Onde está Ossufo Momade?
Alguma imprensa diz que Ossufo Momade, o ainda líder da Renamo, está desaparecido. Não sabemos até que ponto isto é verdade. E preferimos não especular nada. O certo é que tudo isto em nada abona ao senhor Ossufo Momade e o seu partido. Estamos em ano eleitoral e todo o cuidado é pouco.
É dever do senhor Ossufo Momade vir a público esclarecer o que está a acontecer na Renamo. Se não está desaparecido que fale por via das habituais teleconferências, inauguradas por Afonso Dhlakama. Podem ser poucos, mas ele tem o dever de acalmar os seus admiradores e membros da Renamo. O seu silêncio em ano eleitoral é estranho. Enterra-o cada vez mais. José Manteigas, o porta-voz da Renamo, é mais famoso que o seu líder. Até o António Muchanga. Qual é, afinal, a estratégia de Ossufo Momade? O que ele pretende?
Ao que se pode depreender, a Renamo e o seu próprio líder fazem política sem o conhecimento da estratégia de acção política, improvisam e não têm visão de longo prazo. Nada é planificado na "perdiz" e não há consistência organizacional interna. Esperam um milagre. Em política os milagres são raros.
Qualquer indivíduo de inteligência média não pode esperar, nas próximas eleições, por uma vitória da Renamo. A Renamo não trabalhou e nem está a trabalhar para isso. Está a gerir intrigas internas, controvérsias, preguiça. E isto tudo é desculpa para não sair ao terreno do trabalho político sério. Como é que um partido em decomposição pode ganhar uma eleição?
Ossufo Momade não trouxe nada à Renamo. Aliás, demonstrou com uma clarividência invulgar que não se identifica com o seu partido. O que, afinal, tem vindo a fazer desde que substituiu Afonso Dhlakama na liderança da Renamo? Em política, muitas das vezes, os frutos resultam de um trabalho árduo. A política não se compadece com quem passa a vida de preguiça em preguiça, hibernado e só aparece no dia da votação. O senhor Ossufo Momade e a Renamo serão os únicos culpados pela derrota que irão, de certeza, averbar em Outubro.
Que não tragam Kalashnikovs à rua para ameaçar o povo, em virtude da vossa preguiça e falta de organização. O senhor Ossufo Momade parece daqueles vulgares mercenários, aos magotes na nossa política doméstica, que só estão na política para a satisfação do seu estômago. Luta por uma modesta acomodação. Dele e da sua família. Não tem ideias. Não aproveita os conselhos gratuitos que lhe são dados. É dorminhoco. É esta a razão central da "insurgência" dos militares na Renamo. Eles não estão a ser contemplados no "tacho". Em todo lado são fotografias de Filipe Nyusi em saudação com Ossufo Momade em nome de uma paz podre. E este exercício, no fundo, só favorece a Frelimo.
A Renamo está a trabalhar arduamente em prol da sua derrota em Outubro!
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Filipe Nyusi, "cadê" o novo presidente do Conselho Constitucional?
Passam hoje 14 dias desde que Hermenegildo Gamito deixou a presidência do Conselho Constitucional (CC)-empurrado por Filipe Nyusi. E o Presidente da República ainda não encontrou quem lhe substitua. Gamito foi uma escolha pessoal de Armando Guebuza depois do abandono, pouco dignificante de Luís Mondlane, o "campeão dos gastos".
Ou seja, depois de Rui Baltazar, o CC nunca foi o mesmo. Com este tinha uma reputação inquestionável por via da qualidade dos seus julgamentos. Luís Mondlane ficou um ano e dez meses no CC, mas transformou este órgão em sua vaca leiteira. Esbanjou a torto e a direito até que tudo vazou na imprensa e teve que sair pela porta pequena. Veio o Gamito. A situação piorou. Aliás, era de adivinhar. As duas empresas que geriu, nomeadamente a Mabor e a Maquinag, abriram falência.
No CC Hermenegildo Gamito exacerbou a falência moral do órgão. Seguindo a cartilha do regime da Frelimo, afastou sem mérito de jurisprudência, o AJUDEM de Samora Machel Jr. da corrida eleitoral na autarquia de Maputo. Validou os resultados da edilidade da Matola, mesmo depois de várias contestações. António Muchanga, da Renamo, estava a um passo de ser o novo edil. Marromeu foi o caos. A eleição autárquica de Marromeu foi grosseiramente fraudulenta, mas o CC de Gamito validou os resultados abonando sempre a sua Frelimo.
