instituto Armando Emílio Guebuza, deslizando em direcção ao local onde decorrem as obras da AdeM, visando o incremento e fornecimento ininterrupto de água. Com esta empreitada, a AdeM espera beneficiar a 35 empresas que operam no Parque Industrial de Beleluane, passando dos actuais 500 para 1.500 metros cúbicos de água por dia, abrangendo igualmente as comunidades de Jonasse e Djuba, na Vila autárquica de Boane, na província de Maputo. A propósito do incidente, Roberto Tchale, gestor do Departamento Técnico da Área Operacional da Matola da AdeM, explicou que os dados preliminares indicam que os prejuízos materiais e financeiros são avultados, bem como prejuízos decorrentes do atraso da conclusão das referidas obras. Entretanto, conforme garantiu Roberto Tchale, o empreiteiro da obra reforçou a equipa técnica de forma a garantir maior celeridade dos trabalhos de reposição desta conduta vital para o pleno funcionamento das fábricas do Parque Industrial de Beleluane, bem como para o consumo das famílias dos bairros circunvizinhos. Importa realçar que o projecto de melhoria no abastecimento de água ao Parque Industrial de Beleluane, incluindo as comunidades circunvizinhas, reveste-se de capital importância, uma vez que anteriormente as restrições comprometiam as actividades da indústria, devido à falta de água bruta ou potável para o consumo. Com o incremento, as empresas já estabelecidas poderão aumentar a sua produção e colocar o parque na posição de atrair mais investimentos. Intercape estabelece ligação entre Maputo e Durban Uma nova ligação rodoviária entre a cidade de Maputo e a cidade de Durban, na África do Sul, via Ponta do Ouro, vai ser estabelecida pela transportadora Intercape, a partir de 6 de Setembro próximo. Com partida, em Maputo, às segundas, quartas e sextas- -feiras, pelas 8.00, a chegada está prevista para as 17.00 do mesmo dia em Durban. O percurso contrário será feito às terças e quintas-feiras, bem como aos domingos. “Já havíamos feito, anteriormente, esta ligação, mas tivemos de interromper devido às más condições de acesso que havia, mas agora com a construção da ponte Maputo-Katembe e a construção da nova via, estamos em condições de transportar os passageiros moçambicanos para Durban, e vice-versa, via Ponta do Ouro”, declarou Sérgio Van Winsen, responsável de marketing da Intercape. A empresa, a operar em Moçambique desde 1996, já vinha operando entre Maputo, Joanesburgo e Pretória, para além de outros destinos como Cidade do Cabo, Port Elizabeth, Bloemfontein, fazendo ainda ligações regionais para Malawi, Zimbabwe, Botswana e Namíbia. Moçambique adere ao Banco Africano de Importações e Exportações O Governo moçambicano anunciou, recentemente, que autorizou o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, a assinar a adesão do país ao Banco Africano de Importação e Exportação (Afrexim). De acordo com o comunicado distribuído no final da sessão semanal do Conselho de Ministros, Adriano Maleiane recebeu do executivo o aval para a formalização da entrada de Moçambique naquele banco pan- -africano. O Afrexim foi criado em 1993 pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e conta com um capital social superior a 11 mil milhões de dólares (9,9 mil milhões de euros). Em Julho, o presidente do Afrexim, Benedict Oramah, informou os chefes de Estado e de Governo da União Africana que o banco vai criar um fundo de mil milhões de dólares (901,6 milhões de euros) para apoiar a implementação do acordo para a criação da zona de livre-comércio em África. O fundo de mil milhões de dólares pretende apoiar os países a ajustarem-se às perdas repentinas e significativas de receitas provenientes das taxas aduaneiras, cuja redução e, em alguns casos, eliminação, está previsto no acordo. “Este fundo irá ajudar os países a acelerarem a ratificação do Acordo de Livre Comércio Continental Africano, na sigla em inglês”, disse Benedict Oramah, acrescentando que ao dar início à fase operacional do acordo “foi iniciado um movimento imparável”. (Lusa) Benefícios da ponte Maputo-Katembe Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 13 Segundo o presidente da ASSOTRABO, Jemisse Miambo Mobilidade na Matola Rio é um caos O presidente da Associação dos Transportadores de Boane (ASSOTRABO), Jemisse Miambo, defende a criação de faixas exclusivas para os transportadores semi-colectivos de passageiros como forma de minimizar o calvário da mobilidade no troço da Matola Rio, na hora de ponta e, sobretudo, nos fins- -de-semana. AA S S O T R A B O existe desde o ano de 1992, e, através do seu presidente Jamisse Miambo, ficamos a saber que, apesar do aumento da frota dos transportes naquela parcela do país, novos desafios despontaram para o sector, como é o caso do melhoramento das vias de acesso para uma mobilidade sustentável. Apesar de reconhecer o esforço do Conselho Municipal da Vila de Boane para o melhoramento das vias de acesso, Muiambo defende que ainda há muito trabalho por se fazer e “que este é um trabalho que não acaba de um dia para o outro”. “O nosso maior desafio actualmente continua a ser o problema de manutenção dos nossos autocarros, as próprias empresas de manutenção também têm enfrentado algumas dificuldades relativas ao custo das peças dos autocarros, por exemplo, agora temos um problema muito grave que não sabemos como é que vamos ultrapassar, tem a ver com os pneus, óleos lubrificantes, mas com esforço estamos a trabalhar, embora não sabemos até onde vamos conseguir trabalhar”, lamentou Jemisse Miambo. Paralelamente, as vias de acesso são consideradas um autêntico calvário, Muiambo entende que enquanto não houver as tais faixas exclusivas para os transportadores públicos será difícil de resolver. A mobilidade na Matola Rio é um caos “Mas neste momento penso que há um projecto para que isso seja efectuado, oxalá que consigamos resolver, porque por exemplo, na zona da Matola Rio, nas horas de ponta é praticamente intransitável, pior nos sábados, há muito tráfego, é um caos, não há mobilidade para um autocarro se movimentar, é um problema muito serio”, disse Muiambo. Ainda de acordo com Jemisse Miambo, a ASSOTRABO conta actualmente com mais de 100 membros associados e com uma frota de 56 autocarros. O nosso interlocutor revelou ainda que apesar do aumento da frota de autocarros, neste momento, o volume de trabalhos lamentavelmente reduziu comparado a antigamente. Não só a receita baixou, mas também a qualidade das próprias vias de acesso à vila Boane tornaram-se um martírio. Como solução para o sector dos transportes público, Jemisse Miambo defende que o governo moçambicano deva criar incentivos fiscais para importação de peças de viaturas que fazem o transporte público de passageiros no país. “Temos tentado encetar esse pedido junto do governo no sentido de nos conceder incentivos fiscais para importação de peças sobressalentes de viaturas para os autocarros de transporte. Enquanto não houver esta facilidade, não será fácil para a manutenção dessas viaturas e bem como para o prosseguimento desse projecto. Mas a agência Metropolitana nesse momento está a fazer de tudo para chegarmos a um acordo sobre este aspecto”, explicou Muiambo. DÁVIO DAVID | NACIONAL | Carlos Mondlane, da AMJ Tribunais moçambicanos não são um instrumento de frete político O desconhecimento das leis e dos pressupostos formais para o acesso à justiça eleitoral, por parte dos actores políticos, é apontado pela Associação Moçambicana dos Juízes (AMJ) como a principal razão da incompreensão dos processos eleitorais no País. Nesse sentido, a AMJ organizou, na sexta- -feira, 16 de Agosto, uma mesa redonda subordinada ao tema “O Contencioso Eleitoral”, que teve como objectivo fazer entender à sociedade que os tribunais agem de acordo com o princípio da legalidade e da objectividade e não estão ao serviço de interesses político- -partidários. De acordo com Carlos Mondlane, é importante que se perceba que os tribunais estão vinculados à lei, daí que todos os constrangimentos decorrentes dos processos do contencioso legal devem ser percebidos e impugnados, nos termos estritamente legais. “É curioso notar que as leis são elaboradas e aprovadas pela Assembleia da República, mas quando se vai aplicar o seu conteúdo há um défice de conhecimento. É fácil fazer-se uma queixa aos tribunais judiciais ou ao Conselho Constitucional, mas é necessário que se saiba que estas entidades julgam de acordo com a lei. É errónea a percepção de que os tribunais moçambicanos são um instrumento de frete político”, defendeu o presidente da AMJ. Para Carlos Mondlane, a abertura da AMJ, junto com os seus parceiros tradicionais, de administrar palestras sobre matérias estruturantes para a vida do país, tem em vista reforçar os princípios da pedagogia e transparência da actividade judicante, destacando, no caso, que os tribunais são actores com que se pode contar para garantir que o pleito eleitoral de Outubro próximo vai decorrer sob o crivo da legalidade. Importa realçar que a mesa redonda teve como convidado o professor catedrático português Jorge Bacelar Gouveia, para quem o país deu um passo significativo ao generalizar o acesso à justiça eleitoral, retirando a obrigatoriedade de haver uma reclamação ou protesto na mesa eleitoral, para que o partido que se sentir prejudicado possa impugnar as decisões dos órgãos eleitorais. Outro aspecto importante apontado por Jorge Bacelar Gouveia é a possibilidade de haver duas instâncias judiciais para apreciar conflitos e litígios de natureza eleitoral, nomeadamente o Conselho Constitucional e os tribunais distritais. “Estas alterações permitem maior judicialização da aplicação da lei eleitoral, até porque a Comissão Nacional de Eleições e as comissões provinciais e distritais não são órgãos judiciais. Podemos dizer que são órgãos independentes, mas não têm o estatuto de tribunal. A pureza da defesa da legalidade eleitoral reside, sempre, nos tribunais e não nos órgãos eleitorais”, defendeu o professor catedrático, para quem os actores políticos devem tomar a dianteira no cumprimento das leis eleitorais. “Ao contrário do que se pensa, o direito eleitoral não é difícil, e hoje os processos eleitorais são mais objectivos porque todos os actos são definidos ao pormenor”, acrescentou. No evento participaram juízes, procuradores, membros do Governo, advogados, académicos, estudantes e representantes das formações partidárias e da sociedade civil. 14 | zambeze Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 José Matlhombe Zoom | NACIONAL | Vaidade feminina vira negócio Judith cossa, jovem de 22 anos residente no bairro Polana Caniço, encontra a forma mais honesta de sobreviver motivada pela vaidade. Mal o sol raia e a jovem já se faz presente nas ruas da cidade de Maputo à procura do seu auto sustento. “O que me motivou a abrir o negócio dos cabelos foi o gosto que tenho pela moda e, principalmente, o bicho da vaidade que carrego desde nova”, afirma Judith. Há aproximadamente um ano que a jovem se tornou amiga das ruas da cidade de Maputo para a venda dos seus cabelos, Judith diz que não tem sido fácil fazer este tipo de negócio, pois as mulheres desempregadas quando pensam numa forma de sobreviver a única opção que aparece na mente é a venda de cabelos. “Tenho fortes concorrentes conforme”, referiu a jovem apontando os carros das colegas vizinhas. “As vezes temos disputado clientes e isso acaba nos tornando rivais”, acrescentou. Cautelosamente, Judith descreve a rotina exaustiva que carrega diariamente nas costas, acrescentando ainda que os seus produtos são adquiridos na China e isso acaba acarretando elevados custos. “Os meus produtos são adquiridos na China, viajo pessoalmente porque é mais seguro do que mandar vir por encomenda. O meu lucro diário está entre os cinquenta e setenta mil meticais”, apontando que deve reservar o valor de passagem que ronda em torno dos duzentos mil meticais que correspondem a ida e volta, incluindo a própria estadia na China. “Os roubos e maior probabilidade de ser atropelada são os desafios e dificuldades que enfrento”, disse, afinal, encontra-se a vender no mercado informal onde não há ordem nem segurança. Diz que o seu profundo desejo é ver o negócio crescer cada vez mais para que consiga um ponto de venda seguro. “A mulher tem força, garra e muita persistência”, declarou. Apesar de passar por várias dificuldades, sente-se muito feliz em contribuir para o realce da beleza das mulheres moçambicanas. Com um sorriso no rosto e de olhos fechados, afirma que homem gosta de mulher empreendedora e bonita. Judite é a favor da independência financeira, não gosta de depender de nenhum homem e confessa que se sente feliz e realizada “porque não dependo de ninguém para ter o que eu quero”, afirmou Ana Munguambe Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 15 Privados oferecem 40 % de cana-de-açúcar O director executivo da associação dos produtores de açúcar de Moçambique, João Jeque, diz que o volume de cana-de- -açúcar fornecida pelos canavieiros privados às fábricas atingiu os 40 %. S egundo João Jeque, a percentagem em alusão resulta das acções de inclusão das comunidades, o que permitiu o surgimento de produtores moçambicanos privados de cana-de-açúcar. “Este grupo vai ocupando espaço significativo de produção”, disse.João Jeque entende que a cadeia de produção de açúcar tem dois tipos de intervenções fundamentais, nomeadamente: a produção da cana-de-açúcar e do açúcar. “Na altura da reabilitação das unidades de produção deste sector, a cana-de-açúcar era inteiramente produzida por cada uma das fábricas”, disse a fonte, destacando a emergência dos canavieiros na indústria como resultado de uma estratégia de inclusão no negócio das comunidadesnas localidades circundantes