Ministério da Administração Interna abre "inquérito urgente" às golas inflamáveis
O Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou a abertura de um "inquérito urgente" às golas antifumo inflamáveis que a Proteção Civil entregou às populações, no âmbito dos programas "Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras".
Depois de desvalorizar o caso das golas inflamáveis distribuídas à população, o ministro da Administração Interna - que acusou a notícia sobre o caso de ser "alarmista" e "irresponsável" - acabou por anunciar a abertura de um inquérito.
"Face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o Ministro da Administração Interna: pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil; determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna", lê-se numa nota do MAI enviada às redações.
O JN noticiou, na edição impressa de sexta-feira, que a Proteção Civil entregou milhares de golas antifumo, fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, às "Aldeias Seguras", não tendo a eficácia que deveriam ter - evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro. Foram quase duas mil povoações, ao abrigo do programa de autoproteção das populações, que receberam estes e outros equipamentos, como coletes refletores, compostos por materiais combustíveis.
No mesmo dia, o presidente da Câmara de Soure mandou retirar as golas antifumo distribuídas em 12 aldeias daquele concelho do distrito de Coimbra, quando soube que não ofereciam proteção aos utilizadores.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) veio entretanto esclarecer que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas-práticas.
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