Talvez cansado de ser marionete do regime, preferiu nos princípios deste mês assinar o polémico acórdão que declara a nulidade dos actos inerentes aos empréstimos contraídos pela Ematum. Foi o que lhe fez entrar em rota de colisão com Filipe Nyusi. O mesmo Filipe Nyusi que até hoje ainda não encontrou um substituto de Gamito. De certeza um manipulável que o irá empossar como futuro Presidente de Moçambique, já que a manipulação do recenseamento eleitoral não nos deixa equivocados de que este será Filipe Nyusi.
Mas quem será o futuro presidente do CC? Por que a demora em encontra-lo? Gamito deixa uma batata quente ao seu futuro substituto. Talvez seja essa a razão na demora de encontrar quem está disposto a engolir sapos!
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Cofres vazios do Estado podem voltar a prejudicar pobre trabalhador!
Foi um fiasco. É isso mesmo. Terça-feira (11) o Governo regressou a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) para tentar financiar o deficitário Orçamento de Estado de 2019 através da emissão de mais dívida pública interna. Não houve procura.
A emissão de Obrigações e de Bilhetes do Tesouro tem sido a principal forma do Governo financiar o Orçamento do Estado de 2019 que tem o défice de 93 biliões de Meticais onde a expectativa é obter 65,4 biliões desse dinheiro em falta através de empréstimos ao banco central, aos bancos comerciais, instituições financeiras e através da emissão de Títulos de Dívida Pública do Tesouro.
Isto pode voltar a criar o mesmo problema que assistimos em Abril passado: o pagamento tardio de salários na Função Pública e a mentira generalizada do Governo quando disse que foi devido a uma avaria técnica. O certo é que não há dinheiro nos cofres públicos.
Contudo, esperamos que o pobre trabalhador não volte a ser prejudicado. Se o dinheiro está com a quadrilha de Manuel Chang é melhor procurar formas de recuperá-lo.
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Quo vadis Renamo?
Será que Ossufo Momade foi uma boa escolha para a liderança da Renamo? Já começamos a duvidar. Mesmo quando era só coordenador político da Renamo ele vivia na Serra da Gorongosa, no quartel geral da Renamo. O seu dia-a-dia era feito com os mesmos militares que hoje o querem escorraçar. Afinal, o que fazia o senhor Ossufo Momade na Gorongosa? Esta crise interna na Renamo não só fragiliza a posição do próprio líder, mas, também, o próprio partido. A pré-campanha já arrancou e Momade ainda está a resolver problemas internos, quando nem as próprias bases da Renamo o conhecem.
É mentira o que o porta-voz da Renamo, o senhor José Manteigas, anda dizendo por ai. O ambiente na base da Renamo, na Serra da Gorongosa, não é cordial e de união. E Ossufo Momade não controla nem tampouco o partido e o seu braço armado. Está sitiado na Gorongosa, mal pode até apresentar a sua candidatura porque os militares não o querem. É uma figura pálida, comida pela Frelimo de Filipe Nyusi. Aliás, é isto que levantou a poeira.
Mesmo sem esta crise interna na Renamo, a Ossufo Momade falta capital político. Ou seja, parte numa posição de desvantagem na corrida eleitoral de Outubro próximo. Foi um secretário-geral inexpressivo. Ninguém o conhece. Depois de eleito no último congresso, era suposto que começasse ai a trabalhar. A revitalizar as bases do seu partido. A interagir com o povo moçambicano. Dizer quem ele é ao povo e o que pretende. Esta falta de vontade do senhor Ossufo Momade em dirigir bem a Renamo só atiça a desconfiança de que a Frelimo lhe deu dinheiro para sabotar o partido.
E há sérias consequências dessas brincadeiras de mau gosto de Ossufo Momade. Isto o fragiliza como um interlocutor principal e válido na negociação com o Presidente da República. Ossufo Momade não se pode encontrar com Filipe Nyusi e falar em nome da Renamo. Qual Renamo? Os generais da Renamo, que são a força motriz do partido, não o querem. E não seria de admirar se ele saísse da cena. Se é que realmente recebeu dinheiro da Frelimo, ele deve devolver e pedir desculpas aos membros do seu partido e ao povo moçambicano que pensava que havia oposição no País.
Imaginemos que Ossufo Momade sobreviva a esta crise. Quanto tempo precisará para apresentar a candidatura eleitoral? Quanto tempo precisará para preparar essa candidatura? Já o dissemos mais voltamos a repetir: o senhor Ossufo Momade não é alguém conhecido no mapa político moçambicano. Precisa de se fazer conhecer. E só tem dois ou três meses para fazer isso, até chegarmos às eleições. Como é que fica tudo isto? Não virá a Renamo, depois das eleições, reclamar em vão quando sabe que não trabalhou mas quer colher como quem trabalhou? Até o Mazanga faria melhor…
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