das unidades açucareiras. Jeque explicou que a indústria açucareira promoveu a organização dos agricultores de subsistência em associações de produtores de cana-de-açúcar de modo a que as suas pequenas porções de terra atingissem a extensão adequada para uma produção em escala que justificasse uma relação entre a indústria e os produtores agrícolas. Actualmente, existem produtores moçambicanos de cana-de-açúcar com mais de 100hectares. Este processo resultou da transformação de agricultores de subsistência em agricultores comerciais. Esta transformação, ainda segundo Jeque, teve o efeito de assegurar que estes camponeses transitassem para a economia formal e fossem sujeitos de uma mobilidade social caracterizada pelo surgimento de micro, pequenos e médios empresários. No âmbito do seu programa de expansão dos volumes de produção e à luz da sua estratégia de Responsabilidade Social Corporativa, a indústria do açúcar iniciou o processo de envolvimento de produtores privados de cana-de-açúcar para alcançar os objectivos de criar comunidades rurais sustentáveis e bem-sucedidas, promovendo a estabilidade económica elevando a qualidade de vida das comunidades locais. De acordo com João Jeque, esses programas não visam obrigar as comunidades a olharem apenas para a produção de cana- -de-açúcar, mas sim produzirem alimentos para a sua subsistência bem como ao mercado. Os canavieiros constituem uma classe de produtores privados de cana-de-açúcar cujas áreas de cultivo (de cana-de- -açúcar) totalizam 4915 hectares, cerca de 20% da área necessária para alimentar as unidades industriais. Se por um lado existem actualmente cerca de 275 produtores privados de cana-de-açúcar e um total de 39 associações de produtores privados com 4038 membros, por outro o valor da cana-de-açúcar fornecida pelos produtores privados à indústria está acima de24milhões de dólares anualmente. João Jeque disse que os hectares em mãos de produtores privados devem crescer ainda mais ao longo dos anos com o objectivo de se alcançar a meta de 25-30% da área total de cana- -de-açúcar. Cimentos de Moçambique tira crianças do chão Mais de trezentas crianças, da Escola Primária Completa do Bagamoyo da Matola, vão deixar de estudar sentadas à sombra das árvores, graças ao apoio recebido pela Cimentos de Moçambique para a construção de duas salas de aulas. Segundo a directora daquela Escola, Leta Augusto, o apoio recebido pela Cimentos de Moçambique vai aliviar o sofrimento das crianças, uma vez que, nos dias de chuvas ou mesmo de muito frio, as aulas eram interrompidas. “Acabamos pedindo apoio para nos ajudar a construir duas salas para eliminação das turmas ao ar livre. Temos no total mil e duzentas crianças e as turmas que têm estudado fora são seis e, com as duas salas, acreditamos que vamos eliminar, já que funcionamos no regime de três turnos, duas turmas vão estar no primeiro, outras duas no segundo e outras no último turno”, explicou a directora. Refere-se para além das salas de aulas, a empresa Cimentos de Moçambique reabilitou o parque infantil da Escola, procedeu a pintura das salas de aulas existentes, bem como repôs os vidros das janelas. “Com a reabilitação e ampliação do parque infantil, as crianças deixaram de atrasar às aulas. Chegam, geralmente 15 a 20 minutos antes, para brincar antes de entrarem nas salas de aulas”, acrescentou a Leta Augusto. 16 | zambeze Alberto Lote Tcheco Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Desafios da formação técnico-artística segundo o modelo da ANEP O tema “os desafios da formação técnico-artística pelo modelo da ANEP” ganha maior relevância no presente momento do país, devido ao novo modelo modular de educação profissional que obriga qualquer instituição deste ramo a segui-lo sob pena de se ver impedida de continuar a sua actividade formativa. Para gerir a implementação deste modelo foi criada a Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP). Efectivamente, no presente ano lectivo, muitas instituições (públicas e privadas) de formação técnico-profissional não puderam receber novos ingressos por essa razão e, aflitas, encontram-se numa azáfama correria para satisfazer as condições exigidas, correndo o risco de “fecharem as portas”, com todas as consequências (im) previsíveis, deixando de dar o seu contributo formativo nos moldes clássicos de que vinham se orientando. Essas condições abarcam (1) a formação (transformação) de professores em formadores, cujas competências do formador são certificadas pela mesma Autoridade, depois do ciclo de formação de 3 semanas, por instituições credenciadas para o efeito, mediante o pagamento de valores monetários, o que acrescenta, para algumas pessoas, como mais “uma dor de cabeça” para as mesmas conseguirem esses valores; (2) a reformulação curricular em módulos de acordo com o quadro de qualificações estabelecido que, na verdade, constitui um novo paradigma formativo, sugerindo-se uma aturada acção de aprendizagens por parte dos elaboradores dos mesmos, para que o resultado seja um sucesso. Esta reforma curricular deve passar por um prévio estudo do mercado de emprego para se avaliar sua necessidade e oportunidade; (3) a elaboração de manuais de ensino e aprendizagem; (4) o apetrechamento satisfatório das oficinas e salas de formação em ferramentas (materiais didácticos) para a formação. Somente depois destas e outras exigências satisfeitas é que algum centro (escola ou instituto) de formação profissional pode ser autorizado a promover a sua formação técnico-profissional. Estas acções qualificadoras para este ramo de ensino foram desencadeadas pelo Banco Mundial para que, segundo os documentos sobre a matéria, a formação satisfaça as exigências do mercado de emprego. Exigências do sistema modular Se as exigências deste modelo modular da ANEP e as medidas (governativas) de impedir a continuidade formativa nos moldes clássicos pela instituição que não esteja em condições de o adoptar são ou não oportunas, somente o tempo o dirá, pois como se sabe, não basta uma legislação em si para conferir a viabilidade de algum projecto, ainda que este tenha sido elaborado a partir de algum estudo especializado. Há, em todos os projectos, muitas variáveis pirobalísticas em jogo e muitas delas são desconhecidas e que somente a sábia prática será a mestra para as confirmar ou negar. Quantas vezes alguma reforma ou medida legislativa teve a sua aplicabilidade adiada, melhorada ou anulada nos nossos processos de formação? Que se diga também que se trata, este, de um modelo, o modelo australiano, e muitos países europeus, americanos e africanos seguem outros, muitos deles semelhantes ao modelo clássico seguido por muitas instituições de formação técnico-profissionais no país, sem que isso se deva ao seu desconhecimento deste modelo legislado e imposto no nosso sistema de educação profissional, sugerindo-se que qualquer modelo adoptado não carece de alguma inoportunidade (desvantagem). A este respeito, Hans Dieter, em “Formação Modular e Formação Contínua Modular: Análise comparativa entre o sistema educativo do Reino Unido e da Alemanha – Formação profissional”, observa que “tal como indica a grande diferença existente entre o desemprego juvenil da Inglaterra e o da Alemanha parece que a formação modular ainda não constitui o meio adequado para superar as dificuldades na transição da escola para a vida activa”. O modelo da ANEP visa a formação técnico-profissional e nesta orientação que se pode debater a formação técnico-profissional vs formação técnico-artístico, sendo imperioso clarificar alguns conceitos correlacionados com este tema. O módulo pode ser definido “como o mais pequeno elemento (auto) formativo ou (auto) educativo, susceptível de se apresentar a cada docente sob diferentes formas e dimensões – podendo estar também relacionado com uma matéria ou tema. Proporciona ainda ao indivíduo novas possibilidades de concepção (e riscos), em virtude da dinâmica desenvolvida na concepção e execução de estratégias e objectivos educacionais individuais, assim como a obtenção de certificados através de sequências de módulos (idem). Modelos de organização modular Trata-se afinal de uma certa maneira/fórmula de organização e disposição dos conteúdos duma disciplina, currículo ou dum curso geral ou profissional tendo, para este ramo, o foco no desenvolvimento de competências práticas ou habilidades de saber fazer. Existem vários modelos de organização modular assim como difere a terminologia à volta deste conceito. Chamar formador em vez de professor, elemento de competência e critério de desempenho em vez de objectivo geral e específico respectivamente, em que o verbo introdutor deve evidenciar o seu carácter profissionalizante, serve de alguns exemplos paradigmáticos de conceitualização para que o modelo seja estruturante. O termo módulo e outros não são nenhuma novidade e o seu uso remonta há muitas décadas. Aliás, observa-se que, mesmo num mesmo país, as instituições técnico-profissionais podem, legalmente, ter a liberdade de se organizarem como o achar, pois, mais do que uma legislação impositiva de algum modelo, o mercado de trabalho é que é o maior sábio e enquanto este (mercado de trabalho) acolhe satisfatoriamente os graduados de uma dada instituição de algum modelo, esta não tem de se posicionar adiante daquele. O contrário é que é concebível pois a instituição de formação profissional é uma empresa concorrencial e, necessariamente, tem de se reformular para não perder os seus clientes e se extinguir. A sociedade é que determina a necessidade de reforma curricular e foi assim que aconteceu nos países europeus em que se vive “Numa época em que as sociedades europeias estão a desierarquizar as suas estruturas na perspectiva de que surja um cidadão consciente, preparando, assim, novas organizações de produção e serviços - refiram- -se, a título ilustrativo, conceitos como estratégia de redes, desregulamentação, novas abordagens para controlos de qualidade, gestão caótica, uma nova falta de visão de conjunto, sociedade de risco, raciocínios globalizantes - parece ter sido despertado no novo indivíduo [modular] o interesse por formas mais suaves de ensino e aprendizagem” (idem). Estas observações sugerem o risco de importar algum modelo de algum país simplesmente porque seja necessário e tenha tido sucesso nesse espaço. É por isso que mesmo entre os países desenvolvidos, cada um deles possui o seu. Formação técnicoprofissional O conceito de “técnico” também se oferece para debate no concerto das políticas em curso nesta área de formação técnico-profissional no país. Se o “saber fazer” é a característica geral e marcante da tecnicidade, sendo técnico o indivíduo que “sabe fazer”, uma expressão que mais remete ao trabalho manual e para um produto de visibilidade objectiva, já ao conceito deste, do que se pode depreender da ANEP, junta-se a “empregabilidade” como um qualificador de ser técnico. Assim, o currículo (disciplinas) a qualificação do formador, do centro de formação, da metodologia e do ambiente de formação, etc. têm de ser necessariamente (obrigatoriamente) para satisfazer o empregador ou o mercado de emprego. Esta conceituação tem, pois, efeitos estruturantes e introduz um novo paradigma que, sendo obrigatório, é de múltiplos efeitos práticos. Neste sentido, em que a empregabilidade deve nortear a formação técnico-profissional, emerge o conceito de trabalho, que pode existir sem que o trabalhador seja necessariamente um empregado (trabalhador assalariado) de algum patrão e mesmo assim o trabalhador garantir a sua sobrevivência e da sua família. Esta conceituação de técnico empregado leva a outros desafios e debate como o da formação artística e/ou técnico- -artístico profissional. Se a tecnicidade implica a habilidade resultante de uma mecanicidade e repetitividade, num esgotante esforço físico, a arte é uma outra área em que a subjectividade, a criatividade, a inovação, etc. constituem os alicerces de/para um bom artista e/ou técnico-artístico profissional. Um técnico-artístico necessita de muito engenho intelectual e espiritual, qualidades que devem suportar a necessária criatividade para que o artista e o técnico-artístico elaborem uma obra que encante o seu público apreciador. É nestes parâmetros que a formação artística ou técnico-artística pode entrar em “colisão” metodológica com o modelo proposto/imposto ainda que a organização curricular possa ser apresentada em forma modular, pois este, como se observou, serve também para o | centrais | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 17 Desafios da formação técnico-artística segundo o modelo da ANEP ensino geral. Neste sentido, pode se contrapor os termos produção vs criação, sendo este (criação) a qualidade intrínseca dos artistas e que, mais do que aquela, resulta da interioridade ou inspiração e criatividade, depois de dominadas as técnicas básicas. Este carácter criativo não exclui as aprendizagens que, para tal, são múltiplas, mas diferentemente da pura educação técnico-profissional, “a educação da sensibilidade estética e do pensamento crítico e criativo permite, assim, uma maior autonomia pessoal. Uma relação permanente com as artes e o património de diferentes culturas, ensina, também, a respeitar a experiência do outro, a ser mais receptivo à sua cultura, à sua interpretação do mundo, promovendo a partilha, a argumentação, o conhecimento de critérios de juízo de gosto e da sua evolução histórica. Assumir-se-á, assim, a complexidade do mundo e das culturas, da unidade e diversidade do humano, recusando o medo da diferença e o facilitismo superficial das respostas rápidas e gastas (…) Desse modo, a promoção de uma educação que valorize o património e as artes reforçará o sentimento de pertença dos cidadãos e ajudará na reconstrução de comunidades historicamente enraizadas, conscientes das múltiplas influências culturais de que somos devedores. Essa consciência histórica, se autêntica e alargada, ao invés de gerar sentimentos saudosistas ou nacionalistas, ajudará a derrubar muros, a interrogar as habituais fronteiras e a preparar a mudança que compõe o mundo e a vida”. Socialização e aprendizagens estéticas Destas múltiplas funcionalidades da arte, emerge a pedagogia artística de que, de acordo com Vera e Ivan, “as vocações artísticas são produto de processos específicos de socialização e aprendizagens estéticas, que se dão em espaços como comunidade, a família, a escola e o trabalho. Tal noção contraria a visão comum da existência de um gênio inato ou de uma tendência natural para as artes, que encobriria ou tornaria difusos os processos de aprendizagem (…) A formação artística é um processo de construção de habilidades, sensibilidades e significados em torno das artes, de modo consciente e inconsciente, e depende de espaços mais ou menos formalizados. Da formação inicial à inserção profissional no mundo das artes, a formação artística dos jovens envolve um percurso cada vez mais longo, que se alimenta das referências e conhecimentos construídos … na escola e se consolida e se especializa com as experiências educativas em cursos livres de arte e cursos profissionalizantes. Ao mesmo tempo, é um universo que requer a mobilização criativa e inovadora dos seus agentes, que se alimentem de ideias novas e de processos constituintes”. Estas sábias citações justificam a educação artística ou técnico-artístico nos seus valores individuais e sociais assim como remetem para metodologias específicas que escapam ao tecnicismo profissionalizante para o emprego. Pelo contrário, remete para um profundo e multidisciplinar a fim de conferir, ao artista ou técnico artístico, as qualidades necessárias na componente capacidade intelectual e criativa, o que se consegue nas escolas artísticas ou técnico-artísticas profissionais com modelos específicos. Uma outra formação profissional que pode se oferecer para uma formação de níveis anuais deve ser a da área de saúde pois não se pode imaginar que uma tal fragmentação de algum curso, como o de Enfermagem Geral ou outro em níveis profissionalizantes anuais em que o formado exerça somente uma qualificação deste e, pior, na actual realidade do país. As escolas técnico-artísticas ensinam também, em profundidade, muitas disciplinas gerais, daí a existência de escolas técnico-artísticas que combinem o ensino artístico e geral e numa duração de dois a três anos, diferente do modelo da ANEP em que cada nível é obtido por numa formação anual, que o qualifica para o emprego. No país, existe (ou existia já que tem de se reformular segundo o modelo da ANEP e, no presente ano lectivo, não pôde receber novos ingressos por não estar ainda certificada por esta autoridade), a Escola Nacional de Artes Visuais (ENAV) que formou muitos técnico- -artísticos que são profissionais e que empregam as suas aprendizagens em muitas instituições privadas e estatais assim como na área de empreendedorismo. Mas, a singular e valiosa contribuição desta escola é a formação de artistas de cuja fama nacional e internacional é reconhecida e motivo de orgulho nacional. Entre estes podemos citar Gemuce, Cármen, Mudaulane, Félix Mula, Jorge Dias, Gumatse, Macaringue, Marcos Muthewuye, que se tornaram também professores/formadores de outros. Serve estes exemplos para confirmar a citação anterior que diminui a valorização absoluta da qualidade inata como único factor de formação artística, podendo o ser pela formação multidisciplinar, profunda e longa (2 a 3 anos). Se esta escola técnico-artístico profissional perde este seu modelo clássico de formação, sem se excluir a reforma contínua, e abraçar, na totalidade, o modelo da ANEP, perde-se a oportunidade de surgimento de artistas e técnico-artísticos cultos e de envergadura nacional e internacional como os já formados e alguns citados. Em seu lugar, formar-se-ão artesãos. Não se pode confundir os ambientes de aprendizagem e se questionar pela escola formal em que frequentaram os grandes artistas como Malangatana, Mankew, Chichorro, Chissano, Naguib, Chiau, Fanny, João Domingos e outros gigantes. Atrás dos seus dons, estiveram homens cultos, de cores e nacionalidades diferentes, a incentivá-los e a instruí-los, assim como eles mesmos, na falta de instituições, dedicaram-se afincadamente para a sua formação através de leituras, contactos e convívios, etc. com outros mais formados, funcionando, neste processo, como devem ser as escolas de artes, hoje em dia. Possuíam uma cultura geral e um elevado sentido patriótico, daí o seu envolvimento nacionalista através das artes. Dir-se-ia então que a empregabilidade do artista e do técnico-artístico pode ser ele mesmo, o artista, tendo o público como seu principal cliente directo e, assim, a sua tecnicidade não deve ser entendida e focalizada em termos de patrão, mas de trabalho. E é impressionante a mentalidade de trabalho, como empreendedores e de empregabilidade (como empregados e empregadores) dos graduados desta escola. Por outro lado, num país em que mais as políticas de emprego apelam ao empreendedorismo, por escassez de postos de emprego, esta escola se oferece como uma alternativa ideal para inexistência de emprego e não se deve confundir o desemprego com uma formação deficiente quando, na verdade a causa daquele é a falta de emprego por mais especializado ou qualificado que o técnico esteja/ seja. E não só. O espírito criativo que a escola empresta aos seus formados deve os consubstanciar a bons gestores artísticos, provando-se a boa relação entre o espírito criativo e a gestão artística. Tais são os casos dos formados nesta escola como Jorge Dias, Víctor Sala, Silva Dunduro e outros que são alguns dos visíveis gestores das artes. Perante todo este complexo cenário de formação técnico- -profissional vs formação técnico-artístico, pode se constatar que, provavelmente, o quadro modular para a formação de competências, segundo o modelo da ANEP, não tivesse tido em conta os modelos variados de formação artística o técnico-artística e que, a se impor aquele, abre-se um vazio formativo na área artístico-cultural. O mais sensato, uma vez constatado este desafio, seria que se reconhecesse esta especificidade e se permitisse que as instituições artístico-culturais evoluíssem segundo os seus próprios modelos em vez de, como afirmou um gestor artístico-cultural, “matar a escola” ou seja, a arte, impedindo-as de funcionar se não for no modelo modular da ANEP. Aliás, algumas formações destas escolas podem ser feitas na base deste modelo da ANEP. | centrais | 18 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Esta informação foi tornada pública este domingo, em Genebra, Suiça, no evento paralelo de Moçambique, organizado pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC). O evento teve como tema “As experiências de Moçambique na implementação da CITES” e realizou-se no âmbito da 18ª Conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES). ODirector de Protecção e Fiscalização da ANAC, Carlos Lopes Pereira, disse que os resultados preliminares do censo indicam uma estimativa de 10800 elefantes. De acordo com Lopes Pereira, a população de elefantes está estável no país desde o censo de 2014. O Censo Nacional Aéreo do Elefantes e outras Espécies foi co-financiado pelo Governo de Moçambique e pela Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD), tendo custado cerca de 1 milhão de dólares americanos. O censo foi um exercício importante no sentido monitorar a evolução da população de Elefantes no país. “Decorre neste momento a avaliação independente do relatório do censo, que será seguida da validação do relatório de revisão dos dados brutos. Os procedimentos atrás referidos são requisitos internacionalmente estabelecidos para o apuramento final dos resultados de um censo aéreo”, disse Carlos Lopes Pereira no evento paralelo à COP 18. O evento paralelo de Moçambique contou com apresentações do Secretariado da CITES, do Banco Mundial e do Programa Global da Vida Selvagem (Programa Conjunto do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas), bem como do Embaixador da França para assuntos Ambientais e Negociações Internacionais. O Director Geral da ANAC, Mateus Mutemba agradeceu a presença dos participantes, historiou o envolvimento do país na CITEs e frisou o compromisso de Moçambique na implementação da Convenção, em particular do Plano Nacional de Acção para a Gestão do Marfim e do Rinoceronte (NIRAP). Destacou igualmente os principais desafios do país no combate à caça furtiva e ao comércio ilegal de produtos de vida selvagem tendo apresentado os progressos feitos por Moçambique no âmbito de alguns dos pilares daquele plano de acção, nomeadamente nos domínios: do quadro legal, fiscalização, coordenação interinstitucional, regional e internacional, bem como da comunicação e consciencialização. Mateus Mutemba apresentou igualmente as perspectivas Dados Preliminares do Censo Nacional de Elefantes de 2018 Moçambique dispõe de cerca de 10800 elefantes do país em relação à implementação dos pilares do Plano Nacional de Acção para a gestão do Marfim e do Rinoceronte (NIRAP). O Evento Paralelo de Moçambique na 18ª Conferência das Partes da CITES contou com a presença de diversas personalidades provenientes de organizações governamentais, representantes dos países da SADC, dos Secretariados da União Africana e da SADC, ONGs internacionais e sector privado. O evento foi testemunhado por Amadeu da Conceição, embaixador de Moçambique junto da Missão das Nações Unidas, em Genebra. A Convenção CITES é um acordo assinado entre governos de todo o mundo, com o objectivo de regular o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, num quadro de utilização sustentável destes recursos. Cerca de 5 800 espécies de animais e 30 000 espécies de plantas são protegidas neste âmbito. A CITES foi esboçada como resultado de uma resolução adoptada em 1963 numa reunião dos membros da IUCN (União Mundial para a Natureza). O texto da Convenção foi finalmente acordado numa reunião de representantes de 80 países realizada em Washington, D.C., Estados Unidos da América, em 3 de Março de 1973, tendo entrado em vigor no dia 1 de Julho de Julho de 1975. Um total de 183 países são partes da CITES, cuja sede está em Genebra, Suiça. A adesão de Moçambique ratificada no ano de 1981, através da Resolução número 20/81 de 30 de Dezembro. A ANAC (Administração Nacional das Áreas de Conservação) representa a autoridade administrativa da CITES em Moçambique, sendo a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) a autoridade Científica. Segundo a ONU Ajuda humanitária depende do poder local A secretária-geral adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, apresentou como exemplo positivo Moçambique, considerando que o mais importante para a eficácia da ajuda humanitária são as autoridades locais. Ursula Mueller disse, em conferência de imprensa em Nova Iorque, que, apesar de considerar que a arquitectura da resposta humanitária da ONU é eficaz, “a chave é, realmente, a capacidade local e o poder das equipas de intervenção locais”. A também coordenadora assistente da ONU para Emergências, questionada pela Lusa, disse que “a resposta de Moçambique aos ciclones Idai e Kenneth foi muito impressionante” e que a coordenação no terreno, liderada pelo Governo, “foi um enorme sucesso”. A responsável também destacou que as doações e o financiamento internacional foram disponibilizados rapidamente para a ajuda humanitária em Moçambique. Para Ursula Mueller, o mais importante na resposta humanitária depois de um desastre natural são “as capacidades locais”, porque “estes países estão encarregados” de dirigir as operações e a comunidade internacional junta-se para apoiar “os esforços dirigidos localmente”. A ONU celebra hoje o Dia da Ajuda Humanitária com uma campanha especial sobre mulheres, partilhando a história da moçambicana Augusta Maita e 23 outras mulheres de todo o mundo na página de internet criada para assinalar a data (worldhumanitarianday. org/24-stories). A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários disse que ficou “muito comovida” ao conhecer a moçambicana. “Foi uma mulher que esteve a gerir a resposta ao desastre em Moçambique, o nome dela é Augusta Maita e eu conheci-a. Quando ela partilhou a sua história, de ter visto mulheres e crianças serem arrastadas pela corrente das inundações, fiquei muito comovida”, disse Ursula Mueller. Em março, o ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique, causando 604 vítimas mortais e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas. Pouco tempo depois, o norte do país foi devastado pelo ciclone Kenneth, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000. (Lusa) Decorre neste momento a avaliação independente do relatório do censo, que será seguida da validação do relatório de revisão dos dados brutos. Os procedimentos atrás referidos são requisitos internacionalmente estabelecidos para o apuramento final dos resultados de um censo aéreo Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 19 Combatentes instados a garantir “o bem servir” O Ministro dos Combatentes, Eusébio Lambo, apela à instituição que dirige para a necessidade de transformar as dificuldades que enfrenta no seu dia-a-dia em fonte de inspiração e de busca de iniciativas, com vista a garantir o bem servir, não apenas ao combatente, mas como também ao público geral. Lambo lançou o apelo, sexta-feira da semana passada, no seu gabinete de trabalho, quando conferia posse a Estevão Mwiya, que foi contratado para o cargo de Director Executivo do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional (FPRN) e Deolinda Armando Saquene Vilanculo, nomeada para chefe do Departamento da Administração e Finanças (DAF). Assistiram ao acto a vice- -ministra, Maria de Fátima Muanza Pelembe; o secretário- -permanente, António Máquina; membros do Conselho Consultivo e outros quadros do Ministério dos Combatentes. No discurso, Lambo sublinhou que as dificuldades materiais e financeiras que, neste momento, afectam o ministério não podem constituir motivo de desânimo, acrescentando que esta situação, em grande medida, resulta da conjuntura nacional e internacional. Por isso “deve ser encarada como fonte de inspiração e de busca de iniciativas inseridas dentro do espírito do bem servir ao combatente e público em geral”. O governante salientou que os combatentes têm sido cada vez mais exigentes na satisfação das suas preocupações e reconhecimento dos seus direitos e deveres salvaguardados por lei, pelo que o ministério, segundo realçou Lambo, deve privilegiar o espírito de empatia e respeito no seu relacionamento com este segmento da população moçambicana. Deste modo, desafiou a instituição a acelerar, por exemplo, a tramitação de expedientes e outras preocupações que lhe são colocadas por combatentes veteranos da luta pela independência nacional e os da defesa da soberania e democracia, por esta ser a razão da sua existência. Explicou que a posse que acabava de ser conferida ao Director Executivo do FPRN resulta da revisão pontual de alguns pressupostos legais inerentes à sua natureza jurídica e estrutura orgânica. Por isso, tratando-se de uma instituição pública, com personalidade jurídica, dotada de autonomia administrativa, financeira e patronal, houve a necessidade de harmonizar e alinhar o FPRN com outros fundos de natureza similar, clarificando, para o efeito, aspectos de seu funcionamento administrativo e de prestação de contas. Referiu, por outro lado, que cabe agora esta instituição mobilizar e reinvestir meios e recursos financeiros para poder reforçar a sua capacidade de financiamento, promoção e apoio de iniciativas e projectos de desenvolvimento económico e sociais dos combatentes, bem como assegurar o fortalecimento da sua capacidade de criação, implementação e gestão de negócios, através de linhas de crédito, devendo, no entanto, melhorar a empregabilidade e incentivar o associativismo desta camada social. O Fundo da Paz e Reconciliação Nacional foi criado, em 2014, na sequência da cessão das hostilidades militares entre o exército moçambicano e militares da Renamo, o principal partido da oposição em Moçambique. O seu estabelecimento surgiu como parte dos esforços levados a cabo pelo governo moçambicano tendentes a assegurar a manutenção da paz e reconciliação nacional, como forma de reconhecer os feitos deste grupo social no processo da libertação e na defesa da soberania e da democracia. Assim, esta instituição tem como obrigação a promoção da inserção económica e social e empoderamento dos combatentes da luta de libertação nacional e desmobilizados de guerra do governo e da Renamo. Portanto, o FPRN vela essencialmente pelo financiamento de iniciativas desenvolvidas por este grupo social, como forma de inseri- -lo na vida social e económica do país. Aponta-se, porém, como sendo a principal finalidade da instituição apoiar a reintegração económica e social do combatente, através da realização de iniciativas e de geração de rendimentos, contribuindo, desta feita, para o seu bem-estar e de seus dependentes. Assim, Lambo afirmou esperar do Director Executivo a assegurar a gestão corrente, conceber e gerir política de risco que vise a sustentabilidade do sector e efectuar aplicações financeiras e bancárias, de médio e longo prazos, a fim de capitalizar recursos a si adstritos, sempre observando de forma rigorosa a lei. Instado a dizer sobre os desafios que espera pela frente, Mwiya prometeu fazer funcionar o FPRN a partir dos programas e planos estratégicos desenhados para o sector. Assim, apontou como um dos principais desafios fazer “andar” o fundo, devendo, para o efeito, trabalhar na busca de outras fontes de financiamentos, por forma a garantir a inserção social dos combatentes. 20 | zambeze | desporto| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Afrobasket 2019 Moçambique no 4° lugar A selecção moçambicana de basquetebol feminino perdeu perante a selecção do Mali, na Dakar Arena, na capital senegalesa, por 54-66, no jogo de atribuição do terceiro lugar no Afrobasket 2019, o que valeu o quarto lugar para às “Samurais”. Aselecção moçambicana não conseguiu terminar no pódio pela sétima vez. As moçambicanas já alcançaram três vezes a medalha de prata, três vezes a medalha de bronze, mas nunca venceram a prova. O jogo ficou resolvido no primeiro período, Mali conseguiu uma vantagem larga vencendo por 8-19. Apesar de se aproximar das malianas, Moçambique nunca conseguiu passar para a frente do marcador. O resultado final fixou-se em 54-66 para o Mali. A melhor marcadora de Moçambique e do encontro foi Leia Dongue com 22 pontos marcados. Jogos Olímpicos são o próximo objectivo Moçambique e Angola, com o quarto e o quinto lugares neste Afrobasket, apuraram-se para a fase de qualificação dos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. O sorteio já foi realizado: Moçambique vai defrontar a Nigéria e a RDC, enquanto Angola vai medir forças contra Senegal e Mali. Os dois primeiros de cada grupo avançam para as meias- -finais. As vencedoras das meias-finais apuram-se para os Jogos Olímpicos que vão decorrer em Tóquio, no Japão. Os jogos estão marcados para Novembro. Moçambola avança e anima O campeonato nacional de futebol, denominado Moçambola, está ao rubro com umas equipas a lutar pelo título e outras pela manutenção. No fim- -de-semana disputou-se a 15ª jornada, por sinal a primeira jornada da segunda volta do campeonato nacional, o Costa do Sol conseguiu manter-se no topo graças à vitória arrancada ao representante da província de Cabo Delgado, Baia de Pemba, ao marcar três bolas contra duas. Enquanto isso, o Ferroviário de Maputo que também luta pelo título, fez das suas ao derrotar a Liga Desportiva de Maputo por três bolas sem resposta. Motivo para dizer que o Moçambola está a animar. J.M Resultados da 15ª jornada UDS 2-0 Textil Fer. Beira 0-0 Incomati Desportivo 0-1 Fer. Nacala Fer. Maputo 3-0 Liga Desportiva ENH 0-0 Maxaquene Baia de Pemba 2-3 Costa do Sol Desp. Nacala 0-3 Fer. Nacala Chibuto 1-0 Textafrica Próxima Jornada Textil x Chibuto Textafrica x Fer. Beira Incomati X Desportivo FER. Nacala x Fer. Maputo Liga Desportivo x ENH Maxaquene x Costa do Sol Baia de Pemba x Desport. Nacala Fer. Nampula x UD Songo Classificação actual Costa do Sol 31 UD Songo 29 Fer. Beira 28 FER. Maputo 26 CHIBUTO 25 Fer. Nacala 25 Desportivo 24 Textafrica 24 Incomati 23 L. Desportiva 23 ENH 22 Desp. Nacala 22 Maxaquene 17 Fer. Nampula 14 Baia Pemba 11 Textil 8 Defesa de Patrício gera debate: “Isto é um penálti, não é uma tômbola” GaryNeville considera “embaraçoso” que Pogba e Rashford tenham discutido quem marcaria o lance diante do Wolverhampton. Rui Patrício vestiu, na noite de segunda-feira, a ‘capa de herói’ ao defender a grande penalidade cobrada por Paul Pogba, que acabou por permitir ao Wolverhampton segurar um empate a uma bola na recepção ao Manchester United. GaryNeville, antigo capitão dos reddevils, comentou o encontro para a estação televisivabritânicaSky Sports, e contestou a decisão de OleGunnarSolskjaer ao permitir a rotatividade nos lances da marca dos 11 metros entre o francês e Marcus Rashford. “Por que é que há um debate sobre quem marca o penálti? Não gosto. Não deveria haver um debate. Pogba falhou o quarto nos últimos 12 meses. Seria justo pensar que teve a sua oportunidade. Rashford marcou na semana passada, deveria ter marcado agora”, atirou. “Mas não houve um líder. Algo não bateu certo. Não podiam tomar a decisão entre eles. Inicialmente, fiquei furioso com Pogba. Mas, quando olhei para aquilo que aconteceu na semana passada com o penálti contra o Chelsea, foi estranho”, acrescentou. Mas GaryNeville não ficou por aqui: “Não está certo. Nós não chegamos ao programa em directo e perguntamos uns aos outros que parte da análise vai fazer. Decidimos antes de vir. Eles deviam decidir no balneário. É embaraçoso. Isto é um penálti do Manchester United, não é uma tômbola”. Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 |desporto | zambeze | 21 Sebastian Vettel: “F1 não pode perder circuitos históricos” Oc a l e n d á r i o do mundial de Fórmula 1 de 2020 está longe de estar fechado e a missão da LibertyMedia,entidade que é actualmente a detentora dos direitos desportivos da modalidade, não parece fácil já que os GP da Alemanha, Espanha ou México, podem vir a ficar de fora do calendário para a entrada do GP da Holanda e do Vietname. A decisão de deixar de fora algumas das provas com mais emblemáticas do mundial não agrada a Sebastian Vettel que Hockenheim, lembrou que nem tudo pode ser uma questão de dinheiro, “É certo que todos querem ganhar dinheiro, mas o mais importante é levar o desporto onde existe paixão, por isso é importante manter as corridas em locais emblemáticos como são o Reino Unido ou a Alemanha. A F1 não pode perder circuitos históricos”, sublinhou o piloto da Ferrari. Por isso Vettel não tem dúvidas que perder locais com história na Fórmula 1, pode Desporto Recreativo Luís Cabral admite 4-1 deKongolote A equipa de Luís Cabral foi o bobo da festa do Kongolote, na 23ª jornada do campeonato de veteranos da cidade do Maputo, disputada no último domingo, ao admitir goleada de quatro bolas a uma; enquantono outro jogo, os Veteranos Unidos, também, apanharam uma goleada de quatro a zero frente ao ADV CMCM e os Munna’s a sorriram pela vitória sobre ElevenMain por três bolas a uma. Resultados da 23ª jornada Inhagoia 0-0 Amigos Kongolote Sustenta 1-3 Jardim Xipanipane 2-3 Choupal Munna’s 3-1 ElevenMain Matendene 3-1 Circulo ADV cmc 4-0 Veteranos Unidos Amigos Matola 3-1 Mafalala Luís Cabral 1-4 Kongolote Madgumb’s - Tsalala não se realizou Leões Bravos ficaram de fora. 24ª Jornada Luís Cabral x Munna’s Eleven Main x Leões Bravos Tsalala x Xipanipane Sustenta x Madgumb’s Jardim x Matendene A.Kongolote x ADV cmc Kongolote x Veteranos Unidos Circulo x Amigos Matola Mafalala x Inhagoia Choupal (fica de fora) Sporting insiste em João Mário, e Inter em... Bruno Fernandes L eões tentam o empréstimo do médio, mas os nerazzurri insistem que o ordenado seja pago na totalidade. João Mário é apontado mais uma vez apontado, pela imprensa italiana, como um dos alvos do Sporting tendo em vista o reforço do meio-campo para a temporada 2019/20.A direcção liderada por Frederico Varandas já terá dado início aos primeiros contactos com os responsáveis do Inter de Milão, ainda que os moldes desejados vão complicando o diálogo. Os leões pretendem recuperar o internacional português a título de empréstimo por uma temporada, sem qualquer custo associado. Já os nerazzurri, fazem questão de que o ordenado do jogador – cerca de 2,2 milhões de euros por ano – seja pago na totalidade. Além do Sporting, também o Mónaco, de Leonardo Jardim, e o Sevilha, de JulenLopetegui, estarão especialmente atentos à situação do médio de 26 anos, que não entra nas contas de António Conte para a nova campanha. Em simultâneo, Sporting e Inter de Milão terão falado de… Bruno Fernandes. BeppeMarotta, director executivo do clube italiano, chegou a tentar levá-lo para a Juventus há cerca de três anos, e já terá perguntado quais as condições necessárias para negociar o seu passe acabar ser um erro demasiado grave para a disciplina rainha do automobilismo. “A Fórmula 1 sem Monza é algo verdadeiramente absurdo, tal como é perder toda a história que a F1 tem em Espanha. Penso que é importante não perder determinados Grandes Prémios e por isso é irrelevante que outros paguem mais dinheiro”, concluiu Vettel. 22 | zambeze | Internacional| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 BAD destaca importância de investimento na África Austral Os investimentos de 13 mil milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) na África Austral estão a “produzir fortes resultados” nos países da região, afirmou o presidente da organização, AkinwumiAdesina. Na sua intervenção na cerimónia de abertura da 39.ª cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que se realizou no fim-de-semana passado em Dar Es Salam, na Tanzânia, Adesina enumerou alguns dos investimentos do BAD na região. No discurso publicado na segunda-feira pela instituição financeira internacional, Adesina destacou o investimento de cinco mil milhões de dólares na Eskom, a empresa pública de electricidade da África do Sul, que considera ser fundamental para o fornecimento de energia no país e na região. Além disso, o responsável do BAD assinalou o investimento de 114 milhões de dólares nas Ilhas Maurícias, destinado à construção da central eléctrica de St. Louis, que fornece energia a 36% da população. O apoio à energia hídrica foi um dos pontos referidos por Adesina, que considerou que “o desbloqueamento do potencial do projecto hídrico de Inga, na República Democrática do Congo (RDC) deve ser fundamental”. Para o responsável do BAD, o potencial de 44.000 mega watts das várias barragens do Inga poderia possibilitar o fornecimento de energia a toda a região, tendo sublinhado a importância da construção de uma terceira barragem naquela zona na região ocidental da RDC. Andesina recuperou ainda outros projectos parcialmente financiados pelo BAD como a expansão do porto namibiano de WalvisBay, a construção da ponte de Kazungula, entre Zâmbia e Botsuana, ou o Corredor Logístico de Nacala, entre Moçambique e Malawi. No documento enviado na segunda-feira à Lusa, o BAD refere que pretende apoiar o estabelecimento do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC com 1,2 mil milhões de dólares, com o objectivo de mobilizar recursos domésticos para o desenvolvimento de infra-estruturas e da industrialização regional. “Vejo um futuro mais brilhante para a região da SADC. Linhas férreas regionais que ligarão toda a região, cadeias de valor regionais que impulsionarão a competitividade, zonas agro-industriais especiais que irão transformar a agricultura numa actividade principal pela região, criando de milhões de empregos, e bancos energéticos regionais que irão finalmente resolver os desafios energéticos na região”, concluiu o responsável do BAD. A 39.ª cimeira da SADC juntou chefes de Estado e de Governo dos 16 Estados- -membros - Angola, Moçambique, África do Sul, Botsuana, Comores, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Namíbia, Essuatíni (antiga Suazilândia), Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwé e Seicheles - para debater o desenvolvimento regional. Malawi admite que a democracia esteja sob ameaça Og o v e r n o do Malawi admite que a democracia do país está sob ameaça por pessoas que buscam soluções em conflitos internos, através de caos. O ministro malawiano da Justiça e Assuntos Constitucionais, Bright Mask, afirmou que dentro do país há indivíduos que acham que a democracia constitucional é um impedimento para a obtenção de esquemas e actos ilícitos, portanto, segundo suas palavras, querem tomar a lei em suas próprias mãos. O ministro Mask fincou que todo o cidadão nacional não deve permitir que os ganhos até agora alcançados sejam corroídos de forma oculta ou aberta por qualquer pessoa que seja. O ministro acrescentou que o Presidente Peter Mutharika acredita que qualquer desvio do quadro constitucional será o caminho para a anarquia nacional, por isso o líder malawiano respeita a separação de poderes. O ministro da Justiça e assuntos constitucionais criticava assim a onda de tensão política que se instalou no país, devido a inconformidade dos partidos da oposição em volta dos resultados eleitorais. Esta crítica surge numa altura em que a tensão política vai se desdobrando. Após cidadãos desconhecidos terem incendiado a residência do presidente da Liga de Defesa dos Direitos Humanos e organizador das manifestações, eis que no fim-de-semana passado, outros desconhecidos atiçaram fogo nos escritórios do vice- -presidente do maior partido da oposição, o MCP. Em gesto de acção- -reacção, no fim da tarde desta segunda-feira, os escritórios do DPP, partido no poder na cidade capital Lilongwe, também pegaram fogo e todo mobiliário foi reduzido em cinzas. Enquanto isto acontecia, em Nlhata Bay, a polícia neutralizou um cidadão supostamente pertencente ao partido no poder o DPP que empunhava ilegalmente uma arma de fogo e na altura tentava sequestrar um cidadão da oposição. Da investigação preliminar, este admite ser um de tantos cidadãos contratados, para enfrentar as pessoas que estão semeando terror naquele país. Várias são as consequências que o país está a enfrentar com a tensão pós-eleitoral. A inflação global avançou 0,3 pontos percentuais para 9,3% em Julho passado, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. O preço do milho, alimento básico do Malawi, tem crescido nos últimos três meses, estando actualmente a ser comercializado a K10.000, cerca de novecentos meticais o saco de 50 quilos, contra os anteriores quinhentos meticais. O negócio está ressentido em todas as vertentes, pois que se vive uma incerteza política a cada dia que passa. (RM Lilongwe) Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | Internacional | zambeze | 23 Os governos de Angola e dos Estados Unidos estão a trabalhar para um possível encontro entre os presidentes João Lourenço e Donald Trump, disse à Voz da América o ministro dos negócios estrangeiros angolano Manuel Augusto. Augusto falava após um encontro que manteve no Departamento de Estado com o Secretário de Estado Mike Pompeo. O ministro angolano disse que nas conversações houve uma “convergência de pontos de vista sobre grande parte dos assuntos em discussão sobretudo quanto ao reforço das relações bilaterais para que a cooperação económica e comercial possa estar ao nível das relações políticas que são muito boas”. “Naturalmente que estamos num processo de construção das nossas relações e esperamos que em breve o nível das negociações seja mais alto”, disse o chefe da diplomacia angolana. Manuel Augusto disse não querer “antecipar” um encontro entre João Lourenço e Donald Trump “porque como se diz em bom português não queremos pôr a carroça à frente dos bois”. “Estamos a trabalhar (nisso)”, acrescentou. A porta-voz do Departamento de Estado Morgan Ortagus disse que no encontro Mike Pompeo tinha “reafirmado a firmeza da parceria estratégica Primeiro-ministro italiano pede demissão O anúncio da demissão do primeiro-ministro surge na sequência de um forte ataque ao parceiro de coligação, Matteo Salvini. Conte acusou Salvini de ser um “irresponsável” por ter lançado o país numa crise por “interesses partidários e pessoais”. Matteo Salvini, líder da Liga, vice-presidente e ministro do Interior, tinha manifestado a intenção de abandonar a coligação e pedir eleições antecipadas, dadas as divergências em várias questões. “Demasiados ‘nãos’ prejudicam a Itália, que precisa voltar a crescer e voltar a votar rapidamente. Quem perder tempo prejudica o país”, referiu, num comunicado divulgado pelo partido. A coligação foi formada há apenas 14 meses. Num discurso ao Senado, esta terça-feira, Conte disse que Salvini estava “à procura de um pretexto para regressar às urnas” depois do sucesso que o partido teve nas eleições europeias. A Liga foi o partido italiano mais votado, com 34% dos votos. Num discurso duro e assertivo, o primeiro-ministro cessante responsabiliza Salvini pelo fim do governo “que acaba aqui”. “Aproveito esta oportunidade para anunciar que apresentarei a minha renúncia como chefe de governo ao presidente da república”, anunciou. Trump cancela visita à Dinamarca após recusa em vender a Gronelândia Um porta-voz da Casa Branca disse à agência de notícias France Presse que a visita do presidente dos Estados Unidos à Dinamarca prevista para 2 e 3 de setembro “foi cancelada nesta fase”. O mesmo anunciou Donald Trump no Twitter. “A Dinamarca é um país muito especial, com pessoas incríveis, mas, com os comentários da primeira-ministra Mette Frederiksen de que não teria interesse em discutir a compra da Gronelândia, vou adiar a nossa reunião programada para daqui a duas semanas para outro momento”, escreveu. A Casa Real dinamarquesa expressou “surpresa” face ao cancelamento num comentário escrito enviado à televisão pública e a classe política, por sua vez, também ficou “estupefacta”. “A realidade transcende a ficção (...) esse homem é imprevisível”, escreveu Martin Østergaard, líder da esquerda radical e membro da maioria parlamentar, na rede social Twitter. “Sem qualquer motivo, Trump considera que parte do nosso país está à venda e, em seguida, cancela insultuosamente uma visita que todos estavam a preparar. Será que os Estados Unidos querem vender o Alasca?”, escreveu no Twitter o conservador Rasmus Jarlov. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou no domingo as notícias que foram publicadas na semana passada sobre os planos dos Estados Unidos para comprar a Gronelândia admitindo que a “ideia surgiu como conceito” apontado como “estrategicamente interessante”. Mesmo assim, Trump disse que se tratava de um assunto que não está em primeiro plano. No final da semana passada, a imprensa americana revelou que Donald Trump havia indagado sobre a possibilidade de os Estados Unidos comprarem a Groenlândia, um enorme território autónomo ligado à Dinamarca com cerca de 56 mil habitantes. Se esta ideia fez inicialmente algumas pessoas sorrirem, esta última recuperação mostra, mais uma vez, a capacidade do 45.º presidente americano de quebrar os códigos da diplomacia tradicional. VER MAISO governo regional da Gronelândia já tinha dito que o “país não está à venda” referindo-se “aos rumores” sobre a alegada intenção de compra da ilha com dois milhões de quilómetros quadrados (80% do território está coberto por gelo) e que é habitada por 56 mil pessoas, na maior parte de etnia inuíte. A Gronelândia tem desde o referendo de 1979 estatuto de autonomia, com competências próprias excepto nas áreas de defesa, política externa e emissão de moeda, entre outras áreas, incluindo a impossibilidade de pedir o direito à autodeterminação. Durante a ocupação da Dinamarca pela Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os Estados Unidos tomaram posições na Gronelândia e após o final do conflito instalaram uma base área militar estrategicamente importante durante a Guerra Fria e que continua activa. No passado, os Estados Unidos tentaram várias vezes comprar a maior ilha do mundo, a última vez foi em 1946 através de uma iniciativa do Presidente Truman. Encontro João Lourenço e Donald Trump está em discussão Estados Unidos-Angola e saudou as reformas corajosas que o Presidente João Lourenço levou a cabo desde que assumiu a presidência em 2017”. Pompeo e Manuel Augusto tinham “discutido meios para se aumentar o comércio bilateral e investimentos e fortalecer as instituições democráticas”, acrescentou a porta-voz. O ministro angolano falou ainda ontem numa palestra sobre “A Nova Angola” no centro de estudos “Atlantic Council”onde reafirmou a vontade do governo angolano contar com o apoio dos Estados Unidos na recuperação de fundos e bens desviados ilegalmente de Angola. Manuel Augusto disse que esta cooperação “está a andar bem”. Na conferência Manuel Augusto disse ser errado pensar-se que a maior parte dos fundos desviados ilicitamente tenham sido levados para Portugal. “Há muito mais desses fundos angolanos em Miami do que em Portugal”, disse o ministro. (VOA) 24 | zambeze | CIÊNCIA E TECNOLOGIA| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 NASA prepara próxima missão a Marte em campo de larva na Islândia A Agência Espacial Norte-americana (NASA) prepara em campos de lava na Islândia, a próxima missão a Marte, prevista para 2020, para dar continuação ao trabalho do robô “Curiosity”, que desde 2012 explora o planeta em busca de sinais de vida. J unto ao Langjokull, o segundo maior glaciar da Islândia, na região oeste da ilha, o campo de lava de Lambahraun foi durante três semanas de Julho o local de trabalho de uma quinzena de cientistas e engenheiros enviados pela Agência Espacial Norte-Americana. A ilha vulcânica do meio do Atlântico Norte tem características a fazer lembrar o planeta vermelho, com a sua areia preta de basalto, as dunas moldadas pelo vento, as rochas negras e os cumes das montanhas à volta. “Temos exactamente o tipo de padrões e transporte de matérias que os cientistas querem ver”, disse no local um responsável dos Serviços Espaciais de Controlo da Missão, Adam Deslauriers, de uma empresa do Canadá contratada pela NASA para testar um protótipo de veículo espacial.Trata-se de um pequeno veículo eléctrico, branco e cor de laranja, com tracção nas quatro rodas e accionado por dois motores laterais, que funciona como uma retroescavadora e que tem 12 pequenas baterias no interior. Basicamente “é indestrutível” disse Deslauriers, citado, pela AFP. Equipado com sensores 3D, um computador, uma câmara com duas objectivas e instrumentos científicos, os 570 quilos do equipamento movem-se por controlo remoto a 20 centímetros por segundo. O veículo recolhe e classifica dados do ambiente à sua volta graças às câmaras e envia-os para a equipa de engenheiros que estão a várias centenas de metros, que por sua vez os transmitem aos cientistas que estão confinados numa tenda. Tudo para simular o envio de informações de Marte para a Terra. Os investigadores vão depois até ao local do veículo robô para medir a radiação e recolher amostras, coisa que o protótipo só conseguirá fazer na versão final. Os locais de treino são escolhidos tendo em conta a forma como a areia e as rochas mudam tanto na composição química quanto nas propriedades físicas à medida que se mudam do glaciar para o rio vizinho.Antes de Marte se tornar um deserto congelado e inóspito, onde a temperatura média ronda os 63 graus negativos, os cientistas admitem que se pareceria muito com a ilha. “A mineralogia na Islândia é muito similar à que encontrámos em Marte”, disse RyanEwing, professor de geologia e geofísica na Universidade do Texas, Estados Unidos. A Islândia já serviu de cenário para outros exercícios da NASA, nomeadamente por ocasião de missões da Apollo (missão que levou o homem à Lusa), quando 32 astronautas fizeram formação na ilha, em 1965 e 1967. Cientistas alertam sobre ‘chuva’ de microplástico no Ártico A revista científica ScienceAdvances publicou recentemente uma pesquisa apontando que está literalmente nevando microplásticos. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto AlfredWegener, na Alemanha. Na tentativa de descobrir exatamente como os microplásticos são transportados por grandes distâncias, eles pegaram amostras de lugares que deveriam estar relativamente livres do plástico. Foram incluídos os blocos de gelo do Ártico, um arquipélago norueguês chamado Svalbard e os Alpes suíços. Os cientistas derramaram água derretida através de um pequeno filtro e depois olharam para o que ficou ‘peneirado’ – e ficaram assustados com os resultados. Por litro de neve no Ártico, eles encontraram 14.400 partículas de microplástico . Em partes da Europa, eles encontraram até 154.000 partículas por litro. Variando em tamanho de 11 micrómetros a 5 milímetros, a maioria dos detritos que sobraram eram feitos de verniz, borracha e outros tipos de plástico. A equipa diz que, como o pólen das plantas, os pequenos pedaços de plástico são puxados para o ar e movidos milhares de quilómetros antes de cair com a chuva e a neve. “Até o momento, praticamente não há estudos investigando a extensão em que os seres humanos estão sujeitos à contaminação por microplásticos ”, disse a autora do estudo, Dra. MelanieBergmann, em um comunicado. “Mas, uma vez que determinamos que grandes quantidades de microplástico também podem ser transportadas pelo ar, isso levanta naturalmente a questão de se e quanto plástico estamos inalando. Resultados mais antigos da pesquisa médica oferecem pontos de partida promissores para o trabalho nessa direcção”. Jackson Hepner, de 12 anos, estava a desfrutar as suas férias em Millersburg, no Ohio, Estados Unidos, quando fez uma descoberta importante. O rapaz brincava num riacho quando tropeçou num estranho objecto. Mostrou-o aos familiares, que perceberam que poderia ser um achado importante. “O pai dele e o tio gostam muito de história natural. Rapidamente começaram a pesquisar na internet, e foi nessa altura que descobriram que se podia tratar de um dente de mamute ou mastodonte”, revelou à WEWS JasonNies, proprietário do TheInnatHoneyRun, a unidade hoteleira onde a família ficou hospedada. A família e o proprietário do TheInn entraram em contacto com vários professores, incluindo P. NickKardulias, do programa de Arqueologia do CollegeofWooster. Rapaz fez uma descoberta com dez mil anos Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 zambeze | 25 A NOVOMÉDIA, SARL, PROCURA AGENTES PARA VENDER O JORNAL EM TODAS AS PROVÍNCIAS DO PAÍS CONTACTOS: 823073450/ 847714280 ZAMBEZE Comercial Quinta-feira, 07 de Fevereiro de 2019 | naCionaL | zambeze | 15 PRM neutraliza traficantes de drogas Esta informação foi avançada pelo Comando- -Geral da PRM no seu habitual briefing semanal das principais ocorrências no país. De acordo com o comunicado sobre as principais incidências criminais no país, no período em análise foram registados 125 delitos de natureza criminal contra 144 de igual período do ano transacto, havendo uma redução em 19 crimes, correspondentes a 13%. De acordo com a PRM, o desempenho policial situou-se em 88%, mercê do esclarecimento de 110 dos 125 crimes, contra 87 de operatividade policial obtida em igual período comparativo de 2018. Relativamente à tipologia dos 125 crimes registados, 32 são contra as pessoas, 80 contra o património, 10 contra a ordem, segurança e tranA Polícia da República de Moçambique (PRM) neutralizou na semana finda, no bairro da Mafalala, na cidade de Maputo, sete indivíduos que se dedicavam ao tráfico e consumo de estupefacientes, tendo apreendido na sua posse 60 quilogramas de canábis-sativa, vulgo soruma. Ainda na semana passada, a PRM apreendeu no bairro Ribânguè, distrito da Manhiça, na província de Maputo, uma arma de fogo de tipo AK-47 contendo 30 munições. A arma tinha sido abandonada num canavial por indivíduos não identificados e foi recuperada graças à denúncia popular. quilidade públicas, um crime de perigo comum e dois contra exercício de funções. Foram detidos em território nacional 1.260 indivíduos, sendo 1040 por violação de fronteiras, dois por imigração ilegal e 218 por práticas de delitos comuns. No que diz respeito à segurança rodoviária, a PRM registou um total de 24 acidentes de viação, contra 30 do igual período de 2018, tendo resultado na morte de 18 pessoas, 22 feridos graves, 5 feridos ligeiros e danos materiais. Destes acidentes, 13 são do tipo atropelamento, cinco de choque entre carros, quatro despistes e capotamento, dois de choque entre carro e moto. Ainda no período em análise, foram fiscalizadas 50.706 viaturas e apreendidas 94, 266 cartas de condução, 151 livretes, 4.266 multas aplicadas, 15 condutores detidos por condução ilegal e 12 por tentativa de suborno. Foram apreendidas igualmente cinco armas de fogo, das quais uma AK47, três pistolas e uma de pressão de ar, nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, respectivamente. Foram recuperadas 26 viaturas, 14 motorizadas, 90 telemóveis, oito computadores, 70 cabeças de gado bovino, 31.6 quilogramas de soruma, dois quilogramas de cocaína, duas mil pedras preciosas tipo granada e 31.400 meticais e numerário. z INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO INVESTIGAÇÃO E CIÊNCIA VAGAS PARA CORPO DOCENTE 2019 Áreas de Formação: Direito Turismo e Hotelaria Educação e Serviço Social Psicologia Social Ciências Exactas Relações Internacionais Filosofia Para candidatura, são necessários os seguintes documentos: Carta de apresentação Cópia do certificado de habilitações ou diploma do último grau obtido Curriculum Vitae Cópia do documento de identificação Obs: Candidaturas abertas até ao dia 02/02/19 Endereço: Avenida Emília Daússe, 1990, casa da Educação da Munhuana, Alto Maé -1100 Maputo. Mestres e Doutores Total de vagas Corpo Docente 18 8 Total de Cursos Nr. vagas de mestres e doutores Mestres Inteiro H M H M H M H M Parcial Inteiro Parcial Doutores 2 1 2 3 3 3 2 2 Comercial Comercial dOUtOR MUANA (CABEÇA dE VElHO) EStA NA CApItAl dE MApUtO E CURA VÁRIAS dOENÇAS COM RAíZES ENdEREÇO: paragem do Alto Maè, AV. de Angola. Contactos: 84 2236478 | 86 0275161 | 82 2227611 1 - ZIMBA pOWER – Serve para aumentar sexo masculino e aumenta a potência sexual 2 - MWItA – Cura doenças com injecção urinária, período prolongado, paralisia 3 - tEMBOSHA – Trata mulher que tem dificuldades de engravidar, e outras que tem falta de vontade de fazer sexo. 4 - KACHElA – Ele serve para tirar espíritos maus no seu corpo, sua casa, seu terreno, etc. E muito mais como: recuperação de amor perdido, dores de coração, dores de útero, diabetes, hemorróides, mau cheiro na boca, comichão no corpo, deixar de fumar e fazer xixi na cama, sonecar de qualquer maneira. | comercial | ZAMBEZE ANUNCIE NO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Aqui está a boa nova. O ISFIC faz parte dos membros da  Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP),  uma ONG internacional que promove a cooperação e troca de informações entre universidades e institutos superiores. A admissão aconteceu no mês de Julho, durante o XXIX Encontro dos Membros da AULP, que decorreu, em Portugal, sob o lema “Arte e Cultura na Identidade dos Povos”. Constituída por mais de 140 membros dos oito países de língua oficial portuguesa –  Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,  Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor – e Macau a AULP tem como missão facilitar a comunicação entre os membros em prol do desenvolvimento colectivo do ensino e da língua portuguesa no mundo,  estimular a investigação e o intercâmbio de alunos e docentes, propor uma reflexão contínua através da divulgação diária de notícias e organização de conferências e eventos. Bem-haja família ISFIC. Na imagem, Arminda Janfar, Administradora do ISFIC à direita, exibindo o troféu! O futuro espreita. A galvanização académica dita normas. Neste prisma, o Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência (ISFIC) e o Instituto Politécnico de Tecnologia e Emprendorismo (IPET) assinaram, terça-feira última, em Maputo, um memorando de entendimento, que tem por balizas garantir a transição académica dos estudantes do Médio ao Ensino Superior na perspectiva do saber enfrentar os desafios do amanhã. No acto da assinatura do acordo de cavalheiros da educação, Rodrigues Fazenda, DG do ISFIC, sustentou que as duas instituições por sinal vizinhas, têm por obrigação a complementaridade académica, facto que se foi desenhando e consolidando ao longo dos últimos semestres, representando o memorando, o procedimento para a sua implementação. Por seu turno, o Engenheiro Eusébio Saide , DG do IPET, agradeceu a ocasião, realçando a necessidade do intercâmbio, argumentando que esta singela oportunidade representa uma contribuição na combinação de esforços nesta cadeira de valores encarnados no ensino de qualidade. Arminda Janfar, administradora do ISFIC, agradeceu o gesto, e sustentou que as duas instituições devem se empenhar no sentido que o acordo vá em diante. Estiveram presentes no acto da assinatura membros do corpo docente do ISFIC, os drs. Alexandre Naiene e Ena Mazivila do IPET. Memorando de transição do médio ao ensino superior ISFIC e IPET oferecem horizonte na formação de qualidade 26 | zambeze |ECONOMIA| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Compra da Anadarko não terá impacto na exploração do gás A compra das operações africanas da petrolífera norte-americana Anadarko pela Occidental não terá impacto na exploração de gás natural em Moçambique, asseguraram os presidentes das duas companhias, prometendo que a operação vai “fortalecer o projecto”. “Tenham, por favor, certeza do compromisso da Total em trazer o melhor das nossas capacidades humanas, técnicas e financeiras para fortalecer ainda mais a execução do projecto sobre as bases sólidas estabelecidas pela Anadarko e seus parceiros, e implementar o projecto Mozambique LNG no interesse de todos os envolvidos, incluindo o Governo e o povo de Moçambique”, disse o director executivo da Total, Patrick Pouyanné, citado num comunicado difundido pela Anadarko, que foi comprada pela Occidental, que venderá as operações africanas à francesa Total. “A Occidental e a Total estão comprometidas com as operações da AMA1 em Moçambique e estão confiantes que a Transacção não terá impacto adverso nos negócios da AMA1 em Moçambique”, lê-se no comunicado, que cita a presidente da Occidental a mostrar-se “fortemente comprometida em garantir que durante o período em que for proprietária da AMA1, a direcção e o cronograma do projecto permaneçam inalterados”. “Estou confiante que a estreita parceria que a Anadarko estabeleceu com Moçambique irá continuar e tornar-se-á mais forte”, afirmou VickiHollub no comunicado. No comunicado, os responsáveis das duas petrolíferas procuram assegurar que a venda dos activos africanos à francesa Total não vai ter impacto na exploração de gás em Moçambique, que deverá ser um dos principais motores de transformação da economia moçambicana. “Gostaria de reafirmar a importância da Mozambique LNG para a Total, onde nos tornaremos o operador; este é um activo único que se encaixa perfeitamente na nossa estratégia e nas nossas competências”, concluiu o presidente da Total. A Anadarko Moçambique Área 1, Lda. lidera o consórcio que explora a Área 1 Offshore, com uma participação de 26,5%. A petrolífera norte-americana OccidentalPetroleum comprou, por 55 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros), a sua rival Anadarko, companhia que lidera um dos maiores projectos de gás natural em marcha em Moçambique e em África, tendo acordado também a venda dos activos em África à francesa Total por um valor de quase 9 mil milhões de dólares. A nível global, a Total é um dos principais grupos mundiais de petróleo e uma empresa que conhece Moçambique. A Total está presente no país no negócio dos postos de combustível e tem um historial de pesquisa de hidrocarbonetos ao largo da costa moçambicana, actividade em que participou até há três anos. Depois de concluídos os negócios em preparação, deverá substituir a Anadarko como líder do consórcio da Área 1 de exploração de gás natural liquefeito (GNL), no norte de Moçambique, cuja produção deverá arrancar em 2024. Em junjo, o consórcio de exploração de gás natural em Moçambique, liderado pela petrolífera norte-americana Anadarko, anunciou o investimento na Área 1 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado (norte de Moçambique), um dos maiores de sempre no país, avaliado em 25 mil milhões de dólares (22,2 mil milhões de euros), e que representa o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Na semana passada, o Governo moçambicano e o consórcio da Eni e Exxon Mobil assinaram o segundo acordo complementar do contrato de pesquisa e produção de gás natural da Área 4, norte de Moçambique. Os projectos de gás da Área 1 e Área 4 (liderado pela Exxon e Eni) deverão colocar Moçambique no ‘top 10′ dos maiores produtores mundiais e acelerar o crescimento económico para incrementos entre 7% a 10% ao ano. (Lusa) Petromoc precisa de injecção financeira A firma estatal Petróleos de Moçambique (Petromoc) está insolvente e precisa de uma reestruturação para sair da situação financeira delicada em que se encontra, assumiu o presidente do Conselho de Administração da Companhia, Hélder Chambisse. “A empresa está, de facto, numa situação de insolvência, como os auditores muito bem indicaram nas nossas contas”, afirmou Hélder Chambisse, em entrevista ao semanário Savana. Chambisse declarou que a petrolífera deve 12 mil milhões de meticais a bancos, acumulou resultados negativos anuais superiores a três mil milhões de meticais nos últimos três anos e perdeu a quota de mercado, de mais de 50% para 24% actualmente. A companhia, prosseguiu, viu-se obrigada a cortar os fornecimentos de combustível à transportadora Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), devido a uma dívida da companhia aérea de bandeira no valor de dois mil milhões de meticais. “Neste momento, não estamos a fornecer, directamente, à LAM”, disse. Contudo, disse ainda Chambisse, existem mais devedores que não conseguem liquidar os seus encargos à Petromoc, há mais de um ano. “Com uma participação de 80% na Petromoc, o accionista de referência, Estado, não está em condições de recapitalizar a empresa, devido à magnitude da conjuntura financeira em que se encontra”, acrescentou. Apesar de passar por uma situação financeira “delicada”, o presidente da petrolífera estatal moçambicana está optimista e acredita na eficácia do processo de reestruturação em curso. “Este ano, estamos com um desempenho razoavelmente bom, contamos ter resultados positivos, se não forem, serão negativos, mas numa escala muito menor do que aquela que tivemos nos últimos anos”, frisou. Hélder Chambisse aponta o sucesso da reestruturação da dívida junto dos bancos, a eficiência da rede de postos de abastecimento, a elevação do nível de produtividade dos trabalhadores e o redimensionamento da massa laboral como essenciais para o reequilíbrio das contas da empresa. O fim do sistema de preços administrados pelo Estado a favor de preços determinados pela dinâmica do mercado e a recuperação da carteira de créditos também abre boas perspectivas para que a Petromoc volte a ter robustez financeira, acrescentou Hélder Chambisse. “A viragem [para a recuperação] já começou há alguns anos, com a redução do prejuízo e, depois, com a clarificação da estrutura ou da actividade da Petromoc, em termos do que fazer, como fazer e qual é a razão destes prejuízos”, defendeu Chambisse. (Lusa) Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 |ECONOMIA| zambeze | 27 Parceiros doam 114 milhões de euros para transporte de energia O Banco Mundial e os governos da Alemanha e da Noruega vão desembolsar 114 milhões de euros para a construção de uma linha de transporte de energia de 218 quilómetros entre Moçambique e Malawi. O executivo moçambicano e o Banco Alemão de Desenvolvimento (KFW) assinaram, em Maputo, o acordo que formaliza a ajuda financeira da Alemanha à infra-estrutura de fornecimento de energia eléctrica ao Malawi. “O projecto vai permitir a exportação de energia eléctrica para Malawi, a curto prazo, e que Malawi possa participar em transacções de electricidade, como membro da Southern Africa Power Pool, comprando energia não só de Moçambique, mas de qualquer outro país da região”, disse Max Tonela, ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique. A cooperação financeira alemã, através do KFW, apoiará a Electricidade de Moçambique (EDM) na instalação de uma nova subestação de 400 KV em Matambo, do lado moçambicano, e construção de uma linha de transporte de 142 quilómetros com capacidade de 400 KV, até Pombeya, no Malawi. Segundo o Standard Bank País aumenta endividamento O departamento de estudos económicos do StandardBank prevê que Moçambique aumente o recurso ao endividamento interno para compensar o afastamento dos mercados internacionais e só antevê consolidação orçamental a partir de 2020. “No seguimento do impacto negativo dos ciclones e dada a possibilidade de os custos das eleições de Outubro derraparem, só vemos um regresso à consolidação orçamental no próximo ano e, como resultado, o recurso ao endividamento interno deverá continuar a aumentar”, escrevem os analistas. No relatório de Agosto sobre os mercados financeiros africanos, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, lê-se que “nos últimos anos, desde a revelação das dívidas ocultas em Abril de 2016, o Governo tem controlado o défice orçamental através de um conjunto de medidas que inclui melhoramentos na colecta fiscal e cortes na despesa, incluindo o fim de subsídios”. Para os analistas do Standard Bank, o facto de a inflação e a perspectiva de evolução da moeda terem melhorado “pode levar a cortes mais agressivos na taxa de juro”, que desceu em Agosto para 12,75%. A nível político, o Standard Bank considera que o processo de paz é “irreversível” e afirma que as perspectivas de uma eleição “pacífica” em Outubro melhoraram com o acordo de paz assinado entre o Governo e a Renamo, no início deste mês. Em seis aeroportos Moçambique abre espaço para negócios não-aeronáuticos O governo moçambicano vai disponibilizar espaços em seis aeroportos para operadores privados desenvolverem negócios, anunciou em concurso o Ministério dos Transportes e Comunicação (MTC). “Pretende-se apresentar um plano-director de desenvolvimento de cada aeródromo na componente de não aviação, no conceito de mini-cidades aeroportuárias com infra-estruturas de apoio ao turismo e a actividades nos aeroportos”. As concessões vão abranger os aeroportos da Beira, Maputo, Quelimane, Lichinga, Chimoio e Nampula. O plano inclui a construção de hotéis, espaços para eventos, parques de estacionamento, serviços de apoio a navegação aérea, estações de combustíveis, aluguer e lavagem de viaturas. Além de rentabilizar os aeroportos, o objectivo é incentivar o desenvolvimento da indústria de turismo, acrescenta a nota de imprensa. O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse recentemente que o Governo está preocupado com o nível de endividamento das empresas aeroportuárias. “O endividamento deve ser encarado com a necessária serenidade e responsabilidade, devendo a empresa prosseguir com os esforços em curso junto dos parceiros para a reprogramação e cumprimento integral dos compromissos assumidos”, disse Carlos Mesquita. 28 | zambeze |INSÓLITO| Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 Homem fica em estado grave após cair da varanda enquanto fazia sexo Um caso inusitado aconteceu num hotel no balneário de Le Cannet, no sul da França. Um homem foi internado em estado grave após cair da varanda do primeiro andar enquanto fazia sexo. Segundo informações do jornal Metro, o homem, de nacionalidade britânica, estava tendo relação com uma mulher canadiana quando o acidente aconteceu. Na queda, a companheira acabou caindo sobre ele, o que agravou seu estado e evitou que ela se machucasse com maior seriedade. Após o acidente, que ocorreu por volta das 12h30 do último sábado, o rapaz de 30 anos foi encaminhado para o Hospital Pasteur, em Nice. Já a canadiana, que sofreu apenas lesões leves, foi liberada após passar por exames. “O casal foi visto por algumas testemunhas enquanto fazia amor na varanda do quarto do hotel. O encontro acabou ficando um pouco quente demais e eles acabaram caindo na rua que passa logo em frente ao local”, disse um dos investigadores. A polícia agora vai investigar se o casal estava bêbado ou sob efeito de algum entorpecente durante o acto. Homem morre após participar de concurso de comer tacos na Califórnia Tragédia aconteceu durante jogo de beisebol na cidade de Fresno, entre o Fresno Grizzlies e o Memphis Redbirds; homem foi atendido, mas não resistiu. Um homem morreu na semana passada (13 de Agosto) enquanto participava de uma competição de comer taco em um jogo de beisebol em Fresno, na Califórnia. Segundo a CNN, o facto ocorreu no Chukchansi Park, no intervalo do jogo entre o Fresno Grizzlies e o Memphis Redbirds. Dana Hutchings passou mal após sete minutos do início da competição. Equipas de emergência fizeram os primeiros socorros. Ele morreu pouco depois de ser levado às pressas para o Centro Médico Regional da Comunidade em Fresno. A causa da morte ainda será determinada após exames, mas a polícia local acredita que ele tenha morrido ao engasgar durante a competição. Jovem de 22 anos fica cega depois de cozinhar ovo em micro-ondas Uma jovem inglesa de 22 anos relatou no Reddit que ficou cega após um ovo estourar no seu olho: o motivo foi o cozimento ter sido feito no micro- -ondas, que levou o alimento a estourar de dentro para fora. Segundo Bethany Rosser, o acidente aconteceu enquanto ela preparava o café da manhã e, para ganhar tempo, decidiu cozinhar o ovo no micro-ondas. Assim que o tirou da máquina, o mesmo estourou na direcção do olho e a deixou cega. “Quando abri o micro-ondas para ver se os ovos estavam bons, eles vieram directo para o meu rosto. Nunca fiquei tão assustada na minha vida”, escreveu Bethany na rede social. A jovem se encaminhou para o hospital de Birmingham, na Inglaterra, mas sua visão não retornou após o tratamento com compressas na região. Pénis de idoso passa por processo de calcificação e vira osso Um homem de 63 anos foi ao hospital após cair na rua e descobriu, depois de um exame de raio-x, que o seu pénis apresentava pontos de calcificação. As informações são do jornal Daily Mail. Médicos do Lincoln Medical Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, dizem que o paciente tem “células ósseas se formando dentro do membro”. Ao avisarem o idoso, ele se levantou e foi embora sem perguntar qual seria o tratamento recomendado. Segundo os médicos, o caso é extremamente raro e com poucos registos médicos. “A ossificação do pénis continua sendo uma condição relativamente rara a ser mencionada em poucos periódicos da área, com menos de 40 casos registados”, disse o médico Georges El Hasbani. Pénis de idoso passa por processo de calcificação e vira osso Um homem de 63 anos foi ao hospital após cair na rua e descobriu, depois de um exame de raio-x, que o seu pénis apresentava pontos de calcificação. As informações são do jornal Daily Mail. Médicos do Lincoln Medical Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, dizem que o paciente tem “células ósseas se formando dentro do membro”. Ao avisarem o idoso, ele se levantou e foi embora sem perguntar qual seria o tratamento recomendado. Segundo os médicos, o caso é extremamente raro e com poucos registos médicos. “A ossificação do pénis continua sendo uma condição relativamente rara a ser mencionada em poucos periódicos da área, com menos de 40 casos registados”, disse o médico Georges El Hasbani. Homem internado com queimaduras graves após usar produto depilatório Um homem, de 26 anos, teve de ser internado depois de ter sofrido queimaduras nas zonas íntimas. William Bishop queria fazer a depilação e usou um produto depilatório da marca Veet para o efeito, no entanto o mesmo era aconselhado apenas para usar no corpo e nas pernas. De acordo com o jornal Mirror, Bishop ficou com queimaduras graves depois de ter deixado o produto atuar durante o dobro do tempo aconselhado pela marca. Dois dias depois de ter usado o creme depilatório, começaram a aparecer bolhas nos testículos do homem. Bishop deslocou-se a uma urgência hospitalar em Cheltenham, Inglaterra, e teve de ser internado para receber tratamento. Bishop ficou internado durante duas semanas. Confrontado com a situação, o homem já admitiu ter tido uma “atitude um pouco parva”. “Foi uma atitude um pouco parva da minha parte, eu sei, e até pode parecer engraçado. No início até me ri, até ter percebido que a situação era grave. A dor e o desconforto que isto causou estão longe de ser engraçados”, disse. Bishop revelou ainda já ter usado o produto noutra altura, no entanto nunca tinha tido nenhum problema. Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | CULTURA| zambeze | 29 Do tradicional ao contemporâneo Moçambique, Angola e São Tomé pela exaltação da dança Bailarinos de Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe vão exibir uma mostra de dança tradicional e contemporânea, na Fundação Fernando Leite Couto, dia 29 de Agosto, pelas 18:30. Amostra será resultado de um i n t e r c â m b i o cultural a que os mesmos bailarinos estiveram submetidos durante uma residência artística em Maputo. A nível dos bailarinos moçambicanos, foram seleccionados jovens promissores que provêm de grupos diferentes, uns de grupos de dança tradicional, outros da Companhia Municipal da Matola e ainda um estudante da Escola de Artes e Comunicação da Universidade Eduardo Mondlane (ECA-UEM). Segundo o organizador do evento e director da Culturate, Panaíbra Canda, a residência artística teve como objectivo principal dotar de ferramentas para o aperfeiçoamento da linguagem coreográfica e dramatúrgica aos jovens criadores. Estiveram envolvidos um universo de 10 bailarinos, dos quais seis são moçambicanos e quatro estrangeiros. “Fizemos uma série de audições em Maputo, dos 25 candidatos seleccionamos somente seis, e também fizemos uma audição em São Tomé e também em Angola, dos quais seleccionamos dois de cada país”, explicou Canda. “Todos estão aqui em Maputo em residência artística, com os seus colegas moçambicanos. Os trabalhos de ensaio começam pelas 8:30 e termina 15:30, de segunda a sexta-feira, no edifício da casa de cultura do Alto-Maé”, acrescentou. A referida mostra artística será um momento ímpar de exaltação do intercâmbio entre os bailarinos participantes da referida residência, que, segundo os próprios organizadores do evento, é um autêntico laboratório cultural de pesquisa coreográfica e de linguagem artística e contemporânea virada para dança. Dávio Davisd ECA realiza feira de artes e gastronomia A Escola de Comunicação e Artes (ECA), uma faculdade da Universidade Eduardo Mondlane, realizou na sexta- -feira finda a feira de artes e gastronomia com o objectivo de dar a conhecer o outro lado dos funcionários e estudantes dessa faculdade. Afeira contou com a participação de todos os funcionários da ECA, que se mostraram felizes pela oportunidade dada. Vasta, uma das funcionárias da ECA, tinha em exposição vários alimentos como bolos de chocolate e de cenoura, feijão preto, doce de mandioca e arroz. “É a primeira vez que faço uma actividade do género, pois nunca antes fui dada a oportunidade de expor os meus alimentos”, afirma. Abigail, outra funcionária da ECA, tinha em exposição produtos da avroy shlain, desde loção corporal, géis de banho e perfumes. “A ideia não é de vender, mas sim dar a conhecer os nossos produtos, porque a ideia da feira de hoje é mostrar o outro lado de nós além de sermos funcionárias da ECA, pois temos outro lado empreendedor. Os produtos estão a ser muito cobiçados, e através dessa exposição já conseguimos criar contactos com novos clientes, disse Abigail. Vasta e Abigaiu, deixaram igualmente uma mensagem de encorajamento a todos os homens e mulheres empreendedores que se fizeram presentes na feira de artes e gastronomia.”O nosso maior desejo é ver homens e mulheres empreendedores se mostrarem ousados e perseverantes nos seus negócios, afirmam. Rhadja Ali, estudante finalista de música na ECA, dentre vários finalistas foi o escolhido a abrilhantar a feira de artes e gastronomia. “Estou feliz em poder mostrar o meu talento aos demais, música para mim significa amor, sou apaixonado pela música, sem esta não há vida porque é através da musica onde consigo exprimir os meus sentimentos. Acrescentou ainda afirmando que desde que se conheceu como pessoa gostava de imitar as músicas dos filmes indianos, “e foi através destas músicas que hoje canto um tenor diferente do normal. O apelo que deixo aos meus colegas e que estão proibidos de parar, porque acredita que um dia a música será nossa fonte de sustento. Ana. Munguambe 30 | zambeze | cultura | Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 O guitarrista, compositor e cantor moçambicano, radicado nos Estados Unidos da América, há mais de dez anos, Albino Mbie, lançou na última sexta-feira,em Maputo, durante um concerto musical, o seu segundo disco de originais intitulado “Mafu”, noCentro Cultural Franco-Moçambicano. “Mafu”, termo cicopi que significa areia, é um disco com 12 músicas, em que o autor canta o amor e a mulher, muito apegado à realidade moçambicana. O guitarrista disse que o disco apresenta-se com acordes serenos, apetrechados de mensagens que aconselham, motivam e educam. Mbie, em contacto com a nossa equipa de reportagem, disse que o concerto foi um sucesso e conseguiu alcançar os seus objectivos. Desde a venda do disco até a venda dos bilhetes, “foi um concerto que consegui satisfazer as minhas expectativas, o público cantou comigo, o que significa que já conhecia algumas músicas, foi espectacular estar em Moçambique com o meu povo e também dei o meu máximo”, disse. Foi uma noite de muita alegria, muita música, muita agitação, convívio de amizade, o relembrar dos velhos tempos com amigos, colegas de profissão, familiares e fãs de Mbie. O público aderiu em massa ao concertoe o Centro Cultural Franco-Moçambicano ficou pequeno para aquele concerto de lançamento de “Mafu”. Questionado sobre a preferência de lançar em primeira mão o seu segundo álbum em Moçambique e não EUA, Mbie respondeu o seguinte: “este é o primeiro lançamento do meusegundo disco aqui em Moçambique, porque nos Estados Unidos da América, vinha tocando as músicas e nunca cheguei a fazer o lançamento oficial, por questões de agenda. Lanço na minha terra porque sinto que tenho conexão com o meu povo. Na verdade fi-lo a pensar na minha avó, meus pais, também no povo moçambicano, eles têm a possibilidade de ouvir a mensagem a partir da sonoridade,para além da própria linguagem”. O disco Mafu traz vários estilos moçambicanos, internacionais, ritos e multi-blus, jazz, fusão com cantos e melodias nacionais.Na qualidade de artista, através do priO canudo da Rita pois claro! Albino Mbie lança segundo disco em Maputo Brincar, tocando na “MAFU” da minha avó… gWriting, nos Estados Unidos da América e Prémio Revelação no Ngoma Moçambique, ambos em 2014. A meta de Albino Mbie nos Estados Unidos de América é chegar aos Grammy. É nesse contexto, que o músico vê na actual nomeação, uma motivação para continuar a trabalhar, de modo a mostrar-se cada vez mais ao mundo, a partir de um país onde as oportunidades são as melhores em relação às de vários contextos. “De acordo com as informações de que disponho, nunca havia sido nomeado um moçambicano ao Boston MusicAwards. Esta foi a primeira vez. Então, prometo trabalhar para pôr Moçambique no mapa artístico e cultural do mundo”, disse, acrescentando: “Fazer parte do Boston MusicAwards para mim significa crescimento e visibilidade de todas as formas, pois eles estão a reconhecer a minha contribuição cultural aqui em Boston e a nível internacional. É muito positivo”. Mbié, promete mais trabalho com vista a lançar o seu terceiro disco de originais até 2020. Albino Mbie é guitarrista, cantor, produtor musical, engenheiro de som, videógrafo e empreendedor. Nasceu no bairro Benfica, Maputo. Como muitos guitarristas moçambicanos, fez a sua primeira guitarra com uma lata de 5 litros de óleo, restos de madeira e cordas de cabos eléctricos. O artista licenciado em música e produção musical, numa das Universidade de referência mundial, veioà sua terra natal para partilhar com os seus compatriotas o seu mais recente trabalho. Albino Mbié convidou grandes nomes da música cá de casa, a exemplo de Tony Paco na precursão, Stélio Zoe na bateria, Hélder Gonzaga no baixo, Olívio no teclado, Sheila Jesuíta e Pauleta Monjovo nos coros. Mbie termina a conversa com o Jornal Zambeze dizendo que viver nos EUA tem sido uma maravilha, que é uma bênção e tem recebido apoios, tanto dos moçambicanos, assim como dos estrangeiros. Alberto Mazanga meiro álbum “Mozambican Dance”,Mbieconta com dois prémios: primeiro lugar no WorldMusicInternationalSon- Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019 | cultura | zambeze | 31 Zena Bacar, uma das vozes, mais importantes de Moçambique Fotos de João Vasco A cor, esse dilema! Por quantas coisas passam no dia-a-dia, quantos insultos recebem, quantas caras feias recebem para chegar ao seu destino. As pessoas que levantam cedo, colocam a farda, e saem para a rua em direcção ao seu posto, com a pose do dono do mundo. Com as mãos comichando para espancar alguns pretos na esquadra. Mas antes de fazer isso, pergunto eu se conhecem essas pessoas! Será que carregam pesadelos do passado? E esses pretos servem para esculpir? Há que admitir que quando são pretos as mãos viram de ferro e a fúria vem 30 vezes mais forte. Temos que dizer que quando são pretos são mais agressivos. O sangue que é derramado e por vezes, mancham as vossas fardas e vossas mãos, aos vossos olhos o que parece? Os gritos de desespero de alguns com pouco menos de 20 anos soltam, são música para os vossos ouvidos? Perguntas sem fim ! Esses pretos é que fazem os vossos salários. Outros colegas vossos não são iguais a vocês, como também, nem todos nós, negros somos marginais, será que isso passa pelas vossas cabeças negras ou não? Afinal são a favor ou contra a violência? Se dependêssemos de vocês, estaríamos escravizados, acorrentados, com as costas desenhadas e nos leilões da pobre cidade dos negros. Entende se que o vosso trabalho é duro, cheio de desafios e perigoso mas vocês escolheram a profissão, não sejam estúpidos e imaturos, vocês são a nossa segurança, não sejam inseguros. Deviam transmitir segurança, más como, se são vocês mesmos que a tiram! Será que já pararam para pensar, se fossem as vossas mulheres sentindo a mão de um negro qualquer? Se fosse filho de um de vocês, servindo como recipiente de fúria? Como é possível que se sintam confortáveis em vasculhar os pobres negros até nas partes íntimas, com um sorriso no rosto negro, igual a das vítimas. Quanta hipocrisia. A cor ainda é um dilema sem fim no centro do mesmo povo. Negros desvalorizando negros! 4ª exposição anual museu do cinema Antigas salas de Cinema de Maputo Esta é uma exposição organizada para complementar a abordagem do tema central do Seminário 2019, sustentada por um trabalho de pesquisa e documentação desenvolvido em estreita colaboração com o INICC - Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas, (ex-INAC) e a FAPF - Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da UEM, e possível apenas com as inúmeras parcerias que a Associação Amigos do Museu do Cinema vem desenvolvendo desde 2016. Sob o tema “Antigas salas de cinema de Maputo”, o trabalho envolveu a inventariação dos processos de licenciamento de contrução, a sua digitalização, visitas aos edifícios com registo videográfico, o desenho e reconstituição de plantas, alçados e vistas usando software de desenho tridimensional, a maquetização e esboços à vista, a pesquisa e fotografia de publicações de época e, finalmente, duas dezenas de entrevistas com antigos trabalhadores do INC, afectos às salas de cinema da capital, e a algumas áreas de produção. Desenhada em colaboração com docentes e estudantes dos 1.º e 2º anos da FAPF-UEM, esta exposição exibe uma parte desses materiais, trazendo alguns documentos originais dos acervos da Biblioteca Nacional e do INICC, e fazendo uma identificação geográfica da distribuição desses edifícios, em grande parte actualmente fechados, destruídos, readaptados a outras funções, ou ainda, em morosos e adiados processos de reabilitação física. A exposição propõe aos visitantes repensar a importância patrimonial destes espaços arquitectónicos e sociais convidando a uma reflexão, através da sua correlação com o WORKSHOP e o SEMINÁRIO, das diversas e partilhadas responsabilidades e perspectivas sobre um conjunto arquitectónico muito específico, representantivo de uma época tecnológica e socialmente distinta e de todo oterritório nacional, em risco de desaparecimento. Jornal EsmeraldaPublico- Arlindo Pt Contra corrente Fabião Carapau Renovação de assinaturas para 2019 Comercial Renovação de assinaturas para 2019 z Av. 25 de amb Onde a naçã Setembro, Nr. 1676 l Cell: 82 30 73 450 o se reenc l esmelifania2002@gmail.com e ontra zl Maputo E Comercial Terroristas políticos querem nos distrair Um novo e promissor futuro está a começar para todos os moçambicanos. A determinação, a vontade e a confiança mútua entre os dois grandes arquitectos do acordo de paz, Filipe Nyusi e Ossufo Momade, permitiu-nos finalmente tornar realidade o sonho de todos nós, o sonho da Paz. Neste complexo processo, não podemos esquecer o trabalho que o Embaixador suíço Mirko Marzoni desenvolveu durante meses, muito obrigado.Devemos também um reconhecimento a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para tornar o processo uma realidade. Também não podemos esquecer todos os cidadãos inocentes que perderam a vida durante os tristes anos que, felizmente, passaram. Eles merecem certamente o reconhecimento de todos nós e não podem nem devem ser esquecidos. A Reconciliação e a Paz entre todos os moçambicanos, alcançadas com tanto esforço e sacrifício de todos os cidadãos, em todo o país, não pode hoje ser alterada por um pequeno grupo de rebeldes inadaptados e armados, que são geridos por algumas pessoas em Maputo, de forma a obter vantagens e benefícios pessoais. As ameaças de morte, de assassinato, ao actual presidente da Renamo, Ossufo Momade, tornadas públicas por este grupo de desertores e criminosos, são inadmissíveis para todos os cidadãos. O actual presidente da Renamo, após o falecimento de Afonso Dhlakama, foi eleito como presidente interino ou coordenador pelos dirigentes do partido e posteriormente eleito presidente da Renamo, no último congresso realizado em Janeiro passado na Gorongosa, através do voto livre dos membros do partido. Ele foi democraticamente eleito numa votação em que concorreram três candidatos, tendo Ossufo Momade obtido um número muito favorável de votos. O facto de o resultado da votação democrática não ser do agrado deste guerrilheiro, que agora se autoproclama presidente de uma “Renamo” que ninguém reconhece nem em Moçambique nem no estrangeiro, é um acto de terrorismo político. Durante a reunião realizada no dia 17, juntamente com os seus renegados, onde se autoproclama presidente deste grupo de guerrilheiros traidores, o seu discurso é de ditador, sem oposição, sem eleições, sem oportunidades para diferentes candidatos, porque ele assim decidiu. Fala do acordo de paz assinado a 6 de Agosto com o qual não concorda, nem aceita que o grupo parlamentar da Renamo, tal como o resto da Assembleia, tenha aprovado este acordo. Não é apenas contra o presidente legítimo da Renamo e outros dirigentes, é também contra o grupo parlamentar da Renamo. Em que condições seria possível integrar este grupo inadaptado nas forças de segurança do Estado, que estariam dispostos a matar o seu superior se este não fosse do seu agrado? Que garantias de segurança poderiam oferecer- -nos? Como poderíamos confiar em pessoas que resolvem tudo com armas e violência se não gostam das ordens ou das leis? Importantes esforços têm sido feitos e continuam a fazer- -se pela Renamo e pelos seus dirigentes para encontrar um diálogo que permita o regresso em paz à casa de onde saiu este grupo marginal. Lamentavelmente, o diálogo não pode existir se uma das partes não só não quer dialogar, como até cortou a comunicação, o que torna, poderíamos dizer, impossível ou muito difícil para já o regresso à Renamo, apesar de estarem totalmente determinados e receptivos a abrir a porta para que voltem a juntar- -se à família. Não sabemos por enquanto o resultado desta situação adversa, mas nós cidadãos não estamos dispostos a permitir que um grupo de desajustados, juntamente com os seus mentores que apenas perseguem os seus interesses, tente mudar o nosso destino, o destino do nosso país através das armas e da violência, depois de alcançar o nosso sonho, o sonho de todos, a Paz. Se os protagonistas não conseguirem corrigir esta situação perigosa, todos os cidadãos, independentemente da sua ideologia, do Norte ou do Sul, do campo ou da cidade, devem unir-se para pedir e também exigir que o Estado de Direito, a Constituição e as Leis que nos concedemos sejam cumpridas, da forma mais rigorosa e firme possível, para pôr fim a estas ameaças e à violência que pretendem, pois não podemos destruir novamente os nossos sonhos, o nosso futuro e o futuro das gerações futuras. É da nossa responsabilidade deixar um futuro melhor para os nossos filhos, trabalhar para a consolidação da democracia e da Paz, que nos permita melhorar as nossas vidas e criar uma sociedade melhor, mais justa e próspera.